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Somos Mais Interessantes Do Que Imaginamos (vol I + Vol Ii)
Somos Mais Interessantes Do Que Imaginamos (vol I + Vol Ii)
Somos Mais Interessantes Do Que Imaginamos (vol I + Vol Ii)
E-book638 páginas14 horas

Somos Mais Interessantes Do Que Imaginamos (vol I + Vol Ii)

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Sobre este e-book

Quanto mais generoso você for consigo próprio, mais construtiva será a sua crítica e saudável o seu entendimento sobre você mesmo e sobre os outros. A sua generosidade para com os outros será um exercício natural e trará benefícios que você nunca sequer imaginou. O jeito que atrapalha as nossas vidas não é o nosso jeito, mas sim o da raiva por não conseguirmos nos expressar. Este livro é uma coletânea de dicas preciosas para você encontrar O SEU JEITO..
IdiomaPortuguês
Data de lançamento16 de mar. de 2020
Somos Mais Interessantes Do Que Imaginamos (vol I + Vol Ii)

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    Somos Mais Interessantes Do Que Imaginamos (vol I + Vol Ii) - Arly Cravo

    Capa_Epub.jpg

    Uma forma mais digna e saudável

    de olharmos as relações

    APRESENTAÇÃO

    Caro leitor,

    este livro é uma coletânea de artigos diários criados por mim e publicados em mídias sociais com a ideia central de pontuar meus aprendizados com meus clientes de coaching relacional, com meus estudos e experiências pessoais.

    O retorno significativo por parte do público em relação aos benefícios causados em suas vidas a partir da leitura desses artigos e mais as solicitações de que eu os publicasse, motivaram a elaboração desta coletânea. A cada atendimento, a cada estudo e a cada experiência pessoal venho percebendo que a nossa excelência como espécie animal é a relacionalidade colaboracionista. Entrevistas com alguns biólogos e principalmente a leitura do livro De Gaia Ao Cosmos da Dra. Elizabeth Sathouris, Phd em biologia da evolução, me deram a referência biológica suficiente para esta conclusão. Estudos e longas conversas com o meu, já falecido, mestre de comportamento humano e amigo, Dr. José Ângelo Gaiarsa, me deram também uma visão interessante no mesmo sentido. Desde os meus dezesseis anos, o estudo e a prática da espiritualidade em diversas modalidades, sendo a mais importante a prática da meditação, também me conduziram ao mesmo ponto.

    Nós fomos feitos colaboracionistas. Na excelência funcionamos assim. Por isso a frase que o leitor verá repetida inúmeras vezes nas próximas páginas é um convite e apelo:

    Foco no afeto!

    Porque, na excelência, somos colaboracionistas, cooperativistas, generosos, afetuosos, romântica e universalmente amorosos.

    Arly Cravo

    INTRODUÇÃO

    A humanidade é uma relação composta de indivíduos e não indivíduos que se relacionam. As duas colocações são verdadeiras, porém o foco de cada uma delas é bem diferente.

    Lembrando a nossa natureza: no formato original, biologicamente a humanidade é uma espécie nômade, anda aos bandos de vinte a quarenta pessoas, colhe os alimentos na natureza, os pares (casais) não são necessariamente fixos, os filhos são de todos e todos têm responsabilidade em relação a todos.

    A evolução tecnológica que realizamos ao longo da história foi praticamente toda baseada no medo. A inteligência operacional cresceu. A inteligência emocional ficou próxima do zero. O medo dos predadores naturais e mesmo o medo da natureza nos fez esquecer do básico: somos uma relação que, para dar certo, precisa ser colaboracionista COMO UM TODO. Todos a favor de todos. No estado saudável, biologicamente funcionamos assim.

    Não necessariamente nessa ordem, mas desde as origens até agora nos tornamos:

    CAÇADORES

    Desnecessário, o homem não é uma espécie carnívora, é herbívora. Com a pouca inteligência de que dispúnhamos na época, fomos capazes de fabricar artefatos de caça e usá-los em nossa defesa em relação aos predadores visíveis. Isso fez com que, aos poucos, fossemos praticamente nos livrando deles. Quando qualquer espécie perde parte ou todos os seus predadores, começa a aumentar em número de espécimes. Se isto não for negociado com a natureza, esta espécie começa a se comportar automaticamente como praga biológica.

    Em estado de praga biológica a natureza dota cada espécime dos seguintes impulsos: autodestruição, destruição dos semelhantes e destruição do meio ambiente. É a natureza fazendo com que os espécimes sejam reduzidos ao número que ela considera saudável para aquela espécie, naquela região em que vivem.

