A Inusitada Vida De Marlene Simon

De Mauriene Vieira Dos Santos

Como é a vida de quem vive entre o real e o imaginário? Neste livro, A Inusitada Vida de Marlene Simon, são exemplificadas situações e sintomas vivenciados pela personagem Marlene Simon. O texto, em linguagem simples, aborda o tema do Transtorno de Humor, com foco no Transtorno Bipolar. O livro faz uma introdução sobre a temática do Transtorno Bipolar, baseando-se na história da personagem que apresenta, entre outros sintomas, delírios e alucinações.

• Idioma: Português
• Editora: Clube de Autores
• Data de lançamento: 26 de mar. de 2021

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A Inusitada Vida De

Marlene Simon

Mauriene Vieira dos Santos

Ficha catalográfica

ISBN Digital: 978-65-00-19609-2

ISBN Físico: 978-65-00-19608-5

Agradecimentos

Sou eternamente grata a Deus por me dar saúde. Agradeço ao meu pai, Braz Marques, por ser meu companheiro de todas as horas e a todos que me apoiaram ou contribuíram para elaboração deste livro, principalmente, meu irmão Ivan Vieira; minha sobrinha Ianna Oliveira e sua a sua amiga Myara Cristyne; Mirtes Completo e sua sobrinha Mariana Amorim; Givaldo Corcinio e Danilo Naves.

A COMPLEXIDADE DO SER HUMANO

Todos nós temos alterações de humor. Quem é que não ficaria feliz com uma promoção inesperada ou não se entristeceria com o falecimento de um ente querido? Nós somos seres sociais e interagirmos com pessoas muito diferentes umas das outras, mas é curioso notar, como cada pessoa reage de forma diferente as mesmas situações, com por exemplo, numa situação de assalto ou ao receber uma ótima notícia. O comportamento humano é fascinante!

Lendo-se o julgamento de Joana D’arc, que ocorreu entre janeiro e maio de 1431, nos perguntamos: o que levou aquela jovem, de apenas 18 anos, a desenvolver uma personalidade tão incomum? Toda a história dela é surpreendente. Como explicar o fato de depois dela ser atingida por uma flexa de besta entre o ombro e o pescoço, poucas horas depois, mesmo ferida, ela se colocar na linha de frente do campo de batalha? Outra ação surpreendente deu-se quando ela foi capturada e pulou da janela da torre do Castelo, onde estava aprisionada. O que leva algumas pessoas a cometerem atos tão extremos e até heroicos? Jehanne La Pucelle, nome oficial de Joana, afirmava que ouvia vozes e recebia mensagens enviadas por Deus, do arcanjo Miguel, de Santa Margarida e de Santa Catarina. Começou a ouvir vozes divinas aos 13 anos de idade.

Aos 16 anos, Joana decidiu seguir os conselhos dessas vozes divinas e partiu, sem que seus pais soubessem, para encontrar-se com o capitão Robert de Baudricourt, a fim de convencê-lo a dar-lhe uma escolta até o castelo de Chinon, onde desejava encontrar-se com o Delfim Carlos. Ela afirmava ter uma mensagem de Deus para o Delfim, sendo uma enviada de Deus para levar a França a vitória sobre a Inglaterra e que ela conduziria seus exércitos. Argumentava ainda que Carlos seria coroado o rei da França e que esta era a vontade de Deus.

Joana D’Arc convenceu Carlos. Assim, ela participou de batalhas e Carlos foi coroado rei, após a batalha de Orleães. As batalhas em outras regiões continuavam e Joana D’arc foi capturada no campo de Margny, pelos franceses aliados dos ingleses, foi negociada e vendida aos ingleses. Posteriormente foi julgada e condenada a ser queimada em praça pública.

Joana D’arc era definida como um jovem corajosa e equilibrada, líder militar feminina. Ela era extremamente devota a religião católica. Tinha grande preocupação com a guerra que acontecia entre a França e a Inglaterra. Apesar do preconceito que as mulheres daquele período viviam, ela conseguiu convencer militares, nobres e até o futuro rei da França da missão divina que ela deveria cumprir. Isso revela que ela deveria ter um discurso coerente e inteligente. Mas se a história de Joana acontecesse atualmente? Como as ações de Joana seriam interpretadas?

Medeiros (2014) citando Jaques Cordier (1951) refere que Joana, a partir dos 13 anos, teve alucinações confusas auditivas e visuais, mas com o tempo tornaram-se mais precisas e se intensificaram. Segundo o mesmo autor:

A análise psicológica dos relatos sobre as vozes mostra que suas exortações, conselhos, encorajamentos e promessas eram pulsões, desejos, intenções, esperanças e anseios de Joana, expressos inconscientemente de forma alegórica e próprios de uma mentalidade coletiva saturada de representações religiosas.

É importante notar que as