O Serviço Social e a psicologia no judiciário: Construindo saberes, conquistando direitos
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O Serviço Social e a psicologia no judiciário - Eunice Teresinha Fávero
Conselho Editorial da área de Serviço Social
Ademir Alves da Silva
Dilséa Adeodata Bonetti (Conselheira Honorífica)
Elaine Rossetti Behring
Ivete Simionatto
Maria Lúcia Carvalho da Silva
Maria Lúcia Silva Barroco
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
(Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)
O serviço social e a psicologia no judiciário [livro eletrônico] : construindo saberes, conquistando direitos / Eunice Teresinha Fávero (orgs.), Magda Jorge Ribeiro Melão, Maria Rachel Tolosa Jorge. – São Paulo : Cortez, 2022.
ePub
Vários autores.
Bibliografia.
ISBN 978-65-5555-268-3
1. Poder judiciário - São Paulo (Estado) 2. Psicologia forense - São Paulo (Estado) 3. Serviço social - São Paulo (Estado) I. Fávero, Eunice Teresinha. II. Melão, Magda Jorge Ribeiro. III. Jorge, Maria Rachel Tolosa.
22-113318
CDD-361.98161
Índices para catálogo sistemático:
1. Serviço social e psicologia : Trabalho no Poder Judiciário : São Paulo : Estado 361.98161
Cibele Maria Dias - Bibliotecária - CRB-8/9427
O serviço social e a psicologia no judiciário : construindo saberes, conquistando direitosO SERVIÇO SOCIAL E A PSICOLOGIA NO JUDICIÁRIO: construindo saberes, conquistando direitos
Eunice Teresinha Fávero, Magda Jorge Ribeiro Melão, Maria Rachel Tolosa Jorge (Organizadoras)
Capa: de Sign Arte Visual
Revisão: Patrizia Zagni
Diagramação: Linea Editora
Conversão para Epub: Cumbuca Studio
Editor assistente: Priscila Flório
Assessoria editorial: Liduina Oliveira e Silva
Coordenação editorial: Danilo A. Q. Morales
REALIZAÇÃO:
ASSOCIAÇÃO DOS ASSISTENTES SOCIAIS E PSICÓLOGOS DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO – AASPTJ-SP. GESTÃO UM NOVO TEMPO/2001-2005
Rua Barão de Itapetininga, 125, 2o andar, conj. 21
01042-001 – Centro/São Paulo – SP
Tel./Fax: (11) 3256-5011 –
Site:
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© 2005 by AASPTJ-SP
Direitos para esta edição
CORTEZ EDITORA
Rua Monte Alegre, 1074 – Perdizes
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Tel.: +55 11 3864-0111
E-mail: cortez@cortezeditora.com.br
www.cortezeditora.com.br
Publicado no Brasil – 2022
Grupo de Pesquisa
ANA MARIA DA SILVEIRA. Assistente social, mestre em Serviço Social. Desenvolve estudos e pesquisas na área da adoção, pelo NCA/PUC-SP. É assistente social do TJSP, tendo atuado na Justiça da Infância e da Juventude, Família e, atualmente, na seleção e no acompanhamento de magistrados. Exerceu o cargo de segunda secretária da AASPTJ-SP, na primeira gestão (pesquisadora).
ANGÉLICA AIRES NETTO. Psicóloga, especialista em Psicologia. É psicóloga do TJSP, tendo trabalhado com recursos humanos e, atualmente, trabalha na Vara da Infância e da Juventude e Vara da Família e das Sucessões (pesquisadora).
ELENICE PAULINELI NAVAS. Psicóloga, especialista em Psicoterapia. É Psicóloga do TJSP, tendo trabalhado na Justiça da Infância e da Juventude e, atualmente, trabalha na seleção e no acompanhamento de magistrados. Exerceu a função de primeira secretária da AASPTJ-SP, de 1997 a 1999 (pesquisadora).
EUNICE TERESINHA FÁVERO. Assistente social, doutora em Serviço Social. Vem desenvolvendo pesquisas sobre o Serviço Social no Judiciário e participa da coordenação do curso de Especialização Serviço Social na Área Judiciária, na PUC-SP. É assistente social do TJSP, tendo trabalhado na Justiça da Infância e Juventude, Família e com Servidores. Atualmente é diretora/primeira secretária da AASPTJ-SP (coordenadora da pesquisa pela AASPTJ-SP).
