101 mulheres que mudaram o mundo
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101 mulheres que mudaram o mundo - Alice Ramos
África • Egito
Cleópatra
69 a.C. – 30 a.C.
A mais famosa rainha do Egito, Cleópatra VII Thea Filopator governou o Egito por 22 anos, após a morte de seu pai. Inteligente, perspicaz e muito simpática, era fluente em cerca de dez idiomas, comunicando-se facilmente com líderes de outras nações. Essas habilidades foram adquiridas desde sua infância, pois Cleópatra foi educada para assumir o trono. Para isso, tinha a biblioteca de Alexandria à sua disposição.
Na adolescência, já havia estudado retórica, a fim de se expressar com precisão e elegância. Todos esses aprendizados ajudaram a rainha em sua busca por restabelecer os costumes do Egito e do Oriente, que haviam sido, pouco a pouco, abandonados.
Há inúmeros mitos e lendas acerca da rainha, mas seu papel como uma das governantes mais inteligentes e empoderadas é, sem dúvida, o maior destaque em sua história.
Curiosidades
Cleópatra foi expulsa do trono por seu irmão mais novo, que temia o governo da rainha.
Para retornar ao trono do Egito, Cleópatra firmou uma aliança com Júlio César, general romano.
A rainha teve um filho com Júlio César.
Desenho da Cleópatra, com os dizeres: Rainha inteligente e empoderadaÁfrica • Nigéria
Chimamanda Ngozi Adichie
1977
Antes de se tornar escritora, Chimamanda Ngozi Adichie cursava Farmácia e Medicina na Universidade da Nigéria, mas queria estudar Comunicação e Ciências Políticas. Aos 19 anos, ganhou uma bolsa de estudos nessas áreas e se mudou para os Estados Unidos.
Apesar dos numerosos trabalhos publicados como professora doutora e administradora na Universidade da Nigéria, Chimamanda é mundialmente conhecida por seus livros, que têm forte apelo político e buscam trazer visibilidade às mulheres negras e africanas. Suas obras também abordam temas como racismo e pobreza.
Chimamanda dá muitas palestras sobre esses assuntos; algumas estão disponíveis em plataformas digitais e já foram vistas em pelo menos 46 línguas diferentes.
A escritora vem se destacando como uma importante voz para o feminismo e outras questões de relevância social.
Curiosidades
O livro Americanah foi selecionado pelo jornal The New York Times como um dos 10 melhores livros de 2013.
O livro Meio sol amarelo foi adaptado para o cinema e lançado em 2013.
A cantora Beyoncé incluiu uma parte do discurso de Chimamanda na canção Flawless.
Desenho de Chimamanda Ngozi Adichie, com os dizeres: Escritora e símbolo do feminismoÁfrica • Zimbábue
Tsitsi Dangarembga
1959
Tsitsi Dangarembga é uma escritora, dramaturga e diretora de cinema, com diversas obras nos campos literário, cinematográfico e teatral. Embora tenha nascido no Zimbábue, ela passou a infância e a adolescência na Inglaterra.
Depois de retornar a seu país de origem, Tsitsi ingressou na Universidade de Harare e escreveu um grande clássico da literatura africana: Nervous conditions. Uma vez que retratava as difíceis condições enfrentadas pela mulher no seu país, a obra de Tsitsi não foi bem-vista pelos editores. Com isso, ela conseguiu publicá-lo apenas na Inglaterra, façanha que lhe rendeu o título de primeira mulher negra do Zimbábue a publicar um livro em inglês.
Além de se destacar nos campos literário e cinematográfico, a atuação de Tsitsi no meio social é bastante relevante, pois ela participa de movimentos que visam garantir melhores condições e oportunidades para seu povo, em especial as mulheres.
A partir de sua experiência, a escritora e dramaturga acredita que, para melhorar a situação no mundo, é preciso que cada um atue nessa mudança!
Curiosidades
A obra Nervous conditions, publicada em 1988, foi considerada pela BBC como um dos 100 livros que moldaram o mundo.
Atualmente, Tsitsi vive com o marido e os três filhos no Zimbábue, local onde criou vários projetos que ajudam mulheres a se tornarem artistas e cineastas. Além disso, ela fundou a produtora Nyerai Films e o Festival de Cinema Feminino de Harare.
