Espiritualidade Apocalíptica: O Apocalipse ao alcance de todos

De Valtair Miranda

Quem não quer saber como e quando será o final dos tempos? Filmes, livros e documentários são lançados mensalmente sobre o tão terrível e misterioso dia do Apocalipse.Neste livro, entretanto, seu autor oferece um olhar diferente sobre este tema, iluminando os aspectos sombrios com uma espiritualidade que promove esperança e fé.As páginas desta obra, além de excelente introdução ao Apocalipse de João, apresentam uma interpretação das principais passagens do livro, bem como recomendam estratégias de leitura e aplicação do último livro da Bíblia.Leitura indispensável para os curiosos e interessados no tema, mas também para os especialistas no estudo do Apocalipse.

• Idioma: Português
• Editora: Litteris
• Data de lançamento: 10 de mar. de 2022
• ISBN: 9786555730265

Valtair Miranda

Valtair Afonso Miranda é graduado em Teologia pela FTSA; graduado e licenciado em História pela UNIVERSO; Mestre em Teologia pelo STBSB; Mestre em Ciências da Religião pela UMESP; Doutor em Ciências da Religião pela UMESP; Doutor em História pela UFRJ. É professor de Novo Testamento e História da Igreja na Faculdade Batista do Rio de Janeiro, onde atua como Diretor Acadêmico. Atualmente desenvolve pesquisas sobre história da leitura da Bíblia e grupos milenaristas. É autor de várias obras, entre elas O Caminho do Cordeiro (Paulus Editora), Fundamentos da Teologia Bíblica (Editora Mundo Cristão), Lutero: História, Poder e Palavra (Fonte Editorial), Mártires e Monges: milenarismos antigos e medievais (Kapemke) e Atos Apócrifos de Pedro (Paulus Editora).

Pré-visualização do livro

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Copyright© 2019 by Valtair Miranda

Direitos em Língua Portuguesa reservados ao autor através da

LITTERIS®EDITORA.

ISBN: 978-85-374-0452-2 (livro impresso)

ISBN: 978-65-5573-026-5

Capa - Fotolia.com: Abstract planets and space background © Sergey Nivens

Ilustrações de miolo gentilmente cedidas por Hudson Silva (RJ)

Revisão: José Mauro de Freitas

Editoração: Litteris Editora

Conversão: Cevolela Edition 

CIP - Brasil. Catalogação-na-fonte

Sindicato Nacional dos Editores de Livros, RJ.

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Beatus

qui custodit

verba prophetiae libri hujus.

PREFÁCIO

O Cristianismo é uma religião que, necessariamente, exige de seu seguidor algo além da auto identificação. Isto significa que o cristão não o é porque assim o diz. Em outras palavras, o fato de o indivíduo dizer Eu sou cristão não o torna, de fato, um seguidor do Cristianismo. É bem verdade que, para análises quantitativas, ou seja, para avaliarmos o número de pessoas que compõem um grupo religioso ou ainda frequentam uma igreja ou organização, utilizamos a auto identificação e a quantificação de dados. Contudo, estes dados quantitativos não nos permitem analisar, muito menos avaliar, se o indivíduo é, realmente, um seguidor de Cristo ou apenas um frequentador ou simpatizante da crença.

Isto ocorre porque há uma importante diferença-chave entre ser crente e ser cristão. Podemos classificar o crente como aquele que reconhece a existência ou importância de algo. O eu creio em Cristo é um passo relevante, ou melhor, fundamental para a caminhada cristã, mas não basta! O chamado de Cristo não é apenas para reconhecermos sua importância e considerarmos o que ele fez. O chamado é para o seguirmos, para sermos seus discípulos, para o conhecermos e sermos iguais a Ele, isto é, para sermos cristãos! Portanto, o Cristianismo não é uma religião que se basta da crença, mas exige o conhecimento. O Cristianismo é uma fé formada por discípulos de Cristo.

A palavra discípulo, sinônimo de aluno ou estudante, vem do grego mathetés e significa aquele que faz um esforço mental para aprender algo. No tempo de Jesus, quando um discípulo era convidado a seguir um Mestre, este aluno iria deixar sua casa e sua família e dedicar sua vida a ser igual a seu mestre, engajado em um processo de saber o que o mestre sabe, de fazer o que o mestre faz.

