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A Passagem Dos Cometas
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E-book389 páginas5 horas

A Passagem Dos Cometas

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Sobre este e-book

Um livro forte, tenso. A morbidez, a melancolia, o pessimismo, a tragédia pessoal e os conflitos do personagem central - Poeta-dentista, que depois passa a ser tratado apenas como Poeta - chegam a ser contagiantes. Um verdadeiro soco no estomago, como Kafka dizia que um livro tinha que ser, cutucando fundo na alma, remexendo nos abismos do espírito. Um exemplo singular desta arte de contar uma história e ao mesmo tempo um manifesto cru e pungente sobre o complexo mundo do poeta como um todo, revelando-nos sua natureza, seu caráter, sua intimidade, suas desilusões, seus sentimentos, seus delírios; febris, belos, amargos ou sórdidos. Enfim, o sofrimento perturbador que habita o âmago de todo ser humano. É possível que o leitor, muitas vezes durante a leitura feche o livro para refletir um pouco, retornando à leitura novamente, pois o livro nos obriga a sondar os labirintos mais recônditos da nossa existência. Duvida-se muito que alguém não saia de A Passagem dos Cometas com a base de si mesmo um pouco (ou muito) abalada; que o enredo não balance suas estruturas, seja a quem for. Não será nenhuma surpresa caso o leitor sinta alguma aflição pelo Poeta-dentista, que tem sua alma desnudada e esmiuçada pelo autor, numa extenuante análise psicológica. O livro é permeado de diálogos sensacionais. Longas discussões, às vezes ásperas, graves, teóricas. Outras vezes agradáveis e divertidas. Há muita descontração por parte do Editor, um personagem irreverente e admirador confesso do amigo Poeta-dentista (aquele que vive dividido entre poesias e dentes). Sendo que a partir da página 117 o autor passa a tratá-lo apenas como Poeta, quando o leitor passará a considerar (e admitir) que seja mais Poeta que dentista, com sua extrema veneração pelos poetas, ardorosa paixão que fica explícita do início ao fim do livro. Discutem tabus, preconceitos, teorias, comportamento humano, focando no existencialismo, destacando a importância filosófica da existência individual, segundo a qual o homem é livre e responsável por seu destino, sem nunca fugir do tema principal: os Poetas e a Poesia. Apesar de o enredo nos causar um certo incômodo por conta da dramaticidade, temas de profunda complexidade, como a loucura, morte, suicídio, etc., o final é extremamente significativo, e inevitável, uma vez que sua sobrevivência (o Poeta-dentista, com todos os seus conflitos) seria absurdamente inútil, não tivesse sido necessário o suicídio filosófico, sutilmente sugerido do início ao fim do livro. O livro é um mergulho no mundo da psicologia e da dramaticidade humana, repleto de reflexões filosóficas e psicológicas que se entrelaçam nos diálogos dos personagens. Além disso, sua leitura proporciona entretenimento, informação e, sobretudo conhecimento. O livro pode ser relacionado com romances psicológicos clássicos, tais como: Dom Casmurro e Crime e Castigo, Machado de Assis e Dostoiévski, respectivamente, por sua originalidade, expressão simbólica do drama humano, análise de diferentes aspectos da vida interior no que tange aos poetas e pelo pendor introspectivo, induzindo-nos a profundas reflexões. Muitos apreciam leituras que apontam referências e este livro é pródigo em esmiuçar a relação entre determinados concei-tos. Há algumas pitadas de erotismo e piadas picantes contadas pelo Editor, personagem polêmico, brincalhão e debochado. Tal recurso estilístico tem um propósito: desanuviar a aura nebulosa e severa que permeia o texto, ao tratar de um assunto tão pavoroso como suicídio e morte. Uma realidade da qual não podemos fugir nem ignorar. Mas o prezado leitor há de convir que isso seja inevitável. Um mal necessário. Uma ponta de punhal a fazer uma incisão, ainda que dolorosa, até atingir sua alma. Chocalhando-o, re-mexendo em suas entranhas, fazendo-o sentir, refletir, se emocionar, chorar, espernear... Remover a capa invisível da indiferença que o esconde. Infelizmente não há outra forma de alcançá-lo. Mas afinal, você sabia que há uma estr
IdiomaPortuguês
Data de lançamento9 de mai. de 2016
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    A Passagem Dos Cometas - Edir Araujo

