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Celebrar o Dia do Senhor: Vol III: Subsídios Bíblicos Ano B
Celebrar o Dia do Senhor: Vol III: Subsídios Bíblicos Ano B
Celebrar o Dia do Senhor: Vol III: Subsídios Bíblicos Ano B
E-book297 páginas3 horas

Celebrar o Dia do Senhor: Vol III: Subsídios Bíblicos Ano B

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Sobre este e-book

A obra Celebrar o dia do Senhor - Vol. 3: Subsídios bíblicos: ano B de Francisco Taborda e J. Konings contém orientações para o aprofundamento das leituras bíblicas da liturgia dominical e festiva no ano B do ciclo trienal, com o intuito de ajudar a preparação da celebração e da homilia, bem como eventuais comentários que integram a celebração. A liturgia do ano B tem como norte o Evangelho de Marcos, que quer, sobretudo, proclamar que Jesus é o Messias, o Servo e Filho de Deus e também o Filho do Homem, que virá com poder no tempo final.
IdiomaPortuguês
Data de lançamento8 de mar. de 2022
ISBN9786555625042
Celebrar o Dia do Senhor: Vol III: Subsídios Bíblicos Ano B

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    Pré-visualização do livro

    Celebrar o Dia do Senhor - Francisco Taborda

    Sumário

    Capa

    Folha de rosto

    Apresentação

    Abrevitaturas dos livros da Bíblia

    TEMPO DO ADVENTO

    1º Domingo do Advento

    2º Domingo do Advento

    3º Domingo do Advento

    4º Domingo do Advento

    TEMPO DO NATAL

    Missa da vigília

    Missa da noite

    Missa da aurora

    Missa do dia

    Sagrada família: Jesus, Maria e José

    Santa Maria, Mãe de Deus

    Epifania do Senhor

    Batismo do Senhor

    TEMPO DA QUARESMA

    Quarta-feira de Cinzas

    1º Domingo da Quaresma

    2º Domingo da Quaresma

    3º Domingo da quaresma

    4º Domingo da Quaresma

    5º Domingo da Quaresma

    Domingo de Ramos da paixão do Senhor

    TEMPO DA PÁSCOA

    Quinta-feira Santa: Ceia do Senhor

    Domingo de Ramos da paixão do Senhor

    Vigília Pascal

    Domingo da Páscoa na ressurreição do Senhor

    2º Domingo da Páscoa

    3º Domingo da Páscoa

    4º Domingo da Páscoa

    5º Domingo da Páscoa

    6º Domingo da Páscoa

    Ascensão do Senhor

    Domingo de Pentecostes

    TEMPO COMUM

    2º Domingo do Tempo Comum

    3º Domingo do Tempo Comum

    4º Domingo do Tempo Comum

    5º Domingo do Tempo Comum

    6º Domingo do Tempo Comum

    7º Domingo do Tempo Comum

    8º Domingo do Tempo Comum

    9º Domingo do Tempo Comum

    10º Domingo do Tempo Comum

    11º Domingo do Tempo Comum

    12º Domingo do Tempo Comum

    13º Domingo do Tempo Comum

    14º Domingo do Tempo Comum

    15º Domingo do Tempo Comum

    16º Domingo do Tempo Comum

    17º Domingo do Tempo Comum

    18º Domingo do Tempo Comum

    19º Domingo do Tempo Comum

    20º Domingo do Tempo Comum

    21º Domingo do Tempo Comum

    22º Domingo do Tempo Comum

    23º Domingo do Tempo Comum

    24º Domingo do Tempo Comum

    25º Domingo do Tempo Comum

    26º Domingo do Tempo Comum

    27º Domingo do Tempo Comum

    28º Domingo do Tempo Comum

    29º Domingo do Tempo Comum

    30º Domingo do Tempo Comum

    31º Domingo do Tempo Comum

    32º Domingo do Tempo Comum

    33º Domingo do Tempo Comum

    34º Domingo do Tempo Comum

    SOLENIDADES E FESTAS

    Apresentação do Senhor

    São José

    Anunciação do Senhor

    Santíssima Trindade

    Santíssimo corpo e sangue de Cristo

    Sagrado Coração de Jesus

    Natividade de São João Batista

    São Pedro e São Paulo

