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Livros: Segundo Volume
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E-book221 páginas2 horas

Livros: Segundo Volume

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Sobre este e-book

A dedicação à leitura ao longo de décadas me trouxe a necessidade de compartilhar ao máximo as impressões que cada uma das obras me trouxe. Indispensável dizer que aqui não vão pretensões de ensaios, estudos, teses, algo que, por certo, demandaria trabalho e aprofundamentos bem mais amplos. Aqui estão, na verdade, apenas opiniões sobre as obras lidas, como uma necessidade dominante de expor a admiração e o prazer que senti ao me entregar a todas. Acrescento, porém, algumas informações que julgo válidas sobre certos dados biográficos de tantos escritores, com o objetivo de situar o leitor nos contextos de vida daqueles que nos legaram extraordinários romances, novelas, contos e crônicas, estes vastos e belos gêneros literários. Para atingir meus objetivos, procuro escrever com clareza e simplicidade, de modo que mesmo os que não sejam tão experientes no terreno da leitura possam compreender as mensagens que ofereço. Em tal aspecto, preciso ressaltar que todos os textos são oriundos de uma coluna periódica que escrevo, de 15 em 15 dias, para um diário regional de Passos-MG, Folha da Manhã (clicfolha@folhadamanha.com.br). Escrever para jornais é uma forma de ampliar o alcance da comunicação. E, no decorrer de mais de 20 anos, isso representa um prazer que já incorporei à rotina, como quaisquer necessidades básicas que todos as temos. Percebam que os textos, conforme sumário, estão expostos em ordem alfabética e há algumas repetições de autores em razão de ter lido mais de um livro deles, mas, por admirá-los intensamente, cedi ao desejo de escrever sobre suas criações literárias sempre além. Espero que meu trabalho seja útil não apenas aos que, como eu, amam a literatura, mas até como um norte para quem pretende trilhar este universo de estrondosa e infinita riqueza. De Dostoiévski a Machado de Assis, de Tolstói a Guimarães Rosa, de Thomas Maan a Nelson Rodrigues, de Kafka a Clarice Lispector, de Albert Camus a Elena Ferrante, de José Saramago a Oscar Wilde, de Gabriel Garcia Márquez a Graciliano Ramos, e por aí seguimos.
IdiomaPortuguês
Data de lançamento24 de jan. de 2024
ISBN9786525044026
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    Livros - Alberto Calixto Mattar Filho

    capa.jpg

    Sumário

    CAPA

    A barca dos amantes, de Antonio Barreto

    A literatura de Luiz Gonzaga Lopes

    A literatura do nocaute

    A morte em Veneza, de Thomas Mann

    A peste, de Albert Camus

    A terceira margem do rio, de Guimarães Rosa

    A última tentação de Cristo, de Nikos Kazantzakis

    Algo mais sobre Kafka

    Algo mais sobre Machado de Assis

    Angústia,de Graciliano Ramos

    Arquipélago Gulag, de A. Soljenítsin (I)

    Arquipélago Gulag, de A. Soljenítsin (II)

