Encontre milhões de e-books, audiobooks e muito mais com um período de teste gratuito

Apenas $11.99/mês após o término do seu período de teste gratuito. Cancele a qualquer momento.

Monstros E Cia I - Os Guerreiros Solares
Monstros E Cia I - Os Guerreiros Solares
Monstros E Cia I - Os Guerreiros Solares
E-book372 páginas3 horas

Monstros E Cia I - Os Guerreiros Solares

Nota: 0 de 5 estrelas

()

Ler a amostra

Sobre este e-book

Os quatro elementos, os doze signos, doze guerreiros e quatro à procura dos outros para conseguir deter Amondeu, o demônio perverso e várias figuras, bruxas como Circe, Medusa e Cuca.
IdiomaPortuguês
Data de lançamento8 de mai. de 2017
Monstros E Cia I - Os Guerreiros Solares

Relacionado a Monstros E Cia I - Os Guerreiros Solares

Ebooks relacionados

Ficção Geral para você

Visualizar mais

Artigos relacionados

Categorias relacionadas

Avaliações de Monstros E Cia I - Os Guerreiros Solares

Nota: 0 de 5 estrelas
0 notas

0 avaliação0 avaliação

O que você achou?

Toque para dar uma nota

A avaliação deve ter pelo menos 10 palavras

    Pré-visualização do livro

    Monstros E Cia I - Os Guerreiros Solares - Marla Véu

    Capitulo 1

    A Chegada de Kelson à Cidade de Reino

    Rose chegou, acompanhada de seu namorado e primo Kelson

    Murilo, ao lugar onde morava: a cidade de Reino. A garota mostrou ao

    primo o colégio onde estudara quando pequena, onde cursara o Jardim.

    Diante do colégio, encontraram alguns amigos de Rose e ela prontamente

    apresentou o primo:

    - Esse é Kelson Murilo, meu primo e namorado de Natália.

    Natália era uma das amigas de Rose e, como não quisesse assumir

    que Kelson era, na verdade, seu próprio namorado, Rose combinara com a

    amiga para que ela se fizesse passar por namorada do rapaz.

    Do colégio New Moreira, o casal foi para o prédio onde Rose

    residia, nas imediações de uma praça. Na parte inferior do edifício, entre

    os pilotis, estava Geórgia, outra amiga de Rose.

    Mais uma vez, Rose apresentou Kelson como seu primo, mas

    como namorado de Natália. Ficaram conversando, Kelson contando suas

    aventuras na sua cidade natal até que a própria Natália apareceu e

    confirmou as afirmações de Rose, apresentando-se como namorada de

    seu primo.

    Ficaram os quatro conversando na parte inferior do prédio,

    ouvindo as peripécias de Kelson, que tinha muito a contar sobre sua vida:

    suas aventuras de infância; as paixões de adolescente e outras coisas.

    Geórgia começava a sentir pelo primo de Rose um sentimento muito

    forte, que entrava em conflito com o amor que nutria por Renan, um bom

    rapaz que também fazia parte do grupo de amigos.

    Além de achar Kelson muito bonito, Geórgia sentia-se cativada

    pelo jeito como ele falava, muito hábil com as palavras e muito

    convincente em suas narrativas. Sentiase encantada com o namorado de

    Natália, ou antes, o suposto namorado de Natália, já que, em verdade, ele

    era namorado da prima e isso acabaria se revelando em breve...

    No entusiasmo da conversa, empolgada pelas piadas e histórias, Rose acabou falando demais e revelou, sem se dar conta disso, que Kelson

    não era namorado de

    Natália. Naturalmente, a revelação produziu certo impacto, já que

    Geórgia tinha certeza que o rapaz namorava Natália.

    Muito tarde, Rose percebeu a burrada que cometera, mas nada

    mais havia a fazer.

    Um clima de tensão acabou tomando conta do pequeno grupo,

    culminando em uma séria discussão entre Geórgia e Kelson. Eles se

    afastaram de Natália e Rose e ficaram batendo boca durante um bom

    tempo. Durante essa briga, Kelson acabou por demonstrar muito interesse

    em Geórgia, mais do que se esperaria entre duas pessoas que estão

    discutindo seriamente. Embora se sentisse feliz, pois Geórgia também

    gostava de Kelson, ela o ameaçou:

    - Vou contar tudo pra Rose! Vou contar que você está dando em

    cima de mim!