    halley

    2012 - 1ª edição

    Tiragem: 500 exemplares 2013 – 2ª edição revisada

    Tiragem: 1000 exemplares

    A PASSAGEM DOS COMETAS

    Fundação Biblioteca Nacional

    Prefixo Editorial 913565

    Registro ISBN  978-85-913565-0-8

    Todos os Direitos Autorais reservados

    Edir Araujo - Edição integral

    Principais fontes de pesquisa, créditos e referências para consultas inseridas no corpo do texto através de links e notas de rodapé. Uma das referências bibliográficas: Dicionário de suicidas ilustres de J. Toledo, Rio de Janeiro, 360 págs. 1999 - Ed. Record.

    Vendas pelo site Clube de Autores:

    https://clubedeautores.com.br/book/139950-- a_passagem_dos_cometas#.uqcenycgfks

    Contatos com o autor:

    Telefone: (24) 998430407 – (24) 992120456

    E-mail: edir-araujo@hotmail.com

    Website: http://cms.apassagem-dos-cometas1.webnode.com/

    http://pbondaczuk.blogspot.com.br/search?q=a+passagem+dos+cometas

    Blog: http://apassagemdoscometas.blogspot.com.br/

    Fan page do livro no Facebook:

    https://www.facebook.com/APassagemDosCometas?ref=hl

    Drama, emoção e muitas reflexões neste grande romance psicológico!

    E na página 43 o Poeta-dentista (aquele que vive dividido entre poesias e dentes) admite: (...) Sei que é extrema pieguice, mas confesso: eu amo o poeta, e examiná-lo é uma morbidez sem fim... (...)

    APRESENTAÇÃO

    Um livro forte, tenso. A morbidez, a melancolia, o pessimismo, a tragédia pessoal e os conflitos do personagem central - Poeta-dentista, que depois passa a ser tratado apenas como Poeta - chegam a ser contagiantes. Um verdadeiro soco no estomago, como Kafka dizia que um livro tinha que ser, cutucando fundo na alma, remexendo nos abismos do espírito.

    Um exemplo singular desta arte de contar uma história e ao mesmo tempo um manifesto cru e pungente sobre o complexo mundo do poeta como um todo, revelando-nos sua natureza, seu caráter, sua intimidade, suas desilusões, seus sentimentos, seus delírios; febris, belos, amargos ou sórdidos. Enfim, o sofrimento perturbador que habita o âmago de todo ser humano. É possível que o leitor, muitas vezes durante a leitura feche o livro para refletir um pouco, retornando à leitura novamente, pois o livro nos obriga a sondar os labirintos mais recônditos da nossa existência. Duvida-se muito que alguém não saia de A Passagem dos Cometas com a base de si mesmo um pouco (ou muito) abalada; que o enredo não balance suas estruturas, seja a quem for. Não será nenhuma surpresa caso o leitor sinta alguma aflição pelo Poeta-dentista, que tem sua alma desnudada e esmiuçada pelo autor, numa extenuante análise psicológica.

    O livro é permeado de diálogos sensacionais. Longas discussões, às vezes ásperas, graves, teóricas. Outras vezes agradáveis e divertidas. Há muita descontração por parte do Editor, um personagem irreverente e admirador confesso do amigo Poeta-dentista (aquele que vive dividido entre poesias e dentes). Sendo que a partir da página 117 o autor passa a tratá-lo apenas como Poeta, quando o leitor passará a considerar (e admitir) que seja mais Poeta que dentista, com sua extrema veneração pelos poetas, ardorosa paixão que fica explícita do início ao fim do livro. Discutem tabus, preconceitos, teorias, comportamento humano, focando no existencialismo, destacando a importância filosófica da existência individual, segundo a qual o homem é livre e responsável por seu destino, sem nunca fugir do tema principal: os Poetas e a Poesia. Apesar de o enredo nos causar um certo incômodo por conta da dramaticidade, temas de profunda complexidade, como a loucura, morte, suicídio, etc., o final é extremamente significativo, e inevitável, uma vez que sua sobrevivência (o Poeta-dentista, com todos os seus conflitos) seria absurdamente inútil, não tivesse sido necessário o suicídio filosófico, sutilmente sugerido do início ao fim do livro. O livro é um mergulho no mundo da psicologia e da dramaticidade humana, repleto de reflexões filosóficas e psicológicas que se entrelaçam nos diálogos dos personagens. Além disso, sua leitura proporciona entretenimento, informação e, sobretudo conhecimento.

