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E-book314 páginas4 horas

COMO CONQUISTAR VOCÊ

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Sobre este e-book

Laura Diana Torres — conhecida também como Diana Guerra —, é uma jovem aparentemente reservada e observadora. Diana é apaixonada por Caio Vinicius, seu colega de infância e patrão. Infelizmente, ela nunca teve coragem para se declarar. Porém, tudo muda quando Caio Vinícius pede a ajuda dela para algo importante. Será que realmente vale tudo por amor? Embarque com Diana nesta descoberta.
IdiomaPortuguês
Data de lançamento3 de abr. de 2023
ISBN9781526041548
COMO CONQUISTAR VOCÊ
Autor

Dayane Ataide

Dayane Xavier nasceu em Maceió, Alagoas, no ano de 1996. Começou a escrever romances aos 14 anos, atualmente publica seus livros virtualmente pela Editora Bibliomundi. Seu romance Os teus olhos é destaque no seu trabalho de escritora.

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    COMO CONQUISTAR VOCÊ - Dayane Ataide

    Queridos leitores,

    O amor está nas coisas simples do dia a dia. Atentem-se aos sinais!

    PRÓLOGO 

    MARÇO.

    Sopro a fumaça que sai do meu achocolatado. A noite está fria e o céu nublado. Do quarto do meu pai consigo ver a janela do quarto do Caio. Ela está fechada, mas a luz está acesa. O vento sopra frio e eu fecho os olhos.

    – Estou com saudades de ver o seu sorriso tímido, Caio Vinícius. – Penso e em seguida abro um sorriso.

    Apaixonar-se pelo patrão parece ser clichê demais, mas essa é a minha realidade! Trabalho na casa da dona Vivian, que é a avó dele, há 2 anos. Minha avó Ana a ama muito, e elas são melhores amigas! Graças a dona Vivian, posso ajudar meu pai e a minha avó. Há um mês venho ajudando Caio a conquistar Victória. Não está sendo fácil, mas estou fazendo isso por ele. Acho que amar é isso... é você querer ver a pessoa que ama feliz. Caio Vinícius ainda é um solteirão de 30 anos. Quando sorri, me desmonta toda.

    Chamo-me Laura Diana Torres, sou conhecida também como Diana Guerra. Por que Guerra? Porque é um sobrenome que me define por tudo que passei na vida. Minha vida é e foi uma Guerra!

    Alguém desliga a luz do quarto.

    – Será que foi você?

    É domingo, mas a pizzaria dele funciona normalmente. Eu o considero um viciado em trabalho; abro um sorriso e tomo mais um gole do achocolatado.

    Está na hora de apresentar-me melhor:

    Meu nome é Diana Guerra, e esta é a minha história de amor.  

    Autora de:

    .... Se algum dia me perguntarem como me apaixonei por você, direi que foi quando eu vi os teus olhos.

    Os teus olhos faz parte de uma duologia, 12 mil pessoas leram ou estão lendo ele no App Play livros.

    CAPÍTULO 1 🌺

    Fevereiro.

     Sinto Alguém soprar meu rosto. – Vamos, acorda! O celular alarmou 2 vezes, Já são 6h40. – Ao escutar 6h40, abro os olhos rapidamente e vejo o meu pai sorrindo. Seus dentes brancos me fazem bater os cílios com rapidez.

    – Como consegue acordar tão sorridente?

    – Sorrir pela manhã nos motiva a sorrir pelo o resto do dia. Você deveria tentar esse método. – diz ele indo em direção a porta. Saio do quarto e corro para tomar banho. O banheiro está localizado na cozinha; e antes de entrar no banho minha avó diz:

    – Trabalhar perto de casa nos faz perder muito tempo. Meu pai e meu irmão David se seguram para não rir.

    – Deixa a Diana, vó! A coitada trabalhou até 20h ontem. – diz ele me olhando de um jeito malicioso, porque sabe muito bem que não fui trabalhar. Dona Vivian precisou de mim para organizar a feira do mês no armário novo. E como moro ao lado, não vi problemas em ir ajudar. Paro na entrada do banheiro com uma postura nada boa.

    – Hoje está fazendo frio, vó. Quem consegue acordar na hora quando está chovendo? – digo.

    E olhando para mim, dizem:

    – Ela tem razão!

    – Ah! – Resmungo.

    Ao sair do banho, encontro meu irmão na cozinha. – Está se sentindo muito cansada? – pergunta ele. David e eu somos gêmeos. Sou a mais bonita, óbvio.

