A coopetição como estratégia de fortalecimento das capacidades dinâmicas
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Sobre este e-book
Portanto, convido a todos a navegar pelas páginas do presente livro e aprender muito com os conteúdos aqui registrados. Da mesma forma, desafiar os leitores a citar a presente obra e utilizar nas suas aulas e debates acadêmicos e organizacionais.
Abraços e excelente leitura a todos.
Prof. Dr. Daniel Knebel Baggio
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A coopetição como estratégia de fortalecimento das capacidades dinâmicas - Wlademir Leite Correia Filho
Agradecimentos
Agradeço pelos ensinamentos e por todo o apoio recebido em minha vida aos meus pais, Maria de Lourdes e Wlademir (in memorian), a minha irmã Patrícia e a minha querida filha Priscilla, que neste ano de 2021 nos presenteou com a continuidade do nosso clã, com a Malu.
Obrigado, Alcilene Melo, por me fazer seguir em frente na busca dos nossos objetivos.
Um agradecimento especial ao meu orientador e amigo Professor Doutor Daniel Knebel Baggio, que me faz respirar a academia no ensino, na pesquisa e na extensão.
Aos amigos do doutorado, Juedir Teixeira e Ivaneide Dantas.
Um grande agradecimento ao inspirador Adelar Baggio, pela oportunidade de apresentar minhas ideias em maturação na UNIJUÍ.
Em nome dos amigos Adjuto Afonso e Andreson Cavalcante, agradeço a todos os outros que estiveram ao meu lado nesse período, apoiando diretamente ou indiretamente esta realização.
Agradeço também aos meus companheiros instrutores do EMPRETEC, do SEBRAE Amazonas e dos outros estados do Brasil, pela parceria no desenvolvimento dos empreendedores que são a grande mola do desenvolvimento econômico e social.
Prefácio
Este livro apresenta as principais ideias e teorias encontradas durante a construção de minha tese doutoral com foco na experiência exitosa do cooperativismo como modelo de empreendedorismo coletivo.
O foco principal está na percepção da mudança do paradigma competitivo puro para o modelo mais amplo que envolve a cooperação e a competição de forma simultânea, com o intuito de alcançar vantagens competitivas sustentáveis de forma estratégica, buscando benefícios mútuos ao juntar recursos, partilhar valores, capacidades e habilidades complementares, articulando competências e know-how, partilhando custos, riscos e conhecimentos de modo a explorar novas oportunidades de negócio.
As empresas cooperativadas têm buscado utilizar estratégias para tirar maior e melhor proveito das grandes ondas de mudanças que acontecem cada vez mais rápido na economia: a globalização, a evolução tecnológica e a inovação, que têm cada vez mais impulsionado os empreendedores estabelecidos a serem mais competitivos, quebrando velhos paradigmas e permitindo um melhor desenvolvimento e uso de suas capacidades dinâmicas para criar e aproveitar melhor as oportunidades do mercado. A busca de vantagens competitivas interorganizacionais para melhor competir é gerada de forma sinérgica, utilizando-se a cooperação e a colaboração.
No capítulo 1, o tema é a coopetição. Nele são apresentados os conceitos e as teorias propostas pelos principais autores publicados. São apresentados, também, modelos teóricos para análise da coopetição, sendo o primeiro a rede de valores de Nalebuff e Brandenburger (1996), baseada na teoria dos jogos; o segundo modelo teórico foi proposto por Lado, Boyd e Hanlon (1997). Denominado Modelo Sincrético de Comportamento Estratégico Rentista, é baseado em rent-seeking (busca por recursos e capacidades
externas à organização que proporcionem a obtenção de retornos econômicos acima da média do mercado); o terceiro modelo é o de Bengtsson e Kock (2000), e propõe três tipos de relacionamentos: dominante em cooperação, equilibrado e dominante em competição; o quarto modelo é o Framework de Garraffo (2002), baseado no nível de cooperação entre os concorrentes; e o quinto modelo foi apresentado por Dagnino e Padula (2002) e demonstra a relação entre os níveis da cadeia de valor com relação ao número de firmas envolvidas. Além disso, são s as vantagens e as desvantagens da coopetição. E ao final de cada capítulo são descritos os dados do estudo realizado.
No capítulo 2, o tema são as capacidades dinâmicas. Na visão de Teece et al. (1997), referem-se às habilidades da firma em integrar, construir e reconfigurar competências externas e internas em ambientes de mudança rápida. E, segundo Wang e Ahmed (2007), são classificadas em absortivas, adaptativas e inovativas.
No capítulo 3, o tema é estratégia, ou seja, o modo como as empresas devem fazer ou fazem para se tornarem competitivas e sustentáveis neste ambiente altamente competitivo do século XXI.
No capítulo 4, o foco é o empreendedorismo e, particularmente, o empreendedorismo coletivo desenvolvido pelas cooperativas.
