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A Vida Louca De Cesar
A Vida Louca De Cesar
A Vida Louca De Cesar
E-book107 páginas1 hora

A Vida Louca De Cesar

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Sobre este e-book

História da vida de Cesinha Santisteban, portador de TOC (Transtorno Obsessivo Compulsivo) e Dependencia química de Álcool, Cocaína e Maconha. Uma verdadeira história de Terror, entrando e saindo de clinicas, psiquiatrias e até cadeia. Conta também sobre os seus trabalhos artísticos, de música, modelo fotográfico e até algumas aventuras como ator. O endereço do Blog é: www.avidaloucadecesar.blogspot.com No Blog também tem monte de informações para portadores dessas 2 doenças. Paz, Cesinha
IdiomaPortuguês
Data de lançamento13 de jan. de 2019
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    A Vida Louca De Cesar - Cesinha Santisteban

    Oi, meu nome é Cesar Santisteban, tenho TOC

    (Transtorno Obsessivo Compulsivo) e sou

    Dependente Químico de Álcool, Cocaína e

    Maconha.

    Mais sobre mim e o livro no meu blog que fica em

    www.avidaloucadecesar.blogspot.com.

    Os nomes usados neste livro são fictícios, para não expor ninguém.

    Paz,

    Cesinha

    Nascí em 12 de fevereiro de 1974 (São Paulo-SP) e

    morava em uma enorme casa no bairro do

    Belenzinho. Meu pai era médico ginecologista e

    minha mãe trabalhava com ele no consultório. Sim,

    éramos ricos, tínhamos 2 empregadas, a Doca

    (cozinheira) e a Marlene que era como uma segunda

    mãe para mim e para minha irmã.

    Eu era uma criança super feliz, tinha tudo do bom e do melhor, minha família era muito unida e fazíamos vários programas juntos como ir ao Clube, viajar

    para Hotéis Fazenda, Belos Jantares, entre outras

    coisas.

    Eu era, e ainda sou, muito mimado e não tinha

    limites, tinha fome de vida, amava viver, ia bem na escola, brincava muito, jogava bola com meu pai,

    com meus amigos e era corinthiano roxo.

    Minha família era muito grande, portanto em datas

    comemorativas, como Natal e Ano Novo, sempre

    nos reuníamos e eu ganhava muitos presentes

    legais, brincava com meus primos, era uma delícia.

    Se tudo tivesse continuado assim, eu não estaria

    escrevendo este livro.

    Quando completei 11 anos minha vida começou a se

    transformar em um Inferno. Meu pai e minha mãe

    eram do Encontro de Casais da igreja católica e um dia foi anunciada uma viajem, de 1 fim de

    semana, não lembro para onde, para os filhos dos

    casais.

    Meus pais falaram comigo e com minha irmã para

    irmos, eu iria ser o mais novo de todos pois a

    maioria teria de 13 anos para cima e eu com 11

    parecia que tinha 8.

    Fui obrigado a ir. Lembro até hoje, eu, no fundo do ônibus saindo e meus pais dando tchau.

    Chegando lá todos me olhavam estranho porque eu

    era muito jovem e pequeno, logo me acomodei e fui

    dormir. Minha roupa de cama era do Superman e de

    repente entra meu colega de quarto com um amigo e

    os dois começam a rir, e um deles diz:

    - Olha, do Superman...é nenezinho ! E riram.

    Eu já não estava bem e hoje vejo que fui vítima de

    bulling também nessa viagem.

    Mas se fosse só isso tava bom. No dia seguinte

    todos fomos chamados para a capela, de repente,

    do nada, dentro da capela tive minha primeira neura de TOC, um pensamento intrusivo invadiu minha

    mente, comecei a pensar em cenas de sexo, logo

    tive uma ereção, pronto, achei que era um pecador,

    que não respeitava Deus e que não merecia ter

    pênis.

    Uau, foi a coisa mais maluca de todos os tempos, comecei a chorar sem parar e logo começaram a me

    zoar. TOC e bulling ao mesmo tempo.

    A partir daí, pensamentos intrusivos invadiam minha mente 24 horas por dia. Se eu não batesse 4 vezes

    na madeira, de 1 em 1 hora, minha mãe morreria, eu

    obedecia. Quando alguém encostava em mim eu

    tinha que me limpar por causa dos germes. Não

    dava a mão para ninguém, ficava horas no banho

    me lavando porque achava que ia pegar doença, na

    capela eu sempre chorava porque vinham cenas de

    sexo na minha mente.

