Princesa Bia E O Reino Encantado
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Princesa Bia E O Reino Encantado - Aloisio Villar
Aloisio Villar
1
APRESENTAÇÃO
Ah a infância.
A infância é a fase mais curiosa de nossas vidas porque passamos a infância toda querendo logo ficar adultos e quando finalmente viramos adultos temos saudade e queremos voltar a ser crianças.
Mas na verdade nunca precisamos deixar de ser crianças. Nosso lado criança nunca morre, na verdade fica dentro de nós
adormecido e cabe a nós acordá-lo de vez em quando. Criança é um ser melhor que nós, mais evoluído e mais fel iz simplesmente porque sonha.
Criança muitas vezes não separa a fantasia do real, a imaginação do concreto e ta mais do que certa. Vida real é uma coisa muito chata. Temos que nos permitir o sonho, nos deixar levar pela força da imaginação.
Toda criança é rei, rainha, príncipe e princesa de um reino encantado e a todos nós adultos é permitido visitar esse reino. Basta se permitir. Basta ter a sabedoria de uma criança e entender que o sonho nada mais é que a vida em formato de poesia.
Pegue o passaporte e embarque no trem que te leva ao reino encantado.
Boa viagem.
2
A VILA
Era uma vez..
Dizem que toda boa história. Que envolva fantasia, encantamento começa assim, com Era uma vez
e nossa história começa assim.
Era uma vez..
Era uma vez uma vila. Uma vila como muitas vilas que existem no país, com pessoas como muitas que também existem por aí.
Mas seu moço, se chegue, puxe uma cadeira que a história que eu vou contar é bem interessante.
No meio de todas essas pessoas comuns dessa vila comum existiam pessoas especiais. Pessoas batalhadoras, que acordavam junto com o Sol para ir trabalhar, mulheres que tomavam conta de casa e de seus filhos. Filhos..crianças normais que brincavam na rua até de noite jogando bola, pique esconde, pique bandeira, queimado, andavam de bicicleta e também brincavam em computadores, notes, vídeo games , celulares e tablets como qualquer criança normal de hoje em dia.
Como qualquer criança feliz.
No meio dessas crianças felizes, especiais, bacanas tinha uma menininha. Uma menina maravilhosa, carismática, de olhos brilhantes e sorriso largo. Seus cabelos negros cacheados
3
combinavam com a pele branquinha, às vezes queimada do Sol que acompanha as crianças felizes que sabem a alegria e o aprendizado que as ruas passam.
Seu nome era Ana Beatriz, mais conhecida como Bia. Também era conhecida como Bibica, Bibiquinha, Bibica cara de pinica como chamava seu pai sem nem saber o que isso significava ou princesa Bia. Todos apelidos dados por seu pai que lhe tinha muito amor.
Bia vivia numa casa que não era luxuosa, nem fruto de muita riqueza, mas também não era feia ou ruim. Era uma casa normal, confortável de dois quartos, sala, cozinha e um banheiro. Uma casa padrão seguindo a linha das casas da vila.
Bia vivia na casa com seus pais, Anderson e Rebeca e seu irmão mais novo Lucas. Além deles, claro, tinha uma gatinha preta que ela dera o nome de Fofuxa
. Ai de mim se não citasse a Fofuxa.
Bia sempre foi louca por animais. Sempre foi louca pela vida.
Era uma menina arteira. Isso causava desespero nos pais, principalmente na mãe, que não percebiam que criança arteira é criança saudável. Bagunceira, não era raro que o chinelo cantasse em sua bundinha, por mais que isso seja politicamente incorreto hoje em dia. Sua mãe, quando confrontada sobre isso, respondia Nunca vi alguém enlouquecer ou virar bandido porque tomava chinelada dos pais
.
4
Mas Bia também era inteligente. Muito inteligente. Capaz de criar histórias que prendiam atenção de todos. Falava de reinos, príncipes, princesas, mas também curtia histórias de terror. Zumbis, mortos vivos e vampiros como estão na moda. Estudiosa, tirava sempre notas altas na escola dando orgulho aos pais.
E amorosa demais. Uma flor. Um doce de menina. Uma princesa como seu pai sempre dizia.
Lucas era mais comedido. Menino lindo com cabelo que caía nos olhos Lucas era mais novo que a Bia. Também gostava de brincar na rua, apesar de ser mais caseiro que a Bia, curtia mais games. Lucas teve alguns probleminhas de saúde ao nasc er, mas graças a tratamento e natação se tornou um menino forte e saudável. Seu pai brincava que ele tinha cara de sonso, de menino pidão e dessa forma conseguia tudo.
A mãe deles, Rebeca, era amorosa. Excelente cozinheira, fazia comidas maravilhosas mesmo quando a família não estava com muito dinheiro. Sua macarronada de domingo ficou famosa. Sempre por coincidência aparecia algum amigo das crianças ou do marido na casa da família aos domingos e acabava filando a bóia
.
Também era excelente cantora. Seu sonho era ser cantora, mas infelizmente o sonho não foi adiante. Mas todas as manhãs acordava as crianças cantando e depois continuava a cantoria para fazer o almoço. Diversas vezes vizinhos sentavam na calçada da família e passavam a manhã lá só para ouv irem Rebeca cantar.
5
Mas mesmo com tudo isso Rebeca era séria, introspectiva, talvez por ter sofrido um pouco na vida. Era a mais durona
da casa também. Rebeca era a responsável pelas broncas e chineladas.
Quando as crianças aprontavam e sabiam que sobrariam para elas corriam para Anderson. O pai.
O pai era diferente da mãe. Diziam