No capítulo 5 realizamos algumas considerações finais relacionando os objetivos do estudo com a teoria estudada e os resultados alcançados, apresentando uma proposta de modelo para análise da coopetição dividido em três partes. Na primeira estão os fatores externos à organização que podem influir no resultado buscado, chamados aqui de fatores ambientais. Há também os fatores intraorganizacionais, nos quais estão aqueles que influem nas capacidades dinâmicas das organizações. E, por fim, os fatores relacionais, aqueles que agem nas relações competitivas de uma organização influindo em outra.
Espero que a leitura deste texto possa trazer bons insights e contribua no desenvolvimento da capacidade empreendedora do brasileiro.
Introdução
Este livro é fruto das minhas pesquisas acadêmicas iniciadas com a minha primeira obra publicada em 2016, com o título de Clusters empresariais: fatores de melhoria da competitividade, cujo conteúdo apresenta de forma resumida minha dissertação de mestrado apresentada em 2015, junto ao ISG – Instituto Superior de Gestão em Lisboa-Portugal.
Naquele momento tive o primeiro contato com o tema coopetição e, junto deste, o uso das capacidades dinâmicas, como a estratégia para o alcance de vantagens competitivas sustentáveis, de forma a propiciar o crescimento daqueles que buscam atuar no desenvolvimento local, regional e nacional e dependem de uma economia forte, competitiva, inovadora, geradora de riquezas e de bem-estar para as pessoas. Autores como Porter (2004) afirmam que as empresas necessitam de resultados incrementais e que esses resultados dependem da capacidade das empresas de produzir com eficiência, de inovar e melhorar continuamente, fruto do processo denominado empreendedorismo.
A criação, a implantação e a gestão de empresas formam uma dimensão importante do empreendedorismo, cujo desenvolvimento requer um ambiente de negócios estimulante e uma presença de empreendedores dinâmicos, criadores de produtos, serviços e processos inovadores. O empreendedorismo ajuda no enfrentamento de questões econômicas, sociais e ambientais, porquanto reduz a pobreza, melhora o padrão de vida dos empreendedores, gera emprego, renda e bem-estar e estimula a inovação, a produtividade, a competitividade e o crescimento econômico (DONATO, 2011).
O paradigma da competição empresarial tem sofrido mudanças. Anteriormente, as empresas buscavam a realização dos seus únicos interesses, almejavam a liderança do mercado ou ainda a conquista de uma posição vantajosa e sustentável no seu setor de atividade, criando oferta de produtos ou serviços com qualidade superior aos seus concorrentes.
Nesse âmbito, seus objetivos estavam direcionados para a obtenção do máximo benefício com o mínimo de custos, ou seja, obter o maior retorno possível em relação ao capital investido. Mais recentemente, surgiu um novo olhar sobre a atuação empresarial, com uma maior preocupação estratégica na busca por benefícios mútuos ao juntar recursos, partilhar valores, capacidades e habilidades complementares. E foi com a cooperação entre empresas que foram articuladas competências e know-how, partilhados custos, riscos e conhecimentos de modo a explorar novas oportunidades de negócio.
Dessa forma, a cooperação, para muitas empresas, é uma estratégia que permite ultrapassar obstáculos e vencer dificuldades financeiras e tecnológicas, principalmente quando se trata de micro e pequenas empresas.
Os interesses das empresas tornam-se convergentes, os benefícios são mútuos e o resultado do jogo é ganha-ganha, pois o grau sinérgico é positivo: o resultado do esforço comum é superior ao que poderia ser obtido pela soma dos eventuais resultados individuais.
A cooperação é uma das alternativas utilizadas pelas empresas para manter a competitividade em um cenário de acirrada concorrência. Para Osarenkhoe (2010), a cooperação é definida como uma relação em que indivíduos, grupos e organizações interagem por meio da divisão de capacidades e recursos complementares ou alavancam estes com o objetivo de benefício mútuo. As estratégias cooperativas visam melhorar a eficiência das organizações através da interação entre agentes com objetivos comuns.
São vários os objetivos a serem alcançados pelas organizações ao cooperarem. Dentre eles, temos a redução de custos de investimento; a redução de barreiras visando novos mercados; a diminuição de riscos no processo de desenvolvimento; o aumento da escala de produção; a atenuação do tempo para os processos de inovação e desenvolvimento de produtos ou, ainda, a promoção do aprendizado em grupo. Isso acontece porque a relação entre os participantes é de parceria: significa compartilhar um interesse comum e auxiliar o outro com os recursos que dispõe. Trata-se, portanto, de uma busca de sinergia entre as empresas, sendo esta um fator determinante para o desenvolvimento de novos processos, produtos e tecnologias, conforme afirmam Peter et al. (2014).
Na ação empreendedora, a realização é conseguida com planejamento no atingimento das metas e dos objetivos, mas é de fundamental importância o poder de influência exercido entre os agentes participantes formais e informais, trazendo como resultado a cooperação.
Vancini (2015, p. 18) diz que o empreendedorismo é "um processo no qual