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A Itália E O Vaticano
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E-book983 páginas4 horas

A Itália E O Vaticano

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Sobre este e-book

Relato de duas viagens a Itália feitas por um casal de brasileiros. Aqui, o enfoque é sobre Veneza, com breve passagem pela cidade de Pádua. Descrevem-se detalhadamente alguns pontos visitados, outros são mostrados rapidamente, outros indicados. A visita não pode evidentemente nunca ser completa, porque é necessário conviver no local. O turismo aqui é, obviamente, de indicação. O roteiro que serviu ao casal pretende ser útil a outros aventureiros.
IdiomaPortuguês
Data de lançamento31 de dez. de 2017
A Itália E O Vaticano

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    A Itália E O Vaticano - Claudionor Aparecido Ritondale

    A ITÁLIA E O VATICANO QUE

    VISITAMOS

    VOLUME II: VENEZA

    Claudionor Aparecido Ritondale

    e

    Luciana de Oliveira França Ritondale

    São Paulo

    2017

    Sumário

    A CONTINUAÇÃO DE NOSSA TRAJETÓRIA ............................................... 7

    VERONA, UMA PASSAGEM NA CORRERIA ................................................ 9

    UM LUGAR ESPLÊNDIDO: VENEZA ....................................................... 11

    A Piazza San Marco, o Duomo, o Campanário, etc. ..................................... 15

    O Palácio Ducal .............................................................................. 27

    Galerias da Academia de Belas Artes de Veneza ......................................... 43

    As obras maiores das Galerias da Academia de Veneza ............................. 47

    Depois da Academia, um almoço saborosíssimo ................................... 140

    Alguns outros lugares interessantes para visitar em Veneza (alguns visitamos na

    segunda viagem) ....................................................................... 141

    Museo della Musica .................................................................... 141

    Harry's Bar .............................................................................. 142

    Teatro La Fenice ....................................................................... 144

    Restaurante Antica Locanda Montin ................................................. 145

    Igreja de Santa Maria del Giglio ou Santa Maria Zobenigo ....................... 152

    Igreja de Santo Stefano [Santo Estêvão] ............................................ 164

    Seguindo o roteiro da viagem de 2014: dia 17 de setembro, quarta-feira ..... 174

    Hotel Palazzo Sabt’Angelo e arredores ............................................. 174

    O Hard Rock Café Veneza ............................................................. 184

    Um ponto imperdível: o Harry’s Bar ................................................. 187

    A receita do Bellini .................................................................... 190

    A receita do Carpaccio ................................................................ 190

    Gelateria Paolin ........................................................................ 194

    Club del Doge, no Hotel Gritti ....................................................... 196

    Roteiro de 18 de setembro de 2014 ................................................. 203

    Ponte do Rialto ......................................................................... 203

    O Mercado do Rialto ................................................................... 206

    O Ca’D’Oro .............................................................................. 207

    O Gobbo do Rialto ..................................................................... 212

    Casa del Parmigiano ................................................................... 214

    Drogheria Mascari ...................................................................... 216

    O Ca’Pesaro e o Museu de Arte Moderna de Veneza .............................. 218

    Palazzo Mocenigo ...................................................................... 222

    Campo San Polo ........................................................................ 225

    Basilica di Santa Maria Gloriosa dei Frari ........................................... 226

    Gelateria Grom ......................................................................... 233

    Scuola Grande di San Rocco .......................................................... 233

    Coleção Peggy Guggenheim .......................................................... 241

    Basilica di Santa Maria della Salute ................................................. 256

    Gelateria Nico .......................................................................... 267

    Igreja de San Barnaba ................................................................. 268

    Ponte dei Pugni ........................................................................ 270

    Ca’ Rezzonico .......................................................................... 271

    Al Bottegon- Cantinone del Vino Gia’ dei Schiavi ................................. 276

    Antichità Claudia Zaggia .............................................................. 277

    Ponte dell’Accademia ................................................................. 279

    Enoteca Al Volo ........................................................................ 280

    Roteiro de 19 de setembro de 2014 – sexta-feira.................................. 283

    Basilica de San Giovanni e Paolo ..................................................... 289