    Transfiguração do Senhor

    Assunção de Nossa Senhora

    Exaltação da Santa Cruz

    Nossa Senhora da Conceição Aparecida

    Todos os Santos

    Todos os Fiéis Defuntos

    Dedicação da Basílica do Latrão

    Imaculada Conceição de Nossa Senhora

    Ficha catalográfica

    Landmarks

    Title Page

    Cover

    Table of Contents

    Introduction

    apresentação

    Neste fascículo, apresentamos orientações para o aprofundamento das leituras bíblicas da liturgia dominical e festiva no ano B do ciclo trienal. Tal aprofundamento visa, em primeiro lugar, à preparação da celebração e da homilia e eventuais comentários que integram a celebração, mas pode também servir para a reflexão em círculos bíblico-litúrgicos ou na meditação pessoal, fazendo com que a liturgia da Palavra se torne uma formação permanente da fé.

    A liturgia do ano B tem por espinha dorsal o Evangelho de Marcos. Esse Evangelho quer, sobretudo, proclamar que Jesus é o Messias, o Servo e Filho de Deus e, também, o Filho do Homem, que virá com poder no tempo final. O teor da liturgia da Palavra, neste ano, é, portanto, cristológico. Em torno desse fio condutor, situa-se a maioria dos temas realçados neste fascículo, os quais são confrontados com a realidade de nossa vida.

    Observe-se, porém, que a cristologia dos Evangelhos não é sistemática ou dogmática, mas narrativa. Para evocar quem Jesus é ou qual é sua missão, os evangelistas narram o que ele fez. Percebemos o valor de Jesus para nossa vida não a partir de doutrinas ou conceitos teóricos, mas a partir da sua própria prática. E o compreenderemos melhor ainda, se procurarmos unir nossa prática à dele. Compreender Jesus vivenciando-o, eis o intuito destas orientações para a preparação da celebração.

    Os temas não aparecem em ordem sistemática segundo uma lógica escolar. A sequência é proporcionada pelo próprio ritmo do ano litúrgico. Nos ciclos festivos (Advento/Natal e Quaresma/Páscoa), a liturgia contempla os mistérios da encarnação, morte e ressurreição de Nosso Senhor Jesus. Nos domingos do Tempo Comum, acompanha a sequência do Evangelho de Marcos, que inicia pela obra messiânica de Jesus e focaliza, a seguir, o discipulado e a opção de fé a favor do Messias rejeitado.

    Nem sempre priorizamos o tema principal do Evangelho, porque, em alguns domingos, surge a oportunidade de tratar de outros aspectos de nossa fé, que também devem ser abordados na formação permanente dos fiéis, o que a liturgia dominical proporciona.

    Por razões de praticidade, o presente fascículo contém todos os domingos comuns e festivos, bem como as solenidades e festas de santos que podem ser celebradas nos domingos. Visto que a leitura contínua dos Evangelhos (ano A, Mateus; ano B, Marcos; ano C, Lucas) só vale para os domingos do Tempo Comum, pode ocorrer repetição dos mesmos textos nas festas que voltam anualmente, mas tal repetição (nos anos A ou C) não prejudicará o aprofundamento da fé.

    ABREVIATURAS DOS LIVROS DA BÍBLIA

    1º Domingo do Advento

    Correr ao encontro do Senhor que vem

    Is 63,16b-17.19b; 64,2b-7

    Sl 79(80),2ac.3b.15-16.18-19 (R. 4)

    1Cor 1,3-9

    Mc 13,33-37

    O Advento do ano litúrgico B suscita, em nós, um dinamismo crescente, para nos unir à missão de Jesus. O 1º domingo insiste na preparação, o 2º, na conversão, o 3º, na alegria e o 4º, na decisão, ao modelo do sim de Maria.

    Para este primeiro domingo, perguntemo-nos: estamos realmente em prontidão para nos encontrarmos com Jesus e caminharmos com ele?

