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Bíblia de Aparecida
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E-book4.365 páginas56 horas

Bíblia de Aparecida

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Sobre este e-book

A Bíblia de Aparecida é uma tradução das Sagradas Escrituras, feita diretamente dos textos originais em hebraico e grego para uma linguagem simples e moderna. Essa versão em tamanho médio, além de todos os textos sagrados, traz ainda uma linha do tempo com os principais eventos citados nas escrituras, mapas e orações para antes de ler a Bíblia.
IdiomaPortuguês
Data de lançamento16 de mai. de 2022
ISBN9786555271614
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    Bíblia de Aparecida - Editora Santuário

    APRESENTAÇÃO

    A Editora Santuário, com mais de cem anos de existência, sempre trabalhou na propagação da fé e das glórias de Maria Santíssima. Procurou sempre divulgar a Palavra de Deus editando a Bíblia em parcerias com outras editoras.

    Agora, porém, realiza um sonho acalentado há anos, o de editar a Bíblia com sua marca exclusiva.

    É-me grato apresentar ao Povo de Deus e, em particular, aos devotos de Nossa Senhora, a BÍBLIA SAGRADA DE APARECIDA.

    O romeiro que vem ao Santuário Nacional da Padroeira do Brasil é, em sua grande maioria, pessoa simples, devoto da Mãe Aparecida, desejoso de conhecer e entender a Palavra de Deus. Por isso, a BÍBLIA SAGRADA DE APARECIDA é apresentada numa linguagem que o leitor simples possa entender.

    A tradução dos textos originais foi feita pelo Pe. José Raimundo Vidigal, missionário redentorista, formado em Sagrada Escritura e familiarizado com a rea­lidade da vida do povo, junto ao qual exerceu várias formas de apostolado.

    Este trabalho de fôlego é fruto da dedicação pessoal do Pe. Vidigal, o que dá maior unidade na linguagem e no estilo e facilita o entendimento da Palavra de Deus. Neste trabalho, ele não deixou de consultar e ouvir outros especialistas em Sagrada Escritura.

    A BÍBLIA SAGRADA DE APARECIDA oferece a seus leitores valiosos recursos para aprofundamento e estudo através de inúmeras e preciosas notas explicativas e referências a outros textos paralelos.

    Felicito a Editora Santuário por esta oportuna iniciativa e faço votos para que o leitor não só leia e entenda a Palavra de Deus, mas, sobretudo, realize em sua vida as palavras de Maria dirigidas aos serventes, nas Bodas de Caná: Fazei tudo o que Ele vos disser (Jo 2,5).

    Aparecida, 15 de agosto de 2006, na Solenidade da Assunção de Nossa Senhora

    Dom Raymundo Damasceno Assis

    Arcebispo Metropolitano da Arquidiocese de Aparecida

    ÍNDICE GERAL

    Abreviaturas dos livros Bíblicos

    Outras abreviaturas

    Como citar e localizar textos da Bíblia

    Introdução à Bíblia

    O ANTIGO TESTAMENTO

    Introdução ao Antigo Testamento

    Pentateuco

    Gênesis

    Êxodo

    Levítico

    Números

    Deuteronômio

    Livros Históricos

    Josué

    Juízes

    Rute

    Primeiro Samuel

    Segundo Samuel

    Primeiro reis

    Segundo reis

    Primeiro crônicas

    Segundo crônicas

    Esdras

    Neemias

    Tobias

    Judite

    Ester

    Primeiro Macabeus

    Segundo Macabeus

    Livros Poéticos e Sapienciais

    Salmos

    Provérbios

    Eclesiastes

    Cântico dos cânticos

    Sabedoria

    Eclesiástico

    Livros Proféticos

    Isaías

    Jeremias

    lamentações

    Baruc

    Ezequiel

    Daniel

    Oseias

    Joel

    Amós

    Abdias

    Jonas

    Miqueias

    Naum

    Habacuc

    Sofonias

    Ageu

    Zacarias

    Malaquias

    O NOVO TESTAMENTO

    Introdução aos Evangelhos

    Introdução aos Evangelhos

    São Mateus

    São Marcos

    São lucas

    São João

    Atos dos Apóstolos

    Introdução às Cartas de São Paulo

    Romanos

    Primeira Coríntios

    Segunda Coríntios

    Gálatas

    Efésios

    Filipenses

    Colossenses

    Primeira Tessalonicenses

    Segunda Tessalonicenses

    Primeira a Timóteo

    Segunda a Timóteo

    Tito

    Filêmon

    Hebreus

    Epístolas Católicas

    São Tiago

    Primeira de São Pedro

    Segunda de São Pedro

    Primeira de São João

    Segunda de São João

    Terceira de São João

    São Judas

    Apocalipse

    Fatos e datas mais importantes

    Vocabulário bíblico

    ABREVIATURAS DOS LIVROS BÍBLICOS

    OUTRAS ABREVIATURAS

    COMO CITAR E LOCALIZAR TEXTOS DA BÍBLIA

    Quando ouvimos uma leitura da Bíblia ou quando vamos procurar na Sagrada Escritura uma passagem que foi citada temos de entender o significado de cada informação. Como é que se faz?

    Primeiramente o nome do livro, que geralmente aparece abreviado: Gênesis (Gn), Primeiro Samuel (1Sm), Mateus (Mt), Segunda Coríntios (2Cor) etc. É útil e necessário decorar a ordem bíblica dos livros e suas respectivas abreviações.

    Em seguida a localização dos capítulos e versículos. Os números dos capítulos vêm impressos em tamanho maior; os números dos versículos, distribuídos em meio aos textos, vêm impressos em tamanho pequeno, um pouco acima das palavras.

    A vírgula separa capítulo de versículo, p. ex.: Mt 5,3 lê-se Mateus capítulo 5, versículo 3.

    O ponto-e-vírgula separa capítulos e livros, p. ex.: Mt 5,3; Lc 2,4; 3,8 lê-se Mateus capítulo 5, versículo 3; Lucas capítulo 2, versículo 4 e capítulo 3, versículo 8.

    O ponto separa versículo de versículo, não seguidos, p. ex.: Mt 5,3.5.9.12 lê-se Mateus, capítulo 5, versículos 3, 5, 9 e 12.

    O hífen indica sequência de versículos, p. ex.: Mt 5,3-12 lê-se Mateus, capítulo 5, versículos de 3 a 12. Indica também sequência de um capítulo a outro, p. ex.: Mt 5,3-6,4 lê-se Mateus, do capítulo 5, versículo 3 ao capítulo 6, versículo 4. Ou ainda Mt 5-7 onde se lê Mateus, capítulos de 5 a 7.

    O asterisco *: Nesta versão digital da Bíblia de Aparecida, quando aparece um asterisco após uma palavra do texto, significa que existem outras passagens semelhantes em outro lugar da Bíblia. Para saber onde, veja qual o número do capítulo e do versículo a que pertence a palavra seguida de *. Depois procure no anexo no final do livro que você estiver lendo o número desse capítulo e respectivo versículo com as citações referentes.

    A cruzinha †: Quando aparece uma cruzinha após uma palavra do texto significa que existe uma nota explicativa sobre aquele assunto que poderá ser acessada ao clicar sobre a cruz.

    INTRODUÇÃO À BÍBLIA

    A Igreja tem seu livro, o livro por excelência, o mais difundido e estudado, traduzido em 1.800 línguas, impresso em milhões de exemplares e lido em todo o mundo, uma espécie de best-seller permanente da humanidade: a Bíblia, livro de Deus. Por meio dela Deus instrui as gerações que se sucedem na terra, ele as ilumina e alegra com sua luz. É um livro inspirado, que tem Deus como autor principal. Por isso, ensina com certeza, fielmente e sem erro a verdade que Deus, em vista da nossa salvação, quis fosse consignada nas Sagradas Escrituras (Vat. II).