    A Loja Magia di Carnevale ............................................................ 335

    A Bienal de Veneza .................................................................... 337

    Pizzaria Alla Strega .................................................................... 339

    Palazzo Contarini del Bovolo ......................................................... 344

    Osteria ai Assassini ..................................................................... 348

    A Laguna de Veneza e suas ilhas ........................................................ 351

    San Giorgio Maggiore .................................................................. 351

    Lido ...................................................................................... 351

    Murano ................................................................................... 351

    Torcello ................................................................................. 352

    Burano ................................................................................... 352

    PÁDUA E SANTO ANTÔNIO ............................................................... 353

    O interior da Basílica de Santo Antônio ................................................ 355

    A capela de Santo Antônio ............................................................ 356

    A Capela de Nossa Senhora Morena ................................................. 357

    A Capela do Beato Luca Belludi ...................................................... 357

    Capelas Radiais ......................................................................... 358

    Capela das Relíquias ou do Tesouro ................................................. 359

    Capela de São Tiago .................................................................... 360

    Capela do Santíssimo Sacramento ................................................... 361

    Presbitério e altar-mor ................................................................ 365

    Além da Basílica, em Pádua .............................................................. 368

    A Cidadela .................................................................................. 371

    O Palácio da Razão ........................................................................ 372

    O Histórico Café Pedrocchi............................................................... 374

    Fim da jornada a Veneza e a Pádua .................................................... 375

    6

    7

    A CONTINUAÇÃO DE NOSSA TRAJETÓRIA

    Na continuidade de nosso relato de duas viagens à Itália, misturamos o roteiro

    de ambas. O que está a nos nortear é o roteiro que fizemos na segunda viagem, quando

    visitamos as quatro principais cidades turísticas da Itália, na visão de vários roteiros,

    a saber: Roma, Florença, Veneza e Milão. O Vaticano foi por nós incluído nesses quatro

    volumes junto com a cidade de Roma. Nós invertemos a trajetória, aqui, para seguir o

    roteiro da primeira viagem que fizemos. No geral, o importante é dar aos leitores uma

    ideia do que pudemos colher de mais interessante, a partir de nossa visão, das duas

    viagens, além de alguns pontos que possam ser atrativos a quem queira conhecer um

    pouco de algumas cidades italianas.

    No primeiro volume, dedicado principalmente a Milão, fazemos ao final um

    breve relato de uma passagem rápida que fizemos pela cidade de Sirmione. Neste,

    dedicado a Veneza, iniciaremos por uma brevíssima passagem por Verona. Ao final,

    mostramos um pouco da cidade de Pádua.

    8

    9

    VERONA, UMA PASSAGEM NA CORRERIA

    Figura 1: O Anfiteatro Romano de Verona.

    Verona é um dos locais onde se passa a história da peça Romeu e Julieta,

    conhecidos internacionalmente como os amantes de Verona, escrita por William

    Shakespeare. No centro da cidade existe uma vila onde, pelo que conta uma lenda, Julieta

    morava. Este é um grande arco da cidade, que recebe a fama de cidade dos namorados,

    atraindo centenas de turistas. Passa-se também parte da história de William

    Shakespeare A Megera Domada.

    Mal tivemos tempo de ver a entrada, já que a cidade era toda fortificada (cercada

    por muros medievais) e irmos até a praça central (Praça Erbe), onde vimos alguns restos

    arqueológicos de uma cidade antiga (recobertos por acrílico), surgidos como que por

    acaso nos subterrâneos da praça. Isso, porém, não atraía quase nenhum turista, pois os

    milhares que lá estavam iam ao famoso balcão de Julieta, onde supostamente Giulietta

    Capuleto [na verdade, originalmente, na história italiana, Cappelletti], teria vivido. Há

    controvérsias sobre o local, mas o fato é que é o mais visitado da cidade. Antes disso,

    porém, vimos o Anfiteatro Romano de Verona, majestoso e que ainda funciona – havia

    vários cartazes de óperas do lado de fora do teatro, que pertenciam às óperas da

    temporada daquele ano. Uma das curiosidades é que um dos figurantes supostamente

    de uma das óperas vendia fotos com turistas. Ele me disse em italiano que nas óperas

    não havia soldados romanos, apenas eles estavam falsamente tirando fotos com turistas,

    naquelas roupas, que nem eram das óperas. Para turista desinformado, vale qualquer

    foto que diga que ele esteve lá e tirou foto com uma personagem da ópera. Que lástima!

