A Itália E O Vaticano
()
Sobre este e-book
Leia mais títulos de Claudionor Aparecido Ritondale
Breve Viagem A Cartagena De Las Índias E Bogotá, Colômbia Nota: 0 de 5 estrelas0 notasDe Lisboa A Barcelona Nota: 0 de 5 estrelas0 notas
Relacionado a A Itália E O Vaticano
Ebooks relacionados
Lugares Nota: 0 de 5 estrelas0 notasViagem Breve A Santiago Do Chile Nota: 0 de 5 estrelas0 notasDe Lisboa A Barcelona Nota: 0 de 5 estrelas0 notasRoma Nota: 0 de 5 estrelas0 notasAosta Oito Itinerários para Visitar o Vale Nota: 0 de 5 estrelas0 notasVerona, Vicenza, Pádua, Mântua Nota: 0 de 5 estrelas0 notasO Almanaque Imperial Nota: 0 de 5 estrelas0 notasA Itália E O Vaticano Nota: 0 de 5 estrelas0 notasVerona em um Dia Nota: 0 de 5 estrelas0 notasNápoles, Capri, Ischia E Pompeia Nota: 0 de 5 estrelas0 notasImigrante Coração Nota: 0 de 5 estrelas0 notasA Pedra Azul Nota: 0 de 5 estrelas0 notasLago de Como Nota: 0 de 5 estrelas0 notasSiena, Volterra, San Gimignano Uma Visita Nota: 0 de 5 estrelas0 notasAbruzzo Parques, Montanhas, Alimentação, Praias Nota: 0 de 5 estrelas0 notasÚmbria: Português Nota: 0 de 5 estrelas0 notasA Costa de Amalfi Nota: 0 de 5 estrelas0 notasCidade Da Arte De Veneza Nota: 0 de 5 estrelas0 notasOs Lusíadas, Os Lusitos, Camões E O Estado Novo Nota: 0 de 5 estrelas0 notasFarol De Santa Marta Nota: 0 de 5 estrelas0 notasAstrologia Chinesa Nota: 0 de 5 estrelas0 notasEmília-romanha E Ligúria, Na Itália Nota: 0 de 5 estrelas0 notas07:19 - O Primeiro Clique Nota: 0 de 5 estrelas0 notasAbruzzo: Português Nota: 0 de 5 estrelas0 notasDez Dias Em Paris Nota: 0 de 5 estrelas0 notasUmbria O coracao verde da Italia Nota: 0 de 5 estrelas0 notasROMA Nota: 0 de 5 estrelas0 notasRoma em dois dias Nota: 0 de 5 estrelas0 notasAs Faces Da Gratidão Nota: 0 de 5 estrelas0 notasO Enigma Tiradentes Nota: 0 de 5 estrelas0 notas
Religião e Espiritualidade para você
Odus Nota: 5 de 5 estrelas5/550 Banhos Poderosos Nota: 5 de 5 estrelas5/5As Pombagiras E Seus Segredos Nota: 5 de 5 estrelas5/5O Livro Mestre De Feitiços & Magias Nota: 5 de 5 estrelas5/5Contos Eróticos Para Mulheres Nota: 5 de 5 estrelas5/5Kamasutra Ilustrado Nota: 2 de 5 estrelas2/5Capa Preta Nota: 4 de 5 estrelas4/5Manhãs com Spurgeon Nota: 5 de 5 estrelas5/5Mulheres Que Correm Com Os Lobos Nota: 0 de 5 estrelas0 notasEntendes o que lês?: um guia para entender a Bíblia com auxílio da exegese e da hermenêutica Nota: 5 de 5 estrelas5/5Massagem Erótica Nota: 4 de 5 estrelas4/5Lendo a Bíblia livro por livro: Um guia prático de estudo panorâmico da Bíblia Nota: 5 de 5 estrelas5/5Umbanda para iniciantes Nota: 4 de 5 estrelas4/5A Chave da Liberdade Emocional: Troque o centro e tudo transforme Nota: 4 de 5 estrelas4/530 minutos para mudar o seu dia Nota: 5 de 5 estrelas5/5Devocional da Mulher Vitoriosa 4 Nota: 4 de 5 estrelas4/5A Torá (os cinco primeiros livros da Bíblia hebraica) Nota: 4 de 5 estrelas4/5Curso Básico De Violão Nota: 4 de 5 estrelas4/5Tudo que Quiser é Seu Nota: 4 de 5 estrelas4/5Pecadores nas mãos de um Deus irado e outros sermões Nota: 5 de 5 estrelas5/5Bom dia!: Leituras diárias selecionadas por Gary Chapman Nota: 3 de 5 estrelas3/5A sala de espera de Deus: O caminho do desespero para a esperança Nota: 5 de 5 estrelas5/5Lições de liderança de Jesus: Um modelo eterno para os líderes de hoje Nota: 5 de 5 estrelas5/5Apocalipse Explicado Nota: 5 de 5 estrelas5/5O Livro de Urântia: Revelando os Misterios de Deus, do Universo, de Jesus e Sobre Nos Mesmos Nota: 4 de 5 estrelas4/5As 15 Leis do Crescimento: Viva-as e Realize o seu Potencial Nota: 5 de 5 estrelas5/5A voz do silêncio Nota: 5 de 5 estrelas5/5Estresse, ansiedade e depressão: Como prevenir e tratar através da nutrição Nota: 5 de 5 estrelas5/5O Deus pródigo: Recuperando a essência da fé cristã Nota: 5 de 5 estrelas5/5Como Liderar Pessoas Difíceis: A Arte de Administrar Conflitos Nota: 5 de 5 estrelas5/5
Categorias relacionadas
Avaliações de A Itália E O Vaticano
0 avaliação0 avaliação
Pré-visualização do livro
A Itália E O Vaticano - Claudionor Aparecido Ritondale
A ITÁLIA E O VATICANO QUE
VISITAMOS
VOLUME II: VENEZA
Claudionor Aparecido Ritondale
e
Luciana de Oliveira França Ritondale
São Paulo