    Nossa fé nos diz, porém, que a Bíblia é palavra de Deus em linguagem humana. Foi escrita por pessoas como nós, das quais o Espírito Santo fez seus instrumentos vivos e racionais, que não receberam simplesmente um ditado para copiar, mas trabalharam livremente com seus próprios talentos, deixando nos escritos a marca de sua pessoa, de seu tempo e de sua cultura. Daí a grande variedade nas obras que compõem a Bíblia e em seus estilos literários. É como se Deus fosse um músico a tocar os mais diversos instrumentos, cada qual produzindo seu timbre específico.

    A palavra Bíblia vem de um substantivo plural grego, que significa livros. Com efeito, não é apenas um livro, mas uma biblioteca inteira, um conjunto de livros, escritos no espaço de 10 séculos e em diversos ambientes, adotando, por isso, os mais variados modos de falar, que chamamos de gêneros literários: são narrativas, poesias, oráculos proféticos, cânticos de amor, códigos de leis, coleções de provérbios, apocalipses, genealogias, discursos, salmos, evangelhos e cartas, em que se refletem, em toda a riqueza de seus matizes, a sabedoria divina e a psicologia humana.

    Com tamanha variedade, o que faz a Bíblia ser um conjunto harmonioso é seu único Autor, Deus, que fala em todas as suas páginas, e seu tema principal, a história da salvação. A Bíblia é a história do amor de Deus pela humanidade, a aventura de um povo escolhido, com todas as suas qualidades e defeitos, com suas alegrias e tristezas e sua trajetória de quase dois mil anos, povo que devia preparar a chegada do Salvador. É do Salvador que falam todas as Escrituras (Lc 24,27), todas nele se realizam, por isso ignorar as Escrituras é ignorar Jesus Cristo (São Jerônimo).

    As duas grandes partes da Bíblia são o Antigo Testamento, que contém os 46 livros do tempo anterior a Cristo, e o Novo Testamento, formado pelos 27 livros que falam de Cristo. Nessas expressões, a palavra testamento significa propriamente aliança: a antiga, a mosaica, e a nova, com Cristo.

    A Bíblia foi redigida em três línguas: os livros mais antigos, em hebraico, mais ou menos 3/4 do total; os mais recentes, em grego, 1/4 aproximadamente; e poucas páginas em aramaico. O hebraico, língua do povo eleito, era a língua sagrada por excelência. O aramaico, língua diplomática e bastante próxima do hebraico, estava em uso na comunidade judaica desde o retorno do exílio babilônico até o tempo de Jesus. O grego passou a ser conhecido e falado na Palestina a partir de Alexandre Magno e seus sucessores.

    Em todas as edições, os livros bíblicos aparecem divididos em capítulos, e cada capítulo em versículos. A divisão em capítulos data do ano 1214 e foi feita na Universidade de Paris, pelo professor, mais tarde cardeal, Estevão Langton. No séc. XVI os capítulos foram divididos em versículos: Sante Pagnini numerou o Antigo Testamento em 1528 e Roberto Estevão, em 1550, numerou o Novo.

    A Bíblia, livro de fé, foi escrita na Igreja e para a Igreja, comunidade de fé. A ela Deus confiou os livros santos, dando-lhe três obrigações: fixar o catálogo oficial dos livros, chamado cânon, divulgar os livros bíblicos, conservando-os em sua integridade e orientar os fiéis em sua reta interpretação. A Bíblia só é lida com verdadeiro proveito num contexto de fé e de oração.

    O cristão lê a Bíblia como um livro de espiritualidade, vendo nela um lugar do encontro com Deus. Dela escreveu São Paulo a seu colaborador Timóteo: Toda a Escritura é inspirada por Deus e é útil para ensinar, convencer, corrigir e educar para a justiça, para que o homem de Deus seja perfeito, equipado para toda boa obra (2Tm 3,16s).

    INTRODUÇÃO AO ANTIGO TESTAMENTO

    A primeira parte da Bíblia, o Antigo Testamento, reúne os livros sagrados do período anterior a Jesus Cristo. Os hebreus os agrupavam em três categorias: Lei, Profetas e Escritos. A Lei é o conjunto dos cinco livros atribuídos a Moisés, ou seja, o Pentateuco; a parte chamada Profetas inclui os Profetas anteriores, que nós situamos entre os livros históricos (de Josué até 2º Reis) e os Profetas posteriores, que são os Profetas propriamente ditos; os Escritos ou hagiógrafos compreendem o restante dos livros hebraicos. Os cristãos adotam uma divisão em três classes de livros: históricos, sapienciais (ou poéticos, didáticos) e proféticos.

    Depois de narrar a criação do mundo e a pré-história bíblica, o Antigo Testamento apresenta em grandes linhas a história do povo de Israel, que começa com Abraão e os outros patriarcas; o êxodo e a ocupação da terra prometida; e os principais fatos que ocorreram no tempo dos Juízes, dos Reis e após o retorno do exílio. No livro dos Salmos toda essa história se transforma em oração. Na voz dos Profetas ressoam as advertências de Deus que guia seu povo. E pelo ensinamento dos Sábios, Israel aprende a buscar a verdadeira felicidade e a sabedoria que está no temor de Deus e na observância de sua lei.

    Entre os temas principais, que atravessam essa narrativa da trajetória de Israel, podemos enumerar: a eleição, a promessa, a terra, a aliança, a fidelidade, os mandamentos, o serviço de Deus, a salvação, o messianismo.

    Muita gente se pergunta por que a Igreja conserva e utiliza o Antigo Testamento, que é evidentemente imperfeito se comparado ao Novo. Por que ficar com o passado, se conhecemos a realidade definitiva, o Cristo?

    Responde o Vaticano II: Os livros do Antigo Testamento, em conformidade com a condição do gênero humano dos tempos anteriores à salvação realizada por Cristo, manifestam a todos o conhecimento de Deus e do homem e os modos pelos quais o justo e misterioso Deus trata com os homens. Esses livros, embora contenham também coisas imperfeitas e transitórias, manifestam contudo a verdadeira pedagogia divina. Por isso devem ser recebidos devotamente pelos cristãos esses livros que exprimem um vivo senso de Deus e contêm sublimes ensinamentos acerca de Deus e uma salutar sabedoria concernente à vida do homem e admiráveis tesouros de preces, nos quais enfim está latente o mistério de nossa salvação.

    O Antigo Testamento nos convida a entender a pedagogia divina, que não revela tudo de uma vez, mas se adapta à capacidade de compreensão de seu povo. Em várias questões como a responsabilidade individual, a vida futura, o universalismo, a fraternidade observa-se um nítido progresso já dentro do próprio Antigo Testamento. E de um Testamento ao outro o passo é muito maior. São Paulo diz que a Lei era o pedagogo que nos conduzia a Cristo (Gl 3,24), entendendo por pedagogo aquele escravo de confiança que levava o jovem até seu mestre. O Antigo Testamento é a raiz, o fundamento, os alicerces do Novo. Uma obra como o Apocalipse de João, por exemplo, tecida de inúmeras reminiscências bíblicas, fica bastante obscura para quem não conhece o êxodo e as profecias de Ezequiel, Daniel e Zacarias.

    O Antigo Testamento foi o único texto sagrado para Jesus e a Igreja primitiva. Os apóstolos encontraram nele o ponto de partida para anunciar o Cristo. Nele descobriram prefigurações e anúncios que se cumpriram no Messias Jesus. Para falar dele recorreram aos personagens Adão, Moisés, Davi, o Servo sofredor, o Emanuel e o Filho do homem. Muitos fatos da história antiga como o dilúvio, o êxodo com vários de seus episódios foram interpretados como símbolos das realidades do novo tempo. Jesus mesmo afirmou que não veio abolir a Lei e os Profetas, mas dar-lhes cumprimento (Mt 5,17).

    A primeira e mais célebre tradução do Antigo Testamento foi a tradução grega dos Setenta, feita no Egito, para as comunidades judaicas da diáspora, nas primeiras décadas do séc. III a.C. Essa foi a Bíblia que os apóstolos usaram quando pregaram o Evangelho no mundo mediterrâneo, onde o grego era a língua universal. Essa Bíblia contém todos os 39 livros sagrados dos hebreus e mais 7, escritos nos últimos séculos a.C., e não aceitos pelos hebreus por acreditarem que com Esdras (séc. V a.C.) a inspiração profética havia terminado. A Igreja católica reconhece, pois, no Antigo Testamento, 46 livros inspirados, ao passo que as Igrejas protestantes, que seguem a opinião dos hebreus, aceitam apenas 39. Aqueles 7 livros são denominados pelos católicos livros deuterocanônicos e pelos protestantes livros apócrifos, denominação esta que para nós indica os livros que a Igreja deixou de fora do catálogo dos livros inspirados.

