A branca de neve não é branca neste livro
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A branca de neve não é branca neste livro - Fabíola Augusta
dedicatória
às mulheres negras que batalham todos os dias para terem seu lugar de direito e ao sonho de podermos viver um dia sem que o racismo impere no planeta.
à amanda lovelace e à rupi kaur, por me inspirarem a trabalhar minha escrita e despertarem um lado poético que eu não fazia ideia de que existia.
prefácio
queridas brancas de neve, esta história poética tem como objetivo lhes proporcionar a visão e a lição de vida que apanhei muito para pôr em prática.
espero que aprendam e enxuguem o máximo possível de cada palavra preenchida de tinta no papel. que não passem pelo que passei e que não tenham de sangrar tanto quanto eu sangrei para alcançarem a coroa e o trono que são nossos por direito.
desejo um brinde e uma ótima leitura a todas desde já!
avisos
abuso sexual, físico e psicológico
abordagem e discussão sobre racismo
automutilação, depressão e crise de pânico
homicídio e feminicídio
linguajar inapropriado
discussões religiosas
crítica ao ensino brasileiro
perda e luto
discussão sobre lgbtfobia, dentre outros preconceitos
menção a suicídio
traumas que nenhuma garotinha negra merece passar
vivo numa redoma, em um belo castelo, cercada de iguais. somos todos negros. nossos cachos, nossos fios crespos, nossas ondas e nossas jubas são a representatividade que tanto nos orgulha.
no entanto, quando se ousa se aventurar fora dos portões, há sempre uma bruxa má que lança um caçador para nos caçar. me pergunto: houve alguma vez em nossas vidas de princesas que alguém não nos interrogou se estávamos onde deveríamos estar?
fui muito questionada por isso e até desvalorizada, caçoada e... caçada por isso. mal sabia eu que não precisava comprar uma coroa como elas faziam. minha coroa era a minha própria juba.
— nunca subestime um leão
certa vez, um caçador foi ao meu encontro a mando de vossa senhoria. o caçador? coleguinhas da escola. vossa senhoria? os pais que não sabiam ensinar o mínimo aos filhos. passei a vestir uma pele que não era minha, um cabelo que não era meu. me deixei ser arrastada pelo mar revolto que criaram em volta de mim sem que eu sequer percebesse.
— não sei quem eu sou, mas sei quem (não) deveria ser
quando o caçador finalmente me pegou, já não havia mais o que temer. os fios lisos, as cicatrizes bem escondidas, a pele embranquecida de tanto evitar o sol — ou teria me tornado anêmica?
então uma amiga — negra, como eu deveria ser — me ofereceu uma cesta de maçãs. já outra amiga — branca, como eu queria ser — esticou outra cesta de maçãs, mas que fediam.
no meu lugar, qual você teria escolhido? as que não fedem, não é?
pois é. e foi aqui que tudo se encaixou. recolhi ambas as cestas e agradeci com um belo sorriso. mas o que elas não sabem é que as maçãs fedidas foram depositadas gentilmente na sacola de lixo do banheiro. e a outra cesta... me esbaldei.
não restou uma fruta sequer, mas quando não haviam mais maçãs, comecei a sangrar.
— cicatrizes sempre estão abertas
precisava de mais maçãs