    Foi o fim de semana mais demorado da minha vida.

    Quando voltei para casa, roubei um cigarro do meu

    pai e fui fumar no telhado de casa, chorando. Foi aí que comecei a fumar, eu pensava "Tá tudo fudido

    mesmo, então vou fumar"

    Não contei nada para meus pais, para ninguém,

    tinha medo que me internassem em um hospício.

    Daí pra frente o TOC só piorou, passei a ir mal na

    escola, aprontar, brigar (fui expulso de 7 escolas) eu tinha que verificar o gás do fogão porque eu achava que ia explodir a casa e a culpa ia ser minha.

    Verificava a porta da frente, trancava e destrancava várias vezes, era um sofrimento que nem sei como

    descrever, mas se eu não verificasse, meu pai iria

    morrer, e eu acreditava nisso, claro, é uma doença, mas eu não sabia ainda. Eu achava que era louco e

    não contava para ninguém, de jeito nenhum.

    Assim minha vida nunca mais foi a mesma, com apenas 11 anos eu já pensava em suicídio e

    desejava a morte. Minha casa era grande, e como já

    disse, eu subia nos telhados todos os dias e

    pensava Se eu cair, foda-se, acaba o sofrimento.

    Para piorar tudo, com 13 anos eu estava na escola e fui beber água no bebedouro, um muleque maior do

    que eu veio por tráz, me travou e ficou uns 10

    segundos passando o pênis na minha bunda até eu

    conseguir me soltar, pronto, fiquei muito, mas muito mal, era como se eu não fosse mais homem e eu

    não podia fazer nada para me defender porque ele

    era muito maior.

    Decidí também não contar para ninguém. Fiquei uns

    4 meses encanado com isso e fiquei meio

    homofóbico. Qualquer homem que encostasse em

    mim, eu encanava.

    Nessa época meu pai, que era alcoólatra, começou

    a beber muito e eu ficava muito mal quando ele

    ficava bêbado. Eu odiava bebida alcoólica, eu

    gostava de cigarro mas tinha certeza que nunca

    beberia na vida.

    Hoje vejo que meu pai tinha o mesmo problema que

    eu, ele tinha tudo que queria mas não conseguia ser feliz, ele se esforçava mas era muito difícil para ele.

    Eu, minha mãe e minha irmã ficávamos muito mal

    mas não sabíamos que era uma doença.

    Com 15 anos minha mãe se separou dele, por conta

    da bebida, e ele foi morar no consultório.

    Um dia ele me ligou me convidando para sair, e fomos. Ele parou na padaria e disse:

    - Vamos tomar um veneno !

    Eu fui.

    Chegando lá ele me apresentou a cerveja e disse

    que com ela eu resolvia todos os meus problemas.

    Tomei uma garrafa e os sintomas do TOC

    melhoraram muito, comecei até a me sentir um

    pouco feliz de novo. Tomei mais uma garrafa e Uau !

    Fiquei muito bem, 100%, pensei Achei o remédio,

    que felicidade que me deu. A partir desse dia

    comecei a beber cerveja e fumar cigarro sempre que

    tinha a oportunidade.

    Saía de balada com meus amigos e não tinha

    vergonha de chegar nas meninas, dançar, beijar. Foi amor à primeira vista.

    Assim fui vivendo e o TOC me incomodava bem

    menos, eu já tinha o remédio.

    Sempre sonhei em ser uma estrela do Rock, eu

    tocava violão, guitarra, cantava e compunha desde

    os 8 anos. Mais pra frente meu pai me ensinou a

    tocar bateria e minha mãe me ensinou piano.

    Na minha casa tinha um estúdio, que era do meu

    pai, quando minha mãe se separou dele, o estúdio

    ficou para mim e comecei a montar bandas de rock,

    por diversão. Nessa época eu estava quase com 16

    anos e a cerveja e o cigarro eram minhas maiores

    paixões.

    Nessa época também estudei um pouco de música com meu primeiro professor, o Wadé, da banda

    Sinal Fechado e da Escola de música Melody.

    O TOC estava sempre comigo mas eu já tinha

    arrumado um jeito de lidar com ele e a cerveja era

    essencial.

    Com 16 anos, minha tia Rosângela, que estava no

    meio artístico por causa do meu primo Wagner que

    era ator, ligou para minha mãe e disse que o

    apresentador Gugú, na época no SBT, estava

    procurando por um substituto para o Rafael Ilha do

    Grupo Polegar, que era febre na época, e sugeriu

    que eu fosse participar da seleção. Eu fui né,

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