    O livro pode ser relacionado com romances psicológicos clássicos, tais como: Dom Casmurro e Crime e Castigo, Machado de Assis e Dostoiévski, respectivamente, por sua originalidade, expressão simbólica do drama humano, análise de diferentes aspectos da vida interior no que tange aos poetas e pelo pendor introspectivo, induzindo-nos a profundas reflexões.

    Muitos apreciam leituras que apontam referências e este livro é pródigo em esmiuçar a relação entre determinados conceitos. Há algumas pitadas de erotismo e piadas picantes contadas pelo Editor, personagem polêmico, brincalhão e debochado. Tal recurso estilístico tem um propósito: desanuviar a aura nebulosa e severa que permeia o texto, ao tratar de um assunto tão pavoroso como suicídio e morte. Uma realidade da qual não podemos fugir nem ignorar. Mas o prezado leitor há de convir que isso seja inevitável. Um mal necessário. Uma ponta de punhal a fazer uma incisão, ainda que dolorosa, até atingir sua alma. Chocalhando-o, remexendo em suas entranhas, fazendo-o sentir, refletir, se emocionar, chorar, espernear... Remover a capa invisível da indiferença que o esconde. Infelizmente não há outra forma de alcançá-lo.

    Mas afinal, você sabia que há uma estreita relação entre os cometas e os poetas? Caso não saiba, a leitura deste livro torna-se obrigatória. O autor traça um paralelo entre eles, comprovando, sutilmente e com sólidos argumentos, que há uma íntima relação entre esses dois astros magníficos, sim; os Cometas e os Poetas. O leitor poderá examinar tudo isso em detalhes neste livro que impressiona e provoca curiosidades. Além disso, tem por mérito resgatar a memória dos poetas, perpetuando-os, já que muitos deles estão distantes de nossa memória, outros tantos relegados ao limbo, esquecidos... Estes seres extraordinários que marcaram (e marcam) nossas vidas, vagueiam a nossa imaginação, enfeitam nossos devaneios e acalentam nossos sonhos. Afinal, quem nunca apreciou uma poesia, ou não tenha um poeta favorito guardado no coração?

    Recomendado a todos que desejam uma leitura de peso, mas com uma ressalva: será necessária uma dedicação extra para ingressar e viajar por este mundo admirável e fabuloso, conturbado e tenebroso. O mundo dos poetas. Mas ao final, com o espírito renovado, terá sido uma viagem gratificante, emocionante e inesquecível. 

    PREFÁCIO (Pedro J. Bondaczuk*)

    Li entusiasmado o romance psicológico A Passagem dos Cometas. Um livro que me estimulou bastante. A obra, densa, consistente e meticulosamente pesquisada, cujo texto é exposto com meridiana clareza e com a objetividade dos mestres da Literatura, consiste, basicamente, de uma série de diálogos entre dois personagens centrais, que atuam como fios condutores do enredo. Um, é o editor Rômulo Valentim (cujo nome só ficamos sabendo no surpreendente desfecho do livro, que não revelarei qual é para não estragar o fator surpresa do leitor) e o outro, tratado inicialmente como dentista, depois como poeta-dentista (que vive dividido entre poesias e dentes) e mais tarde apenas como Poeta, é Ganimedes Castanheira, que na verdade é o protagonista da trama. Das conversas de ambos ficamos sabendo uma infinidade de detalhes – ora pitorescos, ora curiosos, mas sempre surpreendentes – sobre os poetas, que o autor, hábil e sutilmente relaciona aos cometas. Reitero, é um livro de tirar o fôlego dos que entendem que a boa leitura é a que proporciona, simultaneamente, entretenimento, informação, conhecimento e reflexão. A Passagem dos Cometas suscita tudo isso e muito mais. É uma obra que recomendo sem titubear e com a maior satisfação.

