Texto-Base - Mês da Bíblia 2022 - Livro de Josué - Digital

De Antonio Carlos Frizzo

O Mês da Bíblia, itinerário promovido nas paróquias e comunidades de todo o Brasil, é um convite especial para todas as pessoas que gostam de estudar a Palavra de Deus. Em 2022, o livro bíblico escolhido para aprofundamento é o de Josué, com a inspiração: "O Senhor, teu Deus, estará contigo por onde quer que vás" (Js 1,9). A proposta deste Texto-Base é nos aproximar da jornada de Josué pela posse da Terra Prometida. Também nós, portanto, somos chamados ao estudo do Livro de Josué, que nos leva a perceber que Deus nunca deixa sem respostas as pessoas e comunidades que a Ele se confiam.

• Idioma: Português
• Editora: Edições CNBB
• Data de lançamento: 16 de ago. de 2022
• ISBN: 9786559751150

Pré-visualização do livro

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MÊS DA BÍBLIA 2022

Livro de Josué

O Senhor, teu Deus, estará contigo por onde quer que vás (Js 1,9)

Texto-Base

1ª edição – 2022

Direção-Geral:

Mons. Jamil Alves de Souza

Organização:

Comissão Episcopal Pastoral para a Animação Bíblico-Catequética da CNBB

Autoria:

Antonio Carlos Frizzo

Edição:

João Vítor Gonzaga Moura

Revisão:

Fernanda Justo e Lohana Gregorim

Cartaz do Mês da Bíblia:

Willian Barbosa

Projeto gráfico e diagramação:

Henrique Billygran Santos de Jesus

As citações bíblicas constantes nesta obra foram transcritas da Bíblia Sagrada – Tradução Oficial da CNBB, 1ª edição – 2025.

ISBN: 978-65-5975-115-0

Nenhuma parte desta obra poderá ser reproduzida ou transmitida por qualquer forma e/ou quaisquer meios (eletrônico ou mecânico, incluindo fotocópia e gravação) ou arquivada em qualquer sistema ou banco de dados sem permissão da CNBB. Todos os direitos reservados ©

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Sumário

APRESENTAÇÃO

INTRODUÇÃO

Parte 1

Visão panorâmica

1. O Livro de Josué

2. Chaves de leitura

PARTE 2

Episódios do livro

3. Js 1: Deus, Josué e o povo

4. Js 2-6: Raab e o retorno à terra

5. Js 6: A tomada de Jericó

6. Js 9,1-13: Espaços e conflitos

7. Js 24,1-13: A assembleia de Siquém

CONCLUSÃO

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

APRESENTAÇÃO

Muito me alegra estar aqui nestas primeiras páginas para apresentá-las aos leitores que querem se familiarizar com o Livro de Josué. Todos os anos, nos quadros do Mês da Bíblia, alternam-se livros do Antigo e do Novo Testamento. O objetivo é proporcionar a mais ampla educação bíblica possível. Desta vez o escolhido foi o Livro de Josué.

Quero adiantar ao amigo leitor ou à amiga leitora que não se pretendeu abordar o livro em sua inteireza. Para analisar um livro do Antigo Testamento, em seus 24 capítulos, necessariamente seriam requeridas muitas páginas. O texto seria por demais longo. Afinal, qualquer página das Escrituras é sempre filha de um contexto, de um quadro histórico e cultural. Há linguagens e mentalidades em jogo que, se não consideradas, desfiguram a experiência originária na qual o querer de Deus se tornou palavra escrita.

Segue, pois, que foi preciso selecionar aqueles capítulos com mais densidade e afinidade temática para animar a fé dos homens e mulheres que hoje contam com a Palavra da Escritura para crer que Deus sempre esteve próximo dos seus eleitos. Era necessário selecionar textos e temas. E o que foi selecionado está em relação com os caminhos, as dificuldades, os sonhos e os anseios dos cristãos que hoje querem seguir Jesus. Claro, é preciso ter em apreço as distâncias dos tempos e das culturas. Mas tanto outrora quanto agora, o povo de Deus confiou, tropeçou, pecou, comprometeu-se com seu Deus e se manteve em caminho. O Livro de Josué é enfático em recordar tais experiências.

