Encontre milhões de e-books, audiobooks e muito mais com um período de teste gratuito

Apenas $11.99/mês após o término do seu período de teste gratuito. Cancele a qualquer momento.

A Garota da mochila púrpura: Três mil e oitocentos passos e alguns porquês ao vento
A Garota da mochila púrpura: Três mil e oitocentos passos e alguns porquês ao vento
A Garota da mochila púrpura: Três mil e oitocentos passos e alguns porquês ao vento
E-book126 páginas1 hora

A Garota da mochila púrpura: Três mil e oitocentos passos e alguns porquês ao vento

Nota: 0 de 5 estrelas

()

Ler a amostra

Sobre este e-book

Carol é uma garota com tiradas na ponta da língua para todas as situações, tentando sobreviver ao segundo ano do ensino médio fazendo as coisas à sua maneira. Tudo corre dentro do que se pode chamar de normalidade, até a chegada de um novato à escola no meio do semestre. Léo mal chegou e já se enturmou com os populares da sala.___Uma aula de Literatura. Uma provocação em público. Um acontecimento improvável. O que mais poderia acontecer?___Mas nem tudo nessa história é o que parece.___E uma coisa é certa: os porquês de Carol vão tocar fundo em você! ____Uma leitura leve e fluida, que fala de amor, amizades, confissões, segredos e problemas que todo mundo enfrentou na adolescência (bullying, padrões, aparências, aceitação, divórcio dos pais, traumas...).
IdiomaPortuguês
Data de lançamento15 de fev. de 2023
ISBN9781526024688
A Garota da mochila púrpura: Três mil e oitocentos passos e alguns porquês ao vento
Autor

Mah Romarics

Mah Romarics escreve contos, novelas e romances. Criou o Projeto 'Leia um Conto” com o objetivo de publicar uma coleção de contos variados (e gratuitos) como opção de leitura e incentivo ao hábito de ler.A primeira série “Um Ponto no Conto” já tem três livros que podem ser adquiridos gratuitamente na Amazon, no Google Play e em outras plataformas.Mah Romarics adoraria ler seus comentários, então, fique à vontade! Visite também seu perfil no Instagram @mahromarics e seus livros no Skoob.

Leia mais títulos de Mah Romarics

Relacionado a A Garota da mochila púrpura

Ebooks relacionados

Romance para adolescentes para você

Visualizar mais

Artigos relacionados

Avaliações de A Garota da mochila púrpura

Nota: 0 de 5 estrelas
0 notas

0 avaliação0 avaliação

O que você achou?

Toque para dar uma nota

A avaliação deve ter pelo menos 10 palavras

    Pré-visualização do livro

    A Garota da mochila púrpura - Mah Romarics

    cover.jpg

    A garota da mochila púrpura

    Três mil e oitocentos passos e alguns porquês ao vento

    Mah Romarics

    Copyright © 2020 Mah Romarics

    Todos os direitos reservados.

    Título original: A garota da mochila púrpura

    1ª Edição 2020

    Nenhuma parte desta obra de ficção pode ser reproduzida ou utilizada de qualquer maneira ou por qualquer meio, eletrônico ou físico, sem permissão por escrito, com exceção de citações curtas.

    Revisão e Editoração: Mah Romarics

    Capa: Mariana Oliveira

    Dedico este livro a todos os jovens - de corpo e de espírito - que não esqueceram seu primeiro amor; aos que tiveram amnésia também; a todos que já choraram por uma paixão impossível; aos que tiveram o coração partido; aos que chutaram o balde; a todos os que acharam que era para sempre; aos de coração mole (como eu!); a todos que se sentiram abandonados; aos que já se sentiram diferentes; a todos os nerds (que dominarão o mundo!); aos que precisaram de ajuda para passar de ano; aos que foram para a diretoria; aos que se sentiram excluídos; a todas as garotas de cabelos cacheados; aos que sofreram bullying; a todos os que têm nomes esquisitos (culpa dos pais!); aos que tem um amigo exageradamente sincero; aos que aprenderam a ser irônicos e sarcásticos (sem se tornarem chatos!); a todos os que cometeram erros (ou loucuras!); aos que ralaram o joelho; aos que já se vingaram de alguém; aos que perdoaram também; aos que contam passos; aos que sonham mudar o mundo; e a todos os que leram o livro A Moreninha (só porque era obrigatório!).

    Agradecimentos

    Agradeço imensamente a Deus pelo dom da vida e pelos sonhos plantados no meu coração.

    Agradeço à minha família e aos meus amigos pelo apoio e por acreditarem nos meus sonhos.

    O que eu quero contar é tão delicado quanto a própria vida. E eu quereria poder usar a delicadeza que também há em mim, ao lado da grossura de camponesa que é o que me salva. Clarice Lispector.