    – Um pouco. – respondo me tremendo de frio. Ele me olha com preocupação e diz:

    – Se estiver demais para você, pare.

    – Não se preocupe comigo – tento passar tranquilidade. – Dona Vivian é da família, não vejo problema em ajudá-la.

    – Mas os domingos são para descansar. Seu trabalho lá já é pesado. – diz ele tomando um gole de café. – Você tem que descansar.

    – Eu sei! Mas ela realmente precisou de mim.

    David assente e abre um meio sorriso. Ele trabalha no shopping, nosso pai como Uber e dessa forma todos nós ajudamos a vovó. Começo a me arrumar.

    Em cima da cama está meu uniforme de trabalho. Dona Vivian comprou uniformes para dona Josefa e eu. Tenho sentimentos profundos por Dona Josefa; ela é doce e meiga. Sempre me olha com tranquilidade e me conforta. É a mãe que nunca tive, tem uns dos abraços mais aconchegantes, depois do meu pai. Me observo no espelho com o uniforme branco e cinza. Ele é delicado, apesar de ser uma roupa para trabalhar. Nesta manhã decido ir de cabelo solto. Por isso, resolvo fazer uma trança. – Estou branca como um papel! – balbucio passando a mão na pele. Tenho o cabelo na cintura, rosto oval, olhos castanhos claros, sobrancelhas marcantes, boca carnuda e um pequeno sinal próxima dos lábios. – Assim está ótimo! – sussurro. Sempre que vejo meu reflexo, pergunto-me com quem me pareço de verdade. David e eu fomos adotados por meu pai, Luiz. Infelizmente não pôde ter filhos e por isso nunca conseguiu se casar. A única mulher que amou de verdade, foi uma moça que conheceu no colegial. Mas infelizmente ela veio a falecer em um acidente de carro. Ele não gosta de falar sobre o assunto, mas ao pensar nela sorri. Meu pai diz que ela o conquistou nos detalhes, com coisas do dia a dia. Tímido e de um coração enorme, conquista todos ao seu redor. Depois da morte dela, ele nos adotou. Tínhamos apenas 3 anos na época. Não posso me queixar, ele é um exemplo e nós o amamos muito! Abro a porta do guarda roupa, colocando a mão no queixo, faço uma disputa mental para escolher qual perfume irei usar. Eu tenho um vício: sou maluca por perfumes! Naquela disputa mental, escolho o Gold da O Boticário. Quando saio do quarto, avisto meu irmão, que está sentado em frente. Já minha avó, conversa com o gato.

    – Tenha um ótimo dia, gata! – diz David. Ele está todo arrumado e perfumado. Ele sou eu em forma masculina. Mas confesso que tem um charme a mais. Seu cabelo castanho bem penteado, sua barba bem feita e sua postura de homem descolado e maduro chamam atenção.

    – Bom trabalho para você também, bonitão. – digo dando um beijo na bochecha dele. David sorri. – Agora é hora de dar um beijo na senhorinha mais linda que eu conheço! – digo indo em direção a minha avó. Ela ama meus beijos molhados.

    – Eca! Você me babou, Diana! – ela limpa meu beijo. Viu? Ela ama mesmo. David gargalha.

    – Cadê o pai? – pergunto olhando para ele.

    – Foi trabalhar. Recebeu uma ligação de uma moça que estava indo viajar. Não teve tempo de se despedir.

    – Ok. – respondo, dando um sorriso fraco.

    Antes de sair, paro para observar as zínias da minha avó. Zínias me encantam. Elas estão lindas e brilhantes por causa da chuva da noite passada. Quando abro o portão, vejo o carro do Caio Vinícius estacionado em frente a minha casa. – Ele ainda está em casa! – sussurro. Escuto um barulho no portão da casa da dona Vivian, e imediatamente sinto o cheiro do seu perfume forte. volto para dentro de casa e fecho o portão devagar. No portão da casa da minha avó tem uma brecha que me permite ver a rua. Caio vem até o carro, e colocando as mãos no quadril, para. Ele está vestindo uma camisa amarrotada e calça social folgada com tênis. – Credo! – penso. Ele tem problemas em relação a se vestir bem. Ele é lindo, mas as roupas que anda usando deixam a desejar. De repente, sinto alguém me cutucar na cintura.

    – Meu Deus! – salto do susto e coloco a mão na boca.

    – Quem você está observando pela brecha? – questiona David, sussurrando.

    – O Caio! – Chega pra lá – diz ele. – Credo! Que roupa é essa? – ele fala, mas permaneço calada. Em minha mente está a imagem do Caio colocando a mão no quadril. O cabelo ondulado dele está brilhando a esta manhã. – Que perfume ele deve usar? – me pergunto.