    PENTATEUCO

    Os hebreus dividem sua Bíblia em Lei, Profetas e outros Escritos. Nessa divisão, como também muitas vezes nas palavras de Jesus, Lei designa os cinco primeiros livros da Bíblia, porque constituem a base histórica, religiosa e jurídica de Israel. Em hebraico, Lei se diz Torá, que tem um sentido mais amplo, significando instrução, ensinamento. A esse conjunto damos o nome de Pentateuco, expressão grega que surgiu no séc. I, entre os hebreus de Alexandria, e significa cinco livros, ou melhor, cinco rolos, pois os livros antigos tinham a forma de rolos. Trata-se do Gênesis, Êxodo, Levítico, Números e Deuteronômio. A história que contam começa com a criação do mundo e termina na morte de Moisés. Com exceção do primeiro livro, toda a obra tem como protagonista Moisés. Dele se narram a prodigiosa salvação das águas, a educação na corte do faraó, a vocação e a missão de exigir do faraó a liberdade do povo, a função de instrumento nas mãos de Deus para realizar seus prodígios, para guiar o povo na caminhada do deserto e para conceder ao povo a lei e a aliança.

    Além de protagonista, Moisés teria sido também o autor desses livros? Assim pensou a tradição hebraica, referida no Novo Testamento, e por isso os cinco livros são chamados os livros de Moisés. Mas a partir de observações feitas já no séc. XVIII, essa opinião começou a ser abandonada. Notou-se, por exemplo, a existência de repetições: a criação do mundo e do ser humano, como também a vocação de Moisés, são narradas duas vezes. Há elementos recolhidos muito depois da morte de Moisés, e leis que não eram observadas em seu tempo e nem sequer existiam então, não podendo, portanto, ter sido codificadas por ele. Formulou-se a teoria dos quatro documentos – javista, eloísta, deuteronomista e sacerdotal – cujos elementos teriam sido combinados para formar o conjunto da obra. Hoje prefere-se falar de tradições orais, passadas através das gerações, e que receberam uma forma literária em diversas épocas, chegando à redação definitiva no tempo do exílio. Porque a maioria dessas tradições remontam à época de Moisés e porque ele teve sobre elas uma profunda influência como autor e legislador, pode-se dizer que o Pentateuco é de origem mosaica. Descobriram-se também paralelos interessantes com textos extrabíblicos, por exemplo, para a história do dilúvio e a de Moisés salvo das águas.

    A leitura do Pentateuco nos faz reviver os primeiros lances da maravilhosa história do amor divino que é a história da salvação. A aliança mosaica prefigura e prepara a nova aliança, à qual aderimos pelo batismo. As promessas de Javé aos patriarcas e ao povo nos lembram que em Cristo todas as promessas de Deus tiveram seu sim (2Cor 1,20).

    GÊNESIS

    O nome Gênesis é muito apropriado para o primeiro livro da Bíblia, que conta as origens do mundo, da humanidade em geral, e do povo de Israel em especial. Os capítulos 1-11, que narram a pré-história bíblica, contêm dois relatos da criação do mundo e da criação do ser humano e falam do primeiro pecado, do fratricídio de Caim, do dilúvio e da torre de Babel. Depois do pecado de Adão e Eva, Deus promete a salvação, a qual, no entanto, parece sempre mais distante com a expansão do mal no mundo, que prejudica a realização do plano divino, sem no entanto impedir que ele se realize.

    O texto se exprime segundo os conhecimentos da época, descrevendo observações sobre o mundo e o ser humano, e mostrando não o que eles foram no passado, mas qual é sua essência imutável através dos tempos.

    Do capítulo 12 em diante, o desígnio salvífico de Deus se manifesta na eleição de Abraão e nas promessas a ele feitas e renovadas a Isaac e a Jacó. É contada a vocação de Abraão e sua vida em Canaã, como também a destruição de Sodoma e Gomorra, o nascimento e o sacrifício de Isaac, o ciclo de Jacó-Israel e de José, o hebreu que prosperou no Egito. A migração de Abraão até Canaã deve ter ocorrido pelo ano 1850 a.C. Ao serem transmitidos através das gerações, os relatos sobre os Patriarcas foram revistos e ampliados, não sendo possível reconstruir os fatos conforme ocorreram. Alguns documentos extrabíblicos dessa época mostram que esses relatos concordam com os costumes do Oriente antigo.

    Gênesis é o livro das promessas, que quase sempre tardam a se cumprir, pondo à prova a fé dos Patriarcas e de seus familiares.

    Ler o livro do Gênesis é penetrar nas raízes das verdades fundamentais de nossa fé, tais como a existência de um Deus único, onipotente, criador e senhor do universo; a grandeza e a miséria do ser humano; a dignidade do amor humano e da família; a salvação que só Deus pode conceder e que chega à humanidade por meio dos instrumentos que ele elege entre os próprios seres humanos.

    I. ORIGENS DA HUMANIDADE

    (1–11)

    1A Criação do céu e da terra. ¹No princípio Deus criou o céu e a terra.* ²A terra estava sem forma e vazia; as trevas cobriam o abismo e o espírito de Deus se movia sobre a superfície das águas.

    ³Deus disse: Faça-se a luz! E a luz foi feita. ⁴Deus viu que a luz era boa e separou a luz das trevas. ⁵Deus chamou à luz dia e às trevas noite. E houve tarde e houve manhã: primeiro dia†.

    ⁶Deus disse: Faça-se um firmamento no meio das águas para separar as águas das águas. ⁷Deus fez o firmamento e separou as águas que estão debaixo do firmamento, das águas que estão acima do firmamento. E assim aconteceu. ⁸Deus chamou ao firmamento céu. E houve tarde e houve manhã: segundo dia.

    ⁹Deus disse: As águas que estão debaixo do céu se reúnam num só lugar e apareça a parte seca. E assim aconteceu. ¹⁰Deus chamou à parte seca terra e à massa das águas, mar. E Deus viu que isto era bom. ¹¹E Deus disse: A terra produza vegetação: plantas que deem sementes e árvores frutíferas que deem sobre a terra fruto com a própria semente, cada qual segundo sua espécie. E assim aconteceu. ¹²A terra produziu vegetação: plantas que produzem semente, cada qual segundo a própria espécie, e árvores que dão fruto cada qual com sua semente, segundo a própria espécie. Deus viu que isto era bom. ¹³E houve tarde e houve manhã: terceiro dia.

    ¹⁴Deus disse: Haja luzes no firmamento do céu, para distinguir o dia da noite;* sirvam de sinais para as festas, para os dias e para os anos ¹⁵e sirvam de luzes no firmamento do céu para iluminar a terra. E assim aconteceu: ¹⁶Deus fez as duas grandes luzes, a luz maior para regular o dia e a luz menor para regular a noite†, e as estrelas. ¹⁷Deus as pôs no firmamento do céu para iluminar a terra, ¹⁸para governar o dia e a noite e para separar a luz das trevas. E Deus viu que isto era bom. ¹⁹E houve tarde e houve manhã: quarto dia.

    ²⁰Deus disse: Encham-se as águas de multidões de seres vivos,* e pássaros voem sobre a terra, no firmamento do céu. ²¹Deus criou os grandes animais aquáticos e todos os seres vivos que nadam e que enchem as águas, segundo sua espécie, e toda ave alada, segundo sua espécie. E Deus viu que isto era bom. ²²Deus os abençoou†, dizendo: Sede fecundos e multiplicai-vos e enchei as águas dos mares; e os pássaros se multipliquem sobre a terra. ²³E houve tarde e houve manhã: quinto dia.