    10

    Figura 2: A praça Erbe, em Verona.

    Figura 3: Estátua de Dante, na Praça Erbe, em Verona. Curioso é que o prédio ao

    fundo está com amuradas em formato gibelino (bandeirinhas de ponta-cabeça), mas

    Dante era notoriamente guelfo.

    Figura 4: O balcão de Julieta.

    11

    UM LUGAR ESPLÊNDIDO: VENEZA

    A guia insistia na frase: Veneza é um lugar único. Se pensarmos em termos

    ontológicos, ela tem razão, mas também qualquer lugar poderia ter o mesmo significado.

    O que ela dizia é que a cidade não é feita apenas por ruas convencionais, mas por uma

    diversidade de canais navegáveis que a marcam como uma paisagem insólita entre todas

    as cidades do mundo. Há quem diga que é a cidade mais bela do planeta. Não sei dizer

    se é assim, mas que me encantou imensamente, isso eu posso dizer.

    Chegamos inicialmente à cidade que leva a Veneza, que é Mestre. O ônibus nos

    deixou lá e, como não é possível ir de ônibus a Veneza, entramos em um barco que estava

    reservado para nós pela companhia que era responsável pela excursão. O pessoal estava

    absurdamente deslumbrado. Foi uma euforia só desde a entrada no barco até a chegada

    ao hotel. Havia quem gritasse, sorrisse, implorasse para que outro visse uma paisagem

    incrível. Eu confesso que fiquei um pouco pasmo pela bagunça, principalmente porque

    alguns, em minha modesta opinião, já estavam passando de alguns limites razoáveis,

    como incomodar um casal de noivos que estava em outro barco. Não achei que quem

    visse aquilo ia ter uma opinião favorável aos turistas do nosso barco. Que fazer se somos

    pessoas sociais, não meros indivíduos?

    Paciência, não se pode querer determinar o comportamento de certos adultos,

    especialmente quando se encontram eufóricos em grupo. Dizem que há pessoas que

    fazem em grupo o que não têm coragem de fazer isoladamente. O que sei é que aquilo

    me irritou um pouco, tenho que confessar.

    Em Veneza recebemos duas pessoas do Brasil, que, por um acidente ocorrido com uma

    delas, tiveram que nos encontrar um pouco mais tarde. Chegamos ao hotel, que ficava próximo à

    praça central de Veneza (Piazza San Marco), mas não no canal grande, ele era num canal paralelo a

    ele. O hotel era o Starhotel Splendid Venice, de primeira categoria (para nós, um quatro estrelas).

    Magnífico hotel! Fica na San Marco Merceria, 760, a apenas 350 metros a pé da Piazza San Marco.

    Descemos as malas e fomos conhecer o quarto. À noite, depois de um bom banho, fomos a um jantar

    já incluso no nosso pacote pela empresa responsável pela excursão, servido no restaurante do hotel.

    Estava excelente.

    Figura 5: O acesso ao Starhotel Splendid Venice, numa lancha-táxi semelhante à em

    que estávamos. Do lado esquerdo há uma pequena ponte.

    12

    Figura 6: Sala de espera do Splendid Venice

    Figura 7: As instalações do quarto, no hotel Splendid Venice.

    Figura 8: Vista de um gondoleiro no canal, a partir de uma sala de espera do Splendid

    Venice.

    13

    Figura 9: A fachada do Splendid Venice.

    Figura 10: O restaurante do Splendid Venice.

    14

    Figura 11: Calle Regina, atrás do Splendid Venice.

    Figura 12: Merceria Orologio, entre o hotel e a Piazza San Marco, rua

    estritamente comercial.

    15

    A Piazza San Marco, o Duomo, o Campanário, etc.

