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O nascimento da Antropologia na América Latina: a Conferência de Medellín: origem, análise e perspectivas da Teologia da Libertação
O nascimento da Antropologia na América Latina: a Conferência de Medellín: origem, análise e perspectivas da Teologia da Libertação
O nascimento da Antropologia na América Latina: a Conferência de Medellín: origem, análise e perspectivas da Teologia da Libertação
E-book222 páginas2 horas

O nascimento da Antropologia na América Latina: a Conferência de Medellín: origem, análise e perspectivas da Teologia da Libertação

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Sobre este e-book

O nascimento da Antropologia na América Latina é repleta de curiosidades, controvérsias e interrogações. São questões antropológicas subjacentes ao próprio desenvolvimento do ser humano que ainda permanecem adormecidas no inconsciente coletivo de qualquer brasileiro, de qualquer mulher e homem latino-americano.
Neste horizonte, este livro é, ao mesmo tempo, um convite e uma crítica. Um convite no sentido de conceder ao leitor a oportunidade de se descobrir, entender sua própria história, suas raízes, como também a história das pessoas que o precederam: seus pais, avós, bisavós e tantos outros que de forma direta ou não fazem parte de sua memória, fazem parte da história do desenvolvimento da antropologia na América Latina.
Uma crítica no sentido de denunciar o processo de colonização, a espoliação, a escravidão, as torturas, os sofrimentos desmedidos, a desfiguração do ser humano, aos sistemas de governos e tantas outras injustas práticas que resultaram em um repulsivo fenômeno antropológico atual, isto é, a passagem do estado de escravidão e semiescravidão ao estado de marginalização dos mais diversos grupos sociais no Brasil e demais países da América Latina. Seja bem-vindo a sua própria memória, bem-vindo a uma história marcada por lutas e conquistas, emancipação e libertação.
IdiomaPortuguês
Data de lançamento1 de fev. de 2022
ISBN9786525220062
O nascimento da Antropologia na América Latina: a Conferência de Medellín: origem, análise e perspectivas da Teologia da Libertação

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    Pré-visualização do livro

    O nascimento da Antropologia na América Latina - Werbson Beltrame Pereira

    capaExpedienteRostoCréditos

    Agradeço a minha família. Foram eles os primeiros que sempre me incentivaram e estimularam no universo dos estudos

    Foram anos navegando em um mar e com todos vocês eu tive a graça de sempre poder contar com pessoas que me demonstraram a gratuidade do Amor

