Diálogos (reais) De Um Psicopata

De Grazi Calazans

Em “Diálogos (reais) de um psicopata” estão relatados os diálogos trocados entre um casal em separação. Após um ano de dúvidas, discussões e algumas tentativas de agressão, Christina começa a acreditar que talvez Patrick não seja de fato a pessoa que aparentava ser. Entre quatro paredes ele andava bem estranho. Quando finalmente terminam a relação, por iniciativa de Patrick, Christina ainda leva nove meses, praticamente uma gestação, para se dar conta de que estava se relacionando com um psicopata. Foi algo difícil de perceber, pois ao imaginar este perfil, pensa-se logo em personagens de filmes e séries de serial killers. Entretanto, em sua grande maioria, eles não são assassinos e vivem como se fossem pessoas comuns. Apenas em casos extremos, os psicopatas matam com requintes de crueldade. Manipulação, mentiras, culpabilização, o ciclo do perdão. Uma história real que em muitos momentos se assemelha a uma ficção, tamanha as facetas que uma personalidade psicopata pode atingir. As recomendações que lera sobre convivência com psicopatas eram justamente cortar todo e qualquer tipo de contato com pessoas desse gênero. Mas como lidar com alguém assim, sendo que este alguém é o pai de seus filhos?

• Idioma: Português
• Editora: Clube de Autores
• Data de lançamento: 7 de ago. de 2017

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Ed

Grazi Calazans

Diálogos

(reais)

de um

Psicopata

Edição do Autor

2017

A gratidão sempre está presente em todos os dias da

minha vida. Neste livro em especial, agradeço a minha

amiga-irmã Laurene Teófilo, pelo apoio incondicional e

pelas inúmeras conversas, ao amigo Armando Vilela, que

me deu o sopro de inspiração, ao amigo Totonho Lisboa,

que me ajudou em detalhes que fizeram toda a

diferença, aos anjos Antônio Rodrigues e Susete

Santos, que me socorreram em um momento

extremamente crítico, e ao Dr. Pedro Simões, pelo

acompanhamento profissional. Gratidão pelo desafio de

escrever este livro e o desejo de que ele cumpra o seu

papel.

A desilusão de hoje será a bênção de amanhã.

Chico Xavier

Sumário

Introdução----------------------------------------------------------------------

8

I. Impulsividade - Encerrando uma década de relacionamento--------

12

II. Superficialidade – O coitadinho -----------------------------------------

18

III. Eloquência – O ciclo do perdão-----------------------------------------

25

IV. Incumprimento – Promessas falidas -----------------------------------

37

V. Manipulação - O jogo da culpabilização--------------------------------

43

VI. Egocentrismo - A nova luz-----------------------------------------------

50

VII. Dissimulação - Usando os filhos mais uma vez-----------------------

66

VIII. Grandiosidade - Mais promessas e mais ataques--------------------

75

IX. Auto-referência excessiva - Vestindo a carapuça--------------------

87

X. Incorrigibilidade - Não eram as últimas palavras afinal--------------

91

XI. Irresponsabilidade - Sem dinheiro para os filhos, mas para

viajar...-------------------------------------------------------------------------

97

XII. Narcisismo – E o mundo continua girando ao seu redor------------

103

XIII. Impenitência - Cadê a paz mesmo?-----------------------------------

111

XIV. Amoralidade - Negociando direitos e deveres-----------------------

120

XV. Encantamento superficial - Mais um ciclo do perdão---------------

127

XVI. Propensão ao tédio - Competindo com um psicopata--------------

134

XVII. Mitomania - Preocupação seletiva-----------------------------------

143

XVIII. Parasitismo - Game Over----------------------------------------------

156

XIX. Vingança a qualquer custo – A última cartada do psicopata------

171

Conclusão-----------------------------------------------------------------------

184

Introdução

Este livro tem como objetivo compartilhar as experiências

de um caso real de convivência com um psicopata. É bastante

difícil assimilar tal definição, pois temos aquele estereótipo de que

psicopatas são serial killers, assassinos sanguinários. Entretanto,

isso é um grande equívoco. Os psicopatas estão entre nós, vivendo

como pessoas comuns, e na sua maioria não são criminosos, são

apenas pessoas inescrupulosas, reunindo uma série de

características que os enquadram em tal transtorno. Porém, são

difíceis de ser detectados, pois a psicopatia é quase que uma anti-

patologia.