    Escrevi, reiteradas vezes, e meus leitores são testemunhas, que gosto dos idealistas, dos lutadores, dos que não se submetem às circunstâncias negativas, que sabem sonhar, mas não se limitam a isso, contudo se empenham ao máximo para a concretização de todos seus sonhos, mesmo os aparentemente impossíveis. Tenho por paradigmas o que os norte americanos chamam de self made men, ou seja, homens que se fazem sozinhos, pelo seu esforço, persistência e talento. Edir Araujo é um deles. Não tem formação acadêmica, mas é um autodidata aplicado.

    Lembro que o maior escritor brasileiro de todos os tempos (e que me perdoem os demais) Machado de Assis, jamais frequentou qualquer escola. Fez-se sozinho. Alfabetizou-se por conta própria e foi o que foi: mestre de todos nós, comprometidos com a Literatura. Edir segue a mesma trajetória. E que livro! Valeu a pena tanto esforço, tanta pesquisa e tanto empenho em produzir um texto, sobretudo claro, correto e preciso."

    *Pedro J. Bondaczuk é jornalista, poeta e emérito escritor. Como jornalista tem 44 anos de carreira, iniciada no rádio, em Santo André, no ABC paulista. Foi revisor do Diário Oficial de Campinas, editor e crítico de arte do Diário do Povo e Correio Popular, onde ganhou o Prêmio Esso de 1997. Foi agraciado, por sua vasta obra jornalística com o título de Cidadão Campineiro. Como escritor ocupa a cadeira nº 14 da Academia Campinense de Letras. Autor de cinco livros: Lance Fatal, Por uma Nova Utopia (ensaios políticos), Quadros de Natal, Cronos e Narciso (crônicas) e Dimensões Infinitas (inédito). Colunista do Planeta News, editor do site Literário (Espaço aberto aos amantes de Literatura) e O Escrevinhador, os quais mantêm atualizados diariamente. Recebeu, em julho de 2006, a Medalha Carlos Gomes, por sua contribuição às artes e à cultura da cidade de Campinas.

    Depoimentos

    Um livro impactante e que me impressionou bastante. Parece despretensioso nas primeiras páginas ao narrar sobre os cometas e os poetas mas à medida que avançamos vai se aprofundando e instigando nossa curiosidade e nossas emoções. Ao término da leitura descobri o quanto desconhecia acerca dos poetas, tanto com relação a sua natureza ética, social e cultural, quanto moral, ideológica e política. Nosso consciente é alvejado, provocando-nos profundas reflexões.

    (Guilherme Carraro, engenheiro ambiental)

    No meu entender acho que não basta ler este livro mas principalmente senti-lo, pois tem um propósito implícito: mexer com nossos sentidos, provocar nossas emoções. Apesar do clima nostálgico e um enredo mordaz e agressivo (sofrimento, morte) o autor consegue tecer uma agradável e inesquecível viagem pelo mundo dos poetas, narrando em linguagem simples e de fácil entendimento.

    (Salomão Stefanni, corretor de imóveis)

    "Como apreciador de romance psicológico, li, reli e confesso que A Passagem dos Cometas me seduziu. O autor tenta (e consegue) nos convencer que há uma estreita relação entre os poetas e os cometas, evidenciando-nos o sofrimento físico, moral e espiritual dos poetas e escritores em todos os tempos. Dom Casmurro é o mais famoso romance psicológico da literatura brasileira. Atrevo-me a dizer (na minha modesta opinião) que A P. dos Cometas pode ser colocado no mesmo nível deste. Excelente por sua originalidade, expressão simbólica do drama humano, análise de diferentes aspectos da vida interior no que tange aos poetas e pelo pendor introspectivo, induzindo-nos a profundas reflexões. Seus argumentos são sólidos, despertando nossa curiosidade. provocando nossa sensibilidade e instigando nossa imaginação".

    (Arnaldo Mascarenhas, jornalista)

    Li o livro no formato e-book. Adorei, fiquei deslumbrada e ao mesmo tempo perplexa com tantas revelações macabras sobre os poetas, relacionados aos cometas que passam velozes. Um livro que desperta curiosidades e muitas reflexões. Digo mais: é uma enciclopédia para ser consultada sempre. Recomendo e muito! Já é um dos meus livros de cabeceira. Desejo muito sucesso ao autor.