2017
Sumário
A CONTINUAÇÃO DE NOSSA TRAJETÓRIA ............................................... 7
VERONA, UMA PASSAGEM NA CORRERIA ................................................ 9
UM LUGAR ESPLÊNDIDO: VENEZA ....................................................... 11
A Piazza San Marco, o Duomo, o Campanário, etc. ..................................... 15
O Palácio Ducal .............................................................................. 27
Galerias da Academia de Belas Artes de Veneza ......................................... 43
As obras maiores das Galerias da Academia de Veneza ............................. 47
Depois da Academia, um almoço saborosíssimo ................................... 140
Alguns outros lugares interessantes para visitar em Veneza (alguns visitamos na
segunda viagem) ....................................................................... 141
Museo della Musica .................................................................... 141
Harry's Bar .............................................................................. 142
Teatro La Fenice ....................................................................... 144
Restaurante Antica Locanda Montin ................................................. 145
Igreja de Santa Maria del Giglio ou Santa Maria Zobenigo ....................... 152
Igreja de Santo Stefano [Santo Estêvão] ............................................ 164
Seguindo o roteiro da viagem de 2014: dia 17 de setembro, quarta-feira ..... 174
Hotel Palazzo Sabt’Angelo e arredores ............................................. 174
O Hard Rock Café Veneza ............................................................. 184
Um ponto imperdível: o Harry’s Bar ................................................. 187
A receita do Bellini .................................................................... 190
A receita do Carpaccio ................................................................ 190
Gelateria Paolin ........................................................................ 194
Club del Doge, no Hotel Gritti ....................................................... 196
Roteiro de 18 de setembro de 2014 ................................................. 203
Ponte do Rialto ......................................................................... 203
O Mercado do Rialto ................................................................... 206
O Ca’D’Oro .............................................................................. 207
O Gobbo do Rialto ..................................................................... 212
Casa del Parmigiano ................................................................... 214
Drogheria Mascari ...................................................................... 216
O Ca’Pesaro e o Museu de Arte Moderna de Veneza .............................. 218
Palazzo Mocenigo ...................................................................... 222
Campo San Polo ........................................................................ 225
Basilica di Santa Maria Gloriosa dei Frari ........................................... 226
Gelateria Grom ......................................................................... 233
Scuola Grande di San Rocco .......................................................... 233
Coleção Peggy Guggenheim .......................................................... 241
Basilica di Santa Maria della Salute ................................................. 256
Gelateria Nico .......................................................................... 267
Igreja de San Barnaba ................................................................. 268
Ponte dei Pugni ........................................................................ 270
Ca’ Rezzonico .......................................................................... 271
Al Bottegon- Cantinone del Vino Gia’ dei Schiavi ................................. 276
Antichità Claudia Zaggia .............................................................. 277
Ponte dell’Accademia ................................................................. 279
