As Três Joias da Iluminação: Livro I: Crônicas da Primeira Joia
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Sobre este e-book
Na verdade, o conhecimento é aplicação enquanto sabedoria, pois interpretação e aplicação são etapas do processo de autoaperfeiçoamento. Em um nível mais profundo, se não sabemos qual é o real sentido da vida, da própria existência, não conseguimos nos alinhar ao que estamos vivendo. Parece que nunca nos sentimos realizados, pois nos encontramos em contradição. Trata-se de um eterno retorno aos afazeres ou às depressões mentais, oscilando entre fases otimistas e outras de desânimo, repetidas com o passar dos anos.
Assim, este livro lhe incita perguntas a cada parágrafo e provavelmente fará com que realize diversas perguntas a si mesmo, aprofundando-se cada vez mais nos ensinamentos. Por fim, através das Três Joias, irá lhe revelar qual é o sentido da Vida, tanto individual quanto coletivo. Tenho certeza de que já está se perguntando como isso é possível. Pois bem, esta será a temática em toda a obra e só tem uma maneira de saber: boa leitura!
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As Três Joias da Iluminação - Donizete D'Andréa
PARTE I. A EXISTÊNCIA
I. COMO VEMOS O MUNDO?
O que quer que se diga em louvor à pobreza deve ser entendido do ponto de vista transcendental como miséria, escassez mental. O fato é que não é possível viver uma vida realmente próspera quando não se possui uma programação mental de crescimento.
Esta questão não foi apresentada ao acaso, assim como todo o conteúdo desta obra, pelo contrário. Trata-se de um posicionamento prático diante das situações da vida. Inevitavelmente, seu cérebro produziu um comportamento sensorial de acordo com seu próprio padrão de respostas. Você pode ter lido e ficado entusiasmado imediatamente, como pode, da mesma forma, já ter refutado a ideia de esforço e merecimento incluída no enunciado. De pronto, já pode estar apresentando respostas
a si mesmo de que existem pessoas pobres
que são felizes ou, por uma via igualmente espontânea, estar maravilhado em como o simples fato de orientar a sua visão para aspectos positivos da pobreza já promove o desenvolvimento de escassez em detrimento de prosperidade.
Este não é mais um sistema de crenças, seja porque você possui uma graduação, experiências na vida, ou um pós-doutorado. Sabemos que esforço e merecimento não podem ser medidos em situações aleatórias e desiguais. Sabemos que existem pessoas abaixo do nível da pobreza social, em miséria realmente, que podem falecer a qualquer momento por falta de alimentos. Ou ainda, não importa o quanto os países adotem um sistema governamental ou outro, todos ficam cada vez mais empoderados enquanto a desigualdade se torna cada vez maior.
Pretendemos ir além dos padrões de valores (pré)estabelecidos nas sociedades e sistemas. Apresentamos a solução suscitada pelos ensinamentos mais antigos da humanidade, perpetrados em sabedoria que se mantém intacta ao longo dos milênios da Terra. Se o Homo Sapiens Sapiens é, no século XXI, compreendido como o ser mais evoluído da vida terrestre, devemos pensar primeiramente que o mínimo existencial seria ao menos chegar ao nível de que toda a humanidade possua todas as condições para a vida de forma plena.
Se o projeto Humanidade não for capaz de atingir o mínimo para a existência de todos os seres humanos, então não é possível sequer olhar para as outras formas de vida. E é justamente porque não conseguimos nem ao menos o mínimo existencial que a humanidade precisa despertar para a iluminação. Voltamos nossa reflexão ao próprio Ser. Cada um de nós. Respostas que somente você fará a si mesmo, por ser o maior interessado em responder às suas próprias perguntas. Afinal, se não for resolvido o primeiro nível existencial, o ego vivente, não chegaremos jamais a pensar como um todo, a unidade.
"A opinião que você adota a respeito de si mesmo
afeta profundamente a maneira pela qual você leva sua vida".
(Mindset)¹
Para Carol Dweck², em um mindset fixo as pessoas ainda possuem uma mentalidade infantil, centrada em si própria. Acreditam que o mundo é inteiramente relacionado a elas (egocentrismo). Necessitam de receber abastecimento, por se sentirem menos favorecidas e esperam reconhecimento direto de suas atitudes (egoísmo). Sentem-se culpadas, pois entendem os acontecimentos como uma medida direta de sua competência ou de seu estrito merecimento. Estão se julgando o tempo todo. Precisam provar o seu valor. Ficam extremamente felizes com um resultado positivo e demandam reconhecimento, ao passo que quando as coisas não acontecem como o esperado, sentem-se frustradas, incapazes e deprimidas.
