Uma Mulher Pra Papai Noel
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Uma Mulher Pra Papai Noel - Samuel Kroschinski
Uma mulher pra Papai Noel...
Autor: Samuel Kroschinski
Rg: 3.734.954-2
Cpf: 553.302.909-53
Curitiba/ 2021
Esta História tem seu começo em Curitiba e revela uma menina Bianca que acredita e gosta muito além da conta de papai Noel, mas por um momento ela vai duvidar da sua existência. Isso a levará até o Polinho Norte pra ajudar a resolver o caso do sumiço do trenó de papai Noel. Só ela podia resolver, pois precisava ser uma criança pura e que tivesse ligação sentimental com o papai Noel. No meio de tudo isso Kloss Gritisby, o papai Noel se vê encantado por uma mulher depois de quase 1500 anos vivendo sozinho. Será que vai dar certo? Ainda tem o vilão, Triz que arquitetou um plano diabólico para tomar o lugar do papai Noel. Vai conseguir? Tudo isso e mais duendes, renas falantes, mini renas e muita magia para tornar sua vida um eterno natal.
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Contato : samuel.kroschinski@gmail.com
.
Em pleno mês de outubro em Curitiba pedimos licença para entrar no quarto de uma menina de 11 anos. Entramos sorrateiramente para não fazer barulho.
_ Chuá, chuá, chuá!
_ De novo esse despertador. Não agüento mais.
Bianca cobriu a cabeça com o cobertor e não deu a menor bola pro despertador.
_ Chuá, chuá, chuá!
_ Puxa! Despertador do celular é insistente. É pior que o relógio analógico de antigamente. Aquele tocava uma vez e parava. Agora o celular, Deus me livre, Toca, a gente não dá bola e ele volta a tocar até encher... Encher... Ih! A mãe disse pra eu não falar palavrão. Até encher a paciência.
_ Chuá, chuá, chuá!
_ Me esqueça celular.
Bianca não tava com vontade de levantar e ir até a prateleira pegar o celular e desativar o alarme. Ela se virava na cama, esticava e encolhia as pernas e até o travesseiro colocou nos ouvidos, mas não adiantou, o celular era de boa procedência e o som do alarme era alto.
_ Hum! Parece que parou. Benza Deus.
Foi um minuto de completo silêncio.
_ Bianca! Hora de levantar, eu ouvi o despertador daqui e você nem se mexeu.
Bianca tirou a cabeça para fora do cobertor.
_ Como sabe mãe?
_ Simples! Não ouvi você batendo as portas ou as músicas que você ouve no volume alto.
_ Vamos, levanta Bianca!
_ Xi! É melhor atender, a mãe não é como o despertador que para de tocar. Ela vai ficar enchendo até eu levantar...
Bianca levantou com o cobertor envolto em seu corpo.
_ Que frio! Não dá pra deixar a aula pra amanhã?
_ Bianca! Já levantou?
_ Chuá, chuá, chuá!
_ Celular insistente! Vem cá.
Bianca desativou o alarme do celular.
_ Vou por o alarme pra depois que termina a aula.
Demorou um pouco e Bianca já estava na mesa.
_ Já se lavou?
_ Lavei as mãos e o rosto, o resto ta muito frio pra lavar. Mas tomei banho ontem, não precisa mais, né mãe?
_ Escovou os dentes?
_ Escovei até a roupa.
_ Eu perguntei dos dentes.
_ Escovei, mãe.
_ Deixa eu ver.
_ Pra que mãe, se eu vou sujar eles em seguida, não ta na hora do café?
_ Vamos, deixa eu ver!
Bianca tirou uma prótese dentaria e colocou em cima da mesa.
_ Tai mãe. Veja meus dentes.
_ Você deve ter puxado a seu pai. Esses não são seus dentes.
_ São sim, eu comprei ainda ontem.
Bianca abriu e fechou várias vezes a boca postiça.
_ Tec, tec, tec!
_ Tá bom assim?
_ Você não é uma menina má, só falta disciplina.
_ Lá vem! Com tanta disciplina na escola quer que acrescentem mais. Já não chega português e matemática? Essa então.
_ Você devia ser humorista. Gosta de fazer piada igual a seu pai. Só não sei onde ia arrumar tantos seguidores.
_ Dois eu já tenho, a senhora e o pai, bem, tenho mais a Audria, minha melhor amiga e o Fernando... Bem, bem, deixa pra lá...