    As personagens de Dostoiévski

    Batismo de fogo, de Mário Vargas Lhosa

    Cartas a um jovem poeta, de Rainer Maria Rilke

    Chamem o Dr. Simão Bacamarte

    Conselheiro Aires, extraordinário personagem de Machado de Assis

    Considerações sobre Tchekhov

    Coração das trevas, um clássico de Joseph Conrad

    Cyrano de Bergerac, de Edmond Rostand

    Dostoiévski sempre

    Enclausurado, de McEwan

    Ensaio sobre a cegueira, de José Saramago

    Excepcionais memórias de Nelson Rodrigues

    Experiência com a literatura de Elena Ferrante

    Experiência com Philip Roth

    Fausto, de Goethe

    Feliz ano velho, de Marcelo Rubens Paiva

    Flashes da literatura de Rubem Fonseca

    Grande sertão: veredas, de Guimarães Rosa

    História da solidão e dos solitários, de Georges Minois

    Lavoura arcaica, de Raduan Nassar

    Macbeth, de Shakespeare

    Memorial do convento, de José Saramago

    Memórias de um sargento de milícias, de Manuel Antônio de Almeida

    Memórias literárias sobre Adão Ventura

    Negrinha e Baleia, dois contos clássicos

    O amante, de Marguerite Duras

    O clássico Ana Karênina, de Tolstói

    O conto A igreja do diabo, de Machado de Assis

    O diário de Anne Frank

    O estrangeiro, um clássico de Albert Camus

    O extraordinário A montanha mágica, de Thomas Mann

    O extraordinário A montanha mágica, notas finais

    O leitor, de Bernhard Schlink

    O morro dos ventos uivantes, de Emily Brontë

    O processo, um clássico de Kafka

    O Quinze, um clássico de Rachel de Queiroz

    O retrato de Dorian Gray, de Oscar Wilde

    O último dia de um condenado, de Victor Hugo

    Os Buddenbrook, de Thomas Mann

    Pais e filhos, de Turguêniev

    Resgatando Clarice Lispector

    Ressurreição, de Tolstói

    Tributo a Gabriel García Márquez

    Um copo de cólera, de Raduan Nassar

    Um dos contos clássicos de Guimarães Rosa

    Um passeio pelos Sermões do Padre Antônio Vieira

    Um pouco de Lygia Fagundes Telles

    Um tratado sobre a escravidão

    SOBRE O AUTOR

    SOBRE A OBRA

    CONTRACAPA

    Livros

    Segundo volume

    Editora Appris Ltda.

    1.ª Edição - Copyright© 2023 dos autores

    Direitos de Edição Reservados à Editora Appris Ltda.

    Nenhuma parte desta obra poderá ser utilizada indevidamente, sem estar de acordo com a Lei nº 9.610/98. Se incorreções forem encontradas, serão de exclusiva responsabilidade de seus organizadores. Foi realizado o Depósito Legal na Fundação Biblioteca Nacional, de acordo com as Leis nos 10.994, de 14/12/2004, e 12.192, de 14/01/2010.

    Catalogação na Fonte

    Elaborado por: Josefina A. S. Guedes

    Bibliotecária CRB 9/870

    Livro de acordo com a normalização técnica da ABNT

    Editora e Livraria Appris Ltda.

    Av. Manoel Ribas, 2265 – Mercês

    Curitiba/PR – CEP: 80810-002

    Tel. (41) 3156 - 4731

    www.editoraappris.com.br

    Printed in Brazil

    Impresso no Brasil

    Alberto Calixto Mattar Filho

    Livros

    Segundo volume

    Às memórias

    de meu pai, Alberto Calixto Mattar, 

    e de minha mãe, Dulce Seraphim Figueiredo Mattar.

    À Maria Lúcia,

    Ulysses e Rodrigo.

    A todos que consideram a leitura parte essencial da vida.

    Apresentação

    Temos certas paixões na vida que se transformam em atos necessários. Uma forma de dependência. Como manifestei na primeira edição do meu livro, ler e escrever me movem há décadas. Assim, a experiência com grandes escritores, ao longo dos anos, me provocou o desejo de compartilhar com vocês o máximo do que assimilei em tantas leituras.

    Em minha trajetória, o exemplo do meu pai, Alberto Calixto Mattar, foi de extrema importância. Embora homem de formação escolar primária, que se viu obrigado, por circunstâncias de época, a sobreviver e crescer de maneira precoce nos árduos caminhos do trabalho, Beto possuía sensibilidade ímpar, porque tinha seus livros, assinava seu jornal e até escrevia seus diários.

    Sempre se diz que os pais devem nortear os filhos não somente por palavras, mas por exemplos. Aqui, reconheço que a inspiração que o velho Beto me trouxe reside sobretudo em suas ações solitárias de ler e escrever. Ainda criança, jamais deixei de observá-las.

    Já na adolescência, procurei então exercer a escrita em um jornal dos anos 70, O Sudoeste, um bissemanário de Passos-MG, que pertencia a um amigo e vizinho de meu pai, o jornalista José Pelegrino. Ali, por generosidade de Pelegrino, arrisquei, por um certo período, pequenas matérias sobre nosso time de futebol de adolescentes daqueles anos.

    Tempos após, com meus 20 e poucos anos, o ato de escrever começou a se tornar realmente imperioso para mim. Era época em que já havia, também em Passos-MG, um diário regional, a Folha da Manhã. Comecei, então, a enviar meus textos para uma coluna da Folha, própria às livres opiniões sobre quaisquer temas.

    Dos inúmeros que escrevi, muitos são sobre livros que envolvem nomes consagrados e emergentes na história da literatura. São textos que possuem uma característica essencial: jamais perderão a atualidade ou sofrerão os efeitos dos fatos cotidianos que se diluem ao sabor dos ventos.

