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O Melhor Aluno
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E-book135 páginas1 hora

O Melhor Aluno

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Sobre este e-book

Um garoto descobre o diário de seu avô dos tempos em que ele estudava em um colégio interno. Uma verdadeira viagem no tempo onde ele se depara com um mistério envolvendo um torneio entre os alunos desse tradicional colégio.
IdiomaPortuguês
Data de lançamento21 de mai. de 2020
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    O Melhor Aluno - Emerson Monteiro Da Silva

    Emerson Monteiro

    O melhor

    aluno

    Dois meninos, dois mundos, um mistério.

    2020

    Este livro eu dedico não apenas a uma pessoa, mas a toda a minha família

    e à cidade de Caravelas, pois me serviram de inspiração para esta história .

    Parte 1

    Esta história ocorreu em janeiro de 1994, quando eu tinha 12 anos, mas me lembro como se fosse ontem.

    Dia claro de verão, pássaros voando e a temperatura agradável.

    Eu observo as árvores passarem rapidamente formando borrões e sumindo no horizonte da estrada, enquanto isso fico quieto, quero evitar um interrogatório sobre meus dias mais recentes na escola.

    Gostaria de dizer que esta é minha história, só que não é, pelo menos não sou o principal... Eu acho!

    Muita coisa aconteceu e envolveu outras pessoas, mas tudo começa com aquela conversa típica de viagem entre meus pais.

    — Veja que maravilha de estrada meu bem!

    — Lógico, esqueceu que estamos em ano de eleições?

    — O moleque dormiu?

    — Parece que sim e por falar nisso, você tem que conversar com esse garoto, as notas dele estão cada vez piores, este ano foi para oito recuperações!

    — É fase, ele está na adolescência, deixe o menino!

    — Se fosse na minha época ele ia ver como um aluno tinha que se virar de verdade!

    — Ele não tem culpa de não ter herdado a grande sabedoria de sua família, meu bem!

    — É porque você sabe que todos os meus parentes, desde a época do meu avô eram muito bons na escola e naquele tempo em que o ensino era bem mais puxado, hoje em dia é tudo muito à vontade, as crianças não têm nem aulas de latim!

    — Talvez seja porque ninguém fale latim hoje em dia! A não ser quem precisa, os padres, claro!

    No banco de trás fingindo dormir estou eu, Gilton Marinho Souza, filho único deste casal que consegue tagarelar quase que ininterruptamente numa viagem de oito horas de duração.

    Meu pai, o senhor Milton Souza é pequeno empresário, tem três lojas de roupas e é professor da faculdade de direito na cidade onde moramos, passa o dia quase todo na rua, mas mesmo assim eu não sei como ele agüenta o tempo que fica com minha mãe!

    Minha mãe é a senhora perfeita, a meritíssima senhora Gilcinéia Marinho, juíza onde nós moramos, se conheceram na faculdade, foram colegas, meu pai se formou advogado, mas trabalha na área vez por outra, no entanto, o que me preocupa é que minha mãe quer que eu seja um gênio como todos os nerds da família dela e eu odeio estudar. Muitos amigos me dizem que é normal aluno não gostar de ir à escola, eu

    queria saber, ter a oportunidade só uma única vez de saber se realmente meu avô era tudo isso que dizem dele, afinal é como se fosse um herói, fica todo mundo puxando o saco do velho, até meu pai! Tudo bem que era o sogro dele, mas...

    Talvez se eu tivesse mesmo certeza de que o velho havia realmente passado por dificuldades, as superou e teve uma vida estudantil perfeita, aí sim eu me empolgava mais.

    — Acorde Gil! Estamos chegando.

    — Já pai, nossa o senhor voou desta vez!

    Aí acontece a mesma coisa de sempre, parentes chegando, todos se abraçam e trocam beijos, minha avó fez o seu ritual de apertar as minhas bochechas e me dar um beijo na testa, meus primos e tios ajudavam a tirar as coisas do carro, toda vez acontecia o mesmo: muita bagagem, tanta que parecia que estávamos de mudança. Pensando bem, até que não seria uma idéia tão ruim assim, uma vida mais tranqüila, ficar perto de meus parentes e longe daquela escola horrorosa em que eu estudava.

    — Venha tomar café meu querido. – era minha avó quem chamava e eu tinha que me controlar para não me encher tanto com pães, tortas e frutas ou não sobraria espaço para o almoço.

    Depois que tomei café pude enfim dar atenção aos parentes que chegavam, eram advogados, promotores, auditores fiscais – na época eu nem sabia

    que diabo era aquilo, mas sabia que deveria ser algo importante! – e mais um monte de profissionais que se deram bem, não é à toa que minha mãe pegava tanto no meu pé, na certa queria que eu tivesse um futuro brilhante como todo o resto do pessoal da família.