    Isso trouxe um custo: a saúde passou a pagar um preço mais alto e isto não foi negociado com a (nossa) natureza.

    GUERREIROS

    Também resultado da pouca inteligência de que dispúnhamos à época, atendemos irrefletidamente a esse impulso básico da natureza que assim nos induz à redução de espécimes ao número que ela considera saudável. É a nossa perversão máxima. Já dotados do impulso de destruição predadora em relação aos nossos predadores e, dado a configuração de praga biológica em que já estávamos, passamos a utilizar os instrumentos de caça para a guerra, ou seja, passamos a predar seres da nossa própria espécie. Burrice diria qualquer um hoje em dia com algum bom senso, e estaria certo. A inevitável pouca capacidade de percepção, limitação intelectual e pouca inteligência de que dispúnhamos na época não poderia produzir outro resultado. Estávamos nascendo como espécie, era natural e aceitável que tenha sido dessa forma.

    O custo disto foi uma desastrosa aberração. A natureza é bem flexível, temos um certo livre-arbítrio, mas não tínhamos sido capazes de perceber o quanto estávamos contrariando a nossa saúde ao abusarmos dessa flexibilidade. A guerra foi mais uma pressão da natureza para diminuir a quantidade de espécimes humanos em crescimento desorganizado (não orgânico).

    Não fomos capazes de perceber o recado da natureza e gradativamente fomos agravando o estado de praga biológica em que vivíamos.

    SEDENTÁRIOS

    Já em estado de praga biológica devido à caça e a guerra, descobrimos que podíamos plantar ao invés de ficar correndo atrás dos alimentos. Isso trouxe um custo que também não foi negociado saudavelmente com a (nossa) natureza.

    O homem foi a primeira espécie a produzir lixo, ou seja, dejetos e restos mal distribuídos, concentrados de forma a favorecer que outras espécies também se comportassem como praga biológica. Uma praga gerando outras. Por exemplo, a concentração de ratos, baratas, vermes, bactérias, etc.

    Completou-se assim a configuração do comportamento biológico humano que prevalece até hoje: caçadores, guerreiros e sedentários em pleno estado de praga biológica. Foi neste estado comportamental que nasceu o casamento. Os habitantes das primeiras aldeias tinham um problema: a ideia era que todos plantassem e todos comessem o que todos plantavam. Mas, em estado de praga biológica, atendendo ao impulso de guerra, alguns mais espertos começaram a se apoderar das hortas e pomares que outros plantavam, principalmente quando os cultivadores e cuidadores morriam. Os filhos destes perdiam o direito ao desfrute daquilo que seus pais (ainda não no formato de casal casado) plantaram e passavam a dependentes/escravos dos aproveitadores. Uma tentativa de solução para esse problema foi instituir a união oficial do casal. União essa dotada de direitos de propriedade sobre o que se produzia e cujo direito de propriedade era automaticamente passado aos herdeiros.

    Ao invés de banir o pensamento predador, usamos a linguagem DO PREDADOR ao criarmos a propriedade particular. Uma forma de guerra. É claro e óbvio que, naquele estado de praga biológica, não poderia ter sido diferente.

    O casamento nasceu daí e não nasceu pelo amor. De lá para cá, nem toda a humanidade evoluiu desta forma. Certamente deve ter existido lugares em que as pessoas conseguiram sair desse estado de

    praga biológica através de uma reorganização em que se respeitasse a natureza da nossa espécie, onde a evolução humana fosse mais perceptiva, saudável, generosa, afetuosa e até amorosa. Porém, a exemplo da comunidade de Pitágoras, devem ter sido devastadas por pessoas ainda em estado de praga biológica. A maior parte do planeta é habitada por humanos ainda em estado de praga biológica. Pessoas que se destroem, destroem seus semelhantes, destroem o meio ambiente, porque ainda não conseguiram perceber que é possível negociar saudavelmente com a natureza. Não foram capazes de considerar a fundo a própria configuração biológica. Não perceberam até agora que cada ação que ultrapasse as limitações biológicas traz um custo que SERÁ pago com a saúde.

    A natureza detecta quando aumentamos desorganizadamente em número de espécimes. Entende isso como perigo e dispara em cada um de nós o impulso de auto e mútua destruição para reduzir a quantidade de espécimes ao número que ela, natureza, entende como saudável. Se nos distribuirmos de forma organizada (orgânica), segundo os critérios da natureza, não precisaremos nos preocupar com o número de espécimes. O problema não está na quantidade de espécimes (este é um pensamento curto), está na qualidade da organização.