    Furioso, o rapaz explode:

    - Que se foda!

    Rose, que devido à intensidade das palavras e aos gestos dos dois,

    acompanhara e entendera tudo que estava acontecendo entre Kelson

    Murilo e Geórgia, ficou muito preocupada. Conhecendo bem o namorado,

    a garota reconheceu perfeitamente que ele nutria alguma atração por

    Geórgia, visto que ficara tão nervoso quando a mesma o ameaçara,

    dizendo que contaria tudo para Rose.

    Era sempre assim: quando Kelson sentia-se intimidado pela

    verdade, recorria sempre à raiva como válvula de escape. Se o acusavam

    de ter contado uma mentira e ele, realmente, estivesse contando uma

    grande mentira, ficava furioso. Se diziam que ele fizera uma coisa que,

    apesar de procurar esconder, Kelson realmente fizera, também ficava

    enraivecido. Quando diziam que ele gostava de alguma garota e ele, realmente, estava gostando dela, ficava com raiva.

    Por causa daquela súbita explosão de raiva de Kelson, Rose

    percebeu que ele estava alimentando alguma paixão por Geórgia. Isso a

    entristeceu, pois ficou duvidosa quanto ao futuro de seu namoro já que

    novos amores implicam, geralmente, em novos relacionamentos.

    Kelson se reaproximou das garotas, um pouco receoso das

    reações de Rose e da própria Geórgia.

    - Afinal, por que você queria esconder que Kelson era seu

    namorado? – quis saber Geórgia.

    - Não sei... – respondeu Rose – Não queria que soubessem... Não

    queria que soubessem que eu namorava meu primo...

    - E eu acabei ajudando... – completou Natália.

    - Que besteira, gente! – replicou Geórgia – Coisa de gente boba!

    Esconder o namorado, a namorada – pra quê isso?

    - Ora, mas qual o problema? – retrucou Kelson – Se a Rose

    preferia assim, o que é que tem?

    - A pergunta é se você gosta mesmo da Rose, não é? – falou

    Geórgia.

    - Claro que gosto! – respondeu firme o rapaz, para admiração da

    própria Rose.

    Furiosos, ele e Géorgia recomeçaram a discussão: uma acusando

    o outro de dar em cima das garotas da cidade, de ser um galinha; o

    outro acusando a jovem de estar se atirando sobre o namorado da colega,

    de querer trair Rose apesar de se fazer passar por uma boa amiga.

    A pobre Natália não entendia bem o porquê de toda aquela

    confusão, não achando suficiente que eles estivem brigando tanto

    somente por causa de uma mentirinha... Bem, não era, de fato, só uma

    mentirinha, já que acabava envolvendo outras pessoas – inclusive ela mesma, que participara da farsa.

    "No final das contas, não existe nenhuma razão para Rose ocultar

    que Kelson é seu namorado!, pensou Natália. E menos razão ainda há

    para eu participar de toda essa mentira!".

    Enquanto Natália pensava, Kelson e Geórgia continuavam sua

    discussão até que, em certo momento, uma partiu para cima do outro.

    Rose, prontamente, interviu, apartando os dois.

    - Que é isso, gente? – pergunta ela, assombrada – Vocês

    perderam o juízo? Precisam brigar desse jeito? Vão trocar tapas agora?

    - Deviam ter vergonha de fazer isso! – falou Natália.

    - Duas pessoas grandes agindo que nem criancinhas! – disse Rose.

    - Pior que criancinhas! – completou Natália.

    - Vocês devem pedir desculpas um ao outro, vamos! – decidiu

    Rose.

    Kelson fez menção de se afastar, mas a prima agarrou seu braço,

    mantendo-o no mesmo lugar. Geórgia também quis afastar-se, mas

    Natalia impediu. Assim, os dois permaneceram ali, uma diante do outro,

    de cabeça baixa, procurando controlar a raiva que sentiam. E acabou

    dando certo.

