Martín-Baró & Klaus Holzkamp: um encontro necessário para a psicologia
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Martín-Baró & Klaus Holzkamp - Lucian Borges de Oliveira
PREFÁCIO
O livro que aqui se apresenta chega ao leitor em um momento histórico marcado pelo brutal aprofundamento dos efeitos da exploração e da expansão capitalista. A crise global de nossa sociedade, que vem sendo experimentada desde a crise econômica de meados de 1970, evidencia, como nunca, que a ampliação das relações sociais de produção capitalistas só pode interessar a um conjunto cada vez mais restrito de indivíduos no globo.
Esse fato mostra sua inegável validade diante da realidade vivida pelo mundo nos últimos dois anos. A crise das últimas décadas já vinha trazendo um enorme crescimento do número de miseráveis em diversos países, o retorno da fome como realidade cotidiana para grandes massas de pessoas, o alargamento do desemprego estrutural e um gigantesco avanço nos cortes dos gastos sociais dos Estados, resultantes das políticas de austeridade neoliberais.
Os efeitos sociais da crise global ganhariam intensidade com a chegada da pandemia da Covid-19, que viria expondo ainda mais as contradições desse sistema. Em meio à crise sanitária, ao mesmo tempo em que milhões perdiam suas vidas, seus empregos, suas rendas e seus lares, o homem mais rico do mundo via sua fortuna crescer em 65%. No Brasil, o colapso do sistema de saúde e o empobrecimento de grandes contingentes de pessoas foi acompanhado pela ampliação do patrimônio dos super-ricos, que aumentaram sua riqueza em cerca de 177 bilhões de reais no período.
Os tempos são de degradação da vida, do planeta e das relações como nunca se viu. Esses mesmos tempos, no entanto, assistem a um refluxo das lutas sociais, refratadas pela crise de programa e organização da classe trabalhadora e pelos mecanismos de contenção neoliberais. A atual crise evidencia como nunca que a permanência da expansão capitalista só pode encaminhar a humanidade ao seu aniquilamento. E até lá, o peso da sobrevivência desse sistema repousa muito mais impiedosamente sobre as costas de massas de trabalhadoras e trabalhadores superexplorados, cada vez mais socialmente violentados e subjetivamente destroçados. Diante desse quadro trágico, contudo, a consciência das massas oprimidas e exploradas parece passivamente se alinhar aos interesses dominantes. E podemos nos perguntar: como é possível que tanta gente em sofrimento não se insurja contra a ordem?
A pesquisa que Lucian de Oliveira apresenta com este livro constitui o esforço de alguém que, de dentro da ciência e da prática psicológica, buscou encontrar respostas para essa pergunta tão decisiva de nossos tempos. Apesar de se tratar de uma pesquisa inserida, a princípio, no campo de discussões da psicologia, corretamente extrapola os limites da disciplina e de suas questões profissionais. Tendo como método de apreensão e interpretação da realidade aquele desenvolvido por Marx em suas análises sobre o modo de produção e de sociedade capitalista, o autor inicia a abordagem de seu objeto já consciente da necessidade de entendê-lo em seus nexos com a totalidade do processo social.
Trata-se de um livro predominantemente teórico, que tem como objeto dois conceitos centrais na obra de dois importantes autores da psicologia social crítica: o conceito de fatalismo, de Ignácio Martín-Baró (1942-1989) e o conceito de capacidade de ação, de Klaus Holzkamp (1927-1995). Por meio do estudo desses dois conceitos, Lucian de Oliveira busca oferecer contribuições para as análises a respeito dos modos de agir e de não agir dos indivíduos diante das duras situações de vida a que tantas parcelas da sociedade estão submetidas.
No livro, o autor propõe que os conceitos de fatalismo, capacidade de ação restritiva e capacidade de ação generalizada conformariam uma relação dialética de oposição-negação-superação, que poderia ser analisada na forma de uma tríade da ação. Essa tríade contribui enquanto modelo teórico interessante para os trabalhos de psicologia e de outras ciências humanas que buscam entender e intervir sobre os processos psicossociais envolvidos nas ações de resignação e de insurgência. Por meio de uma investigação teórica e histórica dos conceitos, analisando-os em seu conteúdo e em seus nexos com o processo social, o livro estabelece algumas aproximações entre esses dois autores de inspiração marxista.
O que o leitor tem em mãos é o produto desse movimento teórico, crítico e histórico de aproximação entre os conceitos e os autores. Constituindo-se enquanto síntese resultante de uma investigação orientada pelos pressupostos da teoria social de Marx, posiciona-se em favor da elaboração de instrumentais teóricos que auxiliem no processo de interpretação e de superação da sociedade burguesa e de suas mazelas. A relação dialética de oposição-negação-superação posta na tríade da ação, tal como analisada pelo autor, constitui um dos importantes esforços teóricos atuais no campo da psicologia voltados a esse horizonte político. Um horizonte político que deve estar presente em toda proposta crítica de psicologia que almeje contribuir para a superação da alienação capitalista e para a efetiva conquista da emancipação humana.
Larissa Soares Baima
SUMÁRIO
Capa
Folha de Rosto
Créditos
POR QUE ESTE LIVRO?
APRESENTAÇÃO DO LIVRO
1. Método
A questão do método na filosofia moderna
A questão do método em Marx: o materialismo – histórico e dialético
Por que a pesquisa teórica?
Percurso argumentativo
2. Martín- Baró: vida e obra
Sobre Martín-Baró
A História do Termo Fatalismo
A necessidade da Psicologia da Libertação
Constituição psicológica do Fatalismo: modos de [não] ação
Os processos de subjetivação das relações de poder: os modos de ação
O Fenômeno do Fatalismo para Martín-Baró
3. Klaus Holzkamp e o conceito de Capacidade de Ação
Capacidade de ação
4. Sobre Fatalismo e Capacidade de ação – nexos importantes para a Psicologia
Considerações Finais
REFERÊNCIAS
Landmarks
Capa
Folha de Rosto
Página de Créditos
Sumário
Bibliografia
POR QUE ESTE LIVRO?¹
O presente trabalho não surge do acaso. Seu nascimento é devedor de meu percurso de vida. Quando cursava o ensino médio, na escola pública, não tinha a menor perspectiva de ingressar em uma universidade, tanto que,