    A par disso tudo, alguns seres humanos conseguiram gerar em simesmos uma evolução que entendo seja a nossa sequência operacional evolutiva natural:

    Colaboracionismo > Cooperativismo > Generosidade > Afeto > Amor > Amor Incondicional

    Precisamos urgentemente reconfigurar nossos sistemas relacionais deforma a torná-los mais naturalmente saudáveis. Éticas que não considerem e que não levem em conta a nossa natureza relacional, não passam de regras comportamentais coletivas que nos colocam em rota de colisão uns com os outros. Obviamente não se trata de voltarmos ao estado mais ID-ota que predominava na era das

    cavernas. Apesar de tudo, o estado de guerranos trouxe muita evolução científica e tecnológica e, agora, com uma nova consciência, podemos utilizar esses mesmos conhecimentos e habilidades para darmos um saudável upgrade na nossa forma de coexistir em direção a uma interação essencialmente colaboracionista e generosa. É questão de percepção e de consciência. À luz da nossa configuração saudavelmente natural, precisamos revisar o relacionamento amoroso, o profissional, o relacionamento com os alimentos, com a saúde, com os amigos, com os conhecidos, com os vizinhos, com os parentes, com todos e com tudo, a começar por reconfigurarmos o nosso relacionamento com nós mesmos.

    O principal e mais lesivo resultado dessas distorções

    é a ruína da nossa ecologia interior.

    Não é à toa que praticamente já nascemos com a autoestima em baixa. É exatamente por isso que proponho trabalharmos e treinarmos o exercício do foco no afeto generoso.

    Diariamente, em todas as relações, usemos a criatividade, atos, atitudes, façamos propostas, pensemos diferente para irmos saindo da doença e chegarmos à saúde relacional. Só assim deixaremos de agir como praga e recuperaremos a nossa excelência, que é sermos uma relação generosa. Estudos, atendimentos, observações e reflexões me fizeram perceber que o afeto, para ser saudável, precisa ser exercido de forma digna.

    O que é o digno exercício do afeto?

    É a troca afetiva entre pessoas numa intensidade de entrega bem parecida. Não se trata de montar uma planilha e nela registrar cada ato de um lado-crédito, e cada ato do outro lado-débito, para, em seguida, verificar os números e forçar uma equiparação de atitudes, e daí cobrar ou pagar afetos atrasados ou criar créditos afetivos. Dessa forma entraríamos no terreno da mesquinharia e possível chantagem emocional. NÃO É POR AÍ. Exercer o afeto com dignidade é interagir com alguém (ou grupo), trocando afeto na

    mesma proporção, em intensidades de entrega parecidas. Se você mais dá do que recebe, a sua autoestima cai. NÃO É DIGNO. Se você mais recebe do que dá, também não é saudável. Você pode, por exemplo, se sentir em dívida, ou simplesmente incomodado com a dinâmica excessiva da outra pessoa em relação a você. Também NÃO É DIGNO. Sentir e perceber, antes, o grau de afinidade existente entre a outra pessoa e você é o melhor parâmetro para iniciar uma dinâmica relacional com base na digna reciprocidade afetiva.

    Sempre que entra em uma relação, você pode, com atos e atitudes, propor uma dinâmica relacional saudavelmente afetuosa. Isso é natural e necessário. Você precisa mostrar como VOCÊ sente a relação e como SE sente NA relação. A outra pessoa, naturalmente, fará o mesmo. Se as intensidades de entrega forem as mesmas, o que é raro logo de cara, ótimo. Se as intensidades forem diferentes e as pessoas NA relação forem perceptivas e generosas, vão, cautelosamente, procurando os pontos em comum, as afinidades, para que nelas se estabeleça o chão, a base da relação. Se esta base se tornar sólida, a segurança que cada um sentirá na relação será maior, e essa relação é candidata a ser saudável e prazerosa. O que garante esse sucesso é a qualidade do afeto trocado reciprocamente numa dinâmica sincrônica. É a percepção da reciprocidade que as pessoas envolvidas precisam ter para exercer seus afetos não se tornando excessivas: invasivas ou incômodas por um lado, ou cativas por outro.

    Nós nos enganamos a respeito das pessoas. As pessoas se enganam a respeito de si próprias. Pessoas enganam pessoas. Nada disso fará muita diferença se o foco das relações estiver direcionado para o digno exercício do afeto, porque assim ninguém permanecerá no equívoco.

