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Nunca Visite O Dentista Em Uma Segunda-Feira
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Nunca Visite O Dentista Em Uma Segunda-Feira
E-book192 páginas2 horas

Nunca Visite O Dentista Em Uma Segunda-Feira

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Sobre este e-book

Aos seis anos, a única preocupação de Alexis é inventar novas brincadeiras e se divertir com seu cachorro Sultão, na cidade de Mobile. Todo o seu mundo desmorona quando ele cai nas mãos de dois personagens enigmáticos. Seu desaparecimento desencadeia uma história emocionante, onde os eventos ocorrem em um ritmo vertiginoso. Peter e Cobrador são lançados em uma busca alucinante, conforme o dia avança inexoravelmente. Eles serão capazes de encontrá-lo antes do anoitecer?

Esta história é a continuação de Solamente Peter, o primeiro livro que escrevi, frase por frase, com minha irmã Belén. Apresenta Alexis, o filho de Peter e Vivian. Aos seis anos, a única preocupação de Alexis é inventar novas brincadeiras e se divertir com seu cachorro Sultão, na cidade de Mobile. Todo o seu mundo desmorona quando ele cai nas mãos de dois personagens enigmáticos. Seu desaparecimento desencadeia uma história emocionante, onde os eventos ocorrem em um ritmo vertiginoso. Peter e Cobrador são lançados em uma busca alucinante, conforme o dia avança inexoravelmente. Eles serão capazes de encontrá-lo antes do anoitecer?
IdiomaPortuguês
EditoraTektime
Data de lançamento30 de nov. de 2018
ISBN9788893980906

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    Nunca Visite O Dentista Em Uma Segunda-Feira - Ana Escudero

    Episódio I - O começo

    — Peter, lembre-se que hoje você precisa levar Alexis ao dentista.

    Peter concordou, embora não quisesse.

    — E não esqueça de parar no supermercado e comprar a comida do Sultão — continuou Vivian.

    Peter olhou para Sultão, o qual descansava perto da lareira. Ele não se moveu, apenas fez um leve movimento com as orelhas quando ouviu a palavra comida.

    — Onde você está indo, Vivian? — perguntou ele, embora já soubesse a resposta.

    — Você sabe que tenho negócios para cuidar, dívidas a cobrar. Falando nisso, quando você vai pagar tudo o que você ainda me deve? Os anos passam e os juros aumentam.

    — Mas isso já não foi resolvido? — perguntou Peter.

    — Por que nos casamos?

    — Sim. Não foi esse o acordo?

    — De verdade? Não me lembro. O nervosismo do casamento me forçou a dizer coisas que eu não pensava.

    Peter lembrou daquele dia, tudo foi tão rápido. Ele pensou que eles iam matá-lo.

    Vivian se levantou da cadeira, aproximou-se de Peter, deu-lhe um beijo e se dirigiu ao filho, que brincava puxando as orelhas de Sultão.

    — Até mais tarde — despediu-se —. Peter, não se atrase. Não pretendo mudar a hora novamente.

    Peter viu como sua esposa saiu e não se arrependeu. Ela era mandona e era difícil para ele seguir essa vida com tantas regras. Era contra o seu jeito de ser.

    — Alexis, vá se vestir e não esqueça de levar o moletom ou mamãe vai lhe xingar se você estragar a fantasia. Quando sairmos do dentista, vamos para onde você quiser.

    — Sim papai. Onde?

    — Para qualquer lugar —. Para Peter, depois de uma visita ao dentista valia a pena uma compensação.

    Vinte minutos depois, os dois saíram pela porta, acompanhados por Sultão.

    O consultório do dentista não era perto. Era preciso andar mais de meia hora, então Peter comentou:

    — Você quer pegar o ônibus, Alexis?

    — Sim! E Sultão?

    — Sultão vem com a gente, claro.

