No Limite Da Vida Com As Drogas

De Andre Marques

Este livro não lhe trará respostas prontas de como agir em momentos difíceis, sejam elas para o usuário de drogas ou para as famílias, mas ajudará a perceber que existe um caminho de recuperação. Ele trará uma partilha de um usuário que se envolveu com as drogas e aos poucos foi perdendo tudo que amava. Ele mostra como uma vida pode ser mudada pela doença da adicção, começando pela ilusão proporcionada até chegar na desilusão. Mostra também as fases do uso e como identificar em você mesmo essa adicção. Muitos de nós não nos conhecemos a nós mesmos e isso é um ponto muito importante para a recuperação, pois se acharmos nosso vazio e o preenchermos com o que chamamos de Poder Superior, não teremos mais o desejo de usar as drogas que antes supriam esse vazio.

• Idioma: Português
• Editora: Clube de Autores
• Data de lançamento: 28 de out. de 2016

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Apresentação

Este livro não lhe trará respostas prontas de como agir em momentos difíceis, sejam elas para o usuário de drogas ou para as famílias, mas ajudará a perceber que existe um caminho de recuperação. Ele trará uma partilha de um usuário que se envolveu com as drogas e aos poucos foi perdendo tudo que amava.

Ele mostra como uma vida pode ser mudada pela doença da adicção, começando pela ilusão proporcionada até chegar na desilusão. Mostra também as fases do uso e como identificar em você mesmo essa adicção.

Muitos de nós não nos conhecemos a nós mesmos e isso é um ponto muito importante para  a recuperação, pois se acharmos nosso vazio e o preenchermos com o que chamamos de Poder Superior, não teremos mais o desejo de usar as drogas que antes supriam esse vazio.

A ideia é mostrar a todas as pessoas que entraram por aventura, prazer ou qualquer outro motivo, enfim vejam a verdadeira face das drogas, que causam dependência imediata, são progressivas e fatais. Em pouco tempo o dependente já não a dominará e aos poucos vai perdendo o controle sobre elas e automaticamente levará para três lugares diferentes que são chamados de 3 C – Clínica, Cadeia e Caixão, não necessariamente nesta ordem, mas de alguma maneira o destino do dependente é esse.

O livro também é direcionado para a família do usuário, pois hoje grande parte das pessoas não sabem como identificar se seu filho ou se sua filha estão usando drogas e tampouco sabem como agir nesses momentos tão difíceis. Ele lhe traz muitas informações visando identificar a adicção e como agir nesses momentos, pois a família de um modo geral é a coisa mais importante que o adicto possui e se ele estiver suportado com certeza a recuperação será mais rápida com grande chances de sucesso.

Eu desejo no fundo do meu coração que este livro seja uma benção na sua vida e na vida de outros, que lhe traga conhecimento e discernimento do que é certo e do que é errado e orientação necessária para diferenciá-las.

Minha infância

Eu como a grande maioria das pessoas do meu país mais especificamente em São Paulo, vim de uma família humilde, sou o segundo de três filhos, duas mulheres e eu.

Minha infância foi muito simples, estudei em escolas públicas, não tínhamos mordomias como televisão, roupas grã-finas, brinquedos, tênis de marca, mas no geral foi alegre embora fosse simples.

Desde a minha infância meu pai sempre foi muito ausente no que se refere ao afeto e em alguns momentos violento, inclusive com minha mãe. Lembro-me de quando eu fazia travessuras eu sempre recebia uma surra com qualquer objeto que fosse encontrado.

Meus pais eram religiosos e iam para a igreja todos os domingos. Como erámos pequenos tínhamos que acompanhá-los e eu escutava através de pastores nos cultos de um Deus punitivo que punia as pessoas caso elas pecassem e citavam muitas doutrinas das quais devíamos seguir e às vezes um amor que ele tinha para conosco, porém eu não via esse amor real falado e também no meu pai para comigo e tão pouco para com a minha mãe.

Meu pai buscava mostrar para os membros da igreja que nossa família era unida e, por esse motivo, ele nos fazia comparecer aos cultos sempre juntos. Certo dia, eu não tinha uma calça limpa para ir na igreja e então falei para meu pai que minha calça estava suja e não iria assim. Eu considerava que aquele lugar era muito especial e, por isso, eu deveria ir bem arrumado. Meu pai ficou irritado quando eu disse que não iria, pegou uma vassoura e bateu com toda força em minhas pernas. Eu acabei indo com uma dor insuportável nas articulações.

Depois daquele incidente começou a surgir em mim uma raiva da igreja e com meu meu pai, ao ponto de sentir rancor sempre quando eram falados assuntos religiosos, pois nada que era dito nos cultos se aplicava na minha casa. Como eu era uma criança ainda em formação da personalidade, esse sentimento ficou enraizado.

Às vezes via meu pai olhando para outras mulheres, porém não entendia o motivo, pois não tinha malícia. Com o passar do tempo fui entendendo e julgando esses atos e falava comigo mesmo "nunca serei como meu pai, nunca olharei para outra mulher, sempre respeitarei minha esposa e serei um bom pai para