Enoteca Al Volo ........................................................................ 280
Roteiro de 19 de setembro de 2014 – sexta-feira.................................. 283
Basilica de San Giovanni e Paolo ..................................................... 289
A Loja Magia di Carnevale ............................................................ 335
A Bienal de Veneza .................................................................... 337
Pizzaria Alla Strega .................................................................... 339
Palazzo Contarini del Bovolo ......................................................... 344
Osteria ai Assassini ..................................................................... 348
A Laguna de Veneza e suas ilhas ........................................................ 351
San Giorgio Maggiore .................................................................. 351
Lido ...................................................................................... 351
Murano ................................................................................... 351
Torcello ................................................................................. 352
Burano ................................................................................... 352
PÁDUA E SANTO ANTÔNIO ............................................................... 353
O interior da Basílica de Santo Antônio ................................................ 355
A capela de Santo Antônio ............................................................ 356
A Capela de Nossa Senhora Morena ................................................. 357
A Capela do Beato Luca Belludi ...................................................... 357
Capelas Radiais ......................................................................... 358
Capela das Relíquias ou do Tesouro ................................................. 359
Capela de São Tiago .................................................................... 360
Capela do Santíssimo Sacramento ................................................... 361
Presbitério e altar-mor ................................................................ 365
Além da Basílica, em Pádua .............................................................. 368
A Cidadela .................................................................................. 371
O Palácio da Razão ........................................................................ 372
O Histórico Café Pedrocchi............................................................... 374
Fim da jornada a Veneza e a Pádua .................................................... 375
6
7
A CONTINUAÇÃO DE NOSSA TRAJETÓRIA
Na continuidade de nosso relato de duas viagens à Itália, misturamos o roteiro
de ambas. O que está a nos nortear é o roteiro que fizemos na segunda viagem, quando
visitamos as quatro principais cidades turísticas da Itália, na visão de vários roteiros,
a saber: Roma, Florença, Veneza e Milão. O Vaticano foi por nós incluído nesses quatro
volumes junto com a cidade de Roma. Nós invertemos a trajetória, aqui, para seguir o
roteiro da primeira viagem que fizemos. No geral, o importante é dar aos leitores uma
ideia do que pudemos colher de mais interessante, a partir de nossa visão, das duas
viagens, além de alguns pontos que possam ser atrativos a quem queira conhecer um
pouco de algumas cidades italianas.
No primeiro volume, dedicado principalmente a Milão, fazemos ao final um
breve relato de uma passagem rápida que fizemos pela cidade de Sirmione. Neste,
dedicado a Veneza, iniciaremos por uma brevíssima passagem por Verona. Ao final,
mostramos um pouco da cidade de Pádua.
8
9
VERONA, UMA PASSAGEM NA CORRERIA
Figura 1: O Anfiteatro Romano de Verona.
Verona é um dos locais onde se passa a história da peça Romeu e Julieta
,
conhecidos internacionalmente como os amantes de Verona, escrita por William
Shakespeare. No centro da cidade existe uma vila onde, pelo que conta uma lenda, Julieta
morava. Este é um grande arco da cidade, que recebe a fama de cidade dos namorados,
atraindo centenas de turistas. Passa-se também parte da história de William
Shakespeare A Megera Domada
.