    Alexis estava pensando, havia algo que não se encaixava, mas decidiu ignorar o pai. Os três foram ao ponto de ônibus. Peter e Alexis, na frente, e Sultão, atrás, o qual parecia rastejar em vez de andar.

    Quando chegaram, Peter notou que havia algumas pessoas esperando pelo ônibus.

    — Eu não gosto de ficar de pé — disse ele.

    — Venha, Alexis. Nós vamos pegar o primeiro.

    Sultão balançou a cabeça e deu um latido reprovador, mas nada mais, ele não tinha mais a energia de antes.

    Ao longe, viu um ônibus aparecer enquanto um carro se aproximava. O farol vermelho deu a Peter tempo para chegar e ficar de pé.

    O carro parou e Cobrador buzinou duas vezes. Quase todo mundo olhou para ele. Sultão latiu alegremente e Alexis aplaudiu enquanto Peter olhava assustado para Cobrador.

    — Olá. Quer entrar? — convidou ele.

    — Nós não precisamos, podemos ir de ônibus — respondeu Peter.

    O ônibus acelerou e várias pessoas chamaram sua atenção para parar. Peter puxou seu filho enquanto chamava Sultão, indo em direção ao ônibus para embarcar, mas Sultão não foi. Ele estava confortavelmente deitado no banco de trás do carro.

    — Papai, olhe Sultão. Ele subiu no carro — comentou Alexis, explicando o óbvio.

    Peter se virou para verificar as palavras do filho enquanto o ônibus parava.

    As pessoas começaram a subir. Algumas chegando até a empurrar as outras, na tentativa de subir primeiro para conseguir um banco livre.

    Cobrador esperava com um cigarro apoiado no capô do carro enquanto Peter se decidia.

    — Se você pensar muito, vai se atrasar para seu compromisso — disse Cobrador.

    — Tudo bem, mas eu dirijo.

    Cobrador riu como só ele sabia fazer, com uma risada sombria que atingiu Peter até o âmago de seu ser.

    — Estou prestes a pegar meu cartão — protestou ele sem mencionar que foi a vigésima tentativa.

    Cobrador riu novamente, se é que aquilo podia ser chamado de riso.

    — Vamos lá. Seu filho já está ao lado de Sultão.

    — Papai, suba ou a mamãe vai ficar brava com a gente de novo — disse Alexis.

    Os dois subiram e Cobrador ligou o carro.

    — Para onde? — perguntou ele.

    — Para a rua Arribista, número 150.

    — E o que você vai fazer lá?

    — Como se você já não soubesse. Nós vamos ao dentista.

    — Eu? Como você quer que eu saiba, irmãozinho?

    — Eu acho que você está ficando velho. A doença de Alzheimer está pregando peças em você.

    — Que engraçado, irmãozinho! Você gostaria que eu perdesse minha memória.

    — Eu me preocupo com você. Nos conhecemos há muitos anos. Quantos anos você tem?

    — Eu diria quarenta e dois.

    — Só? Você parece mais velho. Este seu trabalho faz você envelhecer rapidamente — comentou Peter —. Olhe para mim, acabei de fazer trinta e veja que pele! — concluiu ele.

    — Sim, você ainda é uma criança, irmãozinho. Bem, é melhor irmos ou a sua mulher nos dará uma bronca. — E Cobrador, pronto para seguir caminho, virou o volante do carro.

    Ao aproximar-se de seu destino, Peter estava ficando nervoso enquanto Alexis estava gostando de ver os carros.

    —Tio, uma pergunta. Qual é o seu nome? Cobrador? Tio? Meu pai sempre lhe chama de aquele ou outras palavras que a mamãe diz que eu não deveria repetir em voz alta.

    — Rá! Rá! Rá! — Cobrador riu —. Você pode me chamar de Cobrador, como todo mundo.

    — Certo, tio Cobrador.

    — Por que você vai ao dentista, Alexis?

    — Minha mãe diz que por comer muitos doces. Ela também diz que é culpa do papai.

    — Quantos anos tens?