    (Sandra Peixoto, poetisa, fotógrafa, artista plástica e atriz de teatro)

    Um livro extraordinário, comovente e que nos remete a profundas reflexões. O espírito poético transcende todo o romance. Fui facilmente conquistado por esta história diferente e dramática.

    (Luiz Geraldo Aguiar, advogado e empresário no ramo de confecções)

    Li e fiquei fascinado. Realmente um grande romance psicológico, que nos remete a profundas reflexões sobre a vida e a morte. Advirto que é um livro trágico, não é mamão com açúcar! Dois amigos conversam sobre os poetas e os cometas (o autor faz uma comparação sábia, com muita sutileza, sobre os cometas e os poetas, que convencionou chamar: estes dois magníficos astros), revelando-nos toda a perplexidade, magia, curiosidade e exasperante complexidade que envolve estes dois astros.

    (Júlio Cesar Barreto e Silva, estudante universitário de Letras)

    Recomendo. Originalíssimo! Confesso que no começo achei que não ia gostar, mas à medida que fui avançando na leitura minha curiosidade foi aumentando. Uma surpresa em cada página. É de um realismo cruel, mas sofisticado, inebriante, comovedor. Edir Araujo neste livro nos mostra toda a sensibilidade de sua alma ao comparar os poetas aos cometas, numa visão muito peculiar sobre o mundo dos poetas. Comprei dois impressos, dei um de presente a um amigo.

    (Orlando Borges, advogado, gerente TI, analista de sistemas)

    O livro A Passagem dos Cometas é instigante! Parabéns pelo esforço e pela ideia de tal comparação como um mote e desculpa para falar de tanta gente boa e fazer uma revisão histórica dos poetas. O curioso é o fato de ser uma enxurrada de conhecimentos sobre os escritores e em especial sobre os poetas, um trabalho que demandou muito tempo, e está mastigadinho para o leitor. Muito bom. Adorei a parte de Fernando Pessoa, onde o autor mostra erudição e intimidade com o poeta, gostei demais dessa parte. Seu poema da página 119 em diante é algo épico e forte, e também foi um divisor de águas, pois mudou a maneira como o poeta-dentista se vê e se descreve. Muitas surpresas agradáveis, especialmente sobre a bomba da Hiroshima e os autores russos. A leitura é fácil e gostosa, e sem nos darmos conta vamos passeando pelos poetas. É um show de erudição, e, contraditoriamente em linguagem clara e acessível.

    (Mara Narciso, jornalista e médica)

    Uma história dramática que pode nos deixar nostálgicos mas a despeito disso, o autor faz questão de esfregar na nossa cara toda dramaticidade que envolve os poetas. Sacolejar-nos com a realidade nua e crua. Um livro diferente, intenso e perturbador. A trama se desenrola através do diálogo entre dois amigos, que se respeitam e se admiram. Parabéns pela originalidade e obrigado por haver me dado o privilégio de lê-lo.

    (Lafayette Marcolino, jornalista e médico cardiologista)

    OS COMETAS E OS POETAS

    A passagem dos cometas sempre esteve associada com maus presságios, envolta em superstições e tida como mensageira da destruição. No entanto, tudo que o povo temeu, nada aconteceu de extraordinário. Contudo é um evento que sempre mexeu com o imaginário da população. Para a grande maioria das pessoas a passagem de um cometa é simplesmente um belo espetáculo. Ao longo da História suas passagens foram (e ainda são) consideradas de mau agouro, que nunca se confirmaram. Há registros de 3000 anos que fazem referências aos cometas. A humanidade sempre acompanhou curiosa a passagem desses corpos celestes pela Terra. Aparecem de tempos em tempos e têm brilho destacado entre as estrelas. Atualmente são conhecidos mais de setecentos cometas. Um dos mais famosos é o Halley, que cruza o nosso céu a cada 76 anos, aproximadamente. É um cometa periódico que foi visto a olho nu em todas as 30 aparições registradas até hoje.

    EDITOR - Interessante tudo isso! Imagino que você deve ter muitos registros e curiosidades sobre os cometas.