    VOLUME I

    PERCEPÇÃO DA AMIZADE (15/05/2012)

    É a respiração o maior indicador do estado de tensão/relaxamento, e é ela que influencia diretamente no jeito de falar. Às vezes, independentemente do interlocutor, a pessoa fala num padrão tenso, fala rápido, com medo de ser interrompida, com medo de ser mal interpretada, COM MEDO. Neste caso, ela tem certeza de que não tem amigos, mas possíveis ameaças nas pessoas. Precisa melhorar a sua percepção. Quando tensão/relaxamento na fala variam de acordo com o interlocutor, essa pessoa está mais perceptiva, não está tão dominada pelo MEDO, mas precisa também de um trabalho no sentido de melhorar a sua percepção. Quando, independentemente do interlocutor, a pessoa fala tranquilamente conectada com o próprio sentimento e, através da empatia, mantém a conexão com a percepção por parte do interlocutor, está no modo saudável de comunicação. Neste caso está mais apta a perceber se o seu interlocutor é amigo ou não. Se não for, vai sentir o impulso de se defender a cada frase que disser. Cabe ao locutor manter o seu foco no sentimento para se expressar com clareza. A respiração estará tranquila, independente do que o interlocutor representar para si.

    Uma dica: você está entre amigos quando não precisa se defender de nada.

    AMOR (16/05/2012)

    Sucessivas pequenas decepções vão, lenta e silenciosamente, tirando o viço de um amor maravilhoso, tornando-o vulnerável e breve. Sucessivas pequenas surpresas encantadoras vão, lenta e silenciosamente, aumentando o viço de um amor já maravilhoso, tornando-o sólido e duradouro. Como tudo que é vivo, o amor carece de cuidados especiais.

    Ninguém ama o que não respeita e nem admira.

    PODER E LIBERDADE (17/05/2012)

    Visando aparentes vantagens que nada têm a ver com o afeto, muitos de nós decidimos não viver amores que se apresentam em nossas vidas.

    É justamente esta privação auto-imposta que representa perda maior, pois ela gera, automaticamente, um estado de asfixia existencial IMPAGÁVEL.

    Não raro, pessoas que fazem esta opção exigem dos outros a mesma renúncia, em atitudes que chegam a ser persecutórias, opressivas e despóticas. Como se, nas entrelinhas de suas ditas, estivesse a frase: Como você ousa ser feliz se eu renunciei a isto para que você pudesse ser feliz? Louco, não? Mas é fato. Não esqueçamos que "Um feliz a mais, um chato a menos e que Quanto mais pessoas felizes, maior o contágio da felicidade PARA TODOS. Assim, saudavelmente digamos uns aos outros: Sejamos felizes, porque a sua felicidade acabará chegando à minha porta, e a minha na sua".

    Censurar um amor que você sente é como diminuir a sua respiração.

    AUTOESTIMA (18/05/2012)

    A raiva é sempre raiva de si próprio. Pela própria pessoa ter permitido ser invadida, abusada, desqualificada, desprezada, etc. A impulsividade e o medo não administrados nublam a nossa percepção e, sem querer, vamos fazendo exceções nada saudáveis. Quando percebemos, OPS! Morremos de raiva do invasor. No fundo, sabemos que é raiva de nós mesmos por não termos percebido e por não termos colocado limite. Foi a baixa autoestima que produziu isso. Aí a raiva, além de não servir para nada, torna-se um segundo problema... desnecessário obviamente.O saudável é aprender pacificamente com os erros e acertos e treinar o aumento da percepção.

    A autoestima agradece.

    Saber dizer não é dizer SIM para a autoestima.

    IRONIA E SARCASMO (19/05/2012)

    Quando alguém utiliza a ironia ou o sarcasmo para se comunicar é sinal de que JÁ ESTÁ em reatividade. Esses recursos, tão utilizados com e no humor, são tapas com luva de pelica, declarações de hostilidade, sintomas de intolerância, de inveja destrutiva, de preconceito, de falta de percepção.

    A ironia e o sarcasmo são armas químicas das guerras relacionais Elas envenenam a maioria das vítimas e, lentamente, apodrecem os autores.

    A pessoa é irônica e sarcástica quando a pouca percepção lhe impediu o exercício da empatia. Algumas ficam ligadas 24h no MODO BÉLICO, reatividade "full time", e no automático. São truculentas até para dar conselhos voluntários, projetando a intolerância que têm para consigo próprias nos outros, ao invés de percebê-los. Autocentrados e autorreferentes, não raro tornam-se indesejáveis e rejeitados. A bem da saúde geral, precisam SE aceitar como são e, ao invés de se projetarem nos outros, treinarem o exercício da empatia. O resultado é o tão desejado desarmamento interior.

    Ironia e sarcasmo REVELAM desamor.

