Encontro pessoal com Cristo: Como viver e atualizar essa experiência transformadora com o Amor de Deus!.
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Sobre este e-book
Mas, afinal, o que deve acontecer para alcançar o tudo de Deus em nossa vida? Não podemos jamais esquecer essa verdade absolutamente certa, só o amor é a resposta para todas as situações de nossa vida. Isso nos ajuda a compreender que aquele que não ama não conhece a verdadeira alegria, o ser humano não pode viver sem esse amor. Nenhum indivíduo será capaz de compreender sua própria vida e, muito menos, a vida do outro sem que faça uma experiência verdadeira com o amor de Deus.
A certeza que tenho em meu coração é esta: não existe realização, não existe plenitude sem a experiência do Encontro Impactante com a Pessoa de Jesus Cristo. Ele quer, nos espera e deseja, há muito tempo, esse dia especial para nossa vida de forma particular, "pois Ele não olha a multidão", olha você dentro da multidão. O resultado dessa experiência vai impactar a sua vida em todas as áreas, espiritual, familiar e profissional.
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Encontro pessoal com Cristo - Israel de Freitas
Capítulo 1
O meu encontro pessoal com o Cristo
A todos os que sofrem e estão sós, dai sempre um sorriso de alegria. Não lhes proporciones apenas os vossos cuidados, mas também o vosso coração.
(Madre Teresa de Calcutá)
Quero apresentar o motivo da minha alegria. Por isso, quero partilhar logo de início como aconteceu o meu encontro pessoal com o Senhor. Sou de uma família cristã e fui batizado ainda nos meus primeiros meses de vida na capelinha de São Miguel Arcanjo, num pequeno povoado chamado de São Miguel, Cidade de Itaguatins - TO. Sou o segundo de três filhos e minha infância foi marcada por muitos sofrimentos devido às condições financeiras dos meus pais; não tínhamos casa boa para morar, nenhum de nós tinha emprego fixo. Vivíamos daquilo que conseguíamos na roça, mas, nem sempre meu pai conseguia cuidar do plantio devido ao seu problema com o alcoolismo. Isso nos fez passar muita fome... Vivíamos num estado de extrema pobreza, a ponto de passarmos três dias sem comer um punhado de arroz.
O alcoolismo sempre nos acompanhou. Meu pai foi vítima deste mal durante 24 anos de sua vida e minha mãe sempre esteve perto de mim e de meus irmãos. Quantas e quantas vezes meu pai saía de casa nos deixando sem nada para comer. Foi um tempo de muita fome mesmo. Lembro-me de que mamãe tinha que quebrar coco de babaçu para vender e conseguir pelo menos o dinheiro para comprar o arroz ou a milharina. Essas saidinhas
do meu pai, nas quais ele passava dias sem ir em casa geraram outros seis filhos fora do casamento. Minha mãe suportou tudo e nunca abandonou seus filhos e nem seu marido. O alcoolismo do meu pai nos trouxe anos e anos de perdas, dores, angústia, desânimo e falta de esperança. Eu não acreditava mais que um dia poderíamos sair daquela situação. Cresci com inúmeros traumas por causa de tudo isso. Você deve imaginar quantas marcas negativas eu trouxe da minha infância. Tornei-me um adolescente e depois um jovem muito revoltado com todos, com a vida e com o mundo. Eu tinha plena convicção que esse seria o meu destino: sofrer e sofrer até o fim da vida.
Aos 11 anos, comecei a me envolver com uma turma que não era diferente de mim. A maioria dos meus amigos tinha as mesmas frustrações, logo começaram a me oferecer o álcool e depois conheci o sexo e assim se iniciou a desobediência na minha vida. Achava tudo aquilo muito bacana. Meu pensamento era: se o meu pai era alcoólatra, eu também tinha o direito de ser. Acabei me tornando o líder do grupo. Não fui um bom exemplo para minha turma, pois nossas atitudes prejudicavam a nossa vida e a de muitas pessoas. A minha alegria era fazer os adolescentes entrarem no mundo do álcool e do sexo desregrado. O líder tem o poder de persuasão e isso eu tirava de letra. Mergulhei de cabeça neste mundo, pois achava que tudo aquilo me faria muito feliz. O Israel se tornou o agitador, o animador, o incentivador e o palhaço da turma. Isso fazia com que todos os jovens quisessem entrar na nossa turma. Então, logo também comecei a me envolver com jovens de famílias com boas condições financeiras e eles me bancavam nos ingressos para shows, festas, farra e muita bebida alcoólica. Hoje, louvo muito a Deus, porque naquela época, o crack e a cocaína não eram tão difundidos. Garanto a vocês: se eu tivesse tido acesso a essas drogas, certamente, teria me tornado um viciado e talvez nem estaria mais vivo, pois eu topava tudo e estava totalmente entregue ao pecado.