    DENTISTA - Bastante, meu amigo. Tudo que diz respeito aos cometas e aos poetas atrai minha atenção. Agora ouça isso: um Grande Cometa é um cometa que se torna excepcionalmente brilhante. Geralmente o termo é usado em cometas com brilho intenso o suficiente para serem vistos a olho nu ou percebidos por observadores curiosos e casuais que não estejam ativamente procurando cometas, e que se tornam muito conhecidos fora da comunidade astronômica. Grandes cometas são raros. O Grande Cometa de 1680, foi o primeiro cometa descoberto por telescópio. Foi um dos mais brilhantes cometas do século XVII, visível mesmo à luz do dia, famoso por sua longa cauda.

    O Grande Cometa de 1744 ficou visível a olho nu por vários meses e exibiu efeitos surpreendentes e incomuns no céu. Sua magnitude absoluta - ou brilho intrínseco - foi o sexto mais elevado na história da astronomia. Tornou-se importante especialmente devido ao desenvolvimento de um leque de seis caudas depois de atingir seu periélio. Seu brilho foi maior que do planeta Vênus e pôde ser visto por qualquer pessoa à luz do dia.

    O Grande Cometa de 1811, foi um dos cometas mais fenomenais que já apareceram, esteve visível a olho nu durante cerca de nove meses e a sua cauda estendia-se por mais de 150 milhões de quilômetros - a distância entre a Terra e o Sol - já imaginou? Este cometa ficou conhecido em Portugal como o cometa do vinho do Porto, por sua colheita excepcional - neste caso trouxe bons presságios, não é mesmo? - Enquanto este cometa esteve visível, abateu-se sobre a Europa uma onda de terror, julgando muitos tratar-se do anúncio do fim do mundo, fato que se repetiu várias vezes durante a história da humanidade na passagem dos cometas.

    EDITOR - A verdade é que objetos estranhos no céu sempre foram alvos de especulações, causando grande alvoroço na população, pois consideram o firmamento, sobretudo as crenças antigas, como algo imutável, e até hoje provocam grande histeria coletiva.

    {O dentista e o editor são grandes amigos. Ambos estão na editora, num encontro que acontece todos os sábados, periodicamente, ora na editora, ora na casa do dentista. Falam sobre a passagem dos cometas}

    DENTISTA - Realmente. Na literatura, em especial, tiveram grandes destaques. Como fez o famoso escritor russo Leon Tolstoi (1828-1910), que não quis deixar de assinalar a passagem deste cometa, escrevendo em seu livro Guerra e Paz, quando Pedro Bezukhov, um dos personagens principais do romance, avista, extasiado, o cometa:

    (...) Este cometa, com a sua longa cauda luminosa, de forma alguma lhe suscitava qualquer sentimento de terror; ao invés, sentia-se cheio de alegria, os olhos humedeciam-se de lágrimas ante este valente cometa que, depois de percorrer distâncias imensas a velocidade de vertigem, parecia subitamente parado - como uma seta ao atingir o alvo - num ponto escolhido, sustentando com vigor a cauda erecta, espalhando a sua luz branca entre um sem-número de outras cintilantes estrelas.

    EDITOR - Interessante que o escritor romanceou o evento que ele mesmo não teve a oportunidade de assistir.

    DENTISTA - Com certeza! Excelente observação, meu amigo! O cometa passou em 1811, ele nasceu em 1828, Guerra e Paz foi publicado em 1865, quando Tolstoi tinha 37 anos. Imagina-se, portanto, a enorme repercussão que teve a passagem deste cometa naquela época. Por coincidência - ou seria obra do destino? - um dos fatos mais curiosos é que além de ter abordado em seu famoso livro a passagem do Grande Cometa de 1811, morreu em 1910, na passagem do cometa Halley.

    EDITOR - Agarrou-se à cauda do cometa! Puxa! Parece que tinha mesmo uma estreita relação com os cometas. E como você costuma dizer; há muitas curiosidades entre os cometas e os poetas.

    DENTISTA - Sim, e procuro traçar um paralelo entre ambos. Agora veja outros que pegaram carona na passagem do Halley em 1910 e partiram para as estrelas; o nosso poeta Joaquim Nabuco, o escritor estadunidense O. Henry, o escritor norueguês e prêmio Nobel de Literatura de 1903; Bjørnstjerne Bjørnson, o importante filósofo William James, o escritor e filósofo espanhol Rafael Barret, aos 34 anos, cuja vida teve a passagem tão breve quanto a do cometa.