    Geórgia e Kelson acabaram se desculpando entre si, prometendo

    que aquilo não aconteceria mais. Apertaram-se as mãos com um sorriso.

    Rose e Natália ficaram felizes com o resultado de toda aquela confusão.

    Finalmente, todos poderiam curtir melhor aquele belo dia, sem

    problemas, nem dores de cabeça.

    Rose, de mãos dadas com Kelson, foi à frente do grupinho,

    andando pelos terrenos do prédio, até que alcançaram uma área

    interditada para todos os moradores do lugar. Tratava-se de um antigo

    parquinho, agora completamente desativado.

    - Essa área é antiga e ninguém pode entrar aqui! – explicou Rose, apontando o parquinho isolado por uma comprida cerca de metal.

    Fascinados pela cena do parque proibido, todos já nem

    lembravam mais o incidente acontecido momentos atrás. Sentiam-se

    tentados a romper aquelas barreiras e penetrar no lugar, desvendar seus

    segredos, desafiando as leis de interdição.

    Enquanto caminhavam, encontraram uma parte da cerca que

    estava completamente deteriorada e apresentava uma grande passagem

    para dentro do parquinho. Os quatro se olharam e começaram a rir,

    sabendo o que cada um sentia e os desejos secretos que alimentavam.

    Sem dizer uma só palavra, eles passaram pela abertura,

    penetrando no parquinho.

    Capitulo 2

    O Parquinho Abandonado e o Jardim Florido

    Dentro do parquinho, Rose, Kelson Murilo, Geórgia e Natália

    caminharam pelas ruínas do lugar. Algum dia, aquele parquinho dera

    muita alegria a crianças de diferentes idades. Havia dois balanços com

    correntes enferrujadas e assentos quebrados, arrastando no chão; uma

    gangorra de cor azul também marcava presença, mas agora estava

    inutilizada, um lado tocando o chão, o outro apontando para o céu; havia

    escorregadores, alguns com a tinta descascada, completamente oxidados;

    um gira-gira jazia no chão, fora dos eixos, pobre vítima do tempo e da falta

    de uso.

    Eram brinquedos simples, que certamente mexeram com a

    imaginação de muitas crianças anos atrás. A própria Rose sentia-se

    deslumbrada com tudo aquilo, reconstituindo em sua mente o tempo em

    que os brinquedos funcionavam e o parquinho enchia-se dos gritos e

    gargalhadas dos pequenos.

    Natália apaixonou-se por uma casinha de bonecas e, não se

    contendo, entrou nela. A casinha não tinha mais porta, era toda de

    madeira e os cupins faziam a festa. Lá dentro, ela ainda encontrou uma mesinha com quatro cadeiras e algumas bonecas de plástico e pano, além

    de um grande Pinóquio de madeira que se mantinha bem conservado.

    Voltarei para pegar esse Pinóquio..., pensou Natália antes de

    sair da casinha.

    Kelson chegou a subir na casa de Tarzan que havia no parquinho,

    escalando o escorregador que havia na frente. Não havia mais porta, nem

    janela e algumas tábuas das paredes da casa estavam faltando. Agarrando

    uma corda que havia ali, presa no galho da árvore próxima, Kelson quis

    dar uma de Tarzan e pendurou-se, soltando o famoso grito do herói das

    selvas.

    Mas, se deu mal...

    A corda apodrecida partiu-se e ele foi ao chão com um grande

    tombo. Rose e Geórgia correram para acudi-lo, mas não puderam deixar

    de achar engraçado.

    - Tarzan de cidade é assim mesmo... – comentou Geórgia.

    Natália, que se aproximava vindo da casinha de bonecas, também

    achou aquilo engraçado.

    - Ora, ora, querem ver que sou forte como Tarzan? – brincou

    Kelson.