Isto é um processo de negação da realidade. Culpa, automutilação psicológica e procrastinação comportamental são consequências de uma comparação com a média daquilo que se pretende superar para ser feliz. Muitas vezes, nesses casos, deixamos de acreditar que somos realmente merecedores, desde o aspecto mais básico como a própria vida. Não é surpresa demonstrar que os índices de suicídio³ têm aumentado no século XXI, especialmente durante a pandemia contemporânea.
De fato, se removermos os julgamentos, opiniões, análises e valores que encobrem os acontecimentos da vida, nada do que acontece é catastrófico ou irreversível. Ao menos em si mesmo. Mesmo assim, a partir dessa matéria-prima o mindset fixo cria o sentimento de completo fracasso e paralisia.
Seja qual for o mindset ou programação mental é possível ficar chateado. Quem não ficaria chateado com um acontecimento indesejado? Notas baixas, uma multa de trânsito, ter seu carro apreendido por essa multa, o desinteresse da parte de um amigo ou da pessoa amada, desentendimentos familiares, tudo isso são exemplos de coisas não agradáveis. Ninguém daria gritos de satisfação. Mas as pessoas com o mindset de crescimento não se rotulam e nem se desesperam nesses momentos. Embora se sintam aflitas, podem até ficar com medo, momentaneamente irritadas, porém estão dispostas a assumir os riscos, enfrentar os desafios e continuar a se esforçar para que ocorra uma real melhoria daquele estado ou circunstância.
Então, como essas pessoas enfrentam o fracasso, as situações ruins e difíceis do dia a dia?
A resposta é: diretamente!
Não pela via mais fácil. Compreendendo que não é uma tarefa simples, porém será uma tarefa cerebral automática se você nada fizer, porque constituímos nossa programação mental por meio de hábitos.
Isto nos remete a um dos conceitos básicos do estoicismo: analise a sua realidade ‘nua e crua,’ ou seja, despida de opiniões – principalmente a sua própria opinião. Também devemos saber separar o que são os valores que regem e imperam no sistema de crenças e cultura social. Apenas veja que o que está acontecendo com você é seu, de mais ninguém e, por isso, deve ser vivido por você mesmo como um processo de estar vivo em um dado tempo, em um dado momento histórico. Em outras palavras, trata-se de um continuum processo de aprendizado existencial baseado em experiências, estas concebidas desde a sua concepção uterina, em pensamentos, sentimentos e emoções, ou seja, desde o nascimento e provável morte um dia – Temporalidade.
Perceba que não nos remetemos necessariamente à nenhuma forma de aceitação da realidade por um propósito maior que a maravilha da existência. Este é o grande mistério da vida. Também não estamos dizendo que não exista. Novamente, demonstramos como as programações mentais trabalham em nosso subconsciente a partir de matrizes do inconsciente que limitam o verdadeiro entendimento. A todo momento parece que existe uma luta de pensamentos contrários, tentando refutar aquilo que você simplesmente já se acostumou. Pensamos a divindade por meio da personificação abstrata de um Deus para cada religião. A maioria das pessoas ainda se infla de razão em guerrear pela defesa daquilo que acredita, como se a sua denominação, ou interpretação, fosse a correta.
As suas crenças limitam a forma de modificar o seu próprio mundo. A sua realidade está nesta vida, ao menos agora, e isto todos nós concordamos - obviamente. Não nos referimos a vidas passadas, independente da aceitação individual, já que isto não importa nesta existência, uma vez que nos é dado o saber viver desta vida e das demais possibilidades só podemos experimentar mentalmente e em espírito.
Não aceitamos o sofrimento como uma forma de purificação per se, muito menos ficaríamos satisfeitos tão somente por uma busca hedonista de prazer e satisfação dos sentidos, seja na vertente de um niilismo existencial, ou pela animalidade essencial humana. Esta análise nos remete ao primeiro entendimento da natureza humana: uma vertente corpórea, material, que possui sentidos e vida animal. Por isso A Primeira Joia é material, governada por Sete Leis Universais, chamada de Joia da Terra e entendida como o Corpo.
Por outro lado, nosso método não se propõe a definir e perseguir um ideal de valor, como um propósito - exatamente por ser momentâneo, mutável e desmoronável. A Lei da Temporalidade existe e não podemos recusar. Não estamos dizendo que não se deva definir um propósito, mas sim que devemos definir vários propósitos. A vida é plural e cada propósito é visto como metas dentro de objetivos maiores. Estão relacionados a fases da vida e variam momentaneamente. Muitos são até esquecidos com o passar do tempo.