    – Oi? – sussurra meu irmão. – Diana! – diz ele me sacudindo de leve. – Volta para terra!

    – Desculpa! Estava pensando em outra coisa.

    – Você fica estranha quando vê o Caio – diz ele cruzando os braços e estreitando os olhos.

    – Impressão sua.

    – Sei... Bom, vai logo. Você está atrasada.

    – Ok – digo, e me recompondo, abro a porta.

    Mas assim que abro, dou de cara com ele.

    – Bom dia! – diz ele. Nos encaramos por alguns segundos. Meu coração acelera, e o cheiro dele entra no meu nariz e faz morada.

    – Bom dia, Caio. – dou um sorriso fraco.

    – Vim trazer as chaves para você. A vó saiu cedo com a dona Josefa. Por volta das 12h elas estarão em casa.

    – Ok – respondo ainda o encarando. Caio faz o mesmo, mas vejo que isso o intimida e ele abaixa a cabeça.

    – Então é isso... Até mais. – se despede ele.

    – Bom trabalho! – ele assente.

    Espero ele sair com o carro. Há muito que não o encontro pela manhã porque ele sempre sai cedo para a pizzaria.

    – Tenta disfarçar mais. – diz meu irmão atrás de mim e me assusta. Eu dou um cascudo nele.

    – Mais um susto desses e eu bato em você! – digo ameaçando.

    – Mas você acabou de me bater! – diz ele indignado. Eu puxo a porta e fecho.

    – Tenta não fazer cara de bobona na próxima! – grita ele.

    Eu reviro os olhos e vou trabalhar

    🌼

    Dona Josefa está na cozinha organizando tudo para o almoço. Depois de se consultar com o médico, dona Vivian foi visitar a mãe do Caio. Havia limpado o quarto dela e só faltava o dele. Abro a porta do quarto e tudo está desorganizado. – Ah não! – resmungo. Pego as camisas que estão em cima da cama, e o perfume dele exala em cada uma delas. A medida que organizo, pego uma calça, e do bolso dela, cai uma foto. Na fotografia, uma loira sorridente joga a cabeça para trás enquanto sorri. Ela tem olhos azuis, o mar atrás de si traz tranquilidade. Segura o chapéu enquanto sorri e faz pose para a foto que foi tirada da cintura para cima.

    – Victória. – diz dona Josefa atrás de mim e eu tomo um susto.

    – Quem? – questiono, franzindo a testa. Ela sorri.

    – Victória. Caio Vinícius está obcecado por ela! – Engulo em seco. Desde que conheço Caio, nunca o vi com alguém. E desde que trabalho aqui, nunca vi nada que desse a entender alguma coisa.

    – Inacreditável. – digo soltando a calça e permaneço com a foto em mãos. Eu olho atentamente para aquela garota e sinto meu coração pulsar.

    – Inclusive – continua ela, entrando no quarto, e pegando a foto da minha mão, prossegue: – Hoje vou precisar que você fique até mais tarde. Caio vai dar um jantar para esta moça aqui! – fico boquiaberta.

    – Uau! Isso vai ser interessante. – digo.

    Josefa gargalha e antes de sair do quarto diz:

    – Você não vai querer perder essa. Também estou surpresa!  

    CAPÍTULO 2 🌺

    Os sinais.

      Olho a hora no relógio e já são 18h50, ouço Caio chegar. Dona Josefa e eu estamos organizando a mesa para noite especial. Ele entra, e quando chega na sala de jantar e nos encontra a organizando, para. Seus olhos brilham de tamanha satisfação. – Está lindo, meninas! – ele morde os lábios. Me derreto ao vê-lo fazer isso. Sua camisa não está mais amarrotada, mas aquela calça social, larga, e com tênis... Hum... É complicado! Inclino a cabeça um pouco para o lado e o observo de cima a baixo. 

    – Pode parar de me olhar assim, Diana! – eu pisco rápido, voltando a realidade.

    – Desculpa. – digo. – Eu só estava pensando.

    Ele olha para cima e logo em seguida, mordendo os lábios mais uma vez, volta sua atenção para mim.

    – Ok, Ok. – resmunga ele. – Pode, por favor, pegar aquelas rosas no quarto da vovó e as colocar em cima da mesa?

    O quê?, penso. Aquelas são falsas, Dona Vivian ama rosas. E assim como minha avó, decora a casa com muitas flores. Tem flores no quarto, na cozinha, na sala... As de dentro de casa são falsas, as do Jardim são zínias.

