Cultura japonesa 2: Margarida Watanabe e a criação da Associação Católica Nipo-Brasileira
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Sobre este e-book
Por que as pessoas daquele país deixaram de assaltar supermercados quando ocorreu aquele grande terremoto seguido de tsunami em 11 de março de 2011? Por que permaneceram ordeiramente em filas em meio à tragédia?
Por que, na Copa do Mundo de 2014, os torcedores daquele país recolheram o lixo na arquibancada do estádio após o término do jogo?
O que sentiu Einstein quando esteve no Japão, em sua viagem de conferências?
Que pensamentos tiveram os vultos da história japonesa do período da restauração de Meiji como Ryoma Sakamoto, no momento dramático da inclusão do país no sistema mundial após 260 anos de isolação?
Por que foram surgindo do Japão arrasado pela Segunda Grande Guerra, uma após outra, empresas de porte internacional?
Nas entrelinhas desta coleção se esconde a história do Japão e as bases do pensamento japonês, que não se resumem apenas a sushi, sashimi, animação e "cosplay".
Nesta série você encontrará a essência da cultura japonesa.
Uma publicação do Jornal Nikkey Shimbun.
Nesta edição:
Dona Margarida Watanabe
Despejo de Santos
Por que o Guia Michelin traz mais restaurantes três estrelas em Tóquio que em Paris?
Por que balcões em restaurantes só existem no Japão?
Yasuhiro Yamashita. A construção da personalidade através do Judô
Os mil e centenas de anos de existência do Santuário de Ise
Édito imperial para a educação
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Cultura japonesa 2 - Kyuyo Kishimoto
Sumário
Dona Margarida Watanabe
Despejo de Santos
Por que o Guia Michelin traz mais restaurantes três estrelas em Tóquio que em Paris?
Por que balcões em restaurantes só existem no Japão?
Yasuhiro Yamashita. A construção da personalidade através do Judô
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Édito imperial para a educação
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Este texto foi extraído do site de língua japonesa Curso para a Formação de Japoneses da Geração Internacional
, e aqui traduzido e publicado com a permissão do autor, Masaomi Ise.
O texto tem por intuito expor de forma compreensível as peculiaridades da história e da cultura japonesas.
Notas da redação
O texto aqui transcrito, de autoria do jornalista Kyuyo Kishimoto, se baseia em uma entrevista concedida pela Dona Margarida (Margarida Tomi Watanabe, 1900 ~ 1996, Kagoshima) ao jornalista. O texto foi publicado inicialmente em 1951 na revista Koya-no-Hoshi (edição de junho de 1951) sob o título Margarida Watanabe e os que sofrem em vale de lágrimas
, e reproduzido na obra posterior acima referenciada do mesmo jornalista.
Tomi Ikegami nasceu em 1900, filha primogênita de um pescador de bonitos de Makurazaki, Província de Kagoshima. Para ajudar a família endividada com a escassez da peixes, veio para o Brasil em abril de 1912, com apenas 11 anos de idade, a bordo do navio Kanagawa Maru, em companhia de parentes. Começou a trabalhar como empregada residente na família do Dr. Celestino Burroul, médico do hospital Santa Casa. Mesmo criança, enviava dinheiro à família para pagar as dívidas. Com essa família, aprendeu, enquanto trabalhava nos afazeres domésticos habituais, etiqueta e linguagem refinados e se batizou aos 18 anos de idade.
Casou-se aos 27 anos com o contador Gihei Watanabe. Em janeiro 1942, a ditadura de Getúlio Vargas rompeu relações diplomáticas com os países do Eixo. Os imigrantes japoneses passaram então à condição de povo inimigo e receberam esse tratamento, e em março, muitas fazendas e empresas da colônia tiveram seus bens congelados. Em junho, diversos líderes da colônia foram recolhidos à prisão por suspeita de espionagem. Dona Margarida deu início nessa época às atividades da Comissão Católica Japonesa de São Paulo com o apoio de D. José Gaspar de Affonseca e Silva, Arcebispo de São Paulo. No ano seguinte, em 1943, cuidou dos 6.500 imigrantes japoneses abandonados no porto de Santos, estendendo-lhes a mão quando eles mais necessitavam de auxílio.
Em 1940, fundou a Associação Católica Nipo-Brasileira, da qual se tornou presidente. Em 1953, instituiu a Assistência Social Dom José Gaspar, no período em que muitos imigrantes japoneses estavam passando por dificuldades. Problemas de toda natureza eram levadas a Dona Margarida, que se empenhou seriamente em resolvê-los. Por ocasião da comemoração do 50º Aniversário da Imigração Japonesa, fundou o asilo para idosos Ikoi-no-sono (Jardim de Repouso
). E por 74 anos desde a guerra, dedicou-se à assistência social. Foi agraciada em 1978 pelo governo japonês com a medalha de 4º Grau da Ordem da Coroa Sagrada. Em 1992 recebeu o Prêmio Eiji Yoshikawa, e em 93, o Prêmio Assistência Social da Empresa Mainichi. Faleceu em 12 de março de 1996, aos 95 anos de idade. Em 2015, iniciou-se no Japão um projeto para descrever sua vida em um filme. Corre no vaticano um pedido de canonização de Dona Margarida.
***
A HISTÓRIA DA IMIGRAÇÃO JAPONSESA NO BRASIL
Dona Margarida Watanabe
MÃE DA COLÔNIA JAPONESA NO BRASIL
Extraído da obra: O sol gira sobre terras selvagens
– Kyuyo Kishimoto" – 1958, Editora Koya
À sombra do sucesso alcançado pelos quatrocentos mil conterrâneos no Brasil, muitas tragédias ocorreram. O hino triunfal quanto pranto não esconde daqueles que ficaram no caminho! Às costas de um general vitorioso, dez mil soldados anônimos expõem suas ossadas abandonadas no campo de luta
– essa é a triste regra das batalhas. Quantos da massa de emigrantes que buscaram a sorte em plagas estrangeiras não se feriram ou pereceram! A presença da Dona Margarida Watanabe, que com dedicação estendeu sua mão carinhosa aos anônimos perdidos em vale de lágrimas, não é apenas um orgulho para a colônia, como também, podemos sim dizer, para todo o Brasil. O socorro que levou aos 6500 imigrantes japoneses da região litorânea de Santos, vitimados por fome e frio durante a confusão estabelecida com o decreto de expulsão deles da área, e também às famílias daqueles que foram encarcerados por suspeitas diversas, trabalhando incansavelmente por dias e noites a fio foi de levar às lágrimas até os corações