    A Lucas, Ana e Laura

    […] não passa de uma pequena ilha no vasto mar ainda não percorrido

    Karl Rahner

    SIGLAS E ABREVIAÇÕES

    SUMÁRIO

    Capa

    Folha de Rosto

    Créditos

    INTRODUÇÃO

    1. O SER HUMANO NO CONTEXTO LATINO-AMERICANO

    1.1. O OBJETO E CONTEXTO DA PESQUISA

    1.2. A ANTROPOLOGIA TEOLÓGICA NA AMÉRICA LATINA

    2. QUAIS SÃO OS PROBLEMAS, AS HIPÓTESES E OS OBJETIVOS DESTE TRABALHO?

    2.2. NOVIDADE, DELIMITAÇÃO E MÉTODO

    3. A ESTRUTURA DA PESQUISA

    3.1. UM MÉTODO, TRÊS PARTES E UMA ESTRUTURA

    3.2. ESQUEMA GRÁFICO DA PESQUISA

    CAPÍTULO III A CONFERÊNCIA DE MEDELLÍN E O NASCIMENTO DA ANTROPOLOGIA TEOLÓGICA NA AMÉRICA LATINA

    INTRODUÇÃO

    1. OS ANTECEDENTES DA CONFERÊNCIA DE MEDELLÍN

    1.1. A CONTEXTUALIZAÇÃO HISTÓRICA: DA ESCRAVIDÃO A MARGINALIZAÇÃO

    1.2 A CONTÍNUA DESFIGURAÇÃO DO SER HUMANO

    1.3 A IGREJA LATINO-AMERICANA ÀS VÉSPERAS DO CONCÍLIO VATICANO II

    2. O CONCÍLIO VATICANO II E A IGREJA DA AMÉRICA LATINA

    2.1 UMA NOVA ESTAÇÃO PARA A IGREJA: ENFOQUE ECLESIOLÓGICO

    2.2 A LUZ DE CRISTO REFLETIDA NA IGREJA: A CHAVE CRISTOLÓGICA

    2.3 O HOMEM ENTRE ALEGRIAS E TRISTEZAS: CHAVE ANTROPOLÓGICA

    3. A CONFERÊNCIA DE MEDELLÍN E A TEOLOGIA NA AMÉRICA LATINA

    3.1. UM NOVO TEMPO PARA A IGREJA E PARA OS HOMENS

    3.2. ANÁLISE DA CONFERÊNCIA DE MEDELLÍN: SURGIMENTO E REALIZAÇÃO

    3.3. ANÁLISE DO DOCUMENTO CONCLUSIVO: PROPOSTA ANTROPOLÓGICA

    4. PERSPECTIVAS DE MEDELLÍN: O NASCIMENTO DA TEOLOGIA DA LIBERTAÇÃO

    4.1. O AMBIENTE DE NASCIMENTO: O LOCUS THEOLOGICUS

    4.2. AS INFLUÊNCIAS DO CENÁRIO TEOLÓGICO MUNDIAL

    4.3. AS CONTRIBUIÇÕES TEOLÓGICAS DE MEDELLÍN A PUEBLA.

    CONCLUSÃO

    CONCLUSÃO

    1. MOMENTO DE SÍNTESE E ABERTURA

    2. HORIZONTES E QUESTÕES EM ABERTO

    BIBLIOGRAFIA

    1. FONTES

    1.1. CONCÍLIO VATICANO II

    1.2 MAGISTÉRIO DOS PAPAS

    1.3 MAGISTÉRIO DO CELAM

    2. BIBLIOGRAFIA GERAL

    Landmarks

    Capa

    Folha de Rosto

    Página de Créditos

    Sumário

    Bibliografia

    INTRODUÇÃO

    1. O SER HUMANO NO CONTEXTO LATINO-AMERICANO

    1.1. O OBJETO E CONTEXTO DA PESQUISA

    A análise terminológica do título apresentado por esta pesquisa indica claramento que o objeto de estudo deste trabalho é estudar o desenvolvimento da antropologia teológica na América Latina, sobre a ótica dos Documentos Conclusivos das Conferências Gerais do Episcopado Latino Americano e do Caribe. Assim, a hermenêutica deste estudo antropológico compreende, com o conceito desenvolvimento, um resgate da história do ser humano no contexto latino-americano enxergando o homem com os olhos da fé do ponto de vista eclesial e sobre o horizonte da evangelizacão.

    Com o horizonte unitivo entre a história humana e a história divina será possível a esta pesquisa apresentar a origem, a análise e as perspectivas antropológicas apresentadas pelos Documentos Conclusivos das Conferências Gerais do Episcopado Latino Americano e do Caribe celebradas no Rio de Janeiro - Brasil (1955), em Medellín - Colômbia (1968), em Puebla - México (1979), em Santo Domingo - República Dominicana (1992) e em Aparecida - Brasil (2007).

    Através de uma visão histórica e teológica, cada uma das três partes desta pesquisa busca interagir a análise cultural interagindo com a reflexão teológica a fim de apresentar o desenvolvimento da antropologia teológica na América Latina e, ao mesmo tempo, trazer a luz às perspectivas teológicas e pastorais dos ensinamentos do magistério latino-americano e a ação evangelizadora da Igreja. Neste contexto, o progresso deste estudo fez surgir uma pergunta que se tornou o fio condutor, isto é, como se deu o desenvolvimento da antropologia teológica nos Documentos Conclusivos das Conferências Gerais do Episcopado Latino Americano e do Caribe?

    1.2. A ANTROPOLOGIA TEOLÓGICA NA AMÉRICA LATINA

    Desde sua origem, a Igreja na América Latina revelou-se como uma Ecclesia dinâmica, profética e sempre solícita aos clamores do povo de Deus. A Igreja desde sua primeira configuração no tempo da colonização, ela se demonstrou atenta as questões do ser humano, elaborando propostas pastorais singulares junto com o Povo de Deus. Esta distinta atenção do magistério para as questões antropológicas e resultado de um longo processo de evangelização que envolve não somente o magistério latino-americano, mas todo o povo de Deus com a sua pluriforme harmonia (EG 236).