    E fingiu que estava lutando com algum grande animal das

    florestas africanas. Rose, que era mestra em caratê, fez alguns

    movimentos sincronizados, depois o segurou por um braço e fez com que

    ele desse uma volta completa no ar, caindo do outro lado. - É assim que

    se luta, Tarzan – disse ela, sorrindo e estendendo a mão para ajudá-lo a

    levantar-se. - Tá legal, tá legal! – falou ele, levantando – Sei muito bem

    que você é boa em caratê, não precisa ficar se exibindo. Natália e Geórgia

    não paravam de rir. - Ora! – falou Kelson, um pouco enraivecido – Contra

    a Rose, eu posso não ser páreo, mas contra vocês duas eu dou conta.

    Posso garantir. E assim o pequeno grupo continuou sua caminhada pelo

    parquinho abandonado. Um rato muito peludo e grande passou correndo sobre os pés de Geórgia, que soltou um gritinho de espanto para diversão

    dos outros.

    - Que ratão! – falou Kelson – Isso aqui virou mesmo morada de

    insetos e animais nocivos!

    Mais adiante, em uma área mais baixa, o grupo admirou-se ao ver

    um lindo jardim com dois banquinhos. Ao contrário do parquinho, o

    jardim estava florido e completamente conservado. O perfume das flores

    variadas espalhava-se no ar: violetas, lírios, rosas, cravos, magnólias,

    girassóis e muitas outras espécies. Pássaros cantavam sobre as árvores do

    jardim, incluindo canários e um belo cardeal.

    - Que lindo! – admirou-se Rose.

    - Que maravilha! – exclamou Natália.

    - Que beleza! – suspirou Geórgia, tocando levemente o braço de

    Kelson, coisa que não passou despercebida aos olhos de Rose.

    - Não acredito que exista um jardim tão bonito desse jeito! – falou

    o rapaz.

    Todos correram para o jardim, ansiosos por conhecer melhor o

    lugar.

    Porém, o jardim não era somente um jardim...

    Era bem mais que isso!

    Capitulo 3

    No Estranho Jardim

    A turma entrou muito feliz no jardim. Natália esparramou-se no chão, Geórgia sentou-se em um banco, Rose e Kelson, de mãos dadas,

    sentaram-se no outro.

    - Isso aqui parece o Paraíso! – falou Natália, contemplando o céu.

    Mal a jovem terminara de falar, todos perceberam que alguma

    coisa estranha estava acontecendo. Olhando ao redor, eles perceberam

    que a paisagem modificava-se. Não conseguiam mais avistar o prédio,

    nem o parquinho. Tudo desaparecera do alcance de sua visão. E o jardim

    parecia cada vez maior.

    Rose, Kelson, Geórgia e Natália estavam, de fato, em outra

    dimensão.

    O jardim era um portal para o Paraíso. Na verdade, aquele era o

    Jardim do Éden.

    Um pouco assustada, Rose abraçou Kelson. Geórgia,

    aproveitando-se da situação, fez o mesmo. Natália, que antes se sentia

    muito à vontade, encolheu-se um pouco sobre a relva. Um vento forte

    soprou sobre todos e, ao longe, uma luz muito intensa resplandeceu.

    Então, diante dos olhos arregalados da turma, apareceram três

    criaturas empunhando espadas de fogo.

    Eram anjos.

    O Jardim do Éden agora ocupava tudo, toda a paisagem. Tudo era

    um imenso vale verdejante, cercado por quatro maravilhosos rios. Mais

    distante, havia montanhas altíssimas, que pareciam douradas e, conforme

    explicaram os anjos depois, eles haviam descido de lá. Muitas flores

    cobriam o solo, perfumando o ambiente com odores variados. Árvores

    espalhavam-se por todo o jardim e havia todo tipo de animais, como

    elefantes, raposas, coelhos, onças, águias voando pelo céu – mas, todos

    amistosos.

    O anjo que vinha à frente apresentou-se com voz retumbante:

    - Sou Metatron!

    Admirados e assustados ao mesmo tempo, Rose, Kelson, Geórgia

    e Natália permaneciam calados, de olhos sempre bem abertos.

    Metatron era um anjo alto e robusto, de tórax largo. Sua túnica

    branca, batida pelo vento, tinha somente uma alça do lado esquerdo,

    deixando todo o lado direito do peito descoberto. Seus cabelos eram

    longos e dourados como o sol enquanto os olhos eram negros como a

    noite.