Recordo-me muito bem das inúmeras vezes que os colegas me chamavam para beber e o último que ficasse de pé seria o responsável por levar os outros para casa. Quantas vezes eu caí nos bares, bêbado, e fui levado para casa... Quando eu ficava embriagado, meu forte era mentir para as meninas e isso me tornou um homem muito mulherengo
. Eu sempre conseguia namorada para todos os meninos do meu grupo, mas tudo isso era baseado em mentiras e mais mentiras. Os meninos me prometiam caixas de cerveja ou às vezes litros de whisky para que eu pudesse ajudá-los a namorar as meninas. Assim fui crescendo. Na verdade, eu acreditava que as noitadas e farras eram capazes de satisfazer meus desejos, mas a cada dia eu me decepcionava e me desesperava. Tentava preencher de todas as formas um enorme vazio que havia dentro de mim.
Certa vez, ia acontecer uma festa na minha cidade. Lembro que me preparei bem para aquele evento, trabalhei semanas numa fazenda roçando pastos, ganhei um bom dinheiro e lá fui eu todo feliz
de roupa nova, dinheiro no bolso. Meus planos eram de muita farra, bebedeira e mulheres. Lembro-me que fomos a um barzinho, começamos a beber, mas para minha tristeza não consegui fazer absolutamente nada, pois foi um porre
tão grande que eu caí ali mesmo e tive que ser levado para casa nos braços dos meus colegas.
No dia seguinte, pela manhã, com muita ressaca, dor de cabeça e um vazio enorme no peito, eu tentava lembrar o que tinha acontecido. Logo aparecia um colega da minha turma, zombando e contando tudo o que eu tinha aprontado. Aquilo me deixava arrasado e muito triste e a vergonha foi tão grande que eu passei uma semana sem sair de casa. Prometi para mim mesmo que aquela seria a última vez que eu ia me embriagar, pois sabia que toda vez que isso acontecia não ficava só nisso, sempre tomava outras atitudes como o sexo desregrado. Mas isso não era fácil e percebia que não conseguia sustentar tal promessa e acabava dominado pelas paixões carnais o que me levava a acreditar que minha vida era um verdadeiro fracasso.
Certo dia, a coordenadora de um grupo jovem da pastoral da juventude de minha cidade me fez um desafio: ela me convidou para participar de um Seminário de Vida no Espírito Santo, organizado pela Renovação Carismática Católica. Eu logo perguntei o que era esse tal Seminário de Vida
. Quando ela me explicou que seriam dois dias de oração, pregação e louvor, eu não me contive e logo fui dizendo que odiava igreja e nunca conseguiria passar dois dias sentado, vendo pessoas bobas com um microfone falando: Jesus te ama, meu irmão
. Então ela disse: eu pensei que você topava tudo na vida! Estou te desafiando a passar dois dias conosco e com Jesus
. Na hora, eu comecei a me irritar, pois ela tinha razão. Eu não gostava de perder um desafio. Mesmo assim, eu disse que não iria, pois achava aquilo bobagem e perda de tempo. Ela então me olhou com um olhar muito triste e continuou: que pena, temos 150 inscrições e a maioria é de mulheres
. Aquela garota sabia qual era o meu ponto fraco! Quando ela falou mulheres
, levantei-me de ímpeto e disse que iria sim. Eu não tinha nenhuma intenção de rezar naquele encontro. O que eu realmente queria era ficar com todas as gatinhas
.
Chegado o dia do encontro, depois de viajarmos 20 km, eu, a coordenadora do grupo jovem e demais jovens da caravana chegamos ao local do tal Seminário. Lembro muito bem que entramos pela porta lateral da Igreja e logo fomos bem acolhidos. Todos foram conduzidos a um banco da Igreja e eu disse ao pessoal da acolhida que não queria sentar, eles insistiram e começaram a me incomodar. Só eu estava de pé. Como eu tinha um único objetivo ali, comecei logo a acenar para as meninas dizendo que queria namorá-las. Elas me olhavam e faziam gestos dizendo que eu estava louco. Eu olhava para aquela igreja e achava tudo muito esquisito; uma igreja lotada de jovens, todos de olhos fechados e rezando. E dizia para mim mesmo: tem alguma coisa errada aqui. Essa galera podia estar nas praças, todos embriagados e preferem estar aqui, chamando por Jesus?
Perguntava-me tudo isso, atônito.