    Alexis levantou uma das mãos e estendeu os cinco dedos, depois levantou a outra mão e estendeu um dedo.

    — Seis. Se você ainda tem dentes de leite, ouça a sua mãe, Alexis.

    — Eu não te entendo, tio. O que você quer dizer com isso? Eu sempre obedeço mamãe. Mamãe é a chefe da casa.

    — A propósito, você está com uma fantasia muito legal — comentou ele porque podia vê-la parcialmente, já que o menino estava com o zíper do moletom aberto devido ao calor dentro do carro de Cobrador.

    — Obrigado. Eu sou Eridanus — disse ele sem saber o que estava dizendo, mas orgulhoso de lembrar.

    Peter não estava ouvindo, sua cabeça estava em algum lugar distante: Quão feliz eu estaria em uma praia da Califórnia!.

    — É aquele prédio? — perguntou Cobrador sem obter uma resposta —. Peter, Peter, Peter!

    — O que foi?

    — Onde estava? Eu perguntei se é esse o prédio — disse ele, apontando para um prédio com uma placa que dizia Clínica Odontológica.

    — Bem, eu não sei, nunca prestei atenção na fachada ou no caminho.

    — Eu não sei por que estou perguntando — disse Cobrador a si mesmo. Ele apertou os olhos para ler o número.

    Todos saíram do carro, já que era o endereço certo.

    — Você pode ir agora. Adeus, Cobrador.

    — Até breve, irmãozinho — segundos depois, ele virou a esquina com o carro.

    Sultão observou o carro ir embora com grande tristeza e depois deitou na porta do prédio.

    Pai e filho foram para a clínica odontológica. O pai, arrastando os pés e o filho, alegre e saltitante.

    Episódio II - A clínica odontológica

    A recepcionista pareceu assustada quando os viu chegando e rapidamente pegou o telefone.

    — Doutor, eu preciso de você aqui — disse a recepcionista e enfermeira da clínica odontológica.

    — Não vai acreditar quando ver.

    — O que aconteceu, Xenia?

    — O paciente das nove horas e seu pai chegaram.

    O dentista olhou em sua agenda para verificar quem era o paciente das nove horas e também assustou-se, mas fingiu tranquilidade.

    — Pode pedir para que entrem, Xenia.

    — Os dois?

    — Sim, Xenia — e então ele acrescentou, embora fosse mais para si mesmo —. Que seja o que Deus quiser!

    — Bom Dia. O dentista disse que podem entrar.

    Peter olhou na direção da porta com horror pintado em seus olhos.

    — Vamos, papai — disse Alexis, puxando-o para ir.

    Seria ele um covarde? Poderia estar assim na frente do seu filho?

    O dentista saiu para recebê-los e, pegando Alexis pela mão, disse:

    — Vamos lá, meu jovem, você verá que acabaremos rápido —. E, dirigindo-se a Peter, falou — Vamos entrar?

    O dentista observou Peter ficando cada vez mais pálido. Temeu que ele desmaiasse, ou pior, que vomitasse ali mesmo.

    — Xenia, diga ao senhor onde fica o banheiro.

    No entanto, Peter não se moveu. Começou a respirar como se estivesse sem ar, ofegante como um peixe fora d’água.

    — Estou bem — disse Peter apesar de ser evidente que era uma mentira.

    — Sente-se por um momento — disse o dentista acompanhando-o até uma cadeira —. Agora respire devagar. Inspire, expire…

    Peter inspirou e expirou, como indicado pelo dentista, diante do olhar atônito de Alexis, quem, depois de refletir alguns segundos, sentou-se ao lado de seu pai disposto a imitá-lo.

    — Xenia, leve o menino para dentro e prepare as coisas — disse o dentista —. Assim mesmo, muito bom. Inspire e expire.

    — Por quanto tempo, doutor? — perguntou entre as inspirações.

    — Até que eu diga — disse ele. — Se você já se sente melhor, se levante e entre. O próximo paciente chegará logo.