    REATIVIDADE E AUTENTICIDADE (20/05/2012)

    A autenticidade sai mais cara quanto mais verdadeiramente excêntrica for a pessoa. Assim, os medíocres não pagam quase nada pela sua autenticidade, se é que eles a têm. Autenticidade associada à excentricidade genuína pressupõe não mediocridade. Porém, a autenticidade reativa, pessoa que compulsivamente briga com o mundo, sai triplamente cara porque:

    a pessoa constrói um personagem que adoece a si própria.

    gasta uma imensa energia colocando-o para brigar.

    distancia-se cada vez mais da paz de espírito.

    É importante verificar o quanto de reatividade existe na nossa excentricidade, porque ela, a excentricidade, pode não ser autêntica, mas apenas um jeitão construído só para afrontar, configurando assim e tão somente um disfarce para a mediocridade. Quando a excentricidade é uma máscara reativa para esconder a mediocridade é porque a autoestima está no lixo.

    Reatividade REVELA mediocridade.

    PODER TÓXICO DO PODER (21/05/2012)

    Quando uma pessoa se queixa assim:

    "Eu era feliz quando era duro, não tinha dinheiro e a vida era difícil. Agora que tenho dinheiro sinto uma infelicidade imensa",

    não raro está dizendo, com outras palavras, o seguinte:

    "Quando não tinha dinheiro, não sobrava tempo para pensar em mim de forma existencial, tinha que correr pra pagar conta, era tanta preocupação imediata, tanta emergência, tanto incêndio para (a)pagar que mal tinha tempo para o básico da vida exterior. Postergava as questões da vida interior alegando não ter tempo para isso."

    De fato, o nosso sistema sócio/econômico atual induz a isso*. Agora, com dinheiro, está materialmente mais confortável, e é aí que a pessoa não cai em si, despenca em si, e a queda é dura se ela não descobriu quem, de fato, é. Ela agora percebe que não é feliz (auto-realizada), nunca foi. Só não tinha tempo e espaço emocional para perceber isso. A busca desesperada pelo material a anestesiava da sensação de vazio existencial, que agora começa a pegar.

    A pessoa que percebe o que está acontecendo, se quiser resolver essa questão, terá que fazer o que deveríamos sempre fazer primeiro:

    buscar a nossa identidade e a nossa vida interior.

    Poucos fazem isso, a maioria fica curtindo o vácuo existencial pelo resto da vida. A indústria do tabaco, das bebidas alcoólicas, os traficantes de drogas e os laboratórios agradecem de todo coração. O dinheiro não leva, não traz e nem manda buscar a felicidade (auto-realização).

    Sempre é tempo de marcar o grande encontro das nossas vidas, o encontro com a gente mesmo.

    *Vide documentário Thrive, disponível no Youtube.

    SENTIMENTO (23/05/2012)

    De diversas formas nós somos induzidos a nos relacionar desconectados dos sentimentos. Estamos nos tornando meros tarefeiros. Fazer isto, fazer aquilo, fazer, fazer, fazer... A criatividade existencial fica quase totalmente inviabilizada. É cada um no seu quadrado funcional, cumprindo tarefas impostas e os aspectos individuais praticamente ignorados. Se não abrimos, à força, um espaço para nós, ele nunca será possível, nem muito menos oferecido. Essa é uma das razões de vermos tanta gente querendo ser ouvida e com pouca disponibilidade para ouvir. Quem fala demais está sufocado na inexistência. Está ignorado principalmente por si próprio. Está ignorando, principalmente, a si mesmo. É como se dissesse:

    OLHEM PRA MIM!!! EU ESTOU AQUI! EU PRECISO SER PERCEBIDO, VOCÊ PRECISA VER QUE EU EXISTO!!!

    O desespero é para ter a oportunidade de, em falando, ser percebido e conseguir algum contato, não tanto com o outro, mas COM OS PRÓPRIOS SENTIMENTOS. Estamos esquecidos de nós mesmos! Quando percebemos e mantemos a nossa respiração diafragmática, damos o primeiro e mais importante passo para mantermos a conexão com os próprios sentimentos. Assim, a primeira e mais importante coisa que percebemos é a nossa própria existência, até então pisoteada pelo excessivo foco nas tarefas, nos afazeres.

    O contato com o sentimento cura. Sinta a respeito.

    CIRCUNSTÂNCIAS E AMOR (24/05/2012)

    Depois que descobrem estar vivendo um grande amor, muitas pessoas se preocupam em adaptar a vivência desse amor às circunstâncias vigentes, àquelas sob as quais essas pessoas vêm vivendo. Esse é o jeito mais rápido de asfixiar um amor. O amor tem o mágico potencial de trazer mudanças profundas e saudáveis para a vida. Se o encaixotamos num formato preestabelecido racionalmente ele perde a vitalidade, o viço, a criatividade e o encantamento, dando lugar a um convívio árido e frustrante. Algo apenas potencialmente maravilhoso, mas engaiolado e melancólico.