MAGDA JORGE RIBEIRO MELÃO. Psicóloga, especialista em Psicologia. Atuou como psicóloga no TJSP, na Justiça da Infância e da Juventude, Família, e na antiga Equipe Técnica de Coordenação do Desenvolvimento Profissional dos Assistentes Sociais e Psicólogos. É, atualmente, segunda secretária da AASPTJ-SP (cocoordenadora da pesquisa/pesquisadora).
MARIA RACHEL TOLOSA JORGE. Assistente social, doutora em Serviço Social. Vem desenvolvendo estudos na esfera do Ensino Superior, Formação Profissional, Fundamentos Metodológicos em Serviço Social e Práticas Institucionais. Exerceu a docência na PUC-SP e na Unesp, participando em diferentes atividades da gestão acadêmica (coordenadora acadêmica da pesquisa).
MARIA TERRA PIZZA. Assistente social, especialista em Serviço Social na Área Judiciária. É assistente social do TJSP, tendo atuado na Justiça da Infância e da Juventude, com recursos humanos, e, atualmente, é lotada na Vara da Família e das Sucessões. Foi membro do Conselho de Representantes da AASPTJ-SP (pesquisadora).
NILCEMARY OLIMPIO DE SOUSA. Assistente social. Participou da criação da 1a Delegacia de Defesa da Mulher em São Paulo. É assistente social do TJSP, tendo trabalhado nas Varas Especiais e Varas da Infância e Juventude — interior e capital, lotada atualmente em São Paulo (pesquisadora).
SOLANGE ROLO DA SILVEIRA. Assistente social, especialista em Violência Doméstica contra Crianças e Adolescentes. É assistente social do TJSP, atuando na Justiça da Infância e da Juventude. Participou da Diretoria Provisória da AASPTJ-SP nos anos 1992-1993 (pesquisadora).
YEDA CORIBELLI MORATO. Psicóloga, especialista em Psicologia. É psicóloga do TJSP, atuando na Justiça da Infância e da Juventude. Foi membro do Conselho de Representantes da AASPTJ-SP (apoio à coordenação da pesquisa/pesquisadora).
DA JUSTIÇA À DEMOCRACIA
Agora mesmo, neste instante em que vos falo, longe, ou aqui ao lado, à porta da nossa casa, alguém a está matando (a Justiça). De cada vez que morre, é como se afinal nunca tivesse existido para aqueles que nela tenham confiado, para aqueles que dela esperavam o que da Justiça todos temos o direito de esperar: Justiça, simplesmente justiça. Não a que se envolve em técnicas de teatro e nos confunde com flores de vã retórica judicialista, não a que permitiu que lhe vendassem os olhos e viciassem os pesos da balança, não a da espada que sempre corta mais para um lado que para o outro, mas uma justiça pedestre, uma justiça companheira quotidiana dos homens, uma justiça que chegasse a ser tão indispensável à felicidade do espírito como indispensável à vida e ao alimento do corpo. Uma justiça exercida pelos tribunais, sem dúvida sempre que a isso determinasse a lei, mas também, e, sobretudo, uma justiça em que se manifestasse, como um imperativo moral, o respeito pelo direito a ser que a cada ser humano assiste.