    Saímos à noite e fomos contemplar a Piazza San Marco, com seus bares. O

    movimento era intensíssimo. Resolvemos andar em uma gôndola – passeio muito caro,

    apesar do desconto do gondoleiro (110 euros para pouco mais de meia hora). Foi muito

    bonito percorrer alguns canais à noite, mas o barulho de algumas lanchas à distância

    incomodava – uma até passou perto de nós, e seu ocupante quase riu do gondoleiro,

    provavelmente porque ele se achasse superior por possuir uma lancha em Veneza. Ele

    colaborava para tornar os canais ainda mais poluídos, certamente bem mais do que as

    românticas gôndolas.

    Os prédios de Veneza são muito antigos e sofrem todos com a inevitável

    presença da água. A ideia de fazer uma cidade entre canais é magnífica, mas o trabalho

    para mantê-la não deve ser nenhum pouco fácil.

    No passeio, passamos por baixo da famosa Ponte dos Suspiros, ouvimos

    algumas poucas explicações do gondoleiro, que não estava muito interessado em

    conversar. Concluímos o lindo passeio e apreciamos a belíssima noite na Piazza.

    O passeio é suave, com a gôndola andando muito devagar. Os gondoleiros são

    habilidosos, todos têm curso e são homologados pelas autoridades de turismo locais. À

    noite, a quietude é marcada apenas pelo singrar das águas pelos gondoleiros e pelas

    barulhentas eventuais lanchas.

    Como o passeio foi curto e tudo é muito caro em Veneza, pudemos aproveitar,

    no curto espaço de tempo de que dispúnhamos, o que nos foi possível. Na volta vimos o

    famoso café Florian, até ouvimos uma música brasileira tocada no saxofone (só podia ser

    Garota de Ipanema, qual outra?).

    Figura 13: Frente do café Florian

    16

    Figura 14: Outra vista da frente do Café Florian.

    Figura 15: As mesas na Piazza em frente ao café Florian

    17

    Figura 16: Interior do café Florian

    O Café Florian foi fundado em 1720. O seu fundador, Floriano Francesconi,

    inicialmente nomeou-o de Venezia Trionfante. Hoje é conhecido por Caffè Florian.

    Uma das maiores atrações de Veneza, o Florian é o mais antigo café da Europa. O café

    conta com pequenas salas dominadas pelo mármore, cada uma coberta de afrescos,

    pinturas e longos espelhos adornados de molduras douradas, as mesas em mármore e as

    cadeiras de veludo vermelho. O local continua com a mesma decoração do século XVIII.

    Na categoria dos cafés históricos, o Florian, situado na Piazza San Marco, em

    Veneza, é um dos mais famosos e tradicionais. O local é um dos símbolos da cidade. Tão

    visitado quanto a Basilica di San Marco, o Caffè Florian é a cafeteria mais antiga da Itália.

    Nomes como Goethe, Dickens e Modigliani passaram por lá e, por este motivo,

    ele é frequentado diariamente por centenas de turistas que não renunciam à

    oportunidade de sentar-se em uma de suas mesas e saborear um verdadeiro café italiano

    ao som de uma orquestra. Uma tradição secular que, assim como Veneza, resiste ao

    tempo.

    18

    Figura 17: A Ponte dos Suspiros (ao lado painéis alusivos a uma reforma nos

    arredores).

    Figura 18: Piazza San Marco, em frente ao Duomo.

    19

    Figura 19: O magnífico Duomo de Venezia

    Figura 20: O Campanário de Veneza, na Piazza San Marco

    A partir de 1075, os navios que voltavam do exterior eram obrigados por lei a

    trazer um presente precioso para enfeitar a ‘casa de São Marcos‘, como é chamada a

    Basílica de São Marcos, ou o Duomo de Veneza.