_ O que tem esse tal de Fernando?
_ Nada mãe!
_ Como nada, Você não ia mencionar ele a troco de nada.
_ Mãe! Eu não fiz nenhum pagamento pra ele.
_ Eu não disse isso.
_ Hã, mãe! Você falou em troco.
_ Não desconverse.
_ Ele é um amigo.
_ Você sabe que ta muito nova pra algo a mais que amizade. E digo, você deve ter amizade de longe.
_ O que é amizade de longe?
_ Sem beijinho no rosto, sem abraço, sem pegação na mão. Tudo isso estimula. Começa assim e sabe Deus como termina.
Bianca sorriu.
_ Não sei de onde você tira essas coisas e depois sou eu a humorista.
_ Filha, olhe a hora, tome o café e reforçado por que você tem muita aula.
Bianca pegou a xícara de café com leite e adicionou uma colher de achocolatado.
_ Por que ta me olhando, mãe! A senhora não disse pra eu tomar um café reforçado? O chocolate é um alimento e tanto.
Bianca adorava tomar seu café com leite com uma colher de achocolatado.
_ Hum! Essa mistura fica boa demais.
_ Tenho que ter cuidado pra não dizer um pão reforçado. Daí você vai inventar de comer pão com pasta de amendoim e margarina.
_ Dona Olívia! Como advinhou? Fica uma verdadeira delícia. Me dá aqui o pão...
Bianca preparou o pão com pasta de amendoim doce e margarina e comeu. Repetiu.
_ Pronto mãe! Já vou indo.
_ Por que você leva o skate?
_ É, é, é por que lá na escola tem uma pista e na hora do recreio eu pratico.
_ Juizo hein!
Bianca saiu com um mochila de filhote de urso polar nas costas e com o skate na mão. Andou, andou, ela morava no bairro Hauer e sua escola ficava perto do terminal do Carmo. Ela passou por um mercado e entrou. Cumprimentou o porteiro, a fiscal e foi até a gôndola dos chocolates. Pegou duas barras de 90 gramas.
_ Hum! É uma delícia, com o dinheiro que não vou de ônibus pra escola eu posso comprar duas barras.
Bianca passou pela caixa que já a conhecia.
_ Ta levando o chocolate de hoje, Bianca?
_ Sim, não dá pra ficar sem. Eu já me acostumei.
_ Eu sempre digo, basta a coisa ser boa que a gente acostuma.
_ E chocolate é incrível.
Os olhos de Bianca se arregalaram. Ela pagou e pegou o rumo da ciclo via. Colocou o skate no chão e foi embora rumo à escola. Ela andava muito bem. Ia admirando os prédios que rodeavam a rua.
_ Os prédios são como árvores. São de pedra mas sobem para o alto. Os carros e os ônubus são como os animais que habitam as matas. As ruas são como os rios e as calçadas e ciclo vias são como os caminhos da floresta. Se o desmatamento continuar é isso que vai restar pra nós.
Bianca chegou na escola.
_ Olá Bianca!
_ Oi Audria!
_ O que ta fazendo na frente da escola?
_ Eu vim te falar que o Fernando perguntou de você.
Bianca tirou um espelho da mochila e começou a olhar sua face tim-tim por tim-tim.
_ Xi! Esqueci o batom! Jura? Perguntou o quê?
_ O que você faz pra tirar notas altas?
Bianca deu um soco na mochila.
_ Isso é pergunta que se faça? Por que não disse que eu colo.
_ Eu não!
_ Calma Audria! Eu sei que você não cola.
_ Não! Eu quis dizer que não podia falar que você colava.
_ Por que?
_ Ele podia perder o interesse por você.
_ Grande interesse... Se ele ainda perguntasse o que eu faço pra ser tão bonita, qual perfume eu uso, se eu gostaria que ele me levasse até minha casa, se toparia ir a uma lanchonete comer alguma coisa, um cinema depois Mas deixa pra lá. Olha aqui Audria, eu tenho uma surpresa pra nós duas.
_ Eu vou fingir que não sei!
Audria falou baixinho.
_ O que será, o que será?
Bianca tirou uma barra de chocolate, abriu e ofereceu a metade pra Audria.
_ Não sabia mesmo?
_ Não é por que todo dia durante 2 anos que você me dá chocolate que no dia seguinte você vai me dar também.
_ É, você tem razão. Vamos nos deliciar,