Segundo a psiquiatra Ana Beatriz Barbosa Silva, psicopata é

o indivíduo que apresenta um transtorno de personalidade,

caracterizado por total ausência do sentimento de culpa,

arrependimento ou remorso pelo que faz de errado, falta de

empatia e a incapacidade de sentir emoções de uma forma geral,

tais como amor, tristeza, medo, compaixão etc. Psicopatas são

indivíduos capazes de passar por cima de qualquer pessoa apenas

para satisfazer seus interesses. É muito comum associarmos

psicopatia com loucura, mas isso também é uma ideia equivocada.

Loucura é o que a medicina denomina surto psicótico (alucinações

ou delírios), como ocorre com os portadores de esquizofrenia, por

exemplo. Os esquizofrênicos vivem em uma realidade paralela,

fora de si, e, exatamente por isso, não têm noção do que fazem. Já

os psicopatas sabem exatamente o que estão fazendo, que estão

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infringindo regras sociais, e que a vítima está sofrendo com suas

atitudes maquiavélicas, imorais e antiéticas. Isso porque os

psicopatas não apresentam problemas de ordem cognitiva ou

deficiência de raciocínio, mas no campo das emoções: aquilo que

nos vincula afetivamente com o outro.

O transtorno antissocial, como também é conhecida a

psicopatia na medicina, pode surgir na infância devido a traumas

psicológicos e, ao invés de se fecharem em seus medos, tal como

fazem esquizofrênicos e paranóides, os psicopatas criam uma

exteriorização elevada, bloqueando todas as emoções e tornando-

se pessoas frias e calculistas, incapazes de nutrir qualquer

sentimento verdadeiro. Geralmente são pessoas inteligentes,

eloquentes e manipuladoras, que podem fingir sentimentos como

ninguém, pois apesar de não os sentirem, eles analisam como as

outras pessoas os sentem e os imitam muito bem, por serem

excelentes atores. Estima-se que 3% da população mundial tenha

traços do transtorno de personalidade antissocial, atingindo mais

homens do que mulheres.

Ainda segundo a Dra. Ana Beatriz Barbosa Silva, reconhecer

um psicopata não é uma tarefa tão fácil como se imagina, até

porque a maioria não tem aparência de mau ou descuidada, tão

pouco possuem uma estrela na testa que possa identificá-los. Ter

cautela é sempre importante quando não se conhece alguém ainda

muito bem. Checar seus hábitos, saber um pouco do seu passado,

ficar atento ao joguinho da pena, do coitadinho. Ao identificar

um deles ou perceber que há algo de estranho no ar, alguns

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cuidados são importantes. Se houver condições, deve-se tomar

distância absoluta e jamais compactuar com alguém dessa

natureza. Mas eles podem ser muito dissimulados e fazer com que

suas vítimas demorem anos até perceberem suas reais intenções.

Foi o caso de Patrick, protagonista deste livro.

Patrick era poeta, tinha o dom das palavras. Carismático,

atencioso, encantador. Todos à sua volta reconheciam o seu

talento e ele inspirava as pessoas com suas palavras, pensamentos

e poesia. Quando Christina o conheceu logo sentiu-se

profundamente conectada. Ele a conquistara com declarações,

poesias e atitudes excepcionalmente altruístas e inocentes. Patrick

dizia que Christina era sua alma gêmea. Passaram-se dez anos e

Christina sempre o apoiava, apesar de perceber traços de egoísmo,

egocentrismo e possessividade durante aquele tempo. Sempre que

discutiam por alguma dessas manifestações da personalidade de

Patrick, ele acabava fazendo-a sentir-se culpada, pois a vida que

levavam juntos era maravilhosa e, afinal de contas, ninguém é

perfeito. Ao se mudaram para a Europa, os interesses de Patrick

foram abalados por problemas de ordem financeira e sua máscara

aos poucos começou a ruir. Christina não tinha mais serventia para

que ele alcançasse seus objetivos, uma vez que chegaram a um

ponto onde ele não tinha mais o que sugar dela. Após um ano de

discussões e algumas tentativas de agressão, Christina começou a

perceber que talvez Patrick não fosse de fato a pessoa que ela

acreditava ser. Quando finalmente terminaram a relação, Christina

ainda levou vários meses para se dar conta de que esteve se

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relacionando com um psicopata todo aquele tempo. Foi algo muito

