Portugal em ruínas
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Sobre este e-book
Gastão Brito e Silva
Nasceu em Lisboa no ano de 1966 e desde cedo mostrou gosto pela fotografia. Trabalhou na Kodak Portuguesa onde teve o primeiro contacto com a fotografia profissional, mais tarde frequentou um curso de fotografia de publicidade que lhe abriu novas portas e perspectivas. Em Março de 1993, fundou o Estúdio LuzViva – Fotografia Criativa, onde tem trabalhado em vários projectos nas áreas de fotografia conceptual, culinária, bebidas e arquitectura. Publicou trabalhos nos mais diversos meios de publicidade e é autor de vários textos técnicos. Desde 2003 que ministra workshops temáticos e cursos no Studio 8A, tendo já leccionado na Universidade Católica, no ISLA, na ANIF, APAF e Arte na Linha. Desde 2008 que organiza eventos culturais de defesa do património edificado, e tem sido palestrante em congressos e seminários. É autor do blogue Ruin’Arte, que foi distinguido como melhor blogue de 2012 na categoria de Arquitectura.
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Portugal em ruínas - Gastão Brito e Silva
Uma história cripto-artística do património construído
Vítor Serrão
Dedicado à memória de Vítor Wladimiro Ferreira (1934-2012), um estudioso do património cultural
«Afigura-se-me que há duas formas de olhar para as rápidas transformações por que o mundo passa. Muitos vêem sobretudo o que muda, outros procuram surpreender o que, a despeito delas, permanece.»
Orlando Ribeiro, 1945
«Para nós, património é tanto a obra-de-arte, a ruína, o objecto-construção, a arquitectura de um edifício (o monumento clássico), como o lugar-ambiente, os núcleos urbanos a que (mal) chamamos centros históricos, ou seja, a cidade antiga e a cidade consolidada. É património o território e a paisagem humanizada, enquanto arquitecturas de vasta escala, ou seja, organizações voluntárias do espaço feitas por (e portadoras dos valores dos) homens. É também património (intangível) o saber que permitiu projectar, construir, manter ou alterar.»
José Aguiar, 2006
1. Prelúdio em cinzas e em pó
Como todas as coisas da vida, as construções da arquitectura – as obras de arte, em suma – também definham, envelhecem e, a menos que existam condições de restauro, vontade política e medidas cautelares de preservação, tendem a desaparecer. É certo que, disse-o a patrimonialista Françoise Choay ¹, as ruínas têm direito inalienável à sua própria «inutilidade», esse novo estatuto que foram gradualmente adquirindo à medida que a sua pretérita utilitas se transmudava e desaparecia. Falamos neste livro de várias obras da construção portuguesa – de arquitectura doméstica, religiosa, militar, industrial – em que esse peso de uma grandiosa efemeridade
é ainda percebível, apesar de jazerem esquecidas e devastadas, num estado de lento fenecimento em muitos casos já irremediável. E falamos conscientemente de obras
e não de coisas: trata-se, em muitos casos, de estruturas criadas com ideia
, geradas segundo programas e providas de valência estética mais ou menos