    20

    Concebida sobre o plano de uma cruz grega, a basílica de São Marcos, também

    conhecida como Chiesa d’Oro (Igreja de Ouro), por ser a maior e a mais rica das igrejas

    da cidade, é cortada por cinco cúpulas/domos (entre elas a da Ascensão e de

    Pentecostes), uma no centro e uma sobre cada ala. A de Pentecostes mostra a vinda do

    Espírito Santo como uma pomba. Os cinco grandes portais que lhes correspondem são

    ricamente decorados por esculturas e mosaicos. A principal arcada mostra a translação

    do corpo de São Marcos para a igreja, único que pertence à decoração original da fachada

    e réplicas dos cavalos de bronze roubados do Hipódromo (antiga pista de corrida de

    cavalos) de Constantinopla (atual Istambul), durante as Cruzadas (os cavalos originais

    estão no Museu Marciano, dentro do templo), mas sua origem romana ou helênica,

    continua a ser um mistério. De origem grega (séculos IV ou III a.C.) ou latina (século IV

    d.C.), os cavalos eram de tal forma associados a Veneza, que Napoleão mandou retirá-

    los para levá-los a Paris, quando conquistou a cidade.

    Figura 21: Vista da cúpula do Duomo de Veneza.

    Do lado direito da entrada da basílica, um grupo escultural de quatro

    personagens abraçados, conhecidos como Tetrarcas, de pórfiro [espécie de mármore

    muito rijo, salpicado de manchas esbranquiçadas ou de várias cores] vermelho, de

    origem cristã (século IV), que se supõe que representem os imperadores Diocleciano,

    Maximiano, Valeriano e Constantino, nomeados por Diocleciano para ajudá-lo a

    governar o Império Romano. Ultrapassando o portal central, as esculturas representam

    alegorias dos ofícios venezianos tradicionais, a porta de bronze com a cabeça de leão data

    do século XI e é de inspiração bizantina. Pelo portal principal, penetra-se no átrio, cujos

    mosaicos das cúpulas ilustram cenas do Antigo Testamento. As mais antigas são as da

    cúpula da Criação, à direita. Sua superfície interior, coberta por 2.800 m² de mosaicos,

    21

    estendidos sobre um leito de folhas de ouro, a maior parte feita entre os séculos XI e XIII

    e um baldacchino (dossel sobre o altar) com colunas de alabastro, conta, ainda, com o

    Tesouro da Basílica, peças trazidas de Constantinopla em 1204. Sem falar do Pala d’Oro,

    um grande retábulo, em que artesãos usaram e abusaram de ouro maciço e pedras

    preciosas para recontar cenas bíblicas. Encomendado em Bizâncio pelo doge Pietro

    Orseolo, sua execução começou no século X e durou cerca de 400 anos. Esmaltes vindos

    de pilhagem de Constantinopla foram acrescentados depois de 1204; outros acréscimos

    completaram o retábulo em 1345. O Tesouro, que leva para fora do transepto sul, possui

    uma das mais ricas coleções de obras de arte bizantina. O Batistério abriga o túmulo do

    doge Andréa Dandolo (morto em 1354) e principalmente belos mosaicos destacando a

    célebre ‘Dança de Salomé‘.

    Uma escadaria leva ao Museu Marciano e ao terraço, que oferece uma magnífica

    vista da praça. O horário de visitação é de segunda-feira a sábado, das 9h45 às 17 horas;

    e aos domingos, das 14 às 16 horas.

    As luzes da Basílica bizantina se acendem entre 11h30 e 12h30, durante a

    semana, e nos sábados à tarde e nos domingos durante todo o dia. Neste horário, suas

    abóbadas douradas reluzem ainda mais.

    Il Campanile di San Marco (O Campanário) é ao mesmo tempo o mais antigo e

    o mais recente dos grandes edifícios da cidade. O mais antigo, porque sua construção

    começou no século IX sobre fundações romanas, só tomando sua forma final entre os

    anos de 1511 e 1514. E o mais recente, porque esta torre desmoronou em 1902, tendo sido

    reconstruída exatamente como a original, ‘dov’era e com’era’ (onde era e como era). Com

    99 metros de altura, foi concluída em 1912. Cada um dos cinco sinos anunciava uma

    atividade diferente do dia: ‘Marangona’, o maior, tocava quando começava e terminava

    a jornada de trabalho; ‘Malefico’, o menor, anunciava as condenações à morte; ‘Nona’

    tocava às 9 horas; ‘Trottiera’ tocava para chamar os membros do ‘Maggior Consiglio’ e

    ‘Mezza Terza’ anunciava a sessão do Senado. Quatro deles que haviam quebrado foram

    refundidos, um presente do Papa Pio X à cidade. Na queda, foi esmagada a Loggetta,

    muito habilmente restaurada, fragmento por fragmento. A primeira torre teria sido

    construída para ser um farol e ajudar os navegadores da laguna. Assumiu, contudo, papel

    bem diferente na Idade Média, quando infratores eram aprisionados e às vezes

    abandonados à morte em uma gaiola pendurada perto de seu topo. Do alto da torre, a

    vista da cidade é extraordinária.