difícil de perceber, pois ao imaginar este perfil, pensa-se logo em

personagens de filmes e séries de serial killers. Christina não sabia

ainda que, em sua grande maioria, psicopatas não são assassinos e

vivem como se fossem pessoas comuns. Ela enfrentou um longo

caminho até se curar daquela personalidade altamente tóxica e

devastadora. As recomendações sobre a convivência com

psicopatas indicam cortar todo e qualquer tipo de contato com

pessoas desse gênero. Mas como lidar com alguém assim, sendo que

este alguém é o pai de seus filhos?

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I.Impulsividade

Encerrando uma década de relacionamento

Uma das caracaterísticas da psicopatia é a impulsividade. A

impulsividade se origina em uma forte reatividade ao momento

presente, que produz um impulso para a ação bastante intenso,

sem parar para pensar. E quando o pensamento vem, já é tarde

demais. Esta dificuldade em parar para pensar está diretamente

ligada aos problemas de autocontrole e impulsividade. Geralmente,

a impulsividade pode causar arrependimentos, entretanto nos

psicopatas isso não ocorre, pois eles não sentem culpa por nada do

que fazem. Durante os 10 anos em que esteve com Christina,

Patrick demonstrou várias vezes a sua impulsividade, reagindo de

forma agressiva a diversas situações e agindo inúmeras vezes sem

pensar nas consequências de seus atos. O mesmo aconteceu ao

encerrar o relacionamento.

De Patrick

Para Christina

11/09/2015

"Eu não disse nada hoje em consideração à minha mãe e às

crianças, mas eu estou chocado por você estar denegrindo a minha

imagem deste jeito, difamando meu nome pelos quatros cantos. O

que aconteceu com você, como você pode fazer uma coisa dessas

comigo? Eu realmente mereço tanta ingratidão e falta de

consideração?

Você anda espalhando que me sustentou por 10 anos... Em que

mundo você vive? Você queria o quê, que eu fizesse tudo sozinho?

Você se esquece também que todos os rombos no nosso orçamento

fui eu que cobri, com ajuda da minha família, tendo que pedir

dinheiro emprestado para eles?

E que estória é essa que eu não quero trabalhar, por que passar

esta imagem para os outros? O que fizemos quando voltamos de

viagem, não foi procurar emprego? Então que estória é essa? Para

que fazer isso? Merecemos isso? Por tudo que vivemos e

compartilhamos, merecemos isso?

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Olha, eu estou chocado, muito chocado com essa sua atitude

covarde, tentando jogar os outros contra mim, colocando o marido

da minha mãe no meio da história, você realmente perdeu o senso

do ridículo...

Cheguei há pouco tempo aqui na casa da minha mãe triste, muito

triste porque vi um casal de velhinhos de cabeça branca felizes na

rua, eu que pensei que ficaríamos assim... Sou um imbecil né? Você

me perdoe se eu te magoei com minhas palavras, mas isso não te

dá o direito de sair me caluniando por aí. Repito, é uma atitude

covarde, extremamente covarde, sinto pena de você, muita pena."

De Christina

Para Patrick

11/09/2015

" Você deve estar tão chocado quanto eu fiquei quando, depois de

10 anos colocando você em primeiro lugar em tudo, até mesmo à

frente dos meus filhos, você me diz que eu virei uma pessoa

comum e que o seu encantamento por mim tinha se acabado. Você

sabe realmente o que significa consideração? Tenha uma boa noite

e uma boa vida. Te desejo, sinceramente, que você encontre tudo

que busca. Eu vou apenas levar minha vidinha normal e correr atrás

dos meus sonhos e dos sonhos dos meus filhos."