    Infelizmente, havia apenas um primo da minha idade, o problema é que ele era muito metido, minha mãe sempre me comparava com ele e queria que fosse tão obediente e estudioso quanto, mas o que ele era na maior parte do tempo era um cara muito chato.

    O tempo foi passando e só então percebi que meu primo estava fazendo falta, afinal não havia ninguém da minha idade para conversar, chegou a hora do almoço e o pessoal se reuniu na enorme mesa de carvalho, minha avó, meus pais, tios e primos casados, alguns com seus filhos pequenos, umas verdadeiras pestinhas que não paravam de gritar e correr de um lado para o outro.

    Mais tarde ele chegou, o Arthurzinho, sempre com sua roupa arrumadinha e cabelos molhados e penteados para trás, parecia que mudara somente o tamanho, pra falar a verdade ele estava mais alto do que eu, coisa que não gostei nem um pouco!

    — Oi Gil, como vai?

    — Bem e você?

    — Estudando muito como sempre.

    — Eu imaginei.

    — E então o que conta de novo?

    Era impressão minha ou ele estava se comportando como um cara legal?

    — Você sabe que eu não tenho o mesmo ânimo para os estudos como é o seu caso...

    — Eu sei, mas sabe de uma coisa? Eu não estou nem um pouco interessado em assuntos de escola e acho que você é a pessoa certa pra me contar sobre outras coisas.

    Fiquei abobado com essa! O cara sempre me zoou por não gostar de estudo e agora está pedindo pra eu contar coisas que nós, meninos normais fazíamos?

    — O que você quer saber? – perguntei, poderia ser qualquer coisa.

    — É, bem... – e ele abaixou a cabeça meio envergonhado – Garotas! Tem muita garota bonita em seu colégio?

    — Puxa cara, se você nunca me perguntasse isso eu ia começar a te achar muito, mas muito estranho mesmo!

    — Não entendi!

    — Deixe pra lá, você quer saber se existe muita gata na escola? Sim, têm algumas. Você tem namorada Arthur?

    — Não! – a resposta foi seca e parecia irritar meu primo.

    — Acho que você nunca se aproximou duma garota, acertei?

    — Olha, se você vai ficar me zoando é melhor nem começar esta conversa!

    — Calma, vamos falar de outra coisa por enquanto. Por exemplo, você já foi ao sótão?

    — Não, está maluco, é muito velho e sujo além de ter o chão estragado, com buracos e rachaduras, poderíamos nos machucar lá, além do mais a vovó proibiu qualquer um de subir!

    — Eu acho que você nunca fez nada de errado na sua vida.

    — Claro que não!

    — Está na hora de mudar isso!

    — Vai subir? Eu não vou!

    — Ou você vai comigo ou vai ficar aqui embaixo sem conhecer nada de emocionante, muito menos como se comportar com...

    — Você jura que vai me ajudar a não ser tão nerd?

    — Claro, vamos?

    Todo o pessoal da casa estava na copa, menos os pirralhos, que estavam no quintal, apenas eu e meu primo estávamos naquela área do velho casarão.

    Subimos cautelosamente para que os nossos passos nos degraus velhos de madeira não nos denunciassem, à medida que íamos subindo o ambiente ia ficando escuro, foi quando parei de ouvir o som de dois pés, olhei para trás e vi meu primo parado no meio da escada.

    — O que foi, está com medo de cair? Segure no corrimão.

    — Não é isso, é que têm muita teia de aranha lá na frente e minha roupa está limpinha!

    — Não é à toa que não consiga se aproximar das garotas, você é muito fresco!

    — Fresco, eu?

    — Sim, veja bem, se eu estou na frente, quando você passar não vai haver muita teia pra te sujar, entendeu sabe-tudo?

    — Está bem, eu vou, já estou suando mesmo!

    — É assim que se fala garoto! Vamos!

    Realmente existia um montão de teia, depois que meus primos maiores ficaram adultos ninguém mais quis desafiar as ordens da vovó, o que será que havia lá dentro? Subi mais uns cinco degraus e comecei a empurrar a porta de madeira, estava emperrada, olhei pra trás e com um gesto solicitei a ajuda do Arthur, ele olhou para a porta como se essa também o encarasse, olhou para as mãos e finalmente resolveu colocar uma força extra. A porta já se mexia quando Arthur deu um grito.

    — Uai! – e tirou rápido as mãos da porta velha e empoeirada.

    — O que foi primo, machucou a mão?

    — Um bicho!

    — Foi só uma lagartixa, agora me ajude, ela está quase toda aberta.

    Empurramos mais um pouco e olhamos para dentro antes de entrar. Não se via muita coisa, a claridade vinha de frestas nas janelas, resolvi ir em direção da mais próxima, Arthur logo atrás, de repente ouvi um barulho e meu primo se esborrachando no chão.

    — Mas você não se contenta em ser nerd, é desastrado também! Fique onde está! Não se mexa ou alguém lá embaixo vai acabar nos ouvindo, eu vou

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