    O amor traz em si novas configurações existenciais. Percebê-las e vivê-las é opção de saúde.

    Saúde relacional é adaptar as circunstâncias ao afeto e não o contrário.

    SOLIDÃO E SOLITUDE (28/05/2012)

    Ninguém sabe o quanto custa ser você. Ninguém tem a menor noção do transtorno que é se debater nas redes que tentam te sufocar. Ninguém tem percepção suficiente para, empaticamente, se condoer com as mais intensas das tuas dores. Você está sempre só. Isolado. No mais árido abandono. Até o momento em que o milagre do amor acontece na sua vida. Ele acontece!

    Porque, de alguma forma, sem saber talvez, você constrói esse momento. Cotidianamente, entre as lágrimas da tristeza, da alegria, nas paralisias do tédio... a cada boa surpresa, a cada decepção... Você está sempre a caminho do amor quando consegue senti-lo antes mesmo que aconteça. É o pulso da vida, ainda que de forma imperceptível, buscando a saúde. Mesmo que você se sinta morto em vida. Num momento mágico você percebe que oferecendo a sua energia, o seu amor, desinteressadamente, você é abastecido por esse mesmo amor através de um mecanismo inexplicável, mas real.

    A sua vida muda quando você é outro com a vida. Uma perene e silenciosa harmonia toma conta de você. Não há mais vitória e nem derrota. Seja onde for, seja como for, agora você está em paz. Com você mesmo, com tudo e com todos. A vida continua tendo um custo, agora quase zero,

    e isso não tem preço.

    Nem vitória, nem derrota. Paz.

    PAIXÃO E AMOR 1 (29/05/2012)

    Pai e mãe são referências para quase tudo em nossas vidas. Nem tanto pelo que falam, e mais pelo exemplo. Essa referência tem quase total ascendência sobre o nosso comportamento até os 25 anos, aproximadamente. Quando tudo dá certo, é nessa idade que as pessoas começam a criar coragem e passam a desenvolver o último estágio da individualidade e viver segundo suas próprias ideias de vida. Maturidade emocional. Percebem que, pelo fato de romperem com as ideias dos pais, não estão rompendo com os pais. Caminho da saúde. Mas como nem sempre isso dá certo, AO CONTRÁRIO, prosseguem mediunizando os pais em si.

    Entra aí um fator complicador. Por serem imperfeitos (e não poderia ser diferente) e exercerem autoridade sobre os filhos, muita raiva contra os pais é gerada nos filhos. Sem resolver essa raiva, as pessoas escolhem permanecer como cópias dos modelos de pensamento e modelos emocionais dos pais para manterem o vínculo. Acabam mantendo também o vínculo de ódio, que será projetado em cada relacionamento de suas vidas. Dependendo do relacionamento, com maior ou menor intensidade. Em geral as pessoas acabam contratando (atraindo) relacionamentos para darem vazão a esse ódio.

    Na intenção de buscarem um amor, procuram alguém a quem possam odiar. São relações extremamente passionais, recheadas e confeitadas com pura reatividade, que se prolongam por toda a vida e atravessam gerações. Relacionamentos que até podem ser um tanto amorosos, mas onde prevalece a paixão. A paixão impede a vivência plena do amor. Família é a melhor forma organizada que conseguimos até hoje para preservar a espécie. Mas isso não quer dizer que o projeto esteja pronto. Ter um só homem e uma só mulher como referência para a formação de um novo ser tem se mostrado um modelo que carece, e muito, de aprimoramento. É covardia em relação aos pais e precariedade em relação aos filhos. Ainda mais levando em conta que união e procriação, ao contrário de toda a tecnologia, são feitos NO IMPROVISO, sem preparo. As pessoas não são minimamente habilitadas para isso que, aliás, para a biologia, é o nosso ÚNICO sentido de vida.

    Só se livra da paixão quem conseguiu a maturidade emocional, pressuposto básico para a vivência amorosa saudável.

    Para o amor ser vivido a paixão tem que ser curada.

    PAIXÃO E AMOR 2 (29/05/2012)

    Sempre que, de alguma forma, alguém demonstra não gostar de você, no começo você fica triste e a autoestima vai pra baixo. Depois que começa a compreender o fenômeno da afinidade, você percebe que, no fundo, esse não gostar é sempre recíproco e você, por várias razões, não vê. Muitas vezes até mesmo acha que gosta muito daquela pessoa, mas é ilusão. Você não percebe a troca precária de nutrientes afetivos que existe entre vocês. Com isso você descobre, em você, os diversos motivos pelos quais vinha se aproximando daquela pessoa com quem tem pouca afinidade.