    A 1ª leitura é tomada – como também nos domingos seguintes – do livro de Isaías, o profeta do Advento por excelência (cf. Is 63,16b-17.19b; 64,2b-7). Hoje é um trecho do terceiro Isaías, discípulo longínquo (duzentos anos depois) do grande Isaías: o povo, recém-voltado do exílio babilônico, dirige a Deus um insistente apelo a partir da miséria em que se encontra. O profeta apela ao título de Deus como nosso Pai, nosso Redentor (ou resgatador, go’el). Cobra ação: que Deus desça do céu para resolver as coisas aqui na terra: Se descesses, as montanhas se derreteriam diante de ti!. Lembra os benefícios que Deus já operou, mas o povo pecou e agora virou um lixo, folhas mortas levadas pelo vento (cf. Is 64,9). Não há quem se levante como no tempo dos Juízes para salvar o povo que se sente um vaso quebrado, um caco. Mas, humildemente, o profeta conclui: Nós somos barro e tu, nosso oleiro – nós todos somos obra de tuas mãos. A humildade que reconhece a fraqueza é, ao mesmo tempo, um apelo para que o oleiro (Criador e dono da História) mostre sua força ao intervir em favor do povo. Depois dessa leitura, o salmo responsorial (cf. Sl 80[79]) alimenta em nós a confiança no Pastor que vem salvar seu rebanho, o Senhor que cuida de sua vinha.

    A existência cristã fiel, como descrita na 2ª leitura (cf. 1Cor 1,3-9), é marcada pela esperança da revelação do Senhor Jesus Cristo. Paulo exorta seus destinatários a um procedimento irrepreensível (v. 7-8). A prontidão enquanto se aguarda o Senhor para a nova vinda – que os primeiros cristãos esperavam para breve – já é a realização, hoje, daquilo que ele nos traz como dom para sempre. Vivendo ativamente a esperança do reencontro, já participamos do dom que o reencontro vai confirmar. Isso significa que a salvação não vem só do lado de Deus, como algo automático. Deus é respeitoso para conosco, ele valoriza nossa colaboração, quando acatamos a sua obra no amor disposto e eficaz de cada dia.

    O Evangelho (cf. Mc 13,33-37) faz parte da pregação final de Jesus (cf. Mc 13). Ensina a estarmos sempre em prontidão para sua nova vinda. Essa mensagem se dirige não só aos ouvintes daquele momento, mas a nós: O que vos digo (aos primeiros discípulos), digo a todos (a nós): vigiai!. Não se trata de uma espera inquieta e medrosa do Juízo, e sim da vigilante espera da libertação (cf. Lc 21,28). A melhor vigilância é andar no caminho que Jesus mostrou em sua primeira vinda, na justiça e no amor. Se acolhemos com dedicação a primeira vinda, temos segurança para a segunda (Agostinho).

    A espera de um messias (ungido) enviado por Deus para salvar o povo revive continuamente, mas nem todos os que são aclamados como messias são realmente enviados de Deus! Ser cristão é crer em Jesus como Messias, Cristo, enviado de Deus. Mas ele é um Messias que não vem só uma vez. Ele vem três vezes. Da primeira vez, a salvação que ele nos trouxe consistiu em partilhar a sorte dos oprimidos, até morrer na cruz. Na segunda vez, a vinda final, ele vem completar sua obra, acolhendo consigo os seus fiéis na manifestação de sua glória. E, entre a primeira e a segunda vinda, acontece mais uma vinda, a presença de Jesus em nossa vida cotidiana. Alimentado pela gratidão do dom de sua vida e pela esperança do reencontro na alegria eterna, nosso coração se encontra com Jesus sempre que andamos pela vida ao lado dele, orientando nossa vida por sua palavra e seu exemplo. Nós já o encontramos quando cumprimos os afazeres a nós confiados (como fazem os servos e o porteiro na parábola do Evangelho), enquanto sua manifestação gloriosa está ainda longe. Nosso procedimento irrepreensível no cotidiano (cf. 2ª leitura) é também um encontro com ele, um andar com ele, não volatilizado em espiritualismo alheio à realidade, mas concreto e prático, encarnando-se na matéria da caridade e da justiça.

    Ao iniciarmos o novo ano litúrgico, coloquemo-nos na presença de Deus, que é o sentido último de nossa existência e atuação em cada momento. Essa presença de Deus, cuja face visível se chama Jesus, é uma alegria. O momento presente do cristão deve ser marcado pela esperançosa alegria suscitada pelo rosto do Deus próximo, que reconhecemos em Jesus.

    2º Domingo do Advento

    Voltar a Deus que se volta para nós

    Is 40,1-5.9-11

    Sl 84(85),9ab-10.11-12.13-14 (R. 8)

    2Pd 3,8-14

    Mc 1,1-8

    O Evangelho de João Batista prega o batismo de arrependimento para o perdão dos pecados. Em que sentido o arrependimento é Boa Notícia? Na Bíblia, arrependimento e conversão significam volta, voltar para Deus novamente. Isso não é castigo, mas graça e razão de alegria.