José Saramago
Sumário
Apresentação à 3ª edição
Apresentação
Prefácio
Projeto profissional e trabalho do Assistente Social: o Serviço Social no Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo
Marilda Villela Iamamoto
A construção de um saber psicológico na esfera do Judiciário paulista: um lugar falante
Dayse Cesar Franco Bernardi
Introdução
PARTE I
Instituição judiciária e a trajetória do Serviço Social e da Psicologia
Capítulo I Judiciário: contexto e estrutura
1. A instituição
2. Estrutura organizacional do Tribunal de Justiça
Capítulo II O Serviço Social e a Psicologia no Brasil e no Judiciário paulista
1. Breve histórico do Serviço Social no Brasil
2. Breve histórico da Psicologia no Brasil
2.1 Anotações sobre a Psicologia Jurídica
3. A inserção do Serviço Social no Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo
4. A inserção da Psicologia no Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo
5. A ampliação das áreas de trabalho
6. A organização das categorias e o investimento na capacitação
PARTE II
Sobre a metodologia da pesquisa
1. Origem, objeto, objetivos e temas centrais do estudo
2. Composição, qualificação e dinâmica de trabalho do grupo de pesquisa
3. Opção metodológica e processo de pesquisa
4. Construção e dinâmica de aplicação dos instrumentos da pesquisa
5. Procedimentos para análise e organização dos dados
PARTE III
Realidade social — Contexto e demandas
Capítulo I Demanda de atendimento
Capítulo II Expressões da realidade social
1. Depoimentos dos sujeitos
1.1 Depoimentos dos assistentes sociais e psicólogos
Capítulo III Expressões das questões de natureza psicológica
1. Depoimentos dos sujeitos
1.1 Depoimentos dos psicólogos e assistentes sociais
PARTE IV
Trabalho — Ações, condições e relações
Capítulo I Componentes do trabalho: objetivos, atividades, tempo e instrumentos
1. Objetivos e atividades profissionais
1.1 Objetivos e atividades do Serviço Social
1.1.1 Objetivos
1.1.2 Atividades
1.1.3 Atividades consideradas não específicas de Serviço Social
1.2 Objetivos e atividades da Psicologia
1.2.1 Objetivos
1.2.2 Atividades
1.2.3 Atividades consideradas não específicas da Psicologia
2. Distribuição diária das atividades e sua duração média
2.1 O tempo do Serviço Social
2.2 O tempo da Psicologia
2.3 Depoimentos dos assistentes sociais e psicólogos
3. Instrumentos de trabalho
3.1 Entrevista
3.2 Visita domiciliar
3.3 Visita a instituições
3.4 Entendimentos
3.5 Registros: relatórios, laudos e pareceres
3.5.1 Relatório, laudo e parecer social
3.5.2 Relatório, laudo e parecer psicológico
3.6 Registros estatísticos
3.7 Reuniões
3.8 Outros instrumentos
Capítulo II Relações de trabalho
1. Relações inter e extraequipes
1.1 Depoimentos dos assistentes sociais e psicólogos
2. Relações com a comunidade
2.1 Assistentes sociais: desenvolvimento de contatos e projetos com organizações externas ao Tribunal de Justiça
2.2 Psicólogos: Desenvolvimento de contatos e projetos com organizações externas ao Tribunal de Justiça
Capítulo III Condições físicas e materiais de trabalho
1. Condições físicas
1.1 Depoimentos dos assistentes sociais e psicólogos
2. Condições materiais
Capítulo IV Instituição judiciária e trabalho: cotidiano, sentimentos e proposições
1. A fala dos sujeitos sobre a experiência
2. Os assistentes sociais
2.1 Depoimentos dos assistentes sociais
3. Os psicólogos
3.1 Depoimentos dos psicólogos
4. É possível mudar
: Necessidades e proposições
4.1 Depoimentos dos assistentes sociais e psicólogos
PARTE V
Os assistentes sociais e psicólogos do TJSP: conhecendo um pouco do seu perfil
Capítulo I Identificação do sujeito
1. Sexo
2. Faixa etária
3. Estado civil e número de filhos
4. Local de moradia
Capítulo II Formação profissional
1. Unidade de ensino de graduação por RA
2. Natureza da unidade de ensino
3. Ano de conclusão da graduação
4. Capacitação profissional
4.1 Serviço Social
4.2 Psicologia
Capítulo III Caracterização funcional
1. Local de trabalho e lotação funcional
2. Início do exercício no Tribunal de Justiça e na atual lotação
3. Natureza do contrato de trabalho
4. Instância imediata à qual se subordina
Ações, condições e relações de trabalho: Considerações gerais
Referências
Anexos
Anexo I — Atribuições dos psicólogos
Anexo II — Atribuições dos assistentes sociais
Apresentação à 3a edição
A gestão atual da AASPTJ-SP, Construindo a Manhã Desejada
(2005-2009), vem cumprindo sua carta-programa que enfatiza a necessidade de dar continuidade ao processo de construção de um projeto profissional competente e comprometido, baseando-se na especificidade das ações profissionais de proteção especial ligadas ao Sistema de Garantia de Direitos.