    Todos esses motivos podem ser resumidos em um só: carência afetiva por baixa autoestima. Depois que passa a nortear a sua vida e as suas relações pela saudável interação afetiva, você fica muito mais inteiro, aprende a dizer não com facilidade e até passa a gostar mesmo das pessoas com quem não tem tanta afinidade, porque agora não força mais a barra pra conviver. Agora a convivência respeita o grau de afinidade. A autoestima vai pra cima quando você percebe que só fica abandonado quando SE abandona. Desenvolva uma boa e rica vida interior de forma que sozinho você esteja bem acompanhado e a dois seja uma festa.

    Estamos abandonados apenas quando NOS abandonamos.

    MENSAGEM E MENSAGEIRO (31/05/2012)

    O carteiro não é a carta! Parece óbvia essa afirmação, mas quando usada como metáfora para conselhos e sugestões nas relações humanas a obviedade é trocada pela penumbra da invasão, da presunção, da desqualificação, da projeção, do preconceito, da manipulação, etc. Diante de conselhos, recomendações e sugestões existem dois momentos interessantes, não necessariamente nessa ordem:

    1- se alguém nos dá um bom conselho, resolvemos seguir e dá certo, é maravilhoso. Concluímos, por presunção, que o conselheiro pratica o que recomendou.

    2- se não for fácil seguir o conselho, vamos conferir se o conselheiro faz o que fala. Se não faz, desqualificamos conselho e conselheiro.

    Em qualquer um dos passos, conclusão e conferência nascem da ideia equivocada de que existe identidade de nível de consciência entre aconselhado e conselheiro.

    O óbvio fica obscuro: NINGUÉM É IGUAL A NINGUÉM.

    E outra: você aprende e fica sabendo, mas você só faz quando tem consciência. Alguém vê algo no outro e aconselha. O aconselhado segue se quiser. Qualquer que seja a escolha ela não torna o aconselhado nem pior nem melhor do que o conselheiro. Qualquer um tem um bom conselho para nos dar.

    Imaginemos um bêbado na sarjeta nos dizendo: "Uma pinguinha não faz mal". Considerando que se trata de um alcoólatra, a fala é patética, parece indigna de confiança. SÓ QUE é verdade! Uma pinguinha não faz mal, MESMO. Uma, umazinha. Mas não é isso que entendemos quando sai da boca de um alcoólatra na sarjeta, porque agregamos, POR NOSSA CONTA, que da boca de um alcoólatra não pode sair bom conselho sobre a relação do ser humano com o álcool.

    rs, ai ai…(condicionamento absurdo)

    Se fosse assim, eu mesmo não teria aprendido nada, NADA na minha vida. Teria julgado meus professores preconceituosamente e permanecido numa ignorância que me privaria de muita coisa boa que vivo graças a alguns conhecimentos que adquiri com eles. Muitas vezes a duras penas, justamente pela diferença entre algumas coisas que ensinavam, mas não praticavam. Cardiologistas morrem do coração por fumarem e, no entanto, muitos dentre estes são excelentes profissionais. EM ALGUM GRAU, todo mundo é limitado, contraditório, imperfeito, mentiroso, mesquinho, ladrão de energia, interesseiro, arrogante, predador, etc.

    Conhecimento custa. Raros são os que não cobram, e não estou falando de dinheiro. Pode custar a humilhação por parte de um professor arrogante, pode custar a tristeza de ver um professor definhar porque não faz o que fala, pode custar o mau trato pelo preconceito por parte do professor, pode custar a energia que vai pelo ralo por causa da inveja do professor ou do aluno e tudo isso vale também do aluno para com o professor. Sugiro que ao entregar a próxima carta você não a atire na cara do destinatário, simplesmente por que ele não é do jeito que você queria que ele fosse. Simplesmente entregue. Não cobre nenhuma reação e não se sinta infeliz por ele não fazer o que diz a carta. Cada um tem seu tempo e seu momento para perceber coisas. Não acelere o rio, você pode causar um tsunami e afogar o seu destinatário. Você não é O Deus, você é Deus (Deus substantivo é ego que pode ser manipulador e ansioso. Deus verbo é acontecer.).

    Finalmente sugiro que, ao receber a próxima carta, você não se decepcione se o carteiro não for o que diz a carta. Ele é um mensageiro. Agradeça por ele tê-la trazido até você e pronto. Quanto ao conteúdo da carta, faça o que o seu coração indicar, lembrando que o carteiro não tem nada a ver com esse conteúdo. A bem da sua saúde relacional, mantenha a correspondência sabendo que o carteiro NÃO é a carta.