    A literatura representa, portanto, valor inestimável, e gigantes como Machado de Assis, Dostoiévski, Guimarães Rosa e Thomas Maan, dentre muitos, estão sempre aptos a nos transmitir algo permanente e profundo.

    Digo mais: a literatura possui como objeto a própria vida, com seus mistérios, conflitos, dores, prazeres, complexidades. E a imaginação de grandes escritores nos conduz a um vasto panorama da nossa própria existência ao longo dos séculos.

    Vocês não estarão diante de teses, estudos, ensaios, mas apenas da simples visão de alguém que ama ler e precisa expandir sua admiração. Ao fim, talvez encontrar parceiros do mesmo amor aos livros.

    O autor

    A barca dos amantes,

    de Antonio Barreto

    Muito se tem dito sobre A barca dos amantes, do escritor passense Antonio Barreto. O próprio autor vem sendo convidado para palestras a fim de divulgar a obra, uma vez que esta foi selecionada como uma das que se exigirão no vestibular da UEMG, em 2019.

    Recebi-a, com muita honra, do amigo Barreto, quando ele esteve cá em Passos para divulgá-la numa escola local, em dezembro de 2018, e me entreguei, com prazer, à sua leitura.

    Desnecessário abordar aqui o vasto currículo de Antonio Barreto, já há anos radicado em Belo Horizonte. Como ele mesmo costuma dizer, após encerrar a carreira em engenharia, passou a se dedicar, exclusivamente, à sua paixão, a literatura.

    De qualquer forma, a trajetória de Barreto em campo tão difícil e concorrido como a literatura não deixa de ser um orgulho para Passos. Já com livros e prêmios em sua trajetória, a reedição de A Barca dos Amantes, que foi escrita inicialmente há 35 anos, e a sua inclusão em um importante vestibular, consolidam o reconhecimento que se lhe devota nos meios literários.

    Não me cabe fazer nenhuma análise tão profunda da obra. Como dito, tal já vem sendo realizado pelo próprio autor nas referidas palestras de divulgação. Mas posso assegurar a vocês que se trata de uma bela obra, cuja leitura envolve a quem se aventura do início ao fim de suas 175 páginas.

    Apesar do inegável valor de análises e opiniões abalizadas para a repercussão de um livro, uma das coisas que se tornam mais importantes para um escritor é atingir o público em geral, mesmo aqueles que não são versados em literatura e não conheçam suficientemente as circunstâncias que envolvem a história contada.

    Ao saber contar ou criar a história, o escritor vai ao encontro do público, alarga as dimensões de sua obra e adquire o louvor dos leitores, aspectos sem os quais restarão muitas lacunas a incomodá-lo. Trata-se do eterno binômio escritor/leitor, em que quem escreve precisa de quem penetre as páginas de sua obra.

    Nutro, pois, a certeza de que aqueles que gostam de ler, ainda que não conheçam a fundo o que existe de história em A barca dos amantes, serão recompensados, porque estamos perante um ótimo livro. Além de muito bem escrito, estimula o leitor a fazer uma viagem na própria história do Brasil, quando o transporta para a Vila Rica colonial do século XVIII.

    Sim, porque o enredo de A barca dos amantes está envolto em fatos que construíram o Brasil em séculos passados, daí ser a obra enquadrada como romance histórico, uma vez que aborda, em meio às circunstâncias políticas do Brasil colônia, o amor entre Tomás Antônio Gonzaga, o Dirceu, e Maria Doroteia Joaquina de Seixas, a Marília. Em suma, o romance entre Marília e Dirceu ou Dirceu e Marília, já tão bem decantado nos versos do próprio poeta arcádico e revolucionário Tomás Antônio Gonzaga, que, no livro, aparece como protagonista.

    Barreto vai em busca de farta bibliografia para retratar o amor entre ambos. Tomás, como se sabe, era um dos insurgentes da Inconfidência Mineira contra a dominação e exploração de Portugal. Após a descoberta dos planos dos inconfidentes, ele é enviado ao exílio em Moçambique, enquanto, em Vila Rica, no bojo de outras punições, Tiradentes acaba na forca, fato a que se dá destaque, de maneira brilhante, num dos capítulos.

