OS SETE ENFORCADOS: Leonid Andreiev
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OS SETE ENFORCADOS - Leonid Andreiev
Leonid Andreiev
OS SETE ENFORCADOS
1a edição
img1.jpgIsbn: 9786558941767
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Prefácio
Prezado Leitor
Leonid Andreiev foi um dos principais artistas literários do início do século 20 e é amplamente considerado como uma dos talentoso escritores da literatura russa. Em sua prosa, ele refletiu a influência do realismo de A. Chekhov, o fascínio pelos paradoxos psicológicos, de F. Dostoiévski, e uma obsessão constante pela insignificância da vida e a inevitabilidade da morte, à maneira de L. Tolstoi.
Escrito em 1909 e dedicado justamente a Tolstoi, Os Sete Enforcados é considerado por muitos o melhor romance de Andreiev. A obra aponta o horror e a iniquidade da pena de morte em qualquer circunstância, mas vai muito além disso; penetra com maestria e simplicidade em cada uma das tragédias de sete condenados à morte, conduzindo sem concessões ao leitor a uma revelação, um estado de iluminação que só as melhores obras de arte oferecem.
Uma excelente leitura
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Sumário
APRESENTAÇÃO
Sobre o autor e obra
OS SETE ENFORCADOS
I - Á uma da tarde. Excelência
II - Rumo à pena de morte por enforcamento
III - Não devo ser enforcado
IV - Nós, de Oriol
V - Um beijo, e cala-te.
VI - As horas voam
VII - A morte não existe
VIII - A morte existe, e a vida também
IX - Solidão medonha
X - Ruem os muros
XI - Estão sendo conduzidos
XII - Trazidos ao local
APRESENTAÇÃO
Sobre o autor e obra
Leonid Andreiev foi um dos principais artistas literários do início do século 20 e é amplamente considerado como um dos mais talentosos escritores do período da Idade de Prata
da literatura russa.
(Leonid Nikolaevich Andreiev; Orel, 1871 - Kuokkala, 1919) foi, como narrador e dramaturgo, um dos escritores russos mais marcantes do final do século XIX e início do século XX. Formado em Direito (1897) em Moscou, mudou-se para o campo literário justamente no momento em que o sucesso de Gorky se desenhava e foi, apesar de sua amizade pessoal, o rival mais qualificado deste último, permanecendo por algum tempo em um estranho equilíbrio entre os dois predominantes correntes, a do realismo, da qual Gorki foi o maior expoente, e a do simbolismo mais complexo e confuso.
A sua vida é escassa em acontecimentos, salvo, por um lado, as reuniões de adeptos do movimento revolucionário de que participou e organizou na sua própria casa em Petrogrado e, por outro, a sua participação em importantes grupos editoriais de sua época. A atividade literária absorveu-o completamente e, dadas as múltiplas vivências psicológicas e artísticas que apresenta, pode-se dizer que sua vida se concentrou na de seus personagens.
Em sua prosa, ele refletiu a influência do realismo de A. Chekhov, o fascínio pelos paradoxos psicológicos de Dostoiévski, e uma obsessão constante pela insignificância da vida e a inevitabilidade da morte, à maneira de L. Tolstoi. Seu interesse mórbido por estados patológicos de consciência se refletiu em obras nas quais tratou de demência, obsessão sexual e suicídio. Essas incursões nas áreas obscuras da sensibilidade da sociedade russa no início do século 20 lhe renderam o desprezo de muitos intelectuais e o favor do público.
A atenção do público e da crítica começou a se concentrar em seus contos entre 1898 e 1901, quando apareceu o conto Era uma vez, que continua sendo uma de suas melhores obras, embora a preferência do público aparentemente tenha se voltado para suas novas obras O Abismo e Into the Fog, de 1902, em que o problema sexual é confrontado com ousadia (uma das famosas questões malditas
da intelligentzia
russa), e Os Sete Enforcados, de 1908, em que o problema político é apresentado em sua aspectos sociais e morais.
Cheia de visões sombrias, sensuais e horríveis, exploração genuína dos aspectos mais sombrios da existência humana, profecia alucinatória de cataclismos iminentes, a obra de Andreiev prefigura a melhor literatura do século 20 e chega até nós brilhante e intacta.