    Assim como o carteiro não é a carta, conhecimento não significa consciência.

    INSEGURANÇA (01/06/2012)

    A imensa energia dissipada com tsunamis de palavras não compensa.

    Às vezes ficamos horas argumentando com a gente mesmo ou com os outros na intenção de chegarmos a uma conclusão satisfatória e com isso nos sentirmos em paz. Esta conclusão satisfará apenas a necessidade de nos sentirmos enquadrados NA e autorizados PELA lógica. Muitos de nós, tolamente ainda dependemos da lógica. Isso seria perfeito se nós fôssemos lógicos, mas sabemos que não somos.

    A paz que vem de acordos após argumentações não é paz, é trégua.

    Paz, mesmo, vem silenciosamente de dentro. Quando não entendemos algo em nós mesmos ou nos outros, a melhor coisa a fazer é nada. Silêncio.

    A NOSSA NATUREZA FALA SEM PALAVRAS.

    Não é lógica, é BIOlógica. Oscila, não é intelectualmente decodificável.

    A solução não vem através de palavras. Isso implica em sabermos viver em paz com um tanto de insegurança, mas quando emocionalmente imaturos não suportamos inseguranças, quando não aprendemos a conviver com elas lotamos de palavras as nossas mentes com o intuito de encontrarmos explicações e soluções estáveis. ISTO NÃO EXISTE. Nesses casos, a palavra tem a função de mascarar fatos para nos colocar numa ilusão de certezas, dando-nos a dose excessiva de sensação de invulnerabilidade. Só quando aprendemos a conviver bem com a margem oscilante de insegurança e incerteza, encontramos alguma paz. Não anestésica e nem tóxica.

    Discutir com a vida é discutir o indiscutível. Percepção, aceitação e interação pacífica.

    FALA E CANTO (03/06/2012)

    Experimente gravar a sua voz enquanto você conversa. Depois ouça como se estivesse ouvindo uma música. Tente perceber o QUE você canta enquanto fala. Não se espante se descobrir que, quase sempre, as letras dessas músicas não combinam com as melodias.

    Nós não treinamos percepção. Enquanto a letra fala de raiva, a música pode falar de alegria. Enquanto a letra fala de saudade, a música pode falar de repulsa. Ou ainda, enquanto a letra fala de amor, a música pode falar de irritação. Assim, na maioria das vezes, achamos que estamos expressando fielmente os nossos sentimentos, quando na verdade não. A percepção dos sentimentos ajuda muito a evitar males entendidos.

    Na fala, o que dizemos está na letra. O que queremos dizer está na música. Vale a pena gastar um tempo desenvolvendo a percepção de si próprio.

    A gente gasta menos energia à toa e a vida fica melhor.

    Uma coisa é falar de amor. Outra é falar COM amor, e isso também é fazer amor.

    RECOMEÇO (04/06/2012)

    Não existe recomeço. Isso é mais uma de nossas ilusões. Estamos sim, contínua e renovadamente, trilhando a existência. Quase todos nós experimentamos sensações de frustração ou de incapacidade quando, por mais de uma vez, tentamos sem sucesso uma determinada realização ou nos vemos na contingência de ter que repetir certa experiência ainda não satisfatória.

    Os fatos externos indicam isto mesmo, mas esquecemos facilmente que os maiores aprendizados nem sempre são visíveis. O foco excessivo na meta visível nos tira do principal foco que está por detrás da realização, que é o aprendizado. Quando repetimos situações insatisfatórias é porque ainda não percebemos o aprendizado. E cada repetição é vital porque, a par de ainda não estarmos conseguindo o que buscamos, estamos adquirindo preciosos e imprescindíveis conhecimentos, cujo ganho ainda não estamos percebendo. Só depois de um tempo isso ficará claro. Descobrimos, entre outras coisas, que ao invés de repetição, cada tentativa é uma nova e única situação.

    Nós temos o hábito de seccionar a vida em estágios padronizados e entendemos isso como algo natural, mas não é. Cada pessoa vive o processo evolutivo de uma única forma possível: a dela. E ninguém é mais e nem menos por isso. Não cabe vaidade e nem sentimento de derrota, apenas de serena alegria e amor por si mesmo por estar...no caminho.

    Não existe recomeço. É sempre, sempre a continuAÇÃO.

    ALIENAÇÃO (05/06/2012)

    Quando a imensa maioria das pessoas vive a mesma alienação, fica parecendo que aquilo não é alienação. As pessoas que não vivem a mesma alienação parecem, ao grupo, alienadas. Teoricamente, alienação é relativa. No exemplo, um grupo está alienado do outro.

    Porém, existem algumas alienações que nos custam a saúde e é

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