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ROMA
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E-book138 páginas1 hora

ROMA

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Sobre este e-book

Nós, brasileiros, temos um pouquinho dos italianos, seja o gosto pela culinária ou os gestos expansivos na hora de conversar ¿ falamos com as mãos, e com orgulho! Tudo isso é fruto da nossa colonização e da proximidade com essa cultura tão rica.Em Roma, o jornalista Airton Ortiz nos dá a oportunidade de conhecer um pouco mais a fundo a capital italiana, praticamente uma obra de arte a céu aberto, com seus prédios históricos, igrejas, praças e museus. Como de costume, além dos pontos mais conhecidos da cidade, Ortiz nos leva a lugares pouco frequentados pelos turistas e mostra as várias faces de Roma.Dividido em três partes, o livro começa apresentando a ROMA DOS ROMANOS ¿ onde tudo começou ¿, e acompanhamos Ortiz em sua visita ao Coliseu, ao Panteão e à Bocca della Verità, onde reza a lenda que as pessoas que mentiam tinham a mão decepada pelo rosto de pedra. Depois nos aventuramos pela ROMA DOS ITALIANOS, para conhecer a cidade moderna, viajar pelo Renascimento e apreciar bons vinhos. E, por fim, a ROMA DOS PAPAS, com o Vaticano e seus museus, a Basílica de São Pedro ¿ com a famosa Pietà ¿ e a Capela Sistina. Uma cidade, três mundos. Venha embarcar nessa viagem sem sair do sofá!
IdiomaPortuguês
Data de lançamento16 de mar. de 2023
ISBN9788557172746
ROMA

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    ROMA - JOSE AIRTON MACHADO ORTIZ

    Primeira parte

    Roma dos romanos

    1

    Monte Palatium 1

    Vá por mim.

    Comece Roma pelo monte Palatino.

    Sim, é vero: seria preciso uma vida inteira para conhecer Roma. Mesmo assim, alguns locais ficariam de fora. Afinal, a cidade é eterna. Mas é preciso começar por algum lugar. Então, comece por onde a própria cidade começou: monte Palatium.

    Palatium deu origem à palavra palácio. Acredite. Mas não é só por isso. Levantando-se entre o Fórum Romano e o Circo Massimo, ela é a mais famosa colina da Europa. Talvez do mundo. Do mundo antigo, pelo menos. Rivaliza com a Acrópole, em Atenas, outro monte histórico. Naquela época era assim. Na atualidade, pequenas montanhas nem entram no mapa. Para um mundo sem nuanças, tamanho é documento.

    Então. Coberta com altos pinheiros e pontilhada com ruínas majestosas (sim, ruínas podem ser majestosas!), além do pas­seio agradável e da importância histórica somos pre­miados com vistas incríveis da cidade. Isso, hoje; porque ela já foi mais imponente. Por ser a mais central das sete colinas onde estava assentada a antiga Roma, se tornou o bairro chique da cidade, aquela dos romanos dos livros de história. Lembra?

    Ou você perdeu essa aula?

    Se perdeu, vejamos.

    Caio Júlio César (aquele do até tu, Brutus, meu filho), o último cônsul da República romana, foi assassinado em 49 a.C. Otávio, seu sobrinho-neto, venceu Marco Antônio, que divi­dia o consulado com César e depois com Otávio, na disputa pelo cobiçado poder e se tornou Augusto, o primeiro impe­rador romano. Iniciava-se uma nova era no Mediter­râneo. Seu primeiro ato: reduziu de trezentos para sessenta o número de sena­dores (senador vem do latim senex, que significa sênior, ou, mais precisamente, velho). Segundo ato: construiu sua mansão no Palatino, onde morou a vida toda.

    Por ter sido erguida no monte Palatino, a suntuosa residência do imperador se tornou conhecida como palácio. A maioria dos que o sucederam construíram seus palácios no local (origem das atuais ruínas), o que lhe dá tamanha im­portância histórica. E o nome se espalhou pelo mundo.

    Em Paris, temos o Palácio de Versalhes.

    Em Londres, o Palácio de Buckingham.

    Em Brasília, temos o Palácio do Jaburu.

    Subindo o Palatino pela entrada na Via di San Gregorio che­gamos às ruínas do complexo de palácios mandado construir pelo imperador Domiciano, isso lá no século I d.C.: Domus Flavia (palácio imperial), Domus Augustana (resi­dência do impe­rador) e o stadio serviram aos poderosos governantes de Roma por três séculos. Além de possuir seu próprio estádio, Domi­ciano podia assistir, da sua varanda, às corridas de biga no Circo Máximo, no vale ao pé do Palatino.

    A Domus Augustana tinha dois andares, os quartos vol­tados para um pátio interno, onde posso ver a bacia de uma fonte e o piso de mármore colorido de certos cômodos. Há alguns anos foi descoberta, abaixo da construção, uma caverna abobadada coberta de mosaicos. Seria a Lupercale? Arqueólogos dizem que sim. Eu acredito. Eu acredito em tudo, como vocês já sabem.

    Até me provarem o contrário.

    Como seguidamente acontece.

    Ah, a Lupercale. Trata-se da caverna onde Rômulo e Remo foram amamentados por uma loba. Eles eram filhos de uma sacerdotisa virgem que cultuava a deusa Vesta, e de Marte, o deus da guerra. Gosto dessas histórias de virgens terem filhos de um todo-poderoso. São muito convincentes. Como não acreditar?