Mal tivemos tempo de ver a entrada, já que a cidade era toda fortificada (cercada
por muros medievais) e irmos até a praça central (Praça Erbe), onde vimos alguns restos
arqueológicos de uma cidade antiga (recobertos por acrílico), surgidos como que por
acaso nos subterrâneos da praça. Isso, porém, não atraía quase nenhum turista, pois os
milhares que lá estavam iam ao famoso balcão de Julieta, onde supostamente Giulietta
Capuleto [na verdade, originalmente, na história italiana, Cappelletti], teria vivido. Há
controvérsias sobre o local, mas o fato é que é o mais visitado da cidade. Antes disso,
porém, vimos o Anfiteatro Romano de Verona, majestoso e que ainda funciona – havia
vários cartazes de óperas do lado de fora do teatro, que pertenciam às óperas da
temporada daquele ano. Uma das curiosidades é que um dos figurantes supostamente
de uma das óperas vendia fotos com turistas. Ele me disse em italiano que nas óperas
não havia soldados romanos, apenas eles estavam falsamente tirando fotos com turistas,
naquelas roupas, que nem eram das óperas. Para turista desinformado, vale qualquer
foto que diga que ele esteve lá e tirou foto com uma personagem da ópera. Que lástima!
10
Figura 2: A praça Erbe, em Verona.
Figura 3: Estátua de Dante, na Praça Erbe, em Verona. Curioso é que o prédio ao
fundo está com amuradas em formato gibelino (bandeirinhas de ponta-cabeça), mas
Dante era notoriamente guelfo.
Figura 4: O balcão de Julieta.
11
UM LUGAR ESPLÊNDIDO: VENEZA
A guia insistia na frase: Veneza é um lugar único. Se pensarmos em termos
ontológicos, ela tem razão, mas também qualquer lugar poderia ter o mesmo significado.
O que ela dizia é que a cidade não é feita apenas por ruas convencionais, mas por uma
diversidade de canais navegáveis que a marcam como uma paisagem insólita entre todas
as cidades do mundo. Há quem diga que é a cidade mais bela do planeta. Não sei dizer
se é assim, mas que me encantou imensamente, isso eu posso dizer.
Chegamos inicialmente à cidade que leva a Veneza, que é Mestre. O ônibus nos
deixou lá e, como não é possível ir de ônibus a Veneza, entramos em um barco que estava
reservado para nós pela companhia que era responsável pela excursão. O pessoal estava
absurdamente deslumbrado. Foi uma euforia só desde a entrada no barco até a chegada
ao hotel. Havia quem gritasse, sorrisse, implorasse para que outro visse uma paisagem
incrível. Eu confesso que fiquei um pouco pasmo pela bagunça, principalmente porque
alguns, em minha modesta opinião, já estavam passando de alguns limites razoáveis,
como incomodar um casal de noivos que estava em outro barco. Não achei que quem
visse aquilo ia ter uma opinião favorável aos turistas do nosso barco. Que fazer se somos
pessoas sociais, não meros indivíduos?
Paciência, não se pode querer determinar o comportamento de certos adultos,
especialmente quando se encontram eufóricos em grupo. Dizem que há pessoas que
fazem em grupo o que não têm coragem de fazer isoladamente. O que sei é que aquilo
me irritou um pouco, tenho que confessar.
Em Veneza recebemos duas pessoas do Brasil, que, por um acidente ocorrido com uma
delas, tiveram que nos encontrar um pouco mais tarde. Chegamos ao hotel, que ficava próximo à
praça central de Veneza (Piazza San Marco), mas não no canal grande, ele era num canal paralelo a
ele. O hotel era o Starhotel Splendid Venice, de primeira categoria (para nós, um quatro estrelas).
Magnífico hotel! Fica na San Marco Merceria, 760, a apenas 350 metros a pé da Piazza San Marco.
Descemos as malas e fomos conhecer o quarto. À noite, depois de um bom banho, fomos a um jantar
já incluso no nosso pacote pela empresa responsável pela excursão, servido no restaurante do hotel.
Estava excelente.
Figura 5: O acesso ao Starhotel Splendid Venice, numa lancha-táxi semelhante à em
que estávamos. Do lado esquerdo há uma pequena ponte.
12
Figura 6: Sala de espera do Splendid Venice
Figura 7: As instalações do quarto, no hotel Splendid Venice.
Figura 8: Vista de um gondoleiro no canal, a partir de uma sala de espera do Splendid
Venice.