    ²⁴Deus disse: A terra produza seres vivos segundo sua espécie: animais domésticos, répteis e animais selvagens segundo sua espécie. E assim aconteceu: ²⁵Deus fez os animais selvagens segundo sua espécie, os animais domésticos segundo sua espécie e todos os répteis da terra segundo sua espécie. E Deus viu que isto era bom.

    Criação do ser humano. ²⁶Deus disse: Façamos o ser humano* a nossa imagem, como nossa semelhança; domine sobre os peixes do mar e sobre as aves do céu, sobre os animais domésticos, sobre todos os animais selvagens e sobre todos os répteis que rastejam pelo chão.

    ²⁷E Deus criou o ser humano a sua imagem;

    à imagem de Deus o criou:

    homem e mulher os criou;*

    ²⁸Deus os abençoou e disse:*

    "Sede fecundos e multiplicai-vos,

    enchei a terra e submetei-a;*

    dominai sobre os peixes do mar,

    sobre as aves do céu

    e sobre todo ser vivo

    que rasteja pelo chão".

    ²⁹E Deus disse-lhes: Dou-vos toda planta que dá semente e que está em toda a terra, e toda árvore em que há fruto, que produz semente: serão vosso alimento. ³⁰A todos os animais selvagens,* a todas as aves do céu e a todos os seres que rastejam pelo chão e nos quais há um sopro de vida, eu dou como comida toda vegetação. E assim aconteceu. ³¹Deus viu tudo que havia feito: era muito bom.* E houve tarde e houve manhã: sexto dia.

    2Deus santifica o sábado. ¹Assim foram terminados o céu e a terra com todos os seus elementos. ²No sétimo dia, Deus concluiu a obra que havia feito; e descansou de todo o seu trabalho* no sétimo dia. ³Deus abençoou o sétimo dia e o consagrou, porque nele descansou de todo o trabalho que havia feito na criação†. ⁴Estas são as origens do céu e da terra, quando foram criados.

    Segundo relato da criação†. Quando Javé Deus fez a terra e o céu, ⁵não havia sobre a terra nenhum arbusto do campo, e nenhuma planta do campo tinha brotado; porque Javé Deus não tinha feito chover sobre a terra e não havia homem para cultivar o solo. ⁶Mas um vapor subia da terra* e regava toda a superfície do solo.⁷ Então Javé Deus formou o homem com o pó da terra e soprou em suas narinas o sopro da vida, e o homem tornou-se um ser vivente†.

    ⁸Depois Javé Deus plantou um jardim em Éden, a oriente, e nele colocou o homem que havia formado. ⁹Javé Deus fez germinar do solo* toda espécie de árvore de aspecto atraente e de fruto saboroso, a árvore da vida no meio do jardim e a árvore do conhecimento do bem e do mal†. ¹⁰Um rio saía de Éden para regar o jardim; e dali se dividia em quatro braços. ¹¹O nome do primeiro é Fison: é o que rodeia todo o país de Hévila, onde há ouro; ¹²e o ouro daquela terra é fino; lá há também bdélio e a pedra de ônix. ¹³O segundo se chama Geon: este é o que rodeia todo o país da Etiópia. ¹⁴O terceiro se chama Tigre: ele corre a leste de Assur. O quarto rio é o Eufrates.

    ¹⁵Javé Deus tomou o homem e o colocou no jardim de Éden, para o cultivar e o guardar.

    ¹⁶Javé Deus deu esta ordem ao homem: Poderás comer de todas as árvores do jardim, ¹⁷mas da árvore do conhecimento do bem e do mal não deves comer, porque no dia em que dela comeres certamente morrerás.*

    Criação da mulher. ¹⁸Javé Deus disse: "Não é bom que o homem esteja só: quero fazer-lhe um auxílio† que lhe corresponda". ¹⁹Então Javé Deus formou da terra toda espécie de animais do campo e todas as aves do céu e os conduziu ao homem, para ver como os chamaria: cada ser vivo ficaria com o nome que o homem lhe desse. ²⁰Assim o homem deu nome a todos os animais domésticos, a todas as aves do céu e a todos os animais selvagens†, mas o homem não encontrou um auxílio que lhe correspondesse. ²¹Então Javé Deus fez descer sobre o homem um sono profundo, e ele adormeceu; tirou-lhe uma das costelas e fechou a carne em seu lugar. ²²Com a costela que havia tirado do homem, Javé Deus formou a mulher e a conduziu ao homem. ²³Então o homem disse:

    "Desta vez

    esta é carne de minha carne

    e osso de meus ossos.

    Será chamada mulher

    porque do homem foi tirada".

    ²⁴Por isso o homem deixa seu pai e sua mãe* para se unir a sua mulher, tornando-se os dois uma só carne. ²⁵Os dois, o homem e a mulher, estavam nus, mas não sentiam vergonha.

    3A Tentação e o pecado. ¹A serpente era o mais astuto de todos os animais do campo feitos por Javé Deus.* Ela disse à mulher: É verdade que Deus disse: ‘Não deveis comer de nenhuma árvore do jardim’? ²Respondeu a mulher à serpente: Dos frutos das árvores do jardim podemos comer, ³mas do fruto da árvore que está no meio do jardim, Deus disse: ‘Dele não deveis comer e não deveis tocá-lo, senão morrereis’. ⁴Mas a serpente disse à mulher: Não morrereis de modo algum! ⁵Antes, Deus sabe que, no dia em que dele comerdes, vossos olhos se abrirão e sereis como Deus, conhecendo o bem e o mal.† ⁶Então a mulher viu que o fruto da árvore era bom para comer, atraente para os olhos e desejável para adquirir conhecimento; apanhou o fruto e o comeu; depois deu dele também ao marido, que estava com ela, e ele comeu†. ⁷Então os olhos de ambos se abriram e, percebendo que estavam nus, juntaram folhas de figueira e fizeram tangas para si.

    ⁸Ouvindo o rumor de Javé Deus que passeava no jardim à brisa do dia, o homem e sua mulher se esconderam de Javé Deus no meio das árvores do jardim. ⁹Mas Javé Deus chamou o homem e lhe disse: Onde estás? ¹⁰Respondeu: Ouvi vosso rumor no jardim e tive medo, porque estou nu, e me escondi.

    ¹¹Deus lhe perguntou: Quem te disse que estavas nu? Então comeste da árvore da qual te ordenei que não comesses?

    ¹²O homem respondeu: A mulher que me destes por companheira me deu da árvore, e eu comi. ¹³Javé disse à mulher: Que fizeste? Respondeu a mulher: A serpente me enganou, e eu comi.*

    Castigo e promessa. ¹⁴Então Javé Deus disse à serpente:

    "Porque fizeste isto,

    maldita sejas entre todos os animais do campo

    e entre todos os animais selvagens;

    sobre teu ventre caminharás

    e pó da terra comerás

    todos os dias de tua vida.

    ¹⁵Porei inimizade entre ti e a mulher,

    entre tua descendência e a descendência dela:

    esta te ferirá a cabeça*

    e tu lhe ferirás o calcanhar".

    ¹⁶E à mulher ele disse:

    "Multiplicarei

    os sofrimentos de teu parto;

    entre dores darás à luz os filhos.*

    Para teu marido será teu desejo,

    mas ele te dominará."

    ¹⁷E ao homem ele disse:

    "Porque ouviste a voz de tua mulher

    e comeste da árvore, da qual eu te ordenei:

    ‘Não deves comer dela’,

    maldito seja o solo por tua causa!*

    Com sofrimento tirarás dele o sustento

    todos os dias de tua vida.

    ¹⁸Espinhos e cardos produzirá para ti

    e comerás a relva dos campos.

    ¹⁹Com o suor de teu rosto comerás o pão,*

    até que voltes à terra,

    porque dela foste tirado:

    tu és pó e ao pó voltarás!"

    ²⁰O homem deu a sua mulher o nome de Eva, porque ela seria a mãe de todos os viventes†.