    Na 1ª leitura (cf. Is 40,1-5.9-11), ressoa um magnífico texto do segundo Isaías, discípulo longínquo do grande Isaías, no tempo em que o rei persa, Ciro, depois de conquistar a Babilônia, mandou os judeus exilados de volta para Jerusalém (em 538 a.C.). O profeta imagina Deus reconduzindo os exilados a Sião. Precede-lhe um mensageiro que proclama: Preparai no deserto uma estrada (Is 40,3) – como para a entrada gloriosa (a parúsia) do Grande Rei. Mas, neste caso, trata-se de um rei diferente, um rei cheio de ternura: Como um pastor, ele conduz seu rebanho; seu braço reúne os cordeiros, ele os carrega no colo, toca com cuidado as ovelhas prenhes (v. 11). Essa era a Boa Notícia que Jerusalém, qual mensageira, devia anunciar ao mundo (v. 9). Por isso, o salmo responsorial (cf. Sl 85[84]) invoca: Vem mostrar-nos teu amor.

    O Evangelho (cf. Mc 1,1-8) nos confronta com a pregação da conversão proclamada por João Batista. Ao proclamar o batismo de conversão, João Batista pressentia a proximidade de uma chegada de Deus. Para simbolizar em gestos a conversão, usava a água purificadora, mais precisamente, a água do rio Jordão, pois, no tempo da libertação da escravidão, o povo de Israel tinha passado pelo mar Vermelho e pelo rio Jordão, para entrar na Terra Prometida. O Batista reforçava sua mensagem repetindo o texto de Is 40,3 (cf. 1ª leitura): Preparai no deserto um caminho para o Senhor, aplanai as veredas para ele. Vestia-se com um rude manto feito de pelos de camelo e alimentava-se com a comida do deserto – mel silvestre e gafanhotos. Era semelhante ao profeta Elias, o grande profeta da conversão, cuja volta como precursor era esperada pelo povo (cf. Ml 3,1.23-24 e Sr 48,10). Mas ainda não era aquele que devia vir, apenas preparava a chegada deste, o mais forte, que devia vir para batizar com o Espírito Santo (cf. a efusão do Espírito de Deus no tempo do fim: Jl 3,1-2; Ez 36,27 etc.).

    Devemos viver sempre à espera dessa chegada de Deus. Jesus veio e inaugurou o Reinado de Deus, mas deixou a nós a tarefa de materializá-lo na História. Entretanto, Deus já coroou de glória a vida de Jesus e a obra que ele realizou: reunir as ovelhas como o pastor descrito por Isaías. Isso dá um sentido definitivo ao nosso empenho no caminho da justiça.

    A 2ª leitura (cf. 2Pd 3,8-14) nos coloca na presença das primeiras comunidades cristãs. Estas esperavam para breve a nova vinda do Senhor, enquanto o mundo as oprimia e ridicularizava. Mas Deus tem tempo: quer dar uma chance para que todos se convertam e a justiça (isto é, a vontade de Deus) reine no mundo. No tempo dos primeiros cristãos, muitos imaginavam que Jesus ia voltar em breve, com a glória do céu, para arrematar a obra iniciada. Depois de algum tempo, porém, começaram a se cansar e a viver sem a perspectiva da chegada de Deus, caindo nos mesmos abusos de sempre, que vemos também hoje em torno de nós. Diante disso, o desejo de nos reencontrar com o Senhor mantém firme a força de nossa fé e dedicação. Vivendo na justiça, os fiéis apressam a chegada do Dia do Senhor. Mas, para não desistirmos depois do primeiro entusiasmo, é bom sabermos que esse Dia vem como um ladrão, de repente: é preciso estar pronto, sempre. Por isso foi necessário que a voz da Igreja lembrasse a voz dos profetas: Deus pode tardar, mas não desiste de seu projeto. Mil anos são para ele como um dia (cf. 2Pd 3,8), mas seu sonho, um novo céu, uma nova terra, onde habitará a justiça, fica de pé (2Pd 3,13).

    Não vivamos como os que não têm esperança. Não desprezemos o fato de que Deus se volta para nós. Voltemos a ele sempre.