    EDITOR - E na outra passagem do Halley em 1986, quem ele levou? Tem anotado aí?

    DENTISTA - Sim, e foram muitos desta vez. Levou o nosso escritor e imortal da ABL Orígenes Lessa, o poeta português Alexandre O’Neill, a escritora francesa Simone de Beauvoir, o grande poeta, escritor e ensaísta argentino Jorge Luís Borges, o poeta e dramaturgo francês Jean Genet, o poeta, escritor e Prêmio Nobel de Literatura tcheco Jaroslav Seifert, e muitos outros. Como você bem sabe, amigo, sempre fui fascinado pelos cometas e costumo associá-los aos poetas, pois ambos sempre passam velozes. 

    EDITOR - Claro! E sua admiração pelos cometas é tão grande quanto pelos poetas.

    DENTISTA - É verdade. Mais ainda pelos poetas, sou apaixonado por eles. Mas não pode imaginar a melancolia que isso me provoca. Vez por outra me pego recordando minhas memórias de infância, de quando me surgiram as primeiras ligações com a poesia. A lembrança dos primeiros poemas lidos, descobertos em manuais escolares de Literatura Brasileira, antologias de poetas dos séculos XIX e XX, que acabaram incutindo em mim esta absurda - reconheço - devoção pelos poetas e pela poesia.

    {O dentista, que também é poeta, vive dividido entre dentes e poesias. Então vamos chamá-lo de poeta-dentista. O que aceitaremos como fato, uma vez que é realmente um poeta, embora não admita. Um poeta atilado, sensível, amante da Literatura e apaixonado pelos poetas}   

    POETA-DENTISTA - Os poetas são tão fenomenais quanto os cometas, com a mesma rapidez que surgem, assim também irão desaparecer. Tem sido assim, amigo, desde sempre. Passam por nós, solenes e admiráveis. Luzes que ofuscam nossa soturna escuridão. O famoso escritor de best-sellers estadunidense Mark Twain (1835-1910) havia especulado que iria embora com o cometa Halley em 1910. Em 1909, Twain teria escrito: Eu cheguei com o Cometa Halley em 1835. Ele vai passar de novo ano que vem, e espero ir embora com ele. Seria a maior decepção da minha vida se eu não fosse com o cometa. O Todo-Poderoso disse, indubitavelmente: ‘Cá estão esses dois inexplicáveis fenômenos; eles chegaram juntos, e devem partir juntos. Sua predição estava correta, amigo editor. Twain morreu em decorrência de um ataque cardíaco em 21 de abril de 1910, um dia após o Halley passar mais próximo da Terra.

    EDITOR - Interessante! Um paranormal? Parecia ter dons extrassensoriais.

    POETA-DENTISTA - E tinha mesmo, dom que procurou desenvolver após a morte do seu irmão caçula Henry, na explosão de um barco a vapor. Twain havia previsto a tragédia num sonho três dias antes. Sentindo-se culpado, pois havia conseguido o emprego de barqueiro para o irmão, viveu atormentado com isso pelo resto da sua vida.     

      {O poeta-dentista quando menciona os poetas refere-se a todos os literatos, a literatura em geral, sejam escritores, compositores, dramaturgos, ensaístas, filósofos, etc., ou seja, todos os artistas da pena e tinteiro, como ele costuma dizer} 

    POETA-DENTISTA - Conhece a música Guardanapo de Papel, interpretada pelo nosso grande poeta e músico Milton Nascimento?

    EDITOR - Ah sim, onde fala dos poetas? Só não me lembro da letra.

    POETA-DENTISTA –

                  "Na minha cidade tem poetas, poetas...                                        Que chegam sem tambores nem trombetas (...)

    Andam pelas ruas os poetas, poetas, poetas

    Como se fossem cometas, cometas, cometas (...)

    Olham para o céu esses poetas, poetas, poetas

    Como se fossem lunetas, lunetas, lunáticas"

    Observe como os poetas e os cometas são identificados magnificamente. É musicalmente uma ode aos poetas, gravada por Milton no seu álbum Nascimento de 1998.