    ²¹Javé Deus fez para o homem e para a mulher roupas de peles e os vestiu. ²²Então disse Javé Deus: O homem tornou-se como um de nós, conhecedor do bem e do mal. Agora, não aconteça que ele estenda a mão e apanhe também da árvore da vida e dela coma e viva para sempre! ²³Javé Deus o expulsou do jardim de Éden, para que trabalhasse a terra da qual tinha sido tirado. ²⁴Expulsou o homem* e pôs a oriente do jardim de Éden os querubins com a espada flamejante a cintilar, para guardar o caminho da árvore da vida.

    4Caim e Abel. ¹Adão uniu-se a Eva†, sua mulher, a qual concebeu e deu à luz Caim, e disse: Adquiri um homem com a ajuda de Javé. ²Depois deu à luz ainda a seu irmão Abel. Abel era pastor de rebanhos e Caim lavrador da terra.

    ³Passado o tempo, Caim ofereceu frutos da terra em oblação a Javé; ⁴Abel, por sua vez, ofereceu primogênitos de seu rebanho* e sua gordura. Javé olhou com agrado para Abel e sua oferta, ⁵mas não olhou com agrado para Caim e sua oferta. Caim ficou muito irritado com isso e com o rosto abatido.. 6Javé disse então a Caim: Por que estás irritado e com o rosto abatido? ⁷Se fizeres o bem, não andarás de cabeça erguida? Mas se não fizeres o bem, o pecado está à espreita diante de tua porta; ele se esforça para conquistar-te, mas tu deves dominá-lo. ⁸Caim disse a seu irmão Abel:* Vamos ao campo! Enquanto estavam no campo, Caim atirou-se sobre seu irmão Abel e o matou†.

    ⁹Então Javé disse a Caim: Onde está Abel, teu irmão? Ele respondeu: Não sei. Sou eu o guarda de meu irmão? ¹⁰Javé disse: Que fizeste? A voz do sangue de teu irmão clama por mim da terra! ¹¹Agora maldito sejas tu, longe ­da terra que por obra tua bebeu o sangue de teu irmão. ¹²Quando cultivares a terra, ela não te dará mais seus frutos: serás um fugitivo, vagando sobre a terra. ¹³Disse Caim a Javé: Grande demais é meu castigo, para que eu possa suportá-lo! ¹⁴Vós me expulsais hoje desta terra e terei de esconder-me longe de vós; serei fugitivo, vagando sobre a terra; e todo aquele que me encontrar poderá me matar. ¹⁵Javé lhe disse: Quem matar Caim será punido sete vezes! Javé pôs em Caim um sinal, para que não fosse morto por quem o encontrasse. ¹⁶Caim se retirou da presença de Javé e foi morar na região de Nod, a leste de Éden.

    A descendência de Caim. ¹⁷Caim uniu-se a sua mulher, que concebeu e deu à luz Henoc; depois tornou-se construtor de uma cidade, à qual deu o nome de seu filho Henoc. ¹⁸A Henoc nasceu Irad, e Irad gerou Maviael, e Maviael gerou Matusael, e Matusael gerou Lamec. ¹⁹Lamec tomou para si duas mulheres: o nome da primeira era Ada e o nome da segunda, Sela. ²⁰Ada deu à luz Jabel: ele foi o pai dos que moram em tendas e possuem rebanhos. ²¹O nome de seu irmão era Jubal: ele foi o pai de todos os que tocam cítara e flauta. ²²Sela, por sua vez, deu à luz Tubalcaim, forjador de todo utensílio de cobre e de ferro; a irmã de Tubalcaim era Noema.

    ²³Lamec disse a suas mulheres:

    "Ada e Sela, escutai minha voz;

    mulheres de Lamec, prestai ouvido ao que vou dizer:

    Matei um homem por causa de uma ferida

    e um rapaz por causa de uma contusão.

    ²⁴Sete vezes será vingado Caim, mas Lamec setenta e sete".

    A Descendência de Set. ²⁵Adão uniu-se de novo à sua mulher,* que deu à luz um filho e o chamou Set. Porque – disse – Deus me deu outro descendente em lugar de Abel, porque Caim o matou.

    ²⁶Também a Set nasceu um filho, que ele chamou Enós. Então se começou a invocar o nome de Javé.*

    5Patriarcas anteriores ao dilúvio. ¹Esta é a lista dos descendentes de Adão. *Quando Deus criou o ser humano, ele o fez à semelhança de Deus; ²homem e mulher os criou, abençoou-os e os chamou de ser humano quando foram criados. ³Adão tinha cento e trinta anos quando gerou um filho a sua semelhança, a sua imagem, e o chamou Set. ⁴Depois de ter gerado Set, Adão viveu ainda oitocentos anos e gerou filhos e filhas. ⁵O total dos dias de Adão foi de novecentos e trinta anos†; depois morreu.

    ⁶Set tinha cento e cinco anos quando gerou Enós; ⁷depois de ter gerado Enós, Set viveu ainda oitocentos e sete anos e gerou filhos e filhas. ⁸O total dos dias de Set foi de novecentos e doze anos; depois morreu.

    ⁹Enós tinha noventa anos quando gerou Cainã; ¹⁰depois de ter gerado Cainã, Enós viveu ainda oitocentos e quinze anos e gerou filhos e filhas. ¹¹O total dos dias de Enós foi de novecentos e cinco anos; depois morreu.

    ¹²Cainã tinha setenta anos quando gerou Malaleel; ¹³depois de ter gerado Malaleel, Cainã viveu ainda oitocentos e quarenta anos e gerou filhos e filhas. ¹⁴O total dos dias de Cainã foi de novecentos e dez anos; depois morreu.

    ¹⁵Malaleel tinha sessenta e cinco anos quando gerou Jared; ¹⁶depois de ter gerado Jared, Malaleel viveu ainda oitocentos e trinta anos e gerou filhos e filhas. ¹⁷O total dos dias de Malaleel foi de oitocentos e noventa e cinco anos; depois morreu.

    ¹⁸Jared tinha cento e sessenta e dois anos quando gerou Henoc; ¹⁹depois de ter gerado Henoc, Jared viveu ainda oitocentos anos e gerou filhos e filhas. ²⁰O total dos dias de Jared foi de novecentos e sessenta e dois anos; depois morreu.

    ²¹Henoc tinha sessenta e cinco anos* quando gerou Matusalém. ²²Henoc andou com Deus; depois de ter gerado Matusalém, viveu ainda trezentos anos e gerou filhos e filhas. ²³O total dos dias de Henoc foi de trezentos e sessenta e cinco anos.* ²⁴Henoc caminhou com Deus† e desapareceu, porque Deus o levou†.

    ²⁵Matusalém tinha cento e oitenta e sete anos quando gerou Lamec; ²⁶depois de ter gerado Lamec, Matusalém viveu ainda setecentos e oitenta e dois anos e gerou filhos e filhas. ²⁷O total dos dias de Matusalém foi de novecentos e sessenta e nove anos; depois morreu.

    ²⁸Lamec tinha cento e oitenta e dois anos quando gerou um filho ²⁹e o chamou Noé, dizendo: Este nos consolará de nosso trabalho e do cansaço de nossas mãos, por causa do solo que Javé amaldiçoou. ³⁰Depois de ter gerado Noé, Lamec viveu ainda quinhentos e noventa e cinco anos e gerou filhos e filhas. ³¹O total dos dias de Lamec foi de setecentos e setenta e sete anos; depois morreu.

    ³²Noé tinha quinhentos anos quando gerou Sem, Cam e Jafé.

    6A Corrupção da humanidade. ¹Quando os homens começaram a se multiplicar sobre a terra e lhes nasceram filhas, ²os filhos de Deus viram que as filhas dos homens eram belas e tomaram como esposas todas as que escolheram. ³Javé disse: Não ficará sempre no homem meu espírito, pois ele é carne; a duração de sua vida não será mais que cento e vinte anos.