A AASPTJ-SP, coerente com a proposta de qualificação das ações profissionais, tem estabelecido parcerias institucionais e promovido eventos de capacitação continuada em encontros, seminários e reuniões com os associados da Capital e do interior do estado. Entre elas, com os Conselhos Federais e Regionais de Serviço Social e de Psicologia, com os quais vem construindo uma agenda de discussões éticas e políticas na defesa de um exercício profissional competente em condições dignas de trabalho, exigindo que o Estado assuma suas responsabilidades de garantir o acesso à Justiça e de restabelecer o direito, ameaçado ou violado, de todos os cidadãos.
Com base nos resultados da pesquisa que deu origem a essa publicação, a AASPTJ-SP conseguiu a realização pelo Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo de concursos e provas seletivas em 2005 e contratação de parte do quadro planejado de assistentes sociais e psicólogos judiciários, em 2006 e 2007. Lutou pela extensão do prazo de validade dos concursos por mais dois anos, ampliando as possibilidades de contratação e modificando uma tendência observada na instituição de terceirização de serviços e implantação de serviço voluntário.
A partir da pesquisa e da publicação dela decorrente, a AASPTJ-SP conseguiu maior respeitabilidade em suas reivindicações junto à instituição empregadora, com diálogo frequente junto às autoridades competentes sobre as demandas apresentadas pelos profissionais, garantindo maior acesso a atividades de desenvolvimento profissional e melhorias em algumas de suas condições de trabalho. Entre elas, a ampliação do quadro de profissionais nas comarcas do interior do estado, a garantia de aposentadoria pelo regime próprio para servidores contratados pela Lei 500, a manutenção e criação de novos grupos de estudo e, a participação ativa dos profissionais em comissões de trabalho responsáveis por criar normas e projetos de ação adequados às realidades locais.
Avançando além dos muros da instituição, os assistentes sociais e psicólogos judiciários participam da construção de referencias para as políticas públicas municipais e da formação de redes sociais, vencendo o isolamento e a incompletude institucionais.
A AASPTJ-SP, com base na pesquisa, sugeriu e o Tribunal de Justiça criou um Núcleo de Apoio de Serviço Social e Psicologia, atualmente instalado junto à Corregedoria Geral da Justiça — instância responsável por pesquisar, conhecer e implementar mudanças efetivas para as questões de ordem técnica apresentadas pelas equipes interdisciplinares a respeito das dificuldades encontradas no cotidiano institucional. A diversidade de situações e os limites inerentes à instituição judiciária foram devidamente qualificados na pesquisa, indicando a premência de critérios que permitam uma ação profissional preocupada com o devido alcance social, isto é, ser capaz de contribuir com transformações na realidade social que gera a judicialização da pobreza, a exclusão dos desiguais e a justificação das divergências por patologias.
Atualmente, o Tribunal de Justiça de São Paulo mantém um quadro próprio de assistentes sociais e psicólogos trabalhando junto à Comissão Estadual Judiciária Adoção Internacional, à Secretaria de Recursos Humanos, ao Serviço Psicossocial de Atendimento aos Servidores e Magistrados, ao Psicossocial Vocacional, à Justiça da Infância e Juventude, às Varas de Família e Sucessões e na implementação de novos projetos, tais como os referentes à Justiça Restaurativa, à efetivação dos direitos da mulher pela Lei Maria da Penha, aos novos procedimentos de resolução pacífica de conflitos como a Mediação e a Conciliação, aos direitos do Idoso. Contudo, a essa enorme ampliação de competências e dos saberes a elas atrelados, ainda não correspondeu um empenho institucional capaz de operar as mudanças necessárias nas condições concretas de trabalho. Ainda precisamos mostrar que a Reforma do Judiciário não se faz apenas com a modernização dos equipamentos e a informatização de informações, mas com o devido investimento nos operadores — profissionais que compartilham o exercício da efetivação de direitos...
A AASPTJ-SP continua trabalhando para que as condições de trabalho possam ser garantidas na instituição judiciária, com instalações adequadas ao exercício da função e à dignidade das pessoas que buscam no Judiciário respostas justas aos conflitos de diferentes ordens e às expectativas de direitos difusos e coletivos.
A investigação inédita realizada pela AASPTJ-SP ganhou força e expressão nas instituições de ensino e pesquisa, por mostrar a abrangência da proposta metodológica qualitativa, permitindo que os pesquisadores — sujeitos da própria prática e da instituição pesquisada — pudessem compartilhar a construção coletiva de suas próprias identidades.