La obra: Los Siete Ahorcados
Considerada por muitos a sua obra prima, Os Sete Enforcados escrito em 1909 e dedicado a Tolstói, aponta o horror e a iniquidade da pena capital em quaisquer circunstâncias, mas talvez alcance um feito muito maior: penetrar com maestria e simplicidade em cada uma das tragédias de sete revolucionários condenados à morte, levando o leitor de forma intransigente a uma revelação, um estado de iluminação que só as melhores obras de arte oferecem.
Os Sete Enforcados conta a história de sete pessoas (cinco homens, duas mulheres) que são condenadas à morte pelo regime czarista.
Um ministro descobre um plano de assassinato frustrado contra cinco revolucionários de esquerda e o trauma que isso inflige à sua paz de espírito. O romance então se move para os tribunais e prisões para seguir o destino de sete pessoas que foram condenadas à morte: os cinco assassinos fracassados, um fazendeiro estoniano que assassinou seu empregador e um ladrão violento. Esses condenados aguardam sua execução por enforcamento. Na prisão, cada um dos prisioneiros lida com seu destino à sua maneira
.
OS SETE ENFORCADOS
I - Á uma da tarde. Excelência
Como o Ministro era muito obeso, propenso à apoplexia, foi avisado com todas as precauções, evitando-se provocar uma comoção perigosa, de que preparavam contra ele um atentado dos mais sérios. Ao verem que o ministro recebeu a notícia com calma e até sorridente, comunicaram-lhe também os pormenores: o atentado devia ser levado a efeito no dia seguinte, às treze horas, quando ele saísse para fazer um relatório; alguns terroristas, já denunciados pelo agente policial, os quais se achavam sob constante vigilância por parte dos detetives, deviam reunir-se com bombas e revólveres perto do pórtico à uma da tarde e esperar-lhe a saída. Ali seriam agarrados.
—Esperem — admirou-se o ministro, — como vieram eles a saber que sairei à uma hora para apresentar um relatório, se só há três dias fiquei sabendo disso?
O chefe da guarda fez um gesto evasivo com as mãos:
—Exatamente à uma hora da tarde. Excelência.
Quer espantado, quer em aprovação da atividade da polícia, que arquitetou as coisas tão bem, o ministro sacudiu a cabeça e esboçou um sorriso sombrio com os lábios grossos e escuros; e submisso, com o mesmo sorriso, não desejando causar maiores incômodos à polícia, aprontou-se rapidamente e foi pernoitar em palácio alheio e hospitaleiro de alguém. Do mesmo modo, foram retirados da casa perigosa, próximo à qual se reuniriam no dia seguinte os lançadores de petardos, a sua esposa e os dois filhos.
Enquanto estavam acesas as luzes do palácio alheio e amáveis rostos conhecidos inclinavam-se, sorriam e manifestavam indignação, o dignitário experimentava uma sensação de agradável excitação, como se já lhe tivessem dado ou estivessem para lhe dar uma condecoração importante e inesperada. Mas as pessoas partiram, apagaram-se as luzes e através as vidraças de cristal espalhavam-se pelo teto e pelas paredes os rendilhados fantásticos formados pela luz dos globos elétricos; estranha à casa, com os seus quadros, estátuas e o seu silêncio, a claridade vinda da rua, calma e vaga, despertava a ideia inquietante da inanidade das fechaduras, da guarda e das paredes. E então, durante a noite, em meio ao silêncio e à solidão reinantes no dormitório alheio, o dignitário foi presa de um pavor insuportável.
Seus rins não funcionavam lá muito bem, e a cada abalo forte produziam-se-lhe edemas no rosto, nos pés e nas mãos, que inchavam, e isso tornava-o ainda mais corpulento, mais gordo e mais balofo. E agora, erguendo-se com o monte de carnes intumescidas sobre as molas comprimidas da cama, sentia com a tristeza de um homem doente o seu rosto inchado, que lhe parecia estranho, e pensava incessantemente no destino cruel que os homens lhe preparavam. Recordou, um após outro, todos os recentes casos terríveis em que atiraram bombas em pessoas da sua categoria e até ocupando posições ainda mais