    ⁴Naquele tempo havia sobre a terra os gigantes, e também depois, quando os filhos de Deus se uniam às filhas dos homens e estas lhes geravam filhos: são esses os famosos heróis da Antiguidade.*

    ⁵Javé viu que a maldade dos homens se multiplicava sobre a terra* e que todos os projetos de seu coração tendiam continuamente para o mal. ⁶E Javé se arrependeu de ter feito o ser humano sobre a terra† e seu coração se entristeceu. ⁷Javé disse: Exterminarei da face da terra o ser humano que criei; e com ele também os animais, os répteis e as aves do céu, porque estou arrependido de os ter feito. ⁸Mas Noé encontrou graça aos olhos de Javé.*

    ⁹Esta é a história de Noé.*

    Noé era um homem justo e íntegro entre seus contemporâneos, e andava com Deus. ¹⁰Noé gerou três filhos: Sem, Cam e Jafé. ¹¹Mas a terra corrompeu-se diante de Deus e estava cheia de violência.

    ¹²Deus olhou para a terra e viu que estava corrompida, porque todo ser humano tinha pervertido sua conduta sobre a terra.

    Intervenção de Deus para salvar o homem. ¹³Então Deus disse a Noé: "Decidi que é chegado o fim de todo ser criado, porque a terra, por sua causa, está cheia de violência. Vou exterminá-los junto com a terra. ¹⁴Faze para ti uma arca de madeira resinosa; divide a arca em compartimentos e calafeta-a com betume por dentro e por fora. ¹⁵Deves fazê-la assim: a arca terá trezentos côvados de comprimento, cinquenta de largura e trinta de altura†. ¹⁶Farás na arca um teto e, a um côvado mais acima, a terminarás. De um lado porás a entrada da arca. Tu a farás com andares: inferior, segundo e terceiro.

    ¹⁷Eu mandarei o dilúvio†, isto é, as águas sobre a terra,* para destruir debaixo do céu todo ser com sopro de vida; tudo o que está sobre a terra perecerá. ¹⁸Mas contigo eu farei minha aliança. Entrarás na arca com teus filhos, tua mulher e as mulheres de teus filhos. ¹⁹De tudo o que vive, de todo ser vivo, introduzirás na arca dois de cada espécie, macho e fêmea, para conservá-los em vida contigo. ²⁰De cada espécie de ave, de cada espécie de animais e de cada espécie de todos os répteis da terra, virá contigo um casal, para os conservares em vida. ²¹Quanto a ti, ajunta todo tipo de alimento e guarda-o junto de ti, para que sirva de comida para ti e para eles". ²²Noé fez tudo como Deus lhe tinha mandado.

    7O Dilúvio. ¹Javé disse a Noé: "Entra na arca com toda a tua família,* porque vi que és justo diante de mim nesta geração. ²De cada animal puro† toma contigo sete casais, o macho com a fêmea; dos animais impuros um casal, o macho com a fêmea. ³Também das aves do céu, sete casais, macho e fêmea, para perpetuar sua raça sobre toda a terra. ⁴Porque daqui a sete dias farei chover sobre a terra durante quarenta dias e quarenta noites; exterminarei da face da terra todo ser vivo que fiz". ⁵Noé fez tudo o que Javé lhe tinha ordenado.

    ⁶Noé tinha seiscentos anos quando o dilúvio das águas inundou a terra. ⁷Noé entrou na arca com seus filhos, sua mulher e as mulheres de seus filhos, para escapar das águas do dilúvio. ⁸Dos animais puros e dos impuros, das aves e de todos os seres que rastejam pelo chão ⁹entraram dois a dois com Noé na arca, macho e fêmea, como Deus lhe havia ordenado.

    ¹⁰Passados sete dias, as águas do dilúvio vieram sobre a terra. ¹¹No ano seiscentos da vida de Noé, no segundo mês, no dia dezessete do mês, justamente nesse dia, irromperam todas as fontes do grande abismo e as cataratas do céu se abriram. ¹²Caiu a chuva sobre a terra durante quarenta dias e quarenta noites. ¹³Nesse mesmo dia Noé entrou na arca com os filhos Sem, Cam e Jafé, sua mulher e as três mulheres de seus filhos; ¹⁴e com eles todas as espécies dos animais selvagens, dos animais domésticos, dos seres que rastejam pelo chão, das aves e de todos os seres alados. ¹⁵Vieram, pois, para junto de Noé na arca, dois a dois, de todo ser vivo em que há sopro de vida. ¹⁶Os que vinham, macho e fêmea de todo ser vivo, entraram como Deus lhe havia ordenado; depois Javé fechou a porta atrás dele.

    ¹⁷O dilúvio caiu sobre a terra durante quarenta dias: as águas subiram e levantaram a arca, que se elevou sobre a terra. ¹⁸As águas aumentaram e cresceram muito sobre a terra e a arca flutuava na superfície das águas. ¹⁹As águas subiram cada vez mais sobre a terra e cobriram todas as montanhas mais altas que há debaixo de todo o céu. ²⁰As águas elevaram-se quinze côvados acima das montanhas que elas cobriram.

    ²¹Pereceu todo ser vivo que se movia sobre a terra: aves, animais domésticos e selvagens, todos os seres que fervilham sobre a terra e todos os seres humanos. ²²Morreu todo ser que tinha um sopro de vida nas narinas, isto é, tudo o que estava sobre a terra seca.

    ²³Assim foram exterminados todos os seres que estavam sobre a terra: desde os seres humanos até os animais, os répteis e as aves do céu; eles foram extintos da terra e ficaram somente Noé e os que estavam com ele na arca.

    ²⁴As águas permaneceram altas sobre a terra durante cento e cinquenta dias.

    8Fim do dilúvio. ¹Então Deus se lembrou de Noé e de todos os animais selvagens e domésticos que estavam com ele na arca. Fez soprar um vento sobre a terra, e as águas baixaram. ²As fontes do abismo e as comportas do céu foram fechadas e a chuva parou de cair. ³Pouco a pouco as águas foram se retirando e, passados cento e cinquenta dias, começaram a diminuir. ⁴No dia dezessete do sétimo mês, a arca pousou sobre os montes de Ararat. ⁵As águas continuaram a diminuir até o décimo mês; e no primeiro dia do décimo mês apareceram os cumes das montanhas.

    ⁶Transcorridos mais quarenta dias, Noé abriu a janela que havia feito na arca ⁷e deixou sair um corvo, que saiu, indo e voltando, até que secaram as águas sobre a terra. ⁸Soltou também uma pomba, para ver se as águas já se haviam retirado do solo. ⁹Mas a pomba, não encontrando onde pousar, voltou para junto dele na arca, porque as águas ainda cobriam toda a face da terra. Ele estendeu a mão, apanhou-a e recolheu-a na arca. ¹⁰Esperou mais sete dias e de novo soltou a pomba fora da arca. ¹¹E a pomba voltou a ele ao entardecer, trazendo no bico uma folha verde de oliveira. Então Noé compreendeu que as águas se haviam retirado da terra. ¹²Esperou outros sete dias e soltou a pomba, que não mais voltou.

    Noé sai da arca. ¹³Foi no ano seiscentos e um da vida de Noé, no primeiro dia do primeiro mês, que as águas secaram sobre a terra; Noé retirou a cobertura da arca e viu que a superfície do solo estava seca. ¹⁴Foi no vigésimo sétimo dia do segundo mês que a terra ficou enxuta.

    ¹⁵Deus ordenou a Noé: ¹⁶ Sai da arca com tua mulher, teus filhos e as mulheres de teus filhos. ¹⁷Faze sair também contigo todas as espécies de animais* que estão contigo: aves, animais domésticos e os répteis que rastejam pelo chão, para que se propaguem sobre a terra, sejam fecundos e se multipliquem sobre ela.

    Noé agradece a Deus. ¹⁸Noé saiu com seus filhos, sua mulher e as mulheres de seus filhos. ¹⁹Saíram também da arca todos os animais selvagens e domésticos, todas as aves e todos os répteis que rastejam pelo chão, todos segundo sua espécie. ²⁰Então Noé construiu um altar a Javé; tomou animais puros e aves puras de toda espécie e ofereceu holocaustos sobre o altar. ²¹Javé aspirou aquele suave perfume e disse consigo mesmo: "Não amaldiçoarei nunca mais o solo por causa do ser humano, porque o coração† humano está inclinado para o mal desde a adolescência; nem castigarei mais nenhum ser vivo como acabei de fazer.

    ²²Enquanto durar a terra,

    plantio e colheita,

    frio e calor,

    verão e inverno,

    dia e noite

    jamais cessarão".