A Associação integra hoje entidades nacionais de representação dos servidores do Poder Judiciário e vem construindo caminhos para que a especificidade da prática do Serviço Social e da Psicologia na instituição judiciária possa ser respeitada por todos os organismos que regulam as ações profissionais para continuar construindo saberes e conquistando direitos.
Apresentação
A Associação dos Assistentes Sociais e Psicólogos do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo — AASPTJ-SP, criada em agosto de 1992, reúne em seu quadro, atualmente, cerca de 90% dos profissionais das duas categorias. É uma entidade sem fins lucrativos, que tem por objetivos congregar os assistentes sociais e psicólogos que trabalham no Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo (TJSP), defender os interesses gerais e as legítimas reivindicações desses profissionais e promover o aprimoramento técnico, profissional e cultural de seus associados.
Acreditando que a organização política, a formação continuada e a produção de conhecimentos são compatíveis e necessários para a afirmação e consolidação de projetos profissionais comprometidos com transformações qualitativas na realidade, a Associação vem buscando investir nessa direção.
Assim, a diretoria da gestão Um Novo Tempo (2001-2005) engajou-se no desenvolvimento de inúmeras ações, dentre elas a participação na Comissão de Mobilização e Negociação Permanente dos Servidores do Poder Judiciário do Estado de São Paulo, a descrição das atribuições dos assistentes sociais e psicólogos do TJSP, a realização de vários encontros, regionais e estadual, a organização e efetivação de premiação de trabalhos interdisciplinares dos associados, o desenvolvimento de trabalhos e pesquisas relacionados à criança, ao adolescente e à família, em especial sobre a medida de proteção abrigo
e o direito à convivência familiar, o posicionamento público em favor de ações e projetos democráticos, em defesa de direitos, especialmente os da criança e do adolescente, além de providências diversas relacionadas ao trabalho cotidiano dos profissionais, para um atendimento digno à população.
A realização da pesquisa que deu origem a este livro concretiza um dos principais compromissos dessa gestão, que é o conhecimento científico da realidade de trabalho desses profissionais, nos diversos espaços onde atuam. Isto para fundamentar proposições e ações com vistas à conquista, garantia e ampliação de direitos dos associados e dos sujeitos que eles atendem no dia a dia de trabalho, tendo a consolidação do projeto ético-político e teórico-metodológico das profissões na instituição judiciária como central.
Os resultados são reveladores da multiplicidade e da complexidade das ações com as quais trabalham, da dinâmica e gravidade expressas pela realidade social e de questões de ordem emocional postas no cotidiano da intervenção, da necessidade de investimentos contínuos na ampliação do quadro de pessoal, de capacitação continuada, de diretrizes norteadoras do trabalho. Enfim, da adoção de uma política de trabalho, pela instituição judiciária, que reconheça as necessidades específicas dessas áreas e a importância da garantia de um serviço público de qualidade — enquanto direito da população ao acesso a serviços e ações do Judiciário.
DIRETORIA DA AASPTJ-SP*
*. Componentes da diretoria da AASPTJ-SP em exercício durante a realização da pesquisa: Dayse Cesar Franco Bernardi (presidente), Clarinda Frias (vice-presidente), Eunice Teresinha Fávero (primeira secretária), Rute Borges Dias (primeira tesoureira), Abigail Aparecida de Paiva Franco, Célia Suzana Schiavon Gonçalves, Emílio Carlos Thomazi (conselheiros fiscais), Rita de Cássia Silva Oliveira (suplente).
PREFÁCIO
Projeto profissional e trabalho do Assistente Social:
o Serviço Social no Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo
Marilda Villela Iamamoto
O presente livro, O Serviço Social e a Psicologia no Judiciário: construindo saberes, conquistando direitos, organizado com base em pesquisa realizada pela Associação dos Assistentes Sociais e Psicólogos do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo (AASPTJ-SP), na gestão 2001-2005, revela-se como uma inestimável contribuição sobre a realidade do trabalho e dos profissionais que lhe dão vida no Poder Judiciário paulista e para projetar ações voltadas à garantia da qualidade dos serviços prestados, à melhoria das condições e relações de trabalho vigentes e à viabilização dos direitos de cidadãos e cidadãs atendidos por assistentes sociais e psicólogos desse Tribunal.
Trata-se de uma publicação de especial relevância para o conjunto dessa esfera de Poder, mas que também a ultrapassa, ao