    Mas quanto aos cometas, sempre que algum deles passa pela Terra a NASA faz imensa publicidade em torno disso, e incentiva as pessoas a olharem para o cometa com binóculos ou telescópios para apreciar o espetáculo. O Hale-Bopp, denominado o Grande Cometa de 1997, foi um dos que tiveram maior visibilidade.  Esteve visível a olho nu durante 18 meses, entre 1997 e 1998.  Entre as muitas curiosidades acerca dos cometas, há uma, porém, que chamou a minha atenção pela sua bizarrice. Trata-se da seita Heaven’s Gate (Entrada para o Céu, ou, Portão do Paraíso), nome de uma religião OVNI americana. Em 26 de março de 1997, quando o Hale-Bopp estava no seu brilho máximo, a polícia encontrou os corpos de 39 de seus membros, que haviam cometido suicídio. Haviam considerado a aparição do cometa como um sinal para levar a cabo o suicídio coletivo. Alegaram que abandonavam seus corpos terrenos de forma a poderem viajar em direção à nave que seguia o cometa e embarcar nesta, rumo a uma vida de iluminação.

    EDITOR - Perfeito! E você tem tudo aí catalogado?

    POETA-DENTISTA - Exatamente! E você não pode imaginar quanta curiosidade isso me desperta. A passagem dos cometas sempre foi um espetáculo à parte. Divinamente fabuloso! Agora ouça isso; o cometa Hyakutake, que passou em 1996, por exemplo, foi um dos que passaram mais perto da Terra nos últimos 200 anos, fazendo com que fosse facilmente observado no céu noturno, sendo visto por um grande número de pessoas em todo o mundo. A nave espacial Ulysses cruzou inesperadamente a cauda deste cometa a uma distância de mais de 500 milhões de quilômetros do núcleo, mostrando que o Hyakutake tinha a cauda mais longa até então conhecida para um cometa.

    EDITOR - O maior rabo de cometa já visto?

    POETA-DENTISTA - Exatamente! A cauda do Hyakutake, segundo os astrônomos, tinha 570 milhões de quilômetros de extensão, distância suficiente para ir da Terra ao Sol quatro vezes. Você pode imaginar isso! Nenhum cientista imaginava que pudesse haver algo semelhante. Essa imensa cauda prova que ainda conhecemos muito pouco sobre os cometas, disse o astrônomo Geraint Jones.

    Sabia que algumas das muitas crateras da Lua, por exemplo, podem ter sido causadas por cometas? São as colisões que, aliás, podem chegar a um final surpreendente, caindo no sol ou atingindo um planeta. Uma colisão recente de um cometa com um planeta aconteceu em 1994, quando o cometa Shoemaker-Levy9 partiu-se e colidiu com Júpiter. Segundo os pesquisadores, é mais fácil um asteroide atingir a Terra do que um cometa.  Mas se for atingida por um cometa pode ser fatal.

    EDITOR - Aí a coisa fica feia!  Catastrófica!

    POETA-DENTISTA - Realmente, e muitos acreditam que o fim da vida no nosso planeta pode estar associado à passagem dos cometas. Apesar de toda a ciência de hoje, o cometa ainda é rodeado de muitos mistérios. Astrônomos, cientistas e pesquisadores continuarão estudando o assunto e missões espaciais futuras continuarão em busca de mais detalhes que esclareçam nossa compreensão sobre os cometas. Isso sem falar nos cometas extintos, que não apresentam mais jatos de gás, que expeliram a maior parte do gelo volátil e tem pouco para formar uma cauda ou coma.

    Na ficção científica os cometas já foram largamente representados, tanto na literatura como no cinema; o escritor francês Júlio Verne publicou em 1877 seu livro Off On A Comet (A Carreira de um Cometa). A história começa com um cometa que toca a Terra em seu voo e recolhe alguns pedaços pequenos da mesma. Cerca de quarenta pessoas de várias nações e idades estão condenadas a uma jornada de dois anos de duração sobre o cometa. Eles formam uma mini sociedade e têm que lidar com o ambiente hostil do cometa (principalmente o frio). O tamanho do cometa é de cerca de 2300 quilômetros de diâmetro - muito maior do que qualquer cometa que realmente tenha existido até hoje.

    EDITOR - Foi adaptado para o cinema, não é?

    POETA-DENTISTA - Isso mesmo. Com o título "Vale dos Dragões, lançado em 1961. Há muitos filmes sobre os cometas e Impacto Profundo" é um deles,

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