    9Humanidade renovada. ¹Deus abençoou Noé e seus filhos, dizendo-lhes: "Sede fecundos, multiplicai-vos e enchei a terra. ²Sereis causa de medo e de pavor para todos os animais da terra e para todas as aves do céu, para tudo o que rasteja pelo chão e para todos os peixes do mar: eu os ponho em vosso poder. ³Tudo o que se move* e tem vida vos servirá de alimento: dou-vos tudo isto, como já vos dei as plantas. ⁴Mas não comereis a carne com sua vida, isto é, seu sangue†. ⁵De vosso sangue, ou seja, de vossa vida,* eu pedirei contas; pedirei contas dele a todo animal; ao homem pedirei contas da vida do homem: a cada um, de seu irmão.

    ⁶Quem derrama o sangue do homem,

    pelo homem terá seu sangue derramado.

    Porque à imagem de Deus*

    foi feito o homem.

    ⁷Quanto a vós, sede fecundos e multiplicai-vos,

    propagai-vos sobre a terra e dominai-a".

    Aliança de Deus com Noé. ⁸Deus disse a Noé* e a seus filhos: ⁹Estabeleço minha aliança convosco e com vossos descendentes depois de vós; ¹⁰com todo ser vivo que está convosco: aves, animais domésticos e selvagens, com todos os animais da terra que saíram da arca. ¹¹Estabeleço* minha aliança convosco: não será mais exterminado nenhum ser vivo pelas águas do dilúvio, nem haverá mais dilúvio para devastar a terra.

    ¹²Deus disse:

    "Este é o sinal da aliança

    que estabeleço entre mim e vós

    e todos os seres vivos que estão convosco,

    para todas as gerações futuras.

    ¹³Ponho meu arco nas nuvens

    e este será o sinal da aliança

    entre mim e a terra.

    ¹⁴Quando eu reunir as nuvens sobre a terra

    e aparecer o arco nas nuvens†,

    ¹⁵eu me lembrarei de minha aliança

    que há entre mim e vós

    e todos os seres de toda espécie;

    e não haverá mais as águas do dilúvio

    para destruir todo ser vivo.

    ¹⁶O arco estará nas nuvens,

    e eu o verei e me lembrarei da aliança eterna

    entre Deus e todos os seres de toda espécie que há sobre a terra".

    ¹⁷Disse Deus a Noé: Este é o sinal da aliança que estabeleço entre mim e todos os seres vivos que estão sobre a terra.

    Maldição de Canaã. ¹⁸Os filhos de Noé,* que saíram da arca, foram Sem, Cam e Jafé; Cam é o pai de Canaã. ¹⁹Estes três são os filhos de Noé, e a partir deles foi povoada toda a terra.

    ²⁰Noé, que cultivava a terra, plantou uma vinha. ²¹Tendo bebido vinho, embriagou-se e ficou despido no interior da tenda. ²²Cam, pai de Canaã, viu o pai despido e foi contar aos dois irmãos que estavam fora. ²³Então Sem e Jafé tomaram o manto, puseram-no sobre os ombros e, caminhando de costas, cobriram a nudez do pai; seus rostos estavam voltados para trás, e não viram o pai despido.

    ²⁴Quando Noé despertou da embriaguez, ficou sabendo o que lhe tinha feito o filho mais novo; ²⁵então disse:

    "Maldito seja Canaã!

    Será para seus irmãos

    o último dos escravos!"

    ²⁶E acrescentou:

    "Bendito seja Javé, Deus de Sem,

    e que Canaã seja seu escravo!

    ²⁷Deus engrandeça Jafé,

    que ele more nas tendas de Sem

    e que Canaã seja seu escravo!"

    ²⁸Noé viveu, depois do dilúvio, trezentos e cinquenta anos. ²⁹O total dos dias de Noé foi de novecentos e cinquenta anos; depois morreu.

    10 Descendência dos filhos de Noé. ¹São estes os descendentes* dos filhos de Noé† – Sem, Cam e Jafé – aos quais nasceram filhos depois do dilúvio:

    ²Filhos de Jafé: Gomer, Magog, Madai, Javã, Tubal, Mosoc e Tiras.

    ³Filhos de Gomer: Asquenez, Rifat e Togorma.

    ⁴Filhos de Javã: Elisa, Társis, Cetim e Rodanim.

    ⁵Deles derivaram os povos espalhados pelas ilhas das nações, em seus diversos países, cada um segundo a própria língua, segundo suas famílias, em suas nações.

    ⁶Filhos de Cam: Cuch, Mesraim, Fut e Canaã.

    ⁷Filhos de Cuch: Saba, Hévila, Sabata, Regma e Sabataca.

    Filhos de Regma: Sabá e Dadã.*

    ⁸Cuch gerou Nemrod, que foi o primeiro homem poderoso sobre a terra. ⁹Foi um valente caçador diante de Javé, e é por isso que se diz: Caçador valente diante de Javé como Nemrod. ¹⁰As capitais de seu reino foram Babel, Arac, Acad e Calane, cidades que estão todas na terra de Senaar. ¹¹Dali saiu para Assur e construiu Nínive, Reobot-Ir, Cale ¹²e Resen, a grande cidade entre Nínive e Cale.

    ¹³Mesraim gerou os de Lud, de Anam, de Laab, de Naftu, ¹⁴de Patros, de Caslu e de Cáftor, dos quais se originaram os filisteus.

    ¹⁵Canaã gerou Sidon, seu primogênito, depois Het, ¹⁶e os jebuseus, os amorreus, os gergeseus, ¹⁷os heveus, os araceus, os sineus, ¹⁸os arádios, os samareus e os emateus. Em seguida dispersaram-se as famílias dos cananeus. ¹⁹A fronteira dos cananeus ia de Sidônia, na direção de Gerara, até Gaza; e na direção de Sodoma, Gomorra, Adama e Seboim, até Lesa.

    ²⁰Esses foram os filhos de Cam, segundo suas famílias e línguas, territórios e nações.

    ²¹Nasceram também filhos a Sem, pai de todos os filhos de Héber e irmão mais velho de Jafé.

    ²²Filhos de Sem: Elam, Assur, Arfaxad, Lud e Aram.

    ²³Filhos de Aram: Hus, Hul, Geter e Mes.

    ²⁴Arfaxad gerou Salé, e Salé gerou Héber. ²⁵Héber teve dois filhos: o primeiro chamava-se Faleg, porque em seu tempo a terra foi dividida; e seu irmão chamava-se Jectã.

    ²⁶Jectã gerou Elmodad, Salef, Asarmot, Jaré, ²⁷Aduram, Uzal, Decla, ²⁸Ebal, Abimael, Sabá, ²⁹Ofir, Hévila e Jobab: todos esses são filhos de Jectã. ³⁰Eles habitavam a região desde Mesa até Sefar, a montanha do oriente.

    ³¹Esses foram os filhos de Sem, segundo suas famílias e línguas, territórios e nações.

    ³²Essas foram as famílias* dos descendentes de Noé, segundo suas descendências e segundo suas nações. Foi a partir deles que os povos se espalharam pela terra depois do dilúvio.

    11 A Torre de Babel. ¹Toda a terra tinha uma só língua* e usava as mesmas palavras. ²Emigrando do Oriente, os homens encontraram uma planície no país de Senaar e ali se estabeleceram. ³Disseram uns aos outros: Vamos fazer tijolos e cozê-los ao fogo. Usaram tijolos, em vez de pedras, e betume, em vez de argamassa. ⁴Depois disseram: Vamos construir para nós uma cidade e uma torre cujo topo atinja o céu. Tornemos célebre nosso nome, para não sermos dispersos sobre toda a terra.

    ⁵Mas Javé desceu para ver a cidade e a torre que os homens estavam construindo. ⁶E disse: Eles são um só povo e falam todos a mesma língua. Isto é o início de seus empreendimentos e agora nada os impedirá de realizar seus intentos. ⁷Desçamos, pois, e confundamos a língua deles, para que não mais se entendam uns aos outros. ⁸E Javé os dispersou de lá por toda a face da terra, e eles cessaram de construir a cidade. ⁹Por isto a cidade foi chamada Babel, porque lá Javé confundiu a língua de toda a terra e de lá Javé os dispersou pela terra inteira†.

