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A noção de Deus em crianças: ideias infantis sobre Deus analisadas em seu ambiente social
A noção de Deus em crianças: ideias infantis sobre Deus analisadas em seu ambiente social
A noção de Deus em crianças: ideias infantis sobre Deus analisadas em seu ambiente social
E-book162 páginas1 hora

A noção de Deus em crianças: ideias infantis sobre Deus analisadas em seu ambiente social

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Sobre este e-book

A temática deste trabalho consiste em refletir sobre a noção de Deus no mundo da criança. Pensar o imaginário infantil e extrair dele a importância de Deus na sociedade. As indagações sobre a religiosidade infantil têm sido foco de investigações em diferentes contextos científicos. Todo pensamento da criança se destina, desde o advento da linguagem, a se fundir paulatinamente ao pensamento do adulto. Por esse motivo, é mister refletir sobre partes distintas no conteúdo do pensamento infantil: uma sendo essencialmente de influência social e outra de uma reação original da criança. Chegamos à conclusão, nesta obra, num contexto dialogal entre a religião e a noção de Deus, como própria do indivíduo, mas com influências das mais diversas, seja da comunidade nela inserida ou dos próprios espaços públicos aos quais pertencem e as manifestações de comportamento ali existentes. Este livro, portanto, apresenta uma análise das ideias infantis acerca de Deus extraídas a partir de seu ambiente social.
IdiomaPortuguês
Data de lançamento14 de dez. de 2021
ISBN9786525211558
A noção de Deus em crianças: ideias infantis sobre Deus analisadas em seu ambiente social

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    A noção de Deus em crianças - ELAINE FRANCINY SANTOS JARDIM

    1. A PERCEPÇÃO RELIGIOSA INFANTIL

    1.1 O MUNDO SOCIAL

    Ao planejar o espaço físico habitado, o indivíduo escolhe e estabelece sua moradia a partir de suas necessidades como de se proteger, de se alimentar e de viver em um sistema de sociedade organizado, onde ele possa garantir sua sobrevivência. Ressalta-se a religião também como mister nesse processo, pois ela responde às questões indispensáveis do indivíduo, sobretudo a necessidade de produzir sentido e significado para a vida. O homem é um animal que necessita de sentidos e significados para sua vida. Se não conseguir, ele entra em anomia. No espaço físico elegido, ele constrói seu sentimento religioso e de pertença.

    No local habitado, com toda sua geografia e estrutura social, sua família cresce e é impactada pelo movimento cultural e temporal que se vive ali. Nesse sentido, faz-se a reflexão sobre o pensamento de Berger (1984), quando diz que há uma relação do ser humano ao interagir e construir uma sociedade. E toda sociedade é um empreendimento de construção de mundo. Ressalta-se também que o espaço físico habitado é influenciador dessa constituição de sociedade e que os comportamentos podem ser moldados a partir do local onde se vive.

    Se existe um mundo para habitar e se relacionar, ele acontece a partir de uma realidade objetiva que é a linguagem. Para Berger (1984), só é possível codificar cada ação humana a partir de uma construção biográfica que possa dar sentido ao mundo social. A linguagem, produto do ser humano, traz a ele possibilidades de equilíbrio consigo mesmo e com a produção ininterrupta do mundo. A comunicação possibilita a passagem de significados e contextos e sofre, ela mesma, ações de mudanças profundas ao longo desta construção.

    É consenso, tanto para a psicologia social como para a sociologia que o ser humano é um ser histórico e social, promotor de mudanças e comprometido com a cultura. Esse compromisso traz consigo um sentimento de pertencimento ao local e à comunidade. A ligação ao mundo social construído é marcada ao longo do tempo por emoções e afetos que estão presentes entre os que ali vivem, tendo estes laços consanguíneos ou não.

    O processo de afeição pelo qual o ser humano passa depende intimamente da relação com o espaço habitado e da inter-relação entre as pessoas que ali habitam. Desempenha-se assim uma construção de sociedade e modificação do ambiente que sofre a ação direta do ser humano e que também o influencia. Nesse processo relacional surgem os significados dados aos acontecimentos, carregados de importância e sentido para a comunidade presente.

    Para Pinheiro (1997, p. 390), os aspectos funcionais dos ambientes devem ser considerados ao lado de seus atributos simbólicos, trazendo assim a reflexão de que o ambiente é influenciador do comportamento, porém analisados sob a ótica de seus significados. A mesma praça inserida do meio do bairro pode ter conotação diferente para cada morador. Porém, a mesma praça influencia a todos os moradores do local, seja esta uma influência positiva ou negativa.

    Para Berger (1984), o processo de construção de qualquer sociedade, consiste em três momentos que se relacionam. "É através da exteriorização que a sociedade é um produto humano. É através da objetivação que a sociedade se torna uma realidade sui generis. É através da interiorização que o homem é um produto da sociedade. " (BERGER, 1984, p.16).

    No processo de interação e modificação de seu espaço, o ser humano produz o seu mundo que, segundo Arendt (2007), está para a totalidade das construções e elaborações humanas sobre a realidade toda.

    Enquanto o ser humano modifica seu espaço e seu mundo social, ao mesmo tempo é modificado por ele. A princípio, se referindo a uma mudança dada pelo ambiente externo: a geografia do espaço ocupado. Porém, a expressiva alteração sofrida pelo ser humano é a que se dá socialmente. É possível analisarmos o homem a partir de sua visão de mundo, como agente direto de mudança. Todavia, a realidade baseada na experiência da construção humana é

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