De Patrick

Para Christina

11/09/2015

"Essas duas coisas que você citou – pessoa comum e que o

encantamento tinha acabado - foram as duas últimas coisas que

falei em nossa conversa definitiva. E isso aconteceu devido à nossa

conversa onde você disse que não queria mais nada, que não tinha

mais sonhos. E você sabe, uma pessoa sem sonhos, é uma pessoa

que já deixou de viver... Hoje você é só uma sombra, e eu não

posso me relacionar com uma sombra. Mas nada, nada te dá o

direito de me caluniar, de envolver pessoas que não tem nada a ver

com nossa vida nisso tudo, é muita irresponsabilidade. E é

justamente por causa de suas irresponsabilidades nos últimos

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tempos que tudo isso aconteceu. Também te desejo o melhor,

sempre te desejarei o melhor, pois apesar de tudo, você é a mulher

da minha vida, e sempre será!"

De Patrick

Para Christina

12/09/2015

"Resolvi mandar outro e-mail, desta vez escrevendo sem qualquer

rancor, engolindo o meu orgulho ferido. Torço para que você tente

ler da mesma forma.

Quando conversei contigo no domingo, o meu intuito não era te

magoar, nunca foi. Procurei ser sincero, dizer a verdade, como

sempre fiz. Não fiquei feliz com isso, não fiquei feliz com o

resultado da conversa, em constatar que era isso mesmo. Para ser

bem sincero, muito sincero, eu fiz o que senti que você queria, não

foi uma decisão tomada pensando exclusivamente em mim, nunca

tomei decisões em nossa vida em conjunto pensando

exclusivamente em mim, não sou este tipo de pessoa, apesar de

talvez você pensar o contrário, pelo que tens dito por aí...

Confesso para você que eu esperei alguma reação sua, algo que

dissesse que o caminho não era este, a separação. Mas isso não

aconteceu, o que só confirmou as minhas suspeitas de que era isso

mesmo que você queria. Em uma relação, ambos temos que

conquistar um ao outro, é isto que estávamos conseguindo fazer

durante a viagem novamente. Eu jamais pensei que este seria o

desfecho, jamais. Mas foi.

Vivemos uma vida juntos, aprendemos um com o outro, você me

ensinou muita coisa, e eu até pouco tempo pensava que a recíproca

era verdadeira. Mas pelo visto você prefere pensar que eu fui um

estorvo ou um inútil, que fiquei na sua aba... Prefiro pensar que é

o seu orgulho ferido falando, não posso acreditar que você

realmente pense isso mesmo, senão você é uma atriz e tanto. Não

posso ter me enganado dessa forma, por isso é que eu digo que a

pessoa pela qual me apaixonei, a pessoa a qual convivi os melhores

anos da minha vida, esta pessoa não existe mais. Não é uma crítica,

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é uma constatação. As pessoas têm todo o direito de mudar, mas

eu não consigo apertar um botão e dizer "pronto, delete, isso já

foi". Fico bastante impressionado com esta sua capacidade, e não

impressiona só a mim... Mais uma vez, não é uma crítica, é uma

constatação.

Estou muito aliviado que você já esteja ajeitando sua vida, torço

por você, não penso apenas nas crianças. Você é muito importante

para mim, sempre será, mas nossos caminhos agora estão

separados, é assim que tem que ser. Felizmente? Infelizmente?

Confesso que não sei, não tenho esta resposta, assim como tantas

outras. Não me separei de você para fazer o Caminho de Santiago,

vou fazê-lo porque não me resta outra opção. Não é causa, é

consequência, por favor não confunda as coisas.

Enfim, não quero me alongar mais, não quero te perturbar, quero

que sejas feliz, de coração. Dei o meu melhor para você, você

conseguiu extrair o que há de melhor em mim, sou muito grato,

muito mesmo. Que você também possa encontrar o seu caminho, e

que ele seja belo, que ele seja verdadeiro, pois é isso que

precisamos na vida, de verdades, de amor. É claro que ainda te

amo, é claro que estou sofrendo dia após dia, é tudo muito recente

e minhas emoções estão abaladas, profundamente abaladas. Mas

estou tentando seguir em frente, assim como você. Não sei se te

importas com isso, mas acho que no fim das contas estou bem, na

medida do possível. Um beijo em seu coração, que haja luz em seu

caminho... Que assim seja e assim se faça!"