    Formando o imponente conjunto da Piazza San Marco, além da Basílica di San

    Marco e da Torre do Campanário está a Torre dell’Orologio, obra iniciada em 1496. Em

    cima do arco se pode admirar um enorme relógio esmaltado de azul e dourado, que

    marca as horas, as fases da lua e as fases zodiacais. No ponto mais alto da torre duas

    esculturas de mouros vestidos com pele de carneiro, em bronze, que a cada duas horas

    ‘batem’ as horas. Diz a lenda que, quando o relógio foi concluído, os dois inventores do

    complexo mecanismo tiveram seus olhos arrancados para que não o copiassem.

    22

    Figura 22: A Basílica de São Marcos, com a Torre do Relógio à esquerda (vê-se o

    relógio azul na figura à esquerda).

    23

    Figura 23: A Torre do Relógio, em Veneza.

    Na praça ainda se pode ver o Museu Correr, que o museu municipal de Veneza

    (Itália), situado em frente à basílica de São Marcos e que ocupa uma parte da Ala

    Napoleônica das Procuratie Nuove desenhada por Vincenzo Scamozzi. Este último é um

    edifício burocrático que ocupa três quartos da praça. A Ala Napoleônica foi construída

    depois de os ocupantes franceses saquearem a pequena igreja de San Gimigniano que

    estava em frente à opulenta basílica.

    O museu deve o seu nome a Teodoro Correr (1750 - 1830), um magnata

    descendente de uma das mais antigas famílias venezianas que legou em 1830 a sua

    coleção de obras de arte à cidade de Veneza. O museu tem uma coleção de arte,

    documentos, objetos antigos e mapas que refletem a história e a vida quotidiana de

    Veneza ao longo dos séculos. A Ala Napoleônica tem uma suntuosa decoração

    neoclássica e abriga uma notável coleção de obras de Antonio Canova, Vittore Carpaccio,

    Giovanni Bellini e Antonello da Messina. Conserva igualmente seis grandes volumes com

    esquissos das decorações realizadas por Francesco Bagnara para o Teatro de La Fenice.

    24

    Figura 24: O Museu Correr (com as faixas vermelhas), situado bem em frente da

    Basílica de São Marcos.

    O Museu Correr é aberto nas seguintes datas e horários: de 1º. de abril a 31 de

    outubro, das 10 às 19 (bilheteria aberta até às 18h); de 1º. de novembro a 31 de março,

    das 10 às 17 (bilheteria aberta até às 16h), e permanece fechado em 25 de dezembro e 1º.

    de janeiro. O Museu mantém acervo também de fotografias, desenhos e gravuras, além

    de sempre promover importantes mostras eventuais de arte. Página oficial na Internet:

    http://correr.visitmuve.it/.

    Figura 25: Escadaria de acesso ao Museu Correr.

    25

    Figura 26: Salões principais do Museu Correr.

    Figura 27: Uma das salas do Museu Correr.

    Ainda na Praça, no número 120, está um dos mais sofisticados restaurantes da

    cidade, o famoso GRAN CAFFE' RISTORANTE QUADRI LIGABUE CATERING, ou

    simplesmente Café Quadri.

    26

    Figura 28: frente do Café Quadri.

    Esse café é caríssimo, mas é um espetáculo. Foi fundado em 1638 e oferece uma

    vista incrível da Praça São Marcos (fica bem em frente ao Café Florian – este é do lado

    esquerdo de quem olha da Basílica tendo em frente o Museu Correr, sendo que o Quadri

    está à direita). Dentre os frequentadores ilustres do café estavam Stendhal, Proust,

    Wagner e outros.

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