    A porta da rua se abriu, dando lugar a uma senhora de meia-idade, a qual, olhando para onde o dentista e Peter estavam, ficou esperando.

    — Bom dia senhora. A enfermeira já vai lhe atender.

    A senhora, que tinha um dos lados do rosto mais inchado que o outro, concordou com um aceno de cabeça e ficou esperando enquanto via o dentista e seu companheiro desaparecerem atrás de uma porta.

    Alexis estava sentado com o babador confortavelmente na cadeira e a enfermeira acabava de arrumar os instrumentos.

    — Bom, Alexis, vamos a ver essa boca. Sente alguma dor?

    — Não.

    — Que bom. Agora abra a boca e verificarei se tudo está bem.

    Alexis obedeceu e o dentista verificou que estava tudo bem.

    O dentista começou a verificar a boca de Alexis, começando pela mandíbula e seguindo pela parte superior até a inspeção estar completa.

    — Eu vi algo — disse ele com os dentes cerrados —. Tem certeza que não está doendo aqui? — perguntou enquanto batia em um dos dentes inferiores.

    — Ás vezes, mas o papai também sempre sente dor. Está sempre se queixando.

    — Eu? Eu! Eu não sou um chorão! — exclamou Peter, aos gritos.

    — Papai, não se deve mentir.

    — O quê? Sou um mentiroso? É isso que pensa de mim?

    — Não, papai, mas porque não diz ao senhor dentista qual é o dente que lhe incomoda todos os dias?

    — Não é nada, somente uma pequena dor, já vai passar.

    — Papai, você que escapou de um ogro, viveu com sete gigantes e conheceu uma bruxa não pode ter medo de um dentista. Não é mesmo?

    — Eu ainda não expliquei — brincou Peter, mas calou-se, mudando de ideia —. Alexis, fique quieto ou o dentista não conseguirá trabalhar.

    O dentista, que não perdeu nenhum detalhe da conversa, disse:

    — Sim, vamos primeiro acabar com você, Alexis. Depois posso dar uma olhada nele — disse ele a Peter.

    — Acabar com …? O que vai fazer com meu filho? Assassino! — exclamou Peter com os punhos apoiados no quadril.

    — Por favor, não grite. Esta é uma clínica de prestígio. A única coisa que tenho que explicar é que logo os dentes de leite começarão a cair e os dentes permanentes aparecerão. E agora venha e se sente aqui — disse ele com autoridade.

    Peter obedeceu e se sentou na cadeira com as costas eretas e tensas.

    — Abra a boca.

    Peter abriu ligeiramente os lábios, mostrando parte dos dentes.

    — Não, papai, assim — disse Alexis abrindo bem a sua boca.

    Peter, imitando seu filho, separou ainda mais os lábios, mostrando agora as gengivas e parte da língua.

    Dr. Bisturi ascendeu a lâmpada para que pudesse ver bem dentro da boca. Ele checou os dentes um por um, soprando ar com o compressor toda vez que via algo suspeito. O molar quebrado apareceu diante de seus olhos. O rosto do dentista expressou surpresa ao pensar na dor que ele suportava. E ainda mais sabendo quem era Peter, a quem ele conhecia bem não apenas como paciente, mas como suplente em algumas reuniões sociais.

    — Isto vai dar trabalho — disse para si mesmo e depois olhou para o relógio que tinha na parede. Marcava nove e quarenta —. Agora vou anestesiar a região para que não sinta dor.

    — Não precisa — disse Peter se levantando —. Nós temos que ir.

    — Eu aconselho você a não ir. Nós ainda podemos salvar esse dente, mas se você deixar para depois, eu certamente terei que extraí-lo — comentou o dentista.

    Em poucos segundos, Peter se viu torturado por um dentista sádico que arrancava seu molar, mas foi a presença de seu filho que o fez se recostar na cadeira.

    — Faça o que tem que fazer — disse com toda a

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