    Antepassados de Abrão. ¹⁰Esta é a descendência de Sem:* Sem tinha cem anos quando gerou Arfaxad, dois anos depois do dilúvio; ¹¹depois de ter gerado Arfaxad, Sem viveu quinhentos anos e gerou filhos e filhas.

    ¹²Arfaxad tinha trinta e cinco anos quando gerou Salé; ¹³depois de ter gerado Salé, Arfaxad viveu quatrocentos e três anos e gerou filhos e filhas.

    ¹⁴Salé tinha trinta anos quando gerou Héber; ¹⁵depois de ter gerado Héber, Salé viveu quatrocentos e três anos e gerou filhos e filhas.

    ¹⁶Héber tinha trinta e quatro anos quando gerou Faleg; ¹⁷depois de ter gerado Faleg, Héber viveu quatrocentos e trinta anos e gerou filhos e filhas.

    ¹⁸Faleg tinha trinta anos quando gerou Reu; ¹⁹depois de ter gerado Reu, Faleg viveu duzentos e nove anos e gerou filhos e filhas.

    ²⁰Reu tinha trinta e dois anos quando gerou Sarug; ²¹depois de ter gerado Sarug, Reu viveu duzentos e sete anos e gerou filhos e filhas.

    ²²Sarug tinha trinta anos quando gerou Nacor; ²³depois de ter gerado Nacor, Sarug viveu duzentos anos e gerou filhos e filhas.

    ²⁴Nacor tinha vinte e nove anos quando gerou Taré; ²⁵depois de ter gerado Taré, Nacor viveu cento e dezenove anos e gerou filhos e filhas.

    ²⁶Taré tinha setenta anos quando gerou Abrão, Nacor e Arã.

    ²⁷Esta é a descendência de Taré: Taré gerou Abrão, Nacor e Arã. Arã gerou Ló. ²⁸Arã morreu na presença de seu pai Taré em sua terra natal, Ur dos caldeus. ²⁹Abrão e Nacor se casaram; a mulher de Abrão chamava-se Sarai e a mulher de Nacor, Melca, que era filha de Arã, pai de Melca e pai de Jesca. ³⁰Sarai era estéril e não tinha filhos.

    ³¹Taré tomou consigo Abrão, seu filho, e Ló, seu neto, filho de Arã, e a nora Sarai, mulher de seu filho Abrão, e partiu com eles de Ur dos caldeus para ir à terra de Canaã. Mas quando chegaram a Harã, aí se estabeleceram.

    ³²O total dos dias de Taré foi de duzentos e cinco anos; Taré morreu em Harã.

    II. O PATRIARCA ABRAÃO

    (12,1–25,18)

    12 Vocação de Abrão. ¹Javé disse a Abrão:*

    "Sai de tua terra,

    de tua família

    e da casa de teu pai,

    e vai para a terra que te mostrarei.

    ²Farei de ti uma grande nação

    e te abençoarei;

    engrandecerei teu nome

    e tu serás uma bênção.

    ³Abençoarei os que te abençoarem*

    e amaldiçoarei os que te amaldiçoarem.

    Em ti serão abençoadas

    todas as famílias da terra".

    ⁴Abrão partiu†, como Javé lhe disse, e Ló foi com ele. Abrão tinha setenta e cinco anos quando deixou Harã. ⁵Abrão tomou consigo sua mulher Sarai e Ló, filho de seu irmão, e todos os bens que haviam acumulado, além dos escravos que haviam adquirido em Harã, e partiram para a terra de Canaã. Ali chegando, ⁶Abrão atravessou o país até o santuário de Siquém, até o carvalho de Moré. Nesse tempo os cananeus moravam nessa terra.

    ⁷Javé apareceu a Abrão* e lhe disse: Darei esta terra a tua descendência. Abrão construiu ali um altar a Javé que lhe tinha aparecido. ⁸De lá foi para a montanha que está ao oriente de Betel e ali armou sua tenda, entre Betel a ocidente e Hai a oriente. Ali ergueu um altar a Javé e invocou o nome de Javé. ⁹Depois, de etapa em etapa, Abrão foi para o Negueb.

    Abrão no Egito. ¹⁰Sobreveio uma fome ao país* e Abrão desceu ao Egito para aí ficar, porque a fome assolava o país.

    ¹¹Quando estava para entrar no Egito, disse a sua mulher Sarai: Eu sei que és uma mulher muito bela. ¹²Quando os egípcios te virem, pensarão: ‘Esta é a mulher dele’, e me matarão, conservando-te viva. ¹³Dize, por favor, que és minha irmã, para que me tratem bem por tua causa e me conservem a vida em atenção a ti.

    ¹⁴Quando Abrão chegou ao Egito, os egípcios viram que sua mulher era muito bela. ¹⁵Ao vê-la, os oficiais do faraó a elogiaram diante dele; e a mulher foi conduzida à casa do faraó. ¹⁶Este, em atenção a ela, tratou bem Abrão, dando-lhe ovelhas, bois, jumentos, escravos e servas, mulas e camelos. ¹⁷Mas Javé feriu o faraó e sua casa com grandes pragas, por causa de Sarai, mulher de Abrão. ¹⁸Então o faraó convocou Abrão e lhe disse: Que me fizeste? Por que não me declaraste que era tua mulher? ¹⁹Por que disseste: ‘É minha irmã’, levando-me a tomá-la por esposa? E agora, eis tua mulher: toma-a e parte! ²⁰O faraó o confiou a alguns homens que o acompanharam até a fronteira junto com a mulher e todas as suas posses.

    13 Retorno de Abrão à Palestina. ¹Do Egito Abrão voltou ao Negueb com sua mulher e todos os seus bens; Ló estava com ele. ²Abrão era muito rico em rebanhos, prata e ouro. ³Depois, de acampamento em acampamento, ele se dirigiu do Negueb até Betel, até o lugar onde tinha acampado antes, entre Betel e Hai, ⁴e onde antes tinha construído um altar:* ali Abrão invocou o nome de Javé.

    ⁵Mas também Ló, que ia com Abrão, tinha ovelhas, bois e tendas. ⁶A terra não era suficiente para que morassem juntos,* pois suas posses eram muitas, e não podiam morar num mesmo lugar. ⁷Surgiu uma contenda entre os pastores dos rebanhos de Abrão e os dos rebanhos de Ló. Nesse tempo os cananeus e os ferezeus moravam no país. ⁸Abrão disse a Ló: Não haja discórdia entre mim e ti, entre meus pastores e os teus, porque somos irmãos. ⁹Eis aí toda a terra diante de ti. Separa-te de mim. Se fores para a esquerda, irei para a direita; se fores para a direita, irei para a esquerda.

    Abrão se separa de Ló. ¹⁰Então Ló ergueu os olhos e viu todo o vale do Jordão, que era todo irrigado; isso foi antes que Javé destruísse Sodoma e Gomorra. Era como o jardim de Javé, como a terra do Egito, até Segor. ¹¹Ló escolheu para si todo o vale do Jordão e dirigiu-se para o oriente. Assim os dois se separaram um do outro. ¹²Abrão permaneceu na terra de Canaã e Ló se estabeleceu nas cidades do vale e armou suas tendas até Sodoma. ¹³Ora, os habitantes de Sodoma eram perversos e pecavam gravemente contra Javé.

    ¹⁴Javé disse a Abrão, depois que Ló se separou dele: Ergue os olhos e do lugar onde estás lança o olhar para o norte e o sul, para o oriente e o ocidente. ¹⁵Toda essa terra que vês eu a darei a ti* e a tua descendência para sempre. ¹⁶Multiplicarei tua descendência como o pó da terra: se alguém puder contar os grãos de poeira do chão, poderá contar também teus descendentes. ¹⁷Levanta-te e percorre a terra em todas as direções, porque a darei a ti. ¹⁸Abrão desarmou suas tendas e foi morar junto ao carvalho de Mambré, que

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