    A história de Metatron era curiosa, pois muitos e muitos anos

    atrás, ele fora um homem. Os anjos, então, escolheram-no para ser seu

    líder por causa de sua grande sabedoria. A partir desse momento,

    Metatron foi levado aos céus e transformou-se em anjo.

    Os outros dois anjos eram Gabriel e Miguel. Gabriel possuía uma

    beleza indescritível, falando fundo às almas femininas. Rose, Geórgia e

    Natália sentiram-se cativadas pela beleza sobrenatural de Gabriel e

    sorriam sem perceber para o anjo. Gabriel também era muito forte, de

    cabelos loiros e olhos azulíssimos, empunhando sua espada reluzente na

    direção dos jovens, não para ameaçá-los, mas como um convite, uma

    benção que derramava sobre eles.

    Miguel, por sua vez, era o anjo guerreiro, líder do exército

    celestial. Logo se via que ele era um valente lutador, pois vestia uma

    armadura e um elmo brilhantes e segurava, além da longa espada, uma

    afiada lança dourada. Ao contrário dos outros dois, Miguel tinha uma

    cabeleira negra e cacheada, olhos verdes e um queixo muito saliente,

    coberto por barba escura.

    -Viemos em nome do Altíssimo! – continuou Metatron – Em

    nome do Todo Poderoso que habita o mais alto dos céus, no topo

    daquelas montanhas – e apontou para as formosas montanhas na

    extremidade do vale.

    - Ele foi e é chamado por muitos nomes – continuou Metatron –

    Sendo muito conhecido como El Shadai. Somos os mensageiros de El

    Shadai e viemos encarregar vocês de uma importante missão.

    Gabriel adiantou-se, atraindo ainda mais a atenção das garotas, e

    também falou:

    - Ainda que as pessoas não percebam, travam-se contínuas

    batalhas espirituais em dimensões paralelas à da Terra. Muitas dessas

    batalhas acabam influenciando os homens, sem que eles percebam;

    afetam a vida no mundo de vocês e vocês sentem somente as

    consequências, sem compreender as verdadeiras causas dos problemas.

    - Sim. Isso mesmo! – prosseguiu Metatron – Como provou o gênio

    cientista da Terra, chamado Einstein, existe a Relatividade, segundo a qual

    muitos conceitos são apresentados de forma diferente. O mundo

    propriamente dito, onde vocês vivem, está cheio de portais para outras

    dimensões, para universos diferentes, Dessa forma, é possível cruzar

    imensas distâncias em segundos e até fazer viagens no tempo.

    Miguel adiantou-se e falou, com voz mais possante que a dos

    outros anjos:

    - E exatamente para isso trouxemos vocês aqui! Para fazer uma

    viagem no tempo e salvar a cidade de Pato!

    Rose admirou-se: pelo que sabia, Pato já não existia. Sua mãe

    sempre lhe falara sobre Pato, uma cidade antiga, que foi misteriosamente

    riscada dos livros de geografia e cujas ruínas foram cobertas pela invasão

    de uma barragem.

    - Houve uma guerra muito grande nessa cidade! – falava a mãe de

    Rose – Não se sabe ao certo o que aconteceu, mas tudo foi destruído. Foi

    como Pompeia, tragada pelas lavas do Vesúvio.

    Rose ficava fascinada pela história de Pato e, agora, ali no Paraíso,

    ouvindo um anjo de verdade falar sobre essa cidade, ela ficou toda

    arrepiada.

    - Es-essa cidade não existe mais – gaguejou Rose, dirigindo-se a Miguel.

    - Exatamente – sorriu Miguel – Por isso, será preciso viajar no

    tempo para tentar salvar a cidade.

    - Pato foi uma bela cidade do século passado, da década de 20,

    quando as carruagens ainda cortavam as ruas e as mulheres costumavam

    andar de sombrinha e vestiam roupas arrojadas para a época, mostrando

    o busto, as pernas e os braços – explicou Metraton sorrindo.

    - A guerra que dizimou a população não foi provocada por

    homens – falou Miguel – Já havia acontecido a Primeira Grande Guerra, na

    qual França, Reino Unido e Rússia bateram-se com alemães e italianos. Lá

    pelos meados da década de 20, a cidade de Pato foi invadida, não por

    solados alemães, mas por seres sobrenaturais, com poderes muito

    superiores.