    – Ok. – respondo e ele assente. Olho para dona Josefa, e a encontro de cabeça baixa, se segurando para não gargalhar.

    – Minha amiga vai chegar às 19h30. – ele avisa, com timidez. Faço cara de paisagem tentando fingir que não estou entendendo nada.

    – Pode deixar, Caio! – responde ela, sorridente. Por causa da luz da sala de jantar, que é um pouco amarelada, os olhos de Caio mudam de cor tornando-se esverdeados. 

    – E não se preocupe, Jô, hoje eu levo você em casa! – diz ele. 

    Dona Josefa sorri e assente. Quando se retira, sem fazer contato visual, e entra no quarto, Josefa aproveita a oportunidade e faz o seguinte comentário:

    – Que roupa é aquela? – eu não aguento e começo gargalhar.

    – Acho que ele precisa de ajuda com as roupas!

    🌼

    Enquanto ele toma banho, me apresso para pegar algumas zínias no Jardim. Não podia apanhar as falsas, isso seria um absurdo. Caio vai me agradecer no futuro por isso! Pego as zínias de cor rosa e as coloco em um vaso transparente. As posiciono no meio da mesa.

    – Minha avó vai matar você.

    – Droga! Será que todos resolveram me dá susto hoje? – protesto.

    – O que você tem? 

    Dou meia volta e o observo. Ele está com a mesma roupa do trabalho. Estranho... talvez não tenha se preocupado em passar na casa da mãe para pegar uma roupa. Eu fecho os olhos lentamente e respiro fundo. Meu Deus, por que ele está vestido assim para um encontro?, penso.

    – Você está bem? – questiona ele se aproximando.

    – Estou. – digo desviando o olhar dele.

    Caio respira fundo, e olhando a hora no relógio, se alonga. Ele levanta os braços e a sua camisa sobe um pouco. Com isso, eu o observo novamente e vejo que ele está usando havaianas. Caio puxa uma cadeira e se senta. Ele busca o celular e o acessa. Imediatamente, eu olho para os seus pés. Ele está encolhendo os dedos dos pés e segura o lábio inferior com os dentes. Olho a hora no relógio e vejo que já são 19h20. Caio suspira mais uma vez. Observo o pulso dele. Consigo ver ele pulsar com rapidez, e com isso, sei que o seu coração está acelerado.

    – Relaxa. – digo, e ele levanta a cabeça perplexo. Eu não faço contato visual.

    – Oi? – ele diz com ironia.

    – Você está muito nervoso. Tente ficar mais tranquilo. – falo enquanto arrumo as flores. Ele respira fundo novo, e diz:

    – É que... eu nunca trouxe uma mulher para cá. Estou meio perdido...

    – Não se preocupe, vai dar tudo certo.

    – Eu espero. – ele se encosta na cadeira. – Mas por que você me olhou estranho quando eu apareci aqui, têm algo de errado comigo? 

    – Óbvio que não. – minto. – Só tente não ficar tão nervoso. Vai acabar espantando a moça. Ele abaixa a cabeça e solta um risinho.

    – Mas eu não estou nervoso. – ele olha para os pés. Eu o encaro novamente. Não dá para acreditar que um homem de 30 anos, que parenta ser tão vivido e decidido, está recebendo conselhos amorosos neste exato momento.

    – Ei! – digo, e ele me olha. – Eu não vou embora enquanto ter certeza de que tudo está perfeito.

    – Obrigado, Guerra! – agradece ele, com o semblante de alívio.

    Como ele disse, a campainha tocou às 19h30. Caio olha para mim e levanta rápido. Finjo que vou para cozinha, mas quando ele vai abrir a porta, vou de fininho bisbilhotar. Através da janelinha na porta da sala, vejo Caio parado ao lado do carro no jardim. Ele coloca as mãos atrás da cabeça, e olhando para cima, suspira. A campainha toca mais uma vez. – Já vai! – diz ele indo em direção a porta. Ele segura na maçaneta, e fechando os olhos, abre. Quando faz isso, Victória o encara séria. Ela está de calça jeans branca, blusa rosa bebê, sandálias brilhantes e com uma bolsa pequena. O cabelo dela é loiro e está curto. Sua maquiagem é discreta. Seus olhos chamam atenção por serem azuis.

    – Nossa, você está linda! – elogia ele. Victória abre um sorriso sem graça, e o encarando de cima a baixo, diz:

    – E você está confortável demais!

    Fecho os olhos sentindo o impacto daquelas palavras em mim. Aquilo foi péssimo! Caio sorri olhando para baixo com muita vergonha.

