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As imortais primas lésbicas
As imortais primas lésbicas
As imortais primas lésbicas
E-book73 páginas39 minutos

As imortais primas lésbicas

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Sobre este e-book

Desdêmona e Marta se amavam há já quase um ano. Poderíamos chamar esse amor de relação absoluta. Relação absoluta é a relação de Romeu e Julieta. É uma relação espantosa, que muda tudo, sacode tudo, transtorna tudo. É uma relação que devora as pessoas que ela vincula! Devora mesmo! Essa relação torna-se, para cada uma das pessoas que ela liga, muito mais importante do que elas mesmas! (...) Eu, que conto esta história, não me contenho e confesso que a relação absoluta é a coisa que mais me agrada, digo mais: é a única coisa que realmente me agrada, me fascina! O problema doloroso é que a relação absoluta supõe duas pessoas, duas!, da mesma fibra, do mesmo naipe, da mesma estirpe. E isso é colossalmente raro.
IdiomaPortuguês
Data de lançamento14 de jul. de 2022
ISBN9788583386223
As imortais primas lésbicas

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    As imortais primas lésbicas - Gabriel de Brito Velho

    As imortais primas lésbicasAs imortais primas lésbicas

    © Gabriel de Brito Velho 2022

    Produção editorial: Vanessa Pedroso

    Revisão: Helen Bampi

    Imagem de capa: Kin Viana

    Editoração: Nathalia B. Cecconello

    CIP-Brasil. Catalogação na Publicação

    Sindicato Nacional dos Editores de Livros, RJ

    V545i       Velho, Gabriel de Brito

    As imortais primas lésbicas [recurso eletrônico] / Gabriel de Brito Velho. - 1. ed. - Porto Alegre [RS] : Buqui, 2022.

    recurso digital

    Formato: epub

    Requisitos do sistema: adobe digital editions

    Modo de acesso: world wide web

    ISBN 978-85-8338-622-3 (recurso eletrônico)

    1. Contos brasileiros. 2. Livros eletrônicos. I. Título.

    22-78455 | CDD: 869.3 | CDU: 82-34(81)

    Meri Gleice Rodrigues de Souza - Bibliotecária - CRB-7/6439

    Todos os direitos desta edição reservados à

    Buqui Comércio de Livros Eireli.

    Rua Dr Timóteo, 475 sala 102

    Porto Alegre | RS | Brasil

    Fone: +55 51 3508.3991

    www.editorabuqui.com.br

    www.facebook.com/buquistore

    www.instagram.com/editorabuqui

    As imortais primas lésbicas

    Dedico às minhas filhas Mônica

    e Maria Dolores.

    Autobiografia

    Vou começar minha autobiografia aos 81 anos de idade! Minha vida foi quase sempre agitada e complicada. Acho que nunca fui normal! Posso dizer que fui sempre antissocial, desde a infância. Mas custei muito a me dar conta disso. Em muitos contextos fui tido como quase imbecil, em outros como quase genial… A variação era acachapante. Eu era merda ou ouro. Quando eu já tinha mais de 50 anos, meu pai, que era um político famoso e intelectual consagrado, vociferava que eu era megalomaníaco e que de mim só se podia, com muita piedade, dizer que eu sabia umas coisinhas de filosofia. Eu acho que ele repetiu essa frase centenas de vezes. A mulher com quem eu vivi uns trinta anos e com que tive quatro filhos proclamava que de mim só se podia dizer que ninguém me entendia! Ela e o meu sucessor matrimonial, internacionalmente conhecido como eunuco sinistro, juravam que eu era nulo!

    O leitor já sabe, pois, que lerá a autobiografia de um anormal, julgado como quase idiota pelas pessoas que mais o conheciam. Minha autobiografia, e outros livros que serão editados proximamente, será uma resposta aos Vermes que me denegriram. Acho que nunca apliquei tão bem a palavra Vermes! Tenho o privilégio de ser anormal, porque eu abomino muitas características da normalidade, características da massa bestial, que constitui o cerne da espécie humana. A espécie humana me enoja, cada vez mais. Esse nojo é fortemente paranoico?! Pois que seja!

    Jesus, Jesus, não consigo amar o próximo, não consigo! E também não quero perdoar, não quero! E não creio na tua divindade, não creio! Pois sou ateu e, às vezes, até à toa! O que faço comigo, Jesus?! O que faço?!

    Eu devia ter 6 anos de idade. Eu adorava subir numa árvore que dava acesso a um muro que separava nossa casa da casa vizinha. Era certamente o meu prazer principal. Eu felizmente não estava trepado na árvore quando explodiu o fato que ainda hoje me choca. Minha mãe gritou com fúria três vezes Carrion, Carrion, Carrion!. Carrion era um professor e político muito conhecido. Deviam ser oito horas da manhã. Carrion apareceu de pijama na sacada. Ele não disse nada. Ele se submeteu em silêncio a uma descompostura terrível. Minha mãe berrou impropérios que ficaram sem resposta. Carrion teria cometido um ato hediondo de ataque ao meu pai, na Assembleia Legislativa. Foi a primeira vez que vi minha mãe, Alicinha, num ato de fúria.

    Eu tinha 8 anos. Lembro-me, com perfeição, da cena toda: do quarto da casa em que estava, da minha posição, de pé, e da posição de minha mãe, diante de mim. Ela chorava, desesperada, e dizia com raiva: Sei, sei que teu pai gosta mais de ti que de mim! Eu sei de tudo!. Ela acusava o meu pai, e também a mim!, de ser objeto da preferência! Ela se sabia traída, traída! Essa cena foi das mais traumatizantes da minha vida. Lembro-me de que a narrei em inúmeras sessões de análise e em muitas conversas com amigos. Ela foi um dos eventos-chave da minha existência. Ela foi um jorro de luz para avaliar psicologicamente a minha mãe. Mas eu custei muito a me dar conta de que ela era uma psicótica absoluta, incurável. Muitos anos depois, ela tentava me arranhar e me morder!

    Eu tinha 10 anos e fui atraído para uma casinha nos fundos dum pátio. Lá, quatro ou cinco adolescentes, liderados por um psicopata chamado Saladura, se jogaram sobre mim e começaram a me despir. A intenção deles era óbvia: queriam me comer. Tive uma reação frenética. O horror, o desespero, agigantaram minhas forças, e consegui que os predadores desistissem do seu intento criminoso. O que talvez tenha me salvado a vida é que um primo meu os viu me introduzirem na casinha, e dois do bando eram filhos de famílias conhecidas da minha família.

    Eu tinha 11 anos e

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