    O que se tem, portanto, em A barca dos amantes, é a criação literária para retratar circunstâncias históricas, ou, quem sabe, o proveito de circunstâncias históricas para fazer literatura. Surge, em consequência, uma extraordinária simbiose, em que a história e a literatura, não importa a ordem, interpenetram-se, de modo a despertar não só o senso literário, mas o desejo de melhor conhecer os fatos históricos.

    Quanto ao título da obra, refere-se a uma lenda sobre a eternidade do amor, com base em uma simbologia dos mares que remonta a séculos passados, cujo esclarecimento vem entre as páginas 16 e 17, antes do início do romance em si.

    No seio dos elogios registrados na orelha da edição por grandes nomes, transcrevo parte das palavras de um consagrado escritor brasileiro, Moacyr Scliar: Trata-se seguramente de um dos romances históricos mais criativos que já foram produzidos no Brasil [...]

    A literatura de Luiz Gonzaga Lopes

    Ao remexer antigos escritos, dentre textos jornalísticos e correspondências, estas quando o gênero ainda ocorria com muito mais frequência do que hoje — afinal, eram os anos 2003/2004 —, eis que deparo com pequenas cartas datilografadas de Luiz Gonzaga Lopes, um escritor nascido em Campina Grande, na Paraíba, mas radicado em Recife, mais precisamente na grande Recife.

    Quem nos pusera em contato foi um amigo em comum, o Toscano, grande parceiro com quem tive o prazer de conviver nos anos em que ele integrou os quadros da Justiça do Trabalho. Toscano, que viveu por mais de oito décadas e sob uma energia ímpar, já nos deixou tempos atrás. Além das tarefas na Justiça, nutríamos a paixão pela literatura.

    Sempre que um livro ou artigo jornalístico lhe chamava a atenção, logo corria ao telefone, a me procurar para longas conversas a respeito da obra ou do texto. Era um sujeito divertido, um tanto quanto obsessivo e perfeccionista, mas culto e bem-informado. Por tais motivos, em meio àquele convívio no mundo dos textos, resolveu enviar alguns artigos que eu já escrevia aqui na Folha — no caso, os relativos a obras literárias —, para seu velho amigo, o escritor Luiz Gonzaga Lopes. Toscano também era nordestino.

    Desde então, uma vez estabelecida a ponte, Gonzaga Lopes começou a me remeter alguns de seus livros então publicados nos círculos de sua carreira literária, que já dava sinais de fôlego suficiente para progredir. Assim, ele me encaminhou, em diferentes momentos e via Toscano, quatro de suas obras: Competição, Somos iguais, Abençoada maldição e Página de um diário rasgado, todos pela Edições Edificantes.

    Além do autógrafo em cada um, no interior das páginas, vinha sempre uma pequena carta datilografada, com dizeres elegantes e a elogiar meus artigos que lhe havia enviado o Toscano. Gonzaga me tratava por jornalista Alberto e me solicitava, delicadamente, ao final das correspondências, que lhe emitisse, caso possível, uma pequena avaliação dos livros que me remetera.

    Cumpri os desígnios. Uma vez terminada a leitura, eu lhe dirigia um e-mail com os agradecimentos de praxe e tecendo considerações positivas sobre as obras.

    Não tenho dúvidas de que é maravilhoso o caminho que o universo literário nos propicia. Não tenho dúvidas de que necessitamos nos desenvolver sempre mais no campo da leitura e, em consequência, da expressão verbal, do pensamento, da cultura e da escrita. O Brasil precisa aumentar seus índices de leitores. Passos precisa aumentar seus índices de leitores.

    Ao rever agora, anos depois, os brindes de Luiz Gonzaga, percebo novamente o bom conceito que lhe devotavam membros do meio literário, como outros escritores e intelectuais da área educativa. Página rasgada de um diário, a propósito, foi adotado por professores brasileiros que ministravam aulas de Português em uma universidade da Philadelphia, nos Estados Unidos. A professora Leonor Oliveira, um dos membros, se disse encantada.

    Em geral, toda a sua obra transita por romances, contos e poemas. No entanto, como muitos, não viveu somente da carreira de escritor. Além de ter trabalhado no Banco do Brasil, desempenhou funções como economista em empresas e atuou também na área pedagógica, ao ensinar a matéria em nível superior.

    Apesar das diversas vertentes profissionais, creio que sua devoção pela literatura foi maior. Aliás, quem se entrega mesmo ao ofício

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