A programação mental de escassez convencionou chamar os acontecimentos da vida de problemas, ou obstáculos, quando na verdade se você estiver com um objetivo maior mentalmente construído, como um processo que pode levar anos, significa entender que tudo o que acontecer durante a jornada serão questões a serem resolvidas, não empecilhos que lhe impedem de realizar. Devemos analisar os acontecimentos como provas a serem experimentadas, mesmo que muitas delas sejam lutas internas acontecendo nas dimensões das Joias Mental e Espiritual.
Seria o mesmo que sair de viagem em direção à cidade de São Paulo e no meio do caminho encontrar um engarrafamento. Normalmente não abandonamos a viagem e retornamos para a casa deprimidos para nunca mais pegar estrada. Não nos traumatizamos dessa maneira. Ainda bem! O propósito é chegar a São Paulo. Ponto final. Geralmente não nos animamos, porém enfrentamos o trânsito ruim e perseveramos em nosso destino.
Os acontecimentos da estrada são tidos como meras questões que devem ser encaradas sem grandes valorações. Não ficamos bravos e discutindo com Deus por quê choveu durante minha ida para São Paulo. Se isso foi uma praga
enviada especialmente para mim. Ou utilizo disso para me irritar em uma sessão de psicanálise com meu terapeuta. Apenas enfrentamos os temporais da viagem, muitas vezes pensando que logo o tempo abrirá e ficará bom de novo. Assim devemos encarar a nossa realidade, diminuindo a carga valorativa que estamos atribuindo e sabendo que muitas das tempestades não passam de chuvas locais que devem acontecer durante aquele processo ou período do ano, neste caso, durante uma fase da vida, ou o início/fim de um ciclo.
Por isso não podemos confundir nossos propósitos com o Sentido da Vida. Em última análise, só podemos considerar que realmente vivemos porque existe um princípio vital, substância que anima a todos os seres, dotando-lhes de Matéria e Energia; Corpo e Espírito, para que ao fim pulsem em vida.
Observe qualquer uma das três formas de vida e tudo isso será nítido, seja nos reinos Mineral, Vegetal ou Animal – (Três Joias). A realidade em si, tal qual a sua própria vida, não pode ser considerada boa ou má. São os julgamentos e opiniões que fazemos dessa realidade que constituem nossos sentimentos e comportamentos em relação a ela.
"Apresento-lhes a Primeira Nobre Verdade
Que a Vida para o Ego é Sofrimento.
O Eu que deseja sofre ansiedade e angústia.
Arrependimento e Ressentimento."
(Buddha)⁴
Você não deve ser otimista, ou pessimista. Analisar a realidade em si é remover as camadas que nós mesmos colocamos. São as opiniões e valoração acerca das coisas e pessoas ao nosso redor que nos fazem sofrer. Contudo, isto não é uma simples escolha.
Segundo a neurologia⁵, se você não se esforçar conscientemente a fazer uma escolha, o seu paradigma de crenças irá reagir pelos caminhos que seu cérebro mais estimulou. Isso acontece na quase totalidade das vezes. De uma forma bem prática, o cérebro busca e faz o mais simples possível. Trata-se, portanto, de se livrar das amarras que condicionam o seu modo de ver o mundo e as experiências que lhe acontecem. É exatamente esse seu modo de pensar, sentir e viver as coisas que realmente define se você de fato está feliz ou triste. A repetição desses padrões de estímulos, em conjunto da soma de milhares de vezes ao dia, ao mês, ao ano e ao longo de cada experiência da sua vida, que irá nos revelar quem você realmente é. Se a vida não está do jeito que você quer; se ultimamente você não tem estado mais alegre; é porque este é o padrão mental que você mesmo tem exercitado.
Não tem como mentir a si mesmo neste momento. Pense qual é a programação mental que você tem utilizado na maioria das vezes? Importante: estamos falando de um comportamento involuntário, subconsciente. Afinal, você deseja o melhor para a sua vida e de sua família. Conscientemente, disso eu tenho certeza. Por isso, quando respondemos a essas perguntas de forma sincera e íntima, não estamos falando da nossa vontade, mas sim do retrato fiel que está acontecendo comigo todos os dias.
Na prática mesmo: como é minha segunda-feira? E a terça, quarta e sexta-feira? Fico bem mais feliz com o final da semana? Estou vivendo pensando em como as coisas irão acabar? Não sinto prazer durante os acontecimentos? Fico