    A particular atenção dos bispos as questões humanas é derivada principalmente das propostas apresentadas pelo Concílio Vaticano II, das orientações pastorais provindas ao longo da história das Conferências Gerais do Episcopado Latino-Americano e do Caribe e também da escuta do grito daqueles que foram empobrecidos, que sofreram a espoliação, reduzidos a condição de escravos e marginalizados. Eis o motivo pelo qual as cinco Conferências Gerais representam os eventos mais significativos das reflexões antropológica, teológica, eclesial e pastoral da Igreja na América Latina.

    Assim, as cinco Conferências Gerais constituem as fontes que melhor representam a expressão colegial da Igreja na América Latina. Justamente por este motivo, o objetivo principal das Conferência é refletir, de modo participativo, a realidade do povo de Deus, a vida da Igreja, sua ação evangelizadora diante das novas circunstâncias em que se encontram os seres humanos em sintonia com a Igreja universal

    Esta abordagem eclesial entre o episcopado de caminhar juntos é, por assim dizer, a expressão da maturidade de uma Igreja que do final da segunda metade do século passado, se empenha em considerar a realidade social e cultural de um Continente marcado pela pobreza e pela injustiça, mas ao mesmo tempo um Continente repleto de esperança, no qual todos os cristãos são chamados a testemunhar e anunciar a Boa Nova, fiéis ao mandamento de Jesus Cristo de buscar em primeiro lugar o Reino de Deus e a sua a justiça (Mt 6,33).

    Diante de uma fonte consultiva assim estabelecida e delimitada, buscou-se comprovar se os Documentos Conclusivos apresentam ensinamentos precisos sobre a antropologia teológica em referência a proposta moderna apresentada pelo Concílio Vaticano I, a luz da fé vivida nas coisas do dia-a-dia que circundam o horizonte existencial de cada ser humano Assim, cada Documento Conclusivo das cinco Conferências, cada um a seu modo, revela preciosas reflexões antropológicas em comunhão com os documentos do Magistério universal.

    Como opção metodológica cada capítulo foi pensado e desenvolvido relacionando os conceitos origem, análise e perspectivas, procurando demonstrar se as reflexões antropológicas/teológicas do Documento Conclusivo de cada Conferência corresponderam às exigências do ser humano, considerando o encontro entre o anúncio do Evangelho com os ouvintes da Palavra, isto é, a relação de Deus com o seu povo.

    Se torna compreensível que este estudo demonstra em primeiro lugar a realidade existencial de um povo simples, pessoas que cresceram e se desenvolveram em meio dos sofrimentos e do desprezo, mas que mantiveram, ao mesmo tempo, sua esperança em Deus, sendo povo de Deus, sustentados por uma Igreja solidária com todos os homens e com a sua história, sobretudo com aqueles mais pobres.

    Com os termos anteriormente indicados este trabalho deseja apresentar uma das pilastras fundamentais de reflexão antropológica de cada Conferência Geral, sobre um tema que confere uma estrutura sobre a qual se sustenta argumentos e critérios subustanciais para desenvolver a leitura dos Documentos Conclusivos de cada Conferência: se trata da opção preferencial pelos pobres.

    Como afirmam os próprios Documentos Conclusivos a opção preferencial pelos pobres é una das características que marca a fisionomia da Igreja na América Latina. Esta é uma ótica que relaciona as dimensões da eclesiologia e da antropologia vinculadas a cristologia, a encarnação do Filho de Deus na história humana, revelando o amor divino para com o gênero humano.

    Neste horizonte reflexivo será possível verificar a elementar hipótese desta dissertação, isto é, saber se o desenvolvimento da antropologia teológica apresentada pelos Documentos Conclusivos das Conferências Gerais do Episcopado Latino Americano e do Caribe foi capaz de apresentar, de forma sistemática e científica, a realidade antropológica do homem latino-americano e da ação evangelizadora da Igreja.