    – É... Entre, por favor. – pede ele.

    Quando os vejo se aproximar, corro para cozinha. Abraço dona Josefa por trás e ela se assusta.

    – Menina, o que é isso? – diz ela se virando.

    – A menina é linda! Caio a elogiou dizendo que ela estava bonita. Mas a sua resposta foi mortal como uma espada de dois cumes: E você está confortável demais! – relato e respiro fundo, pois falei muito rápido.

    – Essa foi ruim! – ela espreme os olhos.

    – Sobre o que vocês estão fofocando? – pergunta Caio chegando de surpresa na cozinha. Me calo de imediato e dona Josefa se segura para não rir.

    – Nada demais. – responde ela. – O bacalhau já está pronto. Já podemos servir o jantar?

    – Por favor! – diz ele. – E não esqueçam do suco e do vinho. Dona Josefa assente.

    – Está tudo bem com você? – pergunta ele me olhando.

    – Uhum. – balanço a cabeça, fazendo sinal de sim.

    – Você está vermelha. – ele diz. E antes de sair, me lança um olhar forte.

    Quando ele se direciona para sala de jantar, dona Josefa e eu começamos a rir.

    – Vamos! – murmura ela. – Eu vou levar o bacalhau e você traz o suco e o vinho.

    – Ok...

    Sigo dona Josefa e logo Victória me observa. Eu faço o mesmo. Ela me acompanha com os seus olhos azuis, me observando freneticamente. E, para acabar com aquela cena constrangedora, abro um sorriso. – Que olhos lindos. – Elogio, colocando o suco e o vinho à mesa.

    – Obrigada! – responde ela sem jeito. Se o objetivo dela ao me encarar daquela maneira era me intimidar, ela falhou.

    – Pensei que o cardápio seria pizza. – ela comenta e Caio dá um sorriso sem graça. Chego mais perto dele e organizo a taça de vinho. Caio está mexendo as pernas sem parar.  Não consegue disfarçar o nervosismo?, penso comigo mesma e lanço um olhar forte para ele. Caio me olha e ajeita a postura.

    – Talvez na próxima vez a gente coma pizza. – diz ele.

    – Hum. – ela levanta as sobrancelhas. E na tentativa de ajudá-lo, pergunto:

    – O que você prefere, suco ou vinho?

    – Vinho. – diz ela rapidamente e Caio tira uma mecha do seu cabelo ondulado que desliza em sua testa.

    – E você Caio, o que vai querer beber? – pergunto.

    – Prefiro suco de laranja. – diz ele olhando para o prato. Coloco vinho para ela e suco para ele.

    – Qualquer coisa é só chamar. – diz dona Josefa e sai. Na cozinha, dona Josefa lava a louça. Eu pego um pano para enxugar.

    – Ela não está afim dele. – digo.

    Ela solta um risinho.

    – E como você sabe, Diana?

    – Tem que saber observar e entender os sinais. – digo me esticando para bisbilhotar.

    – Menina! – ela me repreende e bate no meu braço. – Nem tudo que parece ser é.

    – Por isso que eu digo com toda certeza que ela não está tão afim!

    – Ok... E como você sabe?

    – É simples... Ela está confortável demais. Toda mulher que está afim de um cara, na presença dele, fica desconfortável... Tímida, e Victória não está! – digo bisbilhotando novamente. – Ela o encara para intimidar; é como se estivesse no controle de tudo, como se soubesse que o tem em suas mãos. Por exemplo – tento me explicar. – Venha aqui, por favor. – eu a puxo de leve. – Ela toma vinho jogando a cabeça para trás, como se não se importasse com nada. Victória percorre repetidamente o olhar pela extensão da sala de jantar; mas não olha para o foco principal, que é ele. Quando uma mulher está afim de um cara, ela esquece do mundo e de tudo ao seu redor. Mas com ela não... Tudo parece ser mais interessante que Caio. Mas olhe para ele agora. – peço. – Veja! Ele não tira os olhos dela! Está puxando assunto, não se encosta na cadeira. Em vez de beber uma taça de vinho, bebe suco. Está sendo cauteloso para não ficar embriagado e falar bobagens.

    – Menina... Como você é observadora! – diz ela. – Com quem aprendeu isso?

    – É fácil, eu sou mulher. – me gabo. Nós duas começamos a rir.

    – Caio precisa tomar cuidado para não se machucar.

    🌼

    O jantar romântico durou 2h. Enquanto eles conversavam, ou tentavam, porque o único que parecia estar interessado em conversar de verdade era

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