    Os bebês foram condenados à morte por Amúlio. Ele disputava com o rei Numitor, avô dos meninos, o controle de Alba Longa – como chamavam aquelas terras, hoje no centro da Itália. Como sempre, a ambição dos humanos não tem limites. Bem, para não serem executados, os garotinhos foram jogados no rio Tibre. Dava quase no mesmo; eles não sabiam nadar. Mas isso tanto faz.

    Estamos no século VIII a.C.

    Naqueles tempos tudo era possível.

    Pois quis a força dos semideuses, deuses, deusas e historiadores antigos que os gêmeos fossem encontrados em terra, perto do monte Palatino, imagina, por uma loba. Não se trata de uma mulher na idade da loba, como vocês estão pensando. Não, era uma loba mesmo; de verdade. Dessas que uivam para a lua. Ela os levou para a tal caverna e os amamentou.

    A escultura Loba Capitolina, do século V a.C., mostra a loba de bronze aleitando os gêmeos. Está nos Museus Capitolinos, ali perto, comprovando a veracidade dos fatos. As imagens de Rômulo e Remo só foram acrescentadas à obra no século XV. Portanto, dois mil anos depois. Mas esses pequenos detalhes não atrapalham em nada a obra dos deuses.

    Um pequeno lapso do escultor original.

    Corrigido mais tarde.

    Como eram garotos de sorte, além de semidivinos, foram encontrados por um velho pastor, e criados por ele. Não se sabe como, mas o pastor Fáustulo, um empregado de Amúlio, justamente o sujeito que desejava matá-los, se apropriou das crias da loba.

    Talvez ela tenha se cansado do choro das crianças e caído fora. Ou os rejeitado quando viu se tratar de animais egoístas, violentos e sem a menor serventia para caçar seus próprios alimentos. Viviam mamando em suas tetas.

    Mas ela tem um bom lugar na história.

    As gerações futuras entenderam seu gesto.

    2

    Monte Palatium 2

    O Palatino está no centro de Roma.

    Dos tempos antigos aos atuais.

    Quase no topo da colina, a noroeste da Domus Flavia, está a Casa di Livia, uma das construções mais bem preser­vadas do Palatino, onde morava a esposa de Augusto. Em frente, fica a Casa di Augusto, residência do imperador. Ainda se podem admirar os magníficos afrescos em tons vivos de vermelho, amarelo e azul.

    O sábio casal, já naquela época, morava em casas separadas. Dizem as más-línguas de então que por isso não se separavam. Gente há, em todas as épocas, para criticar as atitudes dos outros. Mesmo quando a ideia é boa.

    Atrás da Casa di Augusto ficam as Capanne Romulee.

    Cabanas Romuleanas.

    Depois de salvos por um velho pastor, Rômulo e Remo foram criados nessas cabanas, de onde saíam para suas brincadeiras pelas sete colinas da região, à beira do rio Tibre. Mudaram-se muitas vezes, tantas que perderam o local onde tinham sido encontrados pela loba. Que, a essa altura, já devia andar longe. Ou amamentando seus próprios lobinhos. Gente cansa.

    Na idade adulta, os rapazes decidiram fundar uma cidade onde foram salvos. Como não lembravam o lugar exato, consul­taram os oráculos. Óbvio, naquela época não existia Google. Os oráculos aconselharam os irmãos a ficarem atentos aos avisos dos deuses. Isto é: passaram o problema adiante.

    Então, aconteceu. Remo viu no monte Aventino seis abutres. Rômulo viu doze no monte Palatino. Às vezes, os deuses se manifestam disfarçados; eles sabiam. Os sinais estavam claros, e Rômulo começou a construir no Palatino. Remo discordou, e brigaram. Rômulo matou Remo.

    Qualquer semelhança é mera coincidência.

    Os deuses são outros, embora tão vingativos quanto.

    Fáustulo, o pai adotivo dos rapazes, morreu tentando evitar a briga. Melhor sorte teve a loba, que caiu fora antes. Bem antes. Instinto animal. Para se livrar de tamanho remorso, Rômulo deu à futura cidade o nome de Roma.

    Feita a catarse, era preciso tocar a vida. Rômulo con­servou para si o Palatino e construiu pequenos abrigos nos montes Capitolino, Aventino, Célio, Esquilino e Quirinal e os disponibilizou a quem neles quisesse morar. Logo, os lugares ficaram povoados por bandos de criminosos, escravos e todo tipo de fora da lei. Essa gente, sabe? Atraídos pela fama de Rômulo. Todos homens. Sim, todos homens. Não dava. Uma cidade sem mulheres?

    Mas Rômulo tinha suas artimanhas, era esperto como um lobo. Ele deu uma grande festa e convidou os moradores de outras regiões para a diversão. Participaram tribos etruscas, sabinas e latinas, entre outras. Enquanto assistiam aos jogos em homenagem ao deus Netuno Equestre, Rômulo e seus comparsas atacaram os povoados e sequestraram as mulheres. O rebuliço foi tão grande que entrou para a história como o Rapto das Sabinas.

    O feito virou obra de arte.

    Como tudo na Roma Antiga.

    Nos Museus Capitolinos, ali perto, há um quadro de Pietro da Cortona mostrando como deve ter sido a façanha. Existem outras obras espalhadas ao redor do mundo sobre o Rapto das Sabinas, como quadros de Johann Heinrich Schönfeld, no Hermitage, em São Petersburgo; dois famosos de Nicolas Poussin, um no Metropolitan Museum of Art, em Nova York, e outro no Louvre, em Paris; e um de Peter Paul Rubens, na National Gallery, em Londres. Além da famosa escultura de Giambologna, na Loggia dei Lanzi, em Florença.

    Apesar de tomadas à força, parece que as damas não se rebelaram

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