    3º Domingo do Advento

    Alegria por Deus, próximo de nós em Cristo

    Is 61,1-2a.10-11

    Sl (Lc 1,46-48.49-50.53-54) (R. Is 61,10b)

    1Ts 5,16-24

    Jo 1,6-8.19-28

    O terceiro domingo do Advento chama-se pela primeira palavra da antífona de entrada em latim, Gaudete: Alegrai-vos. Se não formos capazes de participar dessa alegria, esticando o pescoço no alegre desejo de ver aquele que está discretamente presente no meio de nós, alguma coisa não está certa…

    A 1ª leitura (cf. Is 61,1-2a.10-11) é tomada do terceiro Isaías, um discípulo longínquo do grande Isaías, que proclamou sua mensagem quando o povo de Judá tinha voltado recentemente do exílio babilônico e precisava retomar o ânimo e reorganizar-se. O trecho que ouvimos hoje é conhecido como o "Magnificat do Antigo Testamento": é a expressão da alegria de um povo que acredita na sua renovação. E qual é a razão dessa alegria? Deus está aí!

    Em meio ao estresse de uns e à miséria de outros, faz bem ouvir esta mensagem: Transbordo de alegria por causa do Senhor, minh’alma exulta por meu Deus. Ele me vestiu com salvação, me pôs como manto a justiça. Fiquei como o noivo que se coroa com o diadema, como a noiva que se enfeita com suas joias. Como a terra produz a vegetação, e o jardim faz brotar suas sementes, assim o Senhor fará brotar a justiça e a glória diante de todas as nações (v. 10-11). No mesmo espírito, o salmo responsorial (cf. Lc 1,46-54) nos convida a expressar nossa alegria confiante com as palavras, bastante semelhantes, do Magnificat de Nossa Senhora, cuja figura fica mais realçada à medida que se aproxima o Natal.

    Também a 2ª leitura (cf. 1Ts 5,16-24) nos convida a viver na alegria da presença do Senhor e dá orientações de como fazê-lo. Não à maneira da distração (como fala o papa Francisco) promovida pelo frenesi comercial de hoje, mas na profunda e constante alegria do dia a dia e da fraternidade comunitária. Estai sempre alegres, orai sem cessar, por tudo dai graças. Não apagueis o Espírito… (v. 19). As primeiras comunidades cristãs viviam na espera da volta gloriosa de Jesus – a parúsia – para breve. Eram animadas pelo Espírito de Deus, que os fazia até falar profeticamente. Por isso era preciso examinar tudo e ficar com o que fosse bom (v. 20), pois havia também profetas da confusão, como hoje… Paulo exorta a comunidade para que reine a alegria por causa da proximidade do Senhor. Deus mesmo quer nos aperfeiçoar, deseja santificar-nos: Quem vos chamou é fiel: ele o fará (v. 24). A alegria é saber-se aceito por Deus, como a amada pelo amado.

    O Evangelho (cf. Jo 1,6-8.19-28) completa a apresentação de João Batista, lembrada no texto de Marcos, no domingo passado; agora, porém, na óptica do Evangelho de João (no ano B, algumas vezes, o Evangelho de João tem o material colhido do breve Evangelho de Marcos). A presença de Deus inspira temor e até medo ou sentimento de culpa (cf. Is 6,5). Por isso, convinha que Deus se desse a conhecer de maneira diferente, para que superássemos esse medo. No meio do povo estava escondido aquele que, em sua pessoa, dá a conhecer um Deus diferente.

    João Batista prepara o povo para descobrir a presença escondida do Enviado de Deus em seu meio (cf. Jo 1,26). O Batista é descrito de maneira muito humilde (cf. 1,27). Ele não é a luz, mas vem testemunhar a favor da luz (cf. 1,6-8). Ele mesmo acentua (cf. Jo 1,21) que ele não é o Messias, nem o Profeta (um novo Moisés), nem Elias (que inauguraria a visita de Deus ao povo). O Batista se identifica simplesmente com a voz que convida o povo a preparar uma estrada para a chegada do Senhor (cf. Jo 1,23; Is 40,3). E anuncia: No meio de vós está alguém que não conheceis, aquele que vem depois de mim e do qual não sou digno de desatar a correia da sandália (Jo 1,26-27). Parece recear que sua presença no palco ofusque a iminente revelação daquele que está escondido.

    Naquele que o Batista anuncia, manifesta-se a proximidade de Deus, não como realidade assustadora, mas como pessoa humana que nos ama tanto, e com tanta fidelidade, que dá até sua vida por nós (cf. Jo 3,16). Não é essa uma razão de alegria? Alegria contida, pois sabemos

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