13
Figura 9: A fachada do Splendid Venice.
Figura 10: O restaurante do Splendid Venice.
14
Figura 11: Calle Regina, atrás do Splendid Venice.
Figura 12: Merceria Orologio, entre o hotel e a Piazza San Marco, rua
estritamente comercial.
15
A Piazza San Marco, o Duomo, o Campanário, etc.
Saímos à noite e fomos contemplar a Piazza San Marco, com seus bares. O
movimento era intensíssimo. Resolvemos andar em uma gôndola – passeio muito caro,
apesar do desconto do gondoleiro (110 euros para pouco mais de meia hora). Foi muito
bonito percorrer alguns canais à noite, mas o barulho de algumas lanchas à distância
incomodava – uma até passou perto de nós, e seu ocupante quase riu do gondoleiro,
provavelmente porque ele se achasse superior por possuir uma lancha em Veneza. Ele
colaborava para tornar os canais ainda mais poluídos, certamente bem mais do que as
românticas gôndolas.
Os prédios de Veneza são muito antigos e sofrem todos com a inevitável
presença da água. A ideia de fazer uma cidade entre canais é magnífica, mas o trabalho
para mantê-la não deve ser nenhum pouco fácil.
No passeio, passamos por baixo da famosa Ponte dos Suspiros, ouvimos
algumas poucas explicações do gondoleiro, que não estava muito interessado em
conversar. Concluímos o lindo passeio e apreciamos a belíssima noite na Piazza.
O passeio é suave, com a gôndola andando muito devagar. Os gondoleiros são
habilidosos, todos têm curso e são homologados pelas autoridades de turismo locais. À
noite, a quietude é marcada apenas pelo singrar das águas pelos gondoleiros e pelas
barulhentas eventuais lanchas.
Como o passeio foi curto e tudo é muito caro em Veneza, pudemos aproveitar,
no curto espaço de tempo de que dispúnhamos, o que nos foi possível. Na volta vimos o
famoso café Florian, até ouvimos uma música brasileira tocada no saxofone (só podia ser
Garota de Ipanema
, qual outra?).
Figura 13: Frente do café Florian
16
Figura 14: Outra vista da frente do Café Florian.
Figura 15: As mesas na Piazza em frente ao café Florian
17
Figura 16: Interior do café Florian
O Café Florian foi fundado em 1720. O seu fundador, Floriano Francesconi,
inicialmente nomeou-o de Venezia Trionfante
. Hoje é conhecido por Caffè Florian
.
Uma das maiores atrações de Veneza, o Florian é o mais antigo café da Europa. O café
conta com pequenas salas dominadas pelo mármore, cada uma coberta de afrescos,
pinturas e longos espelhos adornados de molduras douradas, as mesas em mármore e as
cadeiras de veludo vermelho. O local continua com a mesma decoração do século XVIII.
Na categoria dos cafés históricos, o Florian, situado na Piazza San Marco, em
Veneza, é um dos mais famosos e tradicionais. O local é um dos símbolos da cidade. Tão
visitado quanto a Basilica di San Marco, o Caffè Florian é a cafeteria mais antiga da Itália.
Nomes como Goethe, Dickens e Modigliani passaram por lá e, por este motivo,
ele é frequentado diariamente por centenas de turistas que não renunciam à
oportunidade de sentar-se em uma de suas mesas e saborear um verdadeiro café italiano
ao som de uma orquestra. Uma tradição secular que, assim como Veneza, resiste ao
tempo.
18
Figura 17: A Ponte dos Suspiros (ao lado painéis alusivos a uma reforma nos
arredores).
Figura 18: Piazza San Marco, em frente ao Duomo.
19
Figura 19: O magnífico Duomo de Venezia
Figura 20: O Campanário de Veneza, na Piazza San Marco
A partir de 1075, os navios que voltavam do exterior eram obrigados por lei a
trazer um presente precioso para enfeitar a ‘casa de São Marcos‘, como é chamada a
Basílica de São Marcos, ou o Duomo de Veneza.