Como só eu estava em pé, o pregador começou a pedir, insistentemente, que todos os jovens que estivessem em pé se sentassem. Enquanto ele insistia, eu pensava: ele vai secar a boca de tanto falar e eu não vou sentar. Não vim aqui para rezar
. Mas, o cara insistiu tanto que resolvi me sentar, pois já não aguentava mais aquela ladainha. Depois, o mesmo pregador começou a pedir que nós fechássemos os olhos e quanto mais ele pedia, mais eu olhava para ele. Eu estava louco de tanta ansiedade para a hora do intervalo, porque o que eu queria era ter contato com as meninas. Como ele viu que eu não fechava os olhos, pediu então àqueles que ainda estavam de olhos abertos que, ao menos, abaixassem a cabeça. Foi o que eu fiz e comecei a bater os pés e a olhar no relógio, na esperança de que aquela pregação terminasse logo. Mas, de repente, aquele pregador começou a falar sobre a minha vida... Ele falava de um jovem que chegou à igreja se achando o tal
e que acreditava ser muito feliz na vida de alcoolismo e sexo desregrado. Houve um grande silêncio e comecei a ouvir um som lindo que vinha do teclado e a cantora começou a cantar assim: "Renova-me, Senhor Jesus, já não quero ser igual. Renova-me, Senhor Jesus, põe em mim seu coração. Porque tudo que há dentro de mim precisa ser mudado Senhor, porque tudo que há dentro do meu coração, precisa mais de ti." De repente comecei a me arrepiar, meu coração acelerou e eu fiquei sem entender o que estava acontecendo. Fiquei desesperado achando que estava passando mal e cheguei a pensar que estava tendo uma queda de pressão arterial.
De cabeça baixa, comecei a chorar ali mesmo. As lágrimas vinham e eu as enxugava, pois não queria que ninguém me visse chorando. Quando a música parou, o pregador, ousadamente, disse: jovem, deixe-se amar por Deus, deixe-se conduzir por Ele, porque Deus te ama, Jesus te ama.
A essa altura, as lágrimas eram muitas e quando dei por mim eu estava em pé, gritando sozinho no meio daquela igreja: "Jesus, me perdoa! Eu te amo! Muda minha vida! Eu quero me encontrar contigo."
Gente... o que foi aquilo que vivi? Eu simplesmente não sabia explicar o que estava acontecendo. Só sabia que era muito bom! A coordenadora que tinha me convidado e toda a galera da minha cidade começou a gritar também de alegria e eles davam glórias a Deus! Você já levou algum jovem difícil para algum encontro? Aquele que era o pior de toda a turma? Aquele que toda a equipe fica torcendo e rezando por ele? Pois era assim que o pessoal da minha caravana estava, todos ansiosos para que eu vivesse uma experiência pessoal com Jesus!
Em seguida, o pregador pediu silêncio e olhou bem nos meus olhos e disse: jovem, eu quero profetizar na sua vida, em nome de Jesus! O Senhor está dizendo pra você: jovem, eis que eu te escolho do meio dos alcoólatras, do meio dos prostitutos para te fazer um profeta na minha igreja! Aonde você colocar os pés, muitos jovens voltarão para mim, o Senhor, e serão minhas testemunhas. Eu, hoje, vim ao teu encontro para que, a partir de agora, você possa me levar a todos os lugares
.
Amados, não tenho palavras para explicar o que aconteceu ali. Eu não via mais o rosto do pregador, via o próprio Cristo! Era 24 de maio de 1997, o dia do meu Encontro Pessoal com Cristo! Naquele dia, morreu o Israel velho e renasceu um nova vida, cheio do Espírito Santo! Eu saí daquele Seminário de Vida decidido a ser fiel a Deus e a buscar a santidade, pois, só assim, eu conseguiria viver o cumprimento das promessas de Deus na minha vida.
Quando cheguei à casa dos meus pais, segurei minha mãe pelos braços e disse: mamãe, aquele seu filho que saiu ontem de casa, alcoólatra, viciado em sexo e desobediente, morreu e já foi sepultado. Aqui está seu novo filho, uma nova pessoa, decidido a salvar almas e a levar todos vocês a fazerem este encontro pessoal com Jesus.
Minha mãe, como era analfabeta, não entendeu nada e só chorou.
Entrei no meu quarto e fiz uma limpeza geral. Joguei fora tudo aquilo que me aprisionava ao pecado, como filmes e revistas pornográficas, revistas de horóscopo e outros. Em seguida, peguei aquilo que considerava mais sagrado: minhas quatro caixas de sapatos, cheias de fitas cassetes, todas gravadas com músicas internacionais românticas. Peguei fita por fita e comecei a quebrar uma por uma em cima de uma pedra, minha mãe, da porta da cozinha olhava aquela cena e sacudia a cabeça sem entender nada, chamou meu pai e perguntou o que estava acontecendo