Portanto, ser discípulo é se engajar em um processo de aprendizado. Assim, sendo cristãos, ou seja, sendo discípulos de Cristo, nosso objetivo se baseia em sermos iguais a Jesus, sabendo o que Ele sabe, fazendo o que Ele fez. E, para isso, é preciso conhecê-lo. E o conhecimento é uma via que exige a) experiência (relacionamento); e b) estudo. A experiência, ou relacionamento, é algo pessoal, subjetivo, que vem no dia-a-dia, no silêncio do quarto, na oração individual, no jejum pessoal, e no tempo investido. Já o estudo é algo que exige leitura, interpretação e aplicação das Escrituras Sagradas. Nós, cristãos, entendemos que Deus se revela a nós em sua Palavra, mostrando-nos quem Ele é, quem nós somos, quem e como devemos ser. O Estudo da Palavra é uma exigência do discipulado, assim pois, não é possível ser como o Mestre, sem estudar seus ensinos, palavras e ações. Nesse sentido, o estudo das Escrituras não é uma sugestão, mas uma obrigação de todo cristão.

Todavia, este estudo não é um processo simples, nem tampouco fácil. No tempo de Jesus, por exemplo, um discípulo não deveria se engajar sozinho no estudo das Escrituras. Era necessário a presença de um mestre para guiá-lo e auxiliá-lo neste caminho, mostrando-lhe a melhor forma de interpretar e entender a Revelação de Deus. Se os judeus, há mais de 2000 anos, reconheciam a necessidade da guia de um mestre no caminho do aprendizado, precisamos também reconhecer a importância do auxílio neste processo. De fato, há, atualmente, maiores dificuldades para tal estudo, começando com a diferença linguística, passando pela distância cultural e adicionando a distância temporal e a quantidade de teorias e leituras distintas. Por outro lado, há outros instrumentos que facilitam e auxiliam o estudo, como o acesso às informações, descentralização do conhecimento e registro das análises realizadas por estudiosos da Palavra. Desta forma, termos instrumentos que nos auxiliem no discipulado e no estudo das Escrituras Sagradas é fundamental para o crescimento e amadurecimento cristãos. É preciso estudar para conhecer, conhecer para crescer, e crescer para cumprir a vocação cristã de sermos iguais ao nosso Mestre.

Indubitavelmente, a Bíblia é um conjunto de livros de distintas estruturas, formas e tipos literários, apresentando diferentes focos, personagens e histórias. Contudo, todos carregam a inspiração divina e a capacidade de nos revelar algo sobre Deus, e sobre sua graça e amor. Por outro lado, nem todos os livros possuem a mesma facilidade de entendimento, exigindo maior esforço mental para a real compreensão e análise de seu conteúdo. Entre os livros que carregam o estigma de difíceis de compreender, destaca-se o último livro da Bíblia, o Apocalipse de João. É certo que a leitura de Apocalipse não é tarefa simples, mas isso não diminui a importância deste livro, tampouco sua capacidade de nos revelar mais sobre Deus, fazendo essencial seu estudo para sermos cristãos maduros e discípulos verdadeiros do nosso Senhor e Salvador.

Assim, este livro que você tem em mãos é um excelente instrumento para o aprendizado e estudo do livro de Apocalipse. O autor deste livro, o pastor, professor e doutor Valtair Miranda tem sido uma importante mente e voz no estudo das Escrituras, seja em seu trabalho como diretor acadêmico na Faculdade Batista do Rio de Janeiro, seja na produção acadêmica científica de importante influência no campo do estudo da religião. Há mais de uma década, os estudos e livros do pastor Valtair a respeito do livro do Apocalipse têm sido ferramentas para a elucidação, interpretação e aprofundamento da compreensão desta porção das Escrituras. Seu trabalho tem proporcionado um melhor entendimento de sua teologia, interpretação, natureza da linguagem, aspectos históricos e objetivos centrais.

Nesta obra, o professor Valtair elabora um livro com foco na exposição bíblica, desenvolvendo uma interpretação dos textos, e propondo uma aplicação pessoal a partir de tal exposição e interpretação. De fato, o autor se preocupa em apresentar um tipo de leitura do Apocalipse que vá além da leitura histórica e futurista. Propondo, então, uma visão que reflita o passado do povo de Deus, o presente momento vivido por este mesmo povo no