    Seiscentos passos

    Por quê?. Um suspiro e uma pergunta atirados ao vento. E esse vento − ela recorre à memória de alguma aula de Geografia − é um minuano que vem de longe e sempre após as chuvas, atingindo a ilha num sopro seco e frio. A frieza é levemente amenizada pela distância percorrida desde a sua origem nas alturas perdidas até a beira da praia. Ele, o minuano, atravessa o calçadão que segue a orla de areia e alcança o outro lado da avenida à beira-mar, até a calçada por onde caminha a menina da mochila púrpura.

    As árvores ensaiam uma coreografia lenta, e as folhas caídas no chão são varridas ao arbítrio do seu regente. O vento é um menino travesso que, num carinho roubado, desalinha os cabelos ruivos da pequena que caminha de modo alheio ao seu divertimento. Parece até que ele também sopra perguntas no coração de Carol.

    Seiscentos passos dados. Carol avança com uma obstinação que sequer imaginava possuir. Seus passos firmes não desviam das folhas que dançam pelo caminho, e ela segue alheia ao pôr do sol, ao andar apressado das pessoas e até ao peso da mochila carregada de livros e cadernos em suas costas. Seu coração busca respostas para indagações doídas que, no íntimo, talvez nem ele nem seu orgulho queiram de fato descobrir.

    Mas de uma coisa ela tem certeza: o início dos eventos que culminaram nos acontecimentos da tarde se deu há quase dois meses, mais precisamente durante a apresentação dos trabalhos do segundo ano na conferência sobre o meio ambiente, realizada no auditório da escola.

    ***

    A equipe de Carol apresentava seu trabalho sobre o uso da água e sustentabilidade, enquanto uma turma de alunos fazia barulho no fundão do auditório. Estavam presentes todas as classes dos primeiros e segundos anos, e os professores empenhavam-se para manter a ordem e garantir o sucesso do evento.

    − Agora vamos mostrar como pequenas mudanças em casa contribuem para economizar água. – Carol tentava ignorar as gracinhas dos garotos e esforçava-se para lembrar de cada frase ensaiada enquanto apontava para os slides no telão. – Manter a torneira fechada enquanto estiver escovando os dentes, lavar o carro usando um balde em vez de mangueira, desligar o chuveiro enquanto ensaboa o corpo, fazer xixi enquanto toma banho para evitar dar muitas descargas...

    − Ô, Carol! – Um dos garotos gritou lá dos últimos assentos e a interrompeu. Era o Léo, o novato que acabara de ser transferido e que, como se podia ver, já estava totalmente enturmado. – Só uma curiosidade: a galera quer saber se você realmente faz xixi embaixo do chuveiro. 

    Parte dos alunos vaiou, parte aplaudiu, enquanto os professores pediam silêncio. Ela, porém, não se deixou intimidar.

    − Qual é o seu problema, garoto? – Carol respirou fundo, contou até três e esforçou-se para manter a voz firme. – É por causa de pessoas como você, aliás, como vocês, sem o mínimo de consciência ambiental, que o mundo está como está, ou seja, de mal a pior.

    Dessa vez unânime, a plateia ovacionou. Carol controlou a respiração e esperou o silêncio retornar. Por pouco não se parabenizou por ter conseguido dar aquela resposta. Se a tentativa deles foi tirá-la do sério... quase conseguiram. Mas ela precisava ser forte, não podia se esquecer da promessa que fizera a si mesma. 

    A apresentação só continuou após a intervenção da diretora, que com custo conseguiu acalmar os ânimos dos alunos. Mas, do meio do auditório, ouviu-se ainda uma última provocação:

    − Dá-lhe Carol de alma verde!

    ***

    Em passos rápidos, Carol e Darquinha percorriam o corredor, buscando a saída do pavilhão. Se corressem, talvez desse tempo de passarem na biblioteca e procurarem o primeiro dos três livros a serem lidos no bimestre, antes que a mãe de Carol, que era uma das professoras da escola, chegasse ao estacionamento e ligasse o carro. O combinado era nunca demorarem na saída.

    − Nossa, amiga, que resposta aquela, hein? Eu nunca conseguiria falar daquele jeito com o Léo, aquele príncipe lindo, maravilhoso... – Darquinha, eufórica, tentava acompanhar Carol. – Acho que morreria se ele falasse comigo.

    − Ai, que exagero, Darquinha. – Carol revirou os olhos e arrumou a mochila sobre os ombros. – Ele é só mais um filhinho de mamãe, igual à maioria dos garotos dessa escola, percebeu como ele se encaixou direitinho na turma do Rafa?

    A amiga soltou um suspiro e abraçou o caderno. Depois sacudiu o cabelo e arrumou a franja. Ela idolatrava aquele cabelo de Cleópatra, sem um fio sequer fora do lugar. Um contraste com o cabelo ruivo

    Está gostando da amostra?
    Página 1 de 1