    - Monstros infernais, criaturas de toda espécie, incluindo gigantes,

    vampiros, lobisomens, centauros, capelobos, sátiros, dragões e outros –

    completou Gabriel – Para derrotar essas criaturas, é preciso usar armas

    especiais.

    - A luta foi terrível! – prosseguiu Miguel que, como valoroso

    guerreiro, entendia de batalhas e descrevia tudo muito bem – Os homens,

    as mulheres, as crianças não tiveram a menor chance contra as criaturas

    poderosas. A cidade terminou assolada, queimada, reduzida a cinzas. Os

    que fugiram, conseguiram escapar. Todos os que ficaram na cidade,

    morreram. O governo até que interviu enviando militares que também

    morreram. Mas, a cidade foi isolada e a imprensa foi impedida de divulgar

    os fatos. Para todos os efeitos, Pato foi vítima de uma rebelião interna que

    acabou com a cidade. Mas, não é verdade. Houve, de fato, monstros

    poderosos, comandados por Asmodeu, um dos piores demônios.

    Gabriel colocou a mão sobre o ombro do amigo e disse:

    - Mas, El Shadai escolheu vocês para tentar mudar a sorte dos

    moradores de Pato!

    - Mas, por que nós? – quis saber Kelson, sentindo-se mais à

    vontade diante dos mensageiros – Somos apenas pobres mortais!

    - Isso é o que vocês pensam – respondeu Metatron – Mas, a

    verdade será revelada no tempo certo. Por enquanto, vocês devem voltar

    à Terra e preparar-se para a batalha. No New Moreira, vocês receberão

    todo o treinamento que precisam.

    - No New Moreira? – surpreendeu-se Rose – O colégio onde

    estudei?

    - Exatamente! – confirmou Metatron – De dia, ele é um colégio

    normal. Mas, durante a noite, ele é uma instituição especial. Ali, vocês

    conhecerão os mentores

    espirituais que ensinarão tudo o que vocês precisam saber. Ali,

    vocês descobrirão a verdade sobre si mesmos.

    Colocando a mão sobre os ombros dos outros anjos, Metatron

    despediu-se:

    - Agora, precisamos partir! Estejam no New Moreira, às dez horas.

    O treinamento deve começar o quanto antes!

    - Um momento, Metatron! – adiantou-se Miguel – Gostaria de

    revelar uma coisa a esses jovens!

    - Então, revele, Miguel!

    - Vocês sabiam como Sodoma e Gomorra foram destruídas?

    Os jovens se entreolharam e Natália falou:

    - Não foi fogo que caiu do céu?

    - Sim, foi isso – confirmou Miguel – Fogo lançado das bocas de

    diversos dragões saídos do Abismo. Abadon, o anjo que tem as chaves do

    Inferno, libertou essas criaturas, que voaram sobre as duas cidades,

    arrasando-as completamente!

    Depois de dizer isso, Miguel e seus amigos caminharam na

    direção das montanhas douradas. Rose, Kelson, Natália e Geórgia, por sua

    vez, retornaram à Terra.

    Capitulo 4

    Dúvidas e receios

    De volta ao mundo normal, os jovens demoraram um tempo para

    organizar suas ideias. Aquela conversa fora mesmo real? Ou tudo fora um

    sonho? Um sonho coletivo? Ou, melhor, uma alucinação coletiva? E

    aquelas palavras de Metatron, afirmando que existia uma verdade

    escondida sobre cada um deles?

    No lindo jardim florido, de volta ao mesmo lugar de antes,

    avistando o prédio recortado contra o céu e os restos do parquinho, eles

    se abraçaram fortemente. Apesar de assustados e confusos, sentiam-se

    felizes com a experiência sobrenatural – afinal de contas, não é todo

    mundo que fala com anjos e recebe missões especiais.

    - Gente, que foi que aconteceu? – perguntou Geórgia, sempre

    aproveitando as oportunidades para se aproximar mais

    Está gostando da amostra?
    Página 1 de 1