Uma Vida: Virada do Avesso
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Uma Vida - Alene Atala Tuma
1
Posso dizer que tive uma infância normal, como toda criança gostava de explorar cada novidade, tudo era diversão. Adorava brincar embaixo da mesa, gostava de testar meu equilíbrio na minha bicicletinha com as pernas para cima e as mãos nos pedais. Até hoje não sei como conseguia fazer essa arte. Me aventurar era o meu forte, não tinha medo do perigo. É difícil uma criança que no início da vida não seja curiosa, quando tudo uma caixinha de descobertas, nada diferente do que uma criança gostava de fazer.
Falo no modo passado, porque as crianças de hoje em dia são apresentadas cedo demais à tecnologia e logo só querem saber de celulares, tablet e computadores. Posso dizer que tive o privilégio de saber o que é brincar de verdade. Às vezes, fico relembrando minha infância e das brincadeiras de rua com os meus amiguinhos, eu brincava muito de manja pega, esconde-esconde, de pular corda entre outras brincadeiras de um tempo que não volta mais.
Aos quatro anos de idade, passei pela minha primeira experiência de perda com a morte de meu pai. Não foi nem um pouco fácil para mim, mas eu tinha minha mãe e irmãos. Eu era a mais nova dos cinco irmãos.
Com esse acontecimento minha mãe sugeriu que eu chamasse meu irmão mais velho de pai. Achei muito estranho, mas a desculpa que minha mãe me deu era que, agora, o chefe da família seria o meu irmão mais velho. Ela percebeu que eu fiquei pensativa e me deu alguns dias para pensar. Acabei aceitando essa novidade. No começo foi muito estranho, mas fui me acostumando. Até que aos nove anos de idade, descobri que tinha sido adotada pelos meus próprios avôs paternos, e que o meu irmão mais velho era o meu verdadeiro pai biológico. Que loucura, não!
Aos 12 anos de idade, eu tive a maior perda da minha vida, minha mãe faleceu. Ela sempre foi a minha base, o meu ponto de apoio, a minha segurança. Com isso, passei a morar com o meu pai verdadeiro e a esposa dele. Eles já tinham uma filha, o que foi maravilhoso, pois sempre quis ser a mais velha. Tive um início de adolescência normal, mas meio conturbado como é essa fase. Nesse período da vida, tudo parece ser um mar de rosas, sem preocupações, só pensar em aproveitar cada momento com a impressão de que o tempo nunca acabaria. Como toda garota eu tinha sonhos de dar voos mais altos. Decidi que quando completasse 18 anos, iria embora do Brasil, mas não foi assim.
Tudo parecia normal, como toda menina não via a hora de debutar. Até que esse dia tão esperado por toda garota chegou, o meu aniversário de 15 anos. Tudo foi lindo, perfeito. Eu estava muito feliz. Tirei muitas fotos com convidados e amigos. E como em todo baile de debutante chegou o momento mais esperado da festa, a Valsa. Eu estava bastante nervosa, mas foi tudo maravilhoso! Dancei com o meu tio-avô, meu pai, todos os meus tios, primos, e com meu irmão, que na época era pequeno com apenas cinco aninhos de idade, foi muito lindinho.
No final da festa, quando todos haviam partido, eu fiquei com minha família e uns tios para a arrumação. Na movimentação de ajeitar tudo, o inesperado aconteceu, o bolo de aniversário caiu dentro da piscina, de repente me bateu um mal pressentimento, um arrepio no corpo.
Meses depois, comecei a ter falta de coordenação, uma leve paralisia facial, uma torção na fala, mas nada que fizesse notar e achar que tinha algo errado comigo. Sempre fui uma garota muito ativa e não dava atenção a essas coisas, achando que fosse normal. Eu era uma menina muito tímida e sempre tive dificuldade de me abrir com as pessoas, não sentia aquela ligação que fizesse comentar algo com a minha atual família. Meu pai biológico era como um estranho para mim, nós quase não nos falávamos. Era como se ele ainda não tivesse digerido o fato de já ter uma filha adolescente. Se não fosse pela minha madrasta eu não teria tido uma festa de 15 anos!
Ao receberem o álbum de fotos, o fotógrafo deu um alerta: Tem algo errado com a filha de vocês, vejam as fotos
.
Foi quando começou uma luta contra o tempo.
Comecei a ir a vários médicos: otorrinolaringologista, oftalmologista, ortopedista, dentista; até que um deles me recomendou procurar um neurologista.
E o tempo se passando e eu não sabia o que tinha!
No primeiro neurologista, depois de relatar tudo que eu estava sentindo, ele me mandou fazer uma ressonância magnética do crânio. Naquela época, esse exame era realizado apenas em um laboratório na minha cidade. Dias depois, fui ao retorno da consulta juntamente com minha madrasta. Com o exame em mãos, o médico, apesar do resultado do laudo demonstrar suspeita de Ependimoma, disse que o que eu tinha não o que constava no exame, mas uma simples paralisia facial, e me encaminhou para fazer 10 sessões de fisioterapia facial. Fiz as sessões, mas não adiantaram. Com isso, o médico indicou mais 10 sessões, mas meus pais decidiram que eu não faria.
Minha madrasta, a qual eu posso chamar de boadrasta
, achando algo errado no diagnóstico daquele médico, resolveu procurar a opinião de outro neurologista, com quem também não tive sorte. Ele reconheceu o tumor, mas não me deu esperança nenhuma.
Minha boadrasta
não se deu por vencida e procurou uma terceira opinião. Por obra do destino, uma amiga dela recomendou um neurologista de quem tinha gostado muito, pois havia cuidado de seu filho.