Talvez não seja imediato, ao leitor ou à leitora que hoje folheia e lê as páginas que seguem, imaginar todo o processo de elaboração do texto. Houve um redator final, claro. Mas, antes disso, foram reuniões e mais reuniões para partilhar as muitas sensibilidades e percepções. Novas redações foram propostas e repropostas. Tudo com muito respeito, paciência e fraternidade. Portanto, não se oferecem aqui apenas leituras subjetivas ou particularizadas. Na realidade, estes parágrafos conjugam conhecimento da Escritura com fé vivida no passado e no presente. E muito esforço em tudo isso.

Por isso mesmo, quero manifestar minha profunda gratidão ao Pe. Antonio Carlos Frizzo1 e a toda a equipe de reflexão bíblica e catequética da CNBB. Cada texto analisado ou sugestão proposta tinham sempre a intenção maior de aproximar o Livro de Josué do leitor atual. Mas também se buscava o movimento inverso, ou seja, aproximar o leitor do Livro de Josué, como se um lesse o outro. Para tanto, não basta apenas competência. É preciso também amar a Palavra de Deus e amar quem a lê com fé. Parece-me que fizeram com maestria.

Concluo com votos de que o estudo deste Texto-Base leve o leitor ao Livro de Josué e perceba que Deus nunca deixa sem respostas as pessoas e comunidades que a Ele se confiam.

Dom José Antonio Peruzzo

Presidente da Comissão Episcopal Pastoral

para a Animação Bíblico-Catequética

INTRODUÇÃO

Nossa proposta é ajudar a encontrar esperanças na leitura do Livro de Josué. Descobrir em suas páginas como é essencial na vida de toda pessoa ter onde pôr os pés e dizer: esta é a minha casa, pode entrar, a casa é sua, este é nosso lar, entre, a casa é simples, mas aconchegante, irmão, seja bem-vindo, a casa é nossa. Ter um lar, ter uma terra para chamá-la de minha, dá a toda pessoa a certeza de viver em segurança, dignidade e alegria. Chega de grupos sem-terra, sem identidade, sem ter e sem ser. Basta de famílias morando nas ruas. De crianças nascerem sem teto. De não terem onde reclinar a cabeça e descansar seus corpos. O presente Texto-Base não tem como meta comentar todos os capítulos do Livro de Josué, mas, sim, ser um guia, um roteiro, para se ler e compreender esse importante livro histórico.

Terra, trabalho e teto: eis os três Ts do Papa Francisco. Nos seus oito anos de pontificado, ele realizou, sistematicamente, quatro encontros mundiais com lideranças dos movimentos populares – 2014, 2015, 2016 e 2017. O advento da pandemia da Covid-19 impossibilitou os encontros presenciais, mas não impediu, ainda, que, tão esperados e plenos de significado, acontecessem de modo virtual. O Papa Francisco dialogou, viu de perto as diferentes faces do sofrimento, ouviu testemunhas e vítimas de um sistema econômico que cresce e se impõe de modo especulativo. Tudo vira mercadoria. O Papa conheceu as alegrias e tristezas de milhares de famílias entregues à própria sorte. Grupos humanos que perambulam pelo mundo à procura de terra, casa e trabalho, como bem elucidou no primeiro encontro com as lideranças dos movimentos populares:

Este nosso encontro responde a um anseio muito concreto, a algo que qualquer pai, qualquer mãe, quer para os próprios filhos; um anseio que deveria estar ao alcance de todos, mas que hoje vemos com tristeza cada vez mais distante da maioria das pessoas: terra, casa e trabalho. É estranho, mas se falo disto para alguns o Papa é comunista. Não se compreende que o amor pelos pobres está no centro do Evangelho. Terra, casa e trabalho, aquilo pelo que lutais, são direitos sagrados. Exigi-lo não é estranho, é a doutrina social da Igreja. Medito sobre cada um deles, porque os escolhestes como palavra de ordem para este