20
Concebida sobre o plano de uma cruz grega, a basílica de São Marcos, também
conhecida como Chiesa d’Oro (Igreja de Ouro), por ser a maior e a mais rica das igrejas
da cidade, é cortada por cinco cúpulas/domos (entre elas a da Ascensão e de
Pentecostes), uma no centro e uma sobre cada ala. A de Pentecostes mostra a vinda do
Espírito Santo como uma pomba. Os cinco grandes portais que lhes correspondem são
ricamente decorados por esculturas e mosaicos. A principal arcada mostra a translação
do corpo de São Marcos para a igreja, único que pertence à decoração original da fachada
e réplicas dos cavalos de bronze roubados do Hipódromo (antiga pista de corrida de
cavalos) de Constantinopla (atual Istambul), durante as Cruzadas (os cavalos originais
estão no Museu Marciano, dentro do templo), mas sua origem romana ou helênica,
continua a ser um mistério. De origem grega (séculos IV ou III a.C.) ou latina (século IV
d.C.), os cavalos eram de tal forma associados a Veneza, que Napoleão mandou retirá-
los para levá-los a Paris, quando conquistou a cidade.
Figura 21: Vista da cúpula do Duomo de Veneza.
Do lado direito da entrada da basílica, um grupo escultural de quatro
personagens abraçados, conhecidos como Tetrarcas, de pórfiro [espécie de mármore
muito rijo, salpicado de manchas esbranquiçadas ou de várias cores] vermelho, de
origem cristã (século IV), que se supõe que representem os imperadores Diocleciano,
Maximiano, Valeriano e Constantino, nomeados por Diocleciano para ajudá-lo a
governar o Império Romano. Ultrapassando o portal central, as esculturas representam
alegorias dos ofícios venezianos tradicionais, a porta de bronze com a cabeça de leão data
do século XI e é de inspiração bizantina. Pelo portal principal, penetra-se no átrio, cujos
mosaicos das cúpulas ilustram cenas do Antigo Testamento. As mais antigas são as da
cúpula da Criação, à direita. Sua superfície interior, coberta por 2.800 m² de mosaicos,
21
estendidos sobre um leito de folhas de ouro, a maior parte feita entre os séculos XI e XIII
e um baldacchino (dossel sobre o altar) com colunas de alabastro, conta, ainda, com o
Tesouro da Basílica, peças trazidas de Constantinopla em 1204. Sem falar do Pala d’Oro,
um grande retábulo, em que artesãos usaram e abusaram de ouro maciço e pedras
preciosas para recontar cenas bíblicas. Encomendado em Bizâncio pelo doge Pietro
Orseolo, sua execução começou no século X e durou cerca de 400 anos. Esmaltes vindos
de pilhagem de Constantinopla foram acrescentados depois de 1204; outros acréscimos
completaram o retábulo em 1345. O Tesouro, que leva para fora do transepto sul, possui
uma das mais ricas coleções de obras de arte bizantina. O Batistério abriga o túmulo do
doge Andréa Dandolo (morto em 1354) e principalmente belos mosaicos destacando a
célebre ‘Dança de Salomé‘.
Uma escadaria leva ao Museu Marciano e ao terraço, que oferece uma magnífica
vista da praça. O horário de visitação é de segunda-feira a sábado, das 9h45 às 17 horas;
e aos domingos, das 14 às 16 horas.
As luzes da Basílica bizantina se acendem entre 11h30 e 12h30, durante a
semana, e nos sábados à tarde e nos domingos durante todo o dia. Neste horário, suas
abóbadas douradas reluzem ainda mais.
Il Campanile di San Marco (O Campanário) é ao mesmo tempo o mais antigo e
o mais recente dos grandes edifícios da cidade. O mais antigo, porque sua construção
começou no século IX sobre fundações romanas, só tomando sua forma final entre os
anos de 1511 e 1514. E o mais recente, porque esta torre desmoronou em 1902, tendo sido
reconstruída exatamente como a original, ‘dov’era e com’era’ (onde era e como era). Com
99 metros de altura, foi concluída em 1912. Cada um dos cinco sinos anunciava uma
atividade diferente do dia: ‘Marangona’, o maior, tocava quando começava e terminava
a jornada de trabalho; ‘Malefico’, o menor, anunciava as condenações à morte; ‘Nona’
tocava às 9 horas; ‘Trottiera’ tocava para chamar os membros do ‘Maggior Consiglio’ e
‘Mezza Terza’ anunciava a sessão do Senado. Quatro deles que haviam quebrado foram
refundidos, um presente do Papa Pio X à cidade. Na queda, foi esmagada a Loggetta,
muito habilmente restaurada, fragmento por fragmento. A primeira torre teria sido
construída para ser um farol e ajudar os navegadores da laguna. Assumiu, contudo, papel
bem diferente na Idade Média, quando infratores eram aprisionados e às vezes
abandonados à morte em uma gaiola pendurada perto de seu topo. Do alto da torre, a
vista da cidade é extraordinária.
