Análise dos fatores da Cultura Organizacional que impactam no Desempenho Organizacional

De Jones Kleber Moreira dos Santos

Com a crescente incerteza, concorrência acirrada e um ambiente em transformação, as organizações precisam ter uma compreensão mais ampla do cenário globalizado para que consigam construir uma vantagem competitiva. Temáticas como a globalização, flexibilização, competitividade e novas formas de organização do trabalho têm lugar garantido nas análises daqueles que atuam ou estudam as organizações. O trabalho busca analisar os Fatores Críticos de Sucesso da Cultura Organizacional que impactam no Desempenho Organizacional, avaliando os aspectos intrínsecos no vínculo desse constructo aliado à Gestão do Conhecimento através da revisão bibliográfica.

• Idioma: Português
• Editora: Editora Dialética
• Data de lançamento: 7 de nov. de 2022
• ISBN: 9786525264219

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1 INTRODUÇÃO

1.1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS

Segundo um estudo realizado pela Global Entrepreneurship Monitor (GEM) 2015, o Brasil é um dos países mais empreendedores do mundo, visto que o percentual de brasileiros envolvidos e ativos de empresas estabelecidas e novas aumentaram ano a ano desde 2011 para mais de 40% dos adultos. Além disso, os brasileiros estão se tornando ainda mais positivos sobre o empreendedorismo, com o país classificado em terceiro lugar pela porcentagem que o vê como uma escolha de carreira positiva e nove entre os 60 países pesquisados pela GEM para aqueles que veem os empreendedores como de alto status. Além disso, cerca de um quarto dos adultos planejam iniciar um negócio nos próximos três anos. Em 2015, o número de empresários brasileiros que iniciaram um negócio por necessidade aumentou de 30%, onde ficou entre 2012 e 2014, para 43,5%, provavelmente causado pela recessão que se concretizou em 2015.

As organizações dentro do atual cenário global devem buscar ser resiliente. Conforme Kopans (2016), os gestores entendem que uma análise lúcida é o segredo para construir um negócio resiliente. E, ainda assim, quando se trata de mensurar e fortalecer a habilidade de adaptação, crescimento e prosperidade, raramente as organizações aplicam uma abordagem metódica. Para tal, a avaliação das variáveis relacionadas à Cultura Organizacional e a interação que exercem impactos no desempenho da organização definirá o sucesso e/ou o insucesso da organização.

A Cultura Organizacional emerge como fator promotor ou inibidor na avaliação do Desempenho Organizacional (BRAQUEHAIS et al., 2017). As organizações são sistemas abertos, sensíveis às transformações do ambiente, seja ele, interno ou externo. Desta forma, para atender efetivamente às mudanças constantes do ambiente organizacional, alcançar a vantagem competitiva de forma sustentável, assim como proporcionar maior eficiência e eficácia ao modelo de gestão de negócio, é imprescindível que os Fatores críticos de sucesso (FCS) sejam analisados, modelados, implementados, executados, monitorados e melhorados continuamente de forma sistêmica e integrada a fim de mensurar a relação dos FCS da Cultura Organizacional que podem impactar o Desempenho Organizacional e definir os rumos dos negócios torna-se em economias abertas de suma relevância.

Criar, reter e disseminar o conhecimento impactará nos resultados e a consequência disso poderá ser, não mais, a perda de performance ou a extinção da organização. Embora os vínculos entre os FCS da Cultura Organizacional sejam mencionados na literatura, ainda são escassas pesquisas publicadas, conforme pesquisas preliminares para a elaboração desse estudo.

1.2 FORMULAÇÃO DA SITUAÇÃO PROBLEMA

Com a crescente incerteza, concorrência acirrada e um ambiente em transformação, as organizações precisam ter uma compreensão mais ampla do cenário globalizado para que consigam construir uma vantagem competitiva. Temáticas como a globalização, flexibilização, competitividade e novas formas de organização do trabalho têm lugar garantido nas análises daqueles que atuam ou estudam as organizações. Tais transformações geram um ambiente complexo, marcado pelos avanços tecnológicos e científicos, mudança de conceitos, de valores e quebra de paradigmas que norteiam todos os segmentos da sociedade. Sem dúvida, o mundo todo vive um momento em que o grande desafio é conseguir dominar as mudanças e adaptar-se a elas. Essas mudanças cada vez mais rápidas e complexas exigem das organizações a procura de estratégias eficazes que lhes permitam dominar esses novos desafios. Certamente, as organizações atuais diferenciam-se das de outrora e, futuramente, as de hoje apresentarão diferenças ainda mais gritantes. O fenômeno da globalização e as novas tecnologias de informação e comunicação (TIC) aprofundam ainda mais a percepção deste impacto (SANTOS, 2016).