De Christina

Para Patrick

12/09/2015

"Eu fiquei a noite inteira pensando na questão que você colocou

sobre eu ser uma sombra. E sabe que você tem razão? Nesses 10

anos, eu fui a sua sombra. Foi uma escolha minha e não me

arrependo de ter feito nada do que fiz. Mas, como eu te disse

também sinceramente no domingo, o que é a Christina sem o

Patrick? Não sou nada, porque vivi por e para você, por vontade

própria, por opção minha.

15

Quando você diz que eu fico te caluniando por aí, fico triste sabe,

porque não faço isso. Eu apenas falo dos fatos. A sua mãe estava no

meio do furacão, ou você acha que ela era tola para não perceber a

nossa crise vendo a gente dormir separados? Eu falei para sua mãe

exatamente a conversa que tivemos no domingo passado, que você

me disse que eu tinha virado uma pessoa comum porque eu estava

querendo ir atrás de emprego e que você não queria isso. Foi

calúnia? Eu menti?

Acho que o choque maior que eu tomei com aquela sua conversa de

busca e tudo, foi porque quando você voltou do sul você disse que

tinha mudado, e que tinha percebido que a sua busca não tinha

sentido sem a sua família. Eu te expliquei naquela época que eu

precisava de um mínimo de estrutura para que depois a gente

continuasse buscando os sonhos. E você tinha concordado com isso.

Tinha dito que o principal para você era sua família. É muito

confuso você me dizer que o seu maior tesouro é a sua família e

três meses depois você dizer que, porque eu gostaria de tentar

fazer tudo diferente, não somos mais tão importantes assim. Você

não vai fazer o Caminho de Santiago ou seja lá o que for porque eu

me separei de você. Você me disse que ia seguir o seu caminho,

independente se eu e as crianças pudéssemos fazer parte dele. O

que você esperava que eu fizesse? Você diz que eu deveria ter tido

outra reação, dizer que o caminho era outro. Eu já tinha dito

antes, o caminho que eu acredito no momento ser o melhor para

eles: a gente tentar se estruturar e entrar no sistema, por mais

que isso seja difícil para você. E quando você ficou violento

novamente na frente das crianças (por mais que você diga que teve

seus motivos), me desculpe, mas não vou mais me sujeitar a isso e

muito menos os meus filhos.

Você sempre ajudou a fechar os rombos no nosso orçamento

pedindo dinheiro a sua família e é justamente por isso que eu

queria mudar também. Chega de pedir dinheiro, para quem quer

que seja, sabe. Somos maiores de idade, eu tenho 2 filhos para

criar, você tem 3, temos que ser responsáveis pelas nossas

vidas. Mas, por favor, não venha me dizer que eu estou louca por

isso. Quem me excluiu da sua vida e dos seus planos foi você, não

foi o contrário.

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Você disse que eu sou uma pessoa sem sonhos e quando uma pessoa

para de sonhar, ela deixa de viver. Você está enganado. Eu

continuo cheia de sonhos. Mas talvez os meus sonhos sejam muito

simples para você. A única coisa que posso te pedir agora, se

possível, é que os respeite, assim como eu respeito os teus sonhos.

Saiba que sempre lutei por eles junto contigo. A minha única culpa

agora, é que quero correr um pouquinho atrás dos meus."

De Patrick

Para Christina

12/09/2015

"Você tem razão, tem toda a razão, só acho que exagerou um

pouco em colocar muita gente no meio disso tudo. Você e as

crianças SÃO O MEU TESOURO, continuam sendo, sempre serão. Só

não sei o que fazer nesta situação, realmente não sei, por isso

estou tentando outro caminho, porque não aguento mais te ver

infeliz. Eu sinto muito isso, sinto muito por isso. Domingo eu te

falei aquelas coisas não porque eu não