Formando o imponente conjunto da Piazza San Marco, além da Basílica di San
Marco e da Torre do Campanário está a Torre dell’Orologio, obra iniciada em 1496. Em
cima do arco se pode admirar um enorme relógio esmaltado de azul e dourado, que
marca as horas, as fases da lua e as fases zodiacais. No ponto mais alto da torre duas
esculturas de mouros vestidos com pele de carneiro, em bronze, que a cada duas horas
‘batem’ as horas. Diz a lenda que, quando o relógio foi concluído, os dois inventores do
complexo mecanismo tiveram seus olhos arrancados para que não o copiassem.
22
Figura 22: A Basílica de São Marcos, com a Torre do Relógio à esquerda (vê-se o
relógio azul na figura à esquerda).
23
Figura 23: A Torre do Relógio, em Veneza.
Na praça ainda se pode ver o Museu Correr, que o museu municipal de Veneza
(Itália), situado em frente à basílica de São Marcos e que ocupa uma parte da Ala
Napoleônica das Procuratie Nuove desenhada por Vincenzo Scamozzi. Este último é um
edifício burocrático que ocupa três quartos da praça. A Ala Napoleônica foi construída
depois de os ocupantes franceses saquearem a pequena igreja de San Gimigniano que
estava em frente à opulenta basílica.
O museu deve o seu nome a Teodoro Correr (1750 - 1830), um magnata
descendente de uma das mais antigas famílias venezianas que legou em 1830 a sua
coleção de obras de arte à cidade de Veneza. O museu tem uma coleção de arte,
documentos, objetos antigos e mapas que refletem a história e a vida quotidiana de
Veneza ao longo dos séculos. A Ala Napoleônica tem uma suntuosa decoração
neoclássica e abriga uma notável coleção de obras de Antonio Canova, Vittore Carpaccio,
Giovanni Bellini e Antonello da Messina. Conserva igualmente seis grandes volumes com
esquissos das decorações realizadas por Francesco Bagnara para o Teatro de La Fenice.
24
Figura 24: O Museu Correr (com as faixas vermelhas), situado bem em frente da
Basílica de São Marcos.
O Museu Correr é aberto nas seguintes datas e horários: de 1º. de abril a 31 de
outubro, das 10 às 19 (bilheteria aberta até às 18h); de 1º. de novembro a 31 de março,
das 10 às 17 (bilheteria aberta até às 16h), e permanece fechado em 25 de dezembro e 1º.
de janeiro. O Museu mantém acervo também de fotografias, desenhos e gravuras, além
de sempre promover importantes mostras eventuais de arte. Página oficial na Internet:
http://correr.visitmuve.it/.
Figura 25: Escadaria de acesso ao Museu Correr.
25
Figura 26: Salões principais do Museu Correr.
Figura 27: Uma das salas do Museu Correr.
Ainda na Praça, no número 120, está um dos mais sofisticados restaurantes da
cidade, o famoso GRAN CAFFE' RISTORANTE QUADRI LIGABUE CATERING, ou
simplesmente Café Quadri.
26
Figura 28: frente do Café Quadri.
Esse café é caríssimo, mas é um espetáculo. Foi fundado em 1638 e oferece uma
vista incrível da Praça São Marcos (fica bem em frente ao Café Florian – este é do lado
esquerdo de quem olha da Basílica tendo em frente o Museu Correr, sendo que o Quadri
está à direita). Dentre os frequentadores ilustres do café estavam Stendhal, Proust,
Wagner e outros.