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"Eu tenho medo de viver lá fora": cartografia do trabalho policial penal
"Eu tenho medo de viver lá fora": cartografia do trabalho policial penal
"Eu tenho medo de viver lá fora": cartografia do trabalho policial penal
E-book232 páginas3 horas

"Eu tenho medo de viver lá fora": cartografia do trabalho policial penal

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Sobre este e-book

O sistema prisional brasileiro afeta não apenas presos, mas todos que circulam por seus corredores, incluindo aqui os seus trabalhadores das prisões, geralmente não priorizados por pesquisadores, programas de saúde e políticas governamentais. A literatura vem apontando para algumas consequências do trabalho no cárcere, dentre elas, o adoecimento psíquico, stress, uso abusivo de álcool, etc., mas pouco se sabe sobre essa categoria profissional, seus problemas, as dificuldades de sua rotina de trabalho, assim como os processos de subjetivação envolvidos. Assim, quais os efeitos do trabalho no cárcere na vida dos policiais penais? Que estratégias desenvolvem para enfrentar o trabalho na prisão? Como pensar o cárcere nos dias de hoje? Esta obra traz relatos de uma pesquisa de doutorado realizada com policiais penais do sistema prisional do Rio Grande do Norte. Imerso durante meses no cotidiano prisional dos principais presídios do estado, o autor dessa obra participou do dia a dia do trabalho dos policiais penais, executando com eles as diversas tarefas que compõem a custódia de presos, sentindo na pele e partilhando com esses trabalhadores as diversas angústias e sensações que povoam o trabalho do agente prisional. Obra fundamental para quem quer compreender esse "dispositivo", que demonstra sua falência há mais de duzentos anos, mas segue produzindo caos, violência e sofrimento.
IdiomaPortuguês
Data de lançamento20 de set. de 2022
ISBN9786525250090
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    "Eu tenho medo de viver lá fora" - Rafael de Albuquerque Figueiró

    AQUI EU SOU O ESTADO. E O ESTADO É VIOLADOR²: NOTAS SOBRE OS CARCEREIROS

    A figura do PP, comumente conhecido como carcereiro, é muitas vezes associada a uma das mais indesejáveis ocupações (Lourenço, 2012). Os estudos sobre a história dessa categoria profissional são raros, estando geralmente associados à história da prisão em si (Lopes, 2007). Apesar de já existirem desde as prisões da antiguidade, podemos situar o surgimento e institucionalização dessa categoria nas primeiras décadas do século XIX, associado ao próprio surgimento de um sistema carcerário, cujo marco pode ser atribuído à colônia penal de Mettray, localizada na cidade de Tours, região central da França (Foucault, 2002). Ali, os funcionários deveriam intervir sobre os internos de um modo bastante específico: São de certo modo técnicos do comportamento: engenheiros da conduta, ortopedistas da individualidade (Foucault, 2002, p. 244).

    No Brasil, temos um efetivo de aproximadamente 80 mil policiais penais. O primeiro documento que descreve a função do então guarda de presídio é o Decreto nº 3.706 de 29 de abril de 1924 (Lopes, 2007). Segundo a autora

    Os guardas eram escolhidos e nomeados pelo diretor do estabelecimento penal. O regime de trabalho na penitenciária era o de plantonistas de 24 horas e de diaristas das 8 às 17 horas. [...] ao guarda cabia a função de policiar, ou seja, guardar o cumprimento das leis e normas vigentes na instituição, impedindo e contendo as manifestações dos sentenciados que fossem consideradas impróprias (Lopes, 2007, p.

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