    Em suma, esta pesquisa busca apresentar ao universo acadêmico alguns elementos de síntese sobre o desenvolvimento da antropologia teológica nos Documentos Conclusivos das Conferências Gerais. Assim, este trabalho deseja apresentar chaves de leitura que sejam capazes de oferecer ao leitor um melhor entendimento dos fenômenos que hoje desafiam a vivência da fé e, por assim ser, desafiam a própria missão da evangelizadora da Igreja.

    2. QUAIS SÃO OS PROBLEMAS, AS HIPÓTESES E OS OBJETIVOS DESTE TRABALHO?

    Tentar analisar a realidade do homem latino-americano de modo único, como se existisse um povo homogêneo, uma só cultura, com seu singular modo de expressar e viver sua fé, seria algo inconcebível e, ao mesmo tempo, inviável. Seria ignorar, tanto o desenvolvimento histórico da América Latina, quanto o próprio princípio de historicidade (aqui entendido em relação a autocompreensão do ser humano que se realiza reflexivamente à medida que se experimenta e atua na história). Isso desconsideraria, por exemplo, os povos indígenas que precederam o processo de colonização, também os negros, os colonizadores, os imigrantes e os seus descendentes.

    Dessemelhante do que é possível observar em numerosas obras literárias e históricas, o anúncio da fé neste continente não se deu de forma tão pacífica e harmônica. De outro modo, a história do homem latino-americano está marcada por lutas, espoliações, sofrimentos, ao lado da esperança, da fé e do anúncio do evangelho. Tudo isso serve como testemunha do confronto cultural, antropológico, religioso e teológico, dos quais são percebíveis ainda hoje seus reflexos sobre a cristologia, sobre a eclesiologia e sobre a antropologia na América Latina.

    Entre a realidade pluricultural e religiosa do homem latino-americano a fé cristã é o principal ponto de unidade na América Latina. Diante desta perspectiva surgiu a problemática desta dissertação, ou seja, entra a ação amorosa de Deus, a ação evangelizadora da Igreja e a realidade contextual do ser humano, como se desenvolveu a antropologia teológica neste Continente? Para isso, foi preciso delimitar o tema deste trabalho e o seu campo de investigação sobre os Documentos Conclusivos das Conferências Gerais do Episcopado Latino-Americano e do Caribe.

    A fé cristã faz o ser humano sair do individualismo e criar uma comunhão com Deus e, por consequência, conduz o ser humano a se relacionar entre si e com o mundo. Sobre este horizonte a problemática desta pesquisa busca apresentar o desenvolvimento da antropologia teológica na América Latina, considerando a hipótese de que a Igreja soube responder os anseios do ser humano, diante dos fatos que desafiavam a vivência de sua fé. Esta hipótese foi sustentada por um fio que perpassa por cada parte deste trabalho. Em tal modo, existe a hipótese de que existe um desenvolvimento da antropologia teológica na América Latina através dos Documentos Conclusivos das cinco Conferências Gerais.

    A ideia central é, portanto, descobrir se a Igreja da América Latina soube utilizar-se da Tradição, da Sagrada Escritura e do Magistério. Ao mesmo tempo é preciso verificar se os Documentos Conclusivos, com toda diversidade antropológica, cultural e religiosa da América Latina, souberam analisar a cotidianidade do homem latino-americano a luz da revelação divina (DV), da antropologia (GS) e da eclesiologia (LG), em comunhão com Ecclesia universal, através de uma clara doutrina e fecunda ação pastoral.

    A partir do horizonte apresentado surgiram alguns objetivos específicos, como etapas que devem ser cumpridas para que se possam atender as metas previamente estabelecida pela perspectiva geral. Dentre esses, está o desejo de apresentar quem é o homem latino-americano e quais as principais características das matrizes antropológicas que fecundaram a história, antes e durante o período das colonizações, ou seja, os povos indígenas, os europeus, os africanos e tantos outros imigrantes. Em tal modo, a América Latina é um lugar no qual vivem e convivem povos e culturas diversas, com diferentes estilos de vida e expressões religiosas, unidos por Jesus Cristo.

    Assim, o objetivo que se segue é o de revisitar a história, perscrutar os sinais dos tempos e interpretá-los à luz do Evangelho, para assim apresentar quem é o homem latino-americano, suas principais características

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