Desenho de Tsitsi Dangarembga, com os dizeres: Ícone da literatura e do cinema africanosÁfrica/América • Somália/Canadá
Ilwad Elman
1989
Ilwad Elman é uma ativista somali-canadense que ganhou repercussão no mundo por causa do seu engajamento no combate à violação dos direitos de mulheres e crianças.
Nascida em Mogadíscio, capital da Somália, aos 2 anos de idade Ilwad fugiu com a mãe e as irmãs para o Canadá por causa da insegurança que se instalava no país em decorrência da guerra civil. Seu pai, porém, decidiu ficar no país para ajudar órfãos e crianças-soldado com programas de apoio e reabilitação.
Por causa do ativismo, o pai de Ilwad foi assassinado. Assim, em 2010, apesar dos perigos ainda existentes, a jovem retornou à Somália com a mãe e as irmãs, para uma nobre missão: continuar o trabalho e o legado do pai.
Em um período de dez anos, Ilwad e a mãe construíram uma organização sem fins lucrativos chamada Centro de Paz Elman, onde promovem uma série de programas em prol do povo somali, como o programa Larga a arma, pega a caneta
, que ajuda milhares de jovens a se reintegrarem na sociedade, e o programa Irmã Somália
, que dá suporte a mulheres vítimas de violência doméstica.
Por sua corajosa atuação a favor dos indefesos, Ilwad se tornou um modelo em seu país. Um verdadeiro símbolo de paz, a ativista quer apenas uma coisa: um futuro diferente para os habitantes da Somália.
Curiosidades
Ilwad é reconhecida atualmente como uma das 100 vozes mais influentes da África.
Por seu trabalho na promoção da paz na Somália, a ativista foi laureada com o Prêmio África, promovido pela Alemanha, em 2020.
Desenho de Ilwad Elman, com os dizeres: Símbolo da pazAmérica • Argentina
Emilia Ferreiro
1937
Emilia Ferreiro é uma psicóloga, pesquisadora e escritora nascida na Argentina e radicada no México. Ela se formou em Psicologia pela Universidade de Buenos Aires e obteve doutorado pela Universidade de Genebra, onde contou com a orientação de Jean Piaget, difusor da pedagogia construtivista e um dos maiores estudiosos do século XX.
Os estudos de Emilia, que são focados nos processos de alfabetização das crianças e em suas dificuldades de aprendizagem, trouxeram um grande impacto para a educação, principalmente no contexto brasileiro.
Em suas pesquisas, Emilia defende a premissa de que, no processo de ensino-aprendizagem, as crianças têm um papel ativo. Portanto, são elas que constroem o próprio conhecimento. Nas próprias palavras da pesquisadora: Por trás da mão que pega o lápis, dos olhos que olham, dos ouvidos que escutam, há uma criança que pensa
.
A premissa defendida por Piaget e Emilia é tão revolucionária que implica uma mudança na metodologia de ensino. Isso significa que, na alfabetização, quem deve estar em foco não é a escola ou o conteúdo abordado, mas o próprio aluno e suas experiências.
Em virtude da vasta vivência na área da alfabetização, Emilia publicou uma série de artigos e livros sobre o tema. Além disso, graças às suas importantes contribuições para a educação, ela recebeu vários prêmios e honrarias.
Curiosidades
Entre as obras de Emilia, destaca-se a Psicogênese da língua escrita. Publicada em 1986, a obra coloca em xeque a metodologia tradicional do ensino da leitura e da escrita.
Uma das premiações recebidas por Emilia foi a Medalha Libertador da Humanidade. Ela foi outorgada pela Assembleia Legislativa da Bahia em 1994. Esse prêmio já foi atribuído a grandes personalidades, como Paulo Freire.
Desenho de Emilia Ferreiro, com os dizeres: Educadora revolucionáriaAmérica • Argentina
Eva Perón
1919-1952
Eva Perón foi uma famosa política argentina. Mesmo com poucos recursos e pouca instrução, aos 16 anos decidiu seguir carreira artística, estrelando filmes e radionovelas.