Os negócios podem salvar o mundo? Reflito sobre essa questão há anos e acredito que se trata de ponto central no que se refere ao propósito de uma empresa. Em um contexto de terrorismo internacional, de economias cambaleantes, de deterioração climática e de uma crise de significado, presencio todos os dias a participação de empresas na mudança desse cenário (REIMAN, 2013).

O filósofo Aristóteles¹ afirma que na intersecção dos talentos do indivíduo com as necessidades do mundo é que se encontra a sua vocação (do latim vocare, que significa chamar). Quando conseguimos identificar com exatidão as pessoas de quem dependemos para concretizar algo e, em seguida, descobrimos como pensam, então teremos a melhor chance de convencê-las a nos ajudar a realizar grandes projetos. Isso pode soar como senso comum, mas o que percebo acerca do senso comum é que ele não é tão comum assim. Muitos simplesmente ignoram esse ingrediente fundamental da liderança. As pessoas e as organizações conjuntamente têm procurado constantemente se ajustarem a esse ambiente tão mutável e dinâmico. Mais do que nunca, os indivíduos são compelidos a usarem a interdisciplinaridade, trabalharem em equipe, e não mais individualmente, a se prepararem para o enfretamento de mudanças no cenário globalizado e de economia de mercado.

Segundo Chiavenato (2016), as pessoas e as organizações têm procurado constantemente se ajustarem a um ambiente tão mutável e dinâmico. A organização, assim, pode ser considerada como papéis ou aglomerados de atividades esperadas dos indivíduos e de conjuntos de papéis ou de grupos que se superpõem, cada qual formado de pessoas que têm mais expectativas quanto a determinado indivíduo. A organização é uma estrutura de papéis. Mais do que isso: é um sistema de papéis. Mais do que nunca, os indivíduos são compelidos a usarem a interdisciplinaridade, trabalharem em equipe, e não mais individualmente, a se prepararem para o enfrentamento de mudanças no cenário globalizado e de economia de mercado (LEPRI, 2005).

A sobrevivência e o sucesso de cada organização dependerão do desempenho e das competências das pessoas, principalmente daquelas que trabalham com o conhecimento e adotam tecnologias avançadas. Afinal, o Desempenho Organizacional está intimamente relacionado com o desempenho individual e grupal. A vantagem competitiva e sustentável das organizações depende da criação, construção, estruturação e compartilhamento interno do conhecimento, sua aplicação rentável e da sua transformação em resultados organizacional.

Sendo a Cultura Organizacional o conjunto de valores e crenças que define o perfil da organização e que pauta o padrão de comportamento dos colaboradores, as decisões, políticas e processos implantados na empresa, podendo agir como fator promotor ou inibidor na avaliação do Desempenho Organizacional, encontra-se uma problemática motivante para essa pesquisa. Nesse contexto temos a seguinte situação problema para refletir: Como a Cultura Organizacional pode promover melhorias no conjunto de condicionantes de Desempenho Organizacional?

A pesquisa também busca responder questões secundárias, mas relevantes para a compreensão da importância da Cultura Organizacional, a saber: como a Cultura Organizacional impacta no desempenho da equipe de trabalho em relação ao grau de maturidade das organizações?

1.3 OBJETIVOS DA PESQUISA

1.3.1 Objetivo Geral

O objetivo geral desse trabalho é analisar a relação dos Fatores críticos de sucesso (FCS) da Cultura Organizacional que impactam no Desempenho Organizacional.

1.3.2 Objetivos Específicos

Para auxiliar o atendimento do objetivo geral foram estabelecidos os seguintes objetivos específicos:

• Propor uma reflexão sobre a relação dos Fatores críticos de sucesso da Cultura Organizacional que podem impactar no Desempenho Organizacional;

• Identificar os aspectos intrínsecos entre a Cultura Organizacional, a Gestão do Conhecimento e o Desempenho Organizacional;

1.4 JUSTIFICATIVA E RELEVÂNCIA DA PESQUISA

A relevância do estudo está na estrutura da análise dos indicadores de Desempenho Organizacional com prevalência aos Fatores críticos de sucesso (FCS) que mais impactam e são impactados pela Cultura Organizacional. Abordados pelos principais autores na literatura, bem como na percepção dos estudiosos em organizações a pesquisa pretende contribuir para a ampliação do conhecimento no que tange ao desenvolvimento de estratégias empresariais a partir da reflexão e análise da Cultura Organizacional.

Segundo Wagner e Hollenbeck (2012), para formar uma organização que aprende, todos os funcionários, mas principalmente os gestores, precisam tornar seu raciocínio mais disciplinado e prestar mais atenção aos detalhes.

Como afirmou Wagner e Hollenbeck, 2012:

para satisfazer nossas