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OS SETE ENFORCADOS: Leonid Andreiev
OS SETE ENFORCADOS: Leonid Andreiev
OS SETE ENFORCADOS: Leonid Andreiev
E-book121 páginas1 hora

OS SETE ENFORCADOS: Leonid Andreiev

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Sobre este e-book

Leonid Andreiev é amplamente considerado como um dos mais talentosos escritores da literatura russa. Em sua prosa, ele refletiu a influência do realismo de A. Chekhov, o fascínio pelos paradoxos psicológicos, de F. Dostoiévski, e uma obsessão constante pela insignificância da vida e a inevitabilidade da morte, à maneira de L. Tolstoi. Escrito em 1909 e dedicado justamente a Tolstoi, Os Sete Enforcados é considerado por muitos o melhor romance de Andreiev. A obra penetra com maestria e simplicidade em cada uma das tragédias de sete condenados à morte, conduzindo sem concessões ao leitor a uma revelação, um estado de iluminação que só as melhores obras de arte oferecem.
IdiomaPortuguês
Data de lançamento21 de dez. de 2022
ISBN9786558941767
OS SETE ENFORCADOS: Leonid Andreiev

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    OS SETE ENFORCADOS - Leonid Andreiev

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    Leonid Andreiev

    OS SETE ENFORCADOS

    1a edição

    img1.jpg

    Isbn: 9786558941767

    LeBooks.com.br

    A LeBooks Editora publica obras clássicas que estejam em domínio público. Não obstante, todos os esforços são feitos para creditar devidamente eventuais detentores de direitos morais sobre tais obras. Eventuais omissões de crédito e copyright não são intencionais e serão devidamente solucionadas, bastando que seus titulares entrem em contato conosco.

    Prefácio

    Prezado Leitor

    Leonid Andreiev foi um dos principais artistas literários do início do século 20 e é amplamente considerado como uma dos talentoso escritores da literatura russa. Em sua prosa, ele refletiu a influência do realismo de A. Chekhov, o fascínio pelos paradoxos psicológicos, de F. Dostoiévski, e uma obsessão constante pela insignificância da vida e a inevitabilidade da morte, à maneira de L. Tolstoi.

    Escrito em 1909 e dedicado justamente a Tolstoi, Os Sete Enforcados é considerado por muitos o melhor romance de Andreiev. A obra aponta o horror e a iniquidade da pena de morte em qualquer circunstância, mas vai muito além disso; penetra com maestria e simplicidade em cada uma das tragédias de sete condenados à morte, conduzindo sem concessões ao leitor a uma revelação, um estado de iluminação que só as melhores obras de arte oferecem.

    Uma excelente leitura

    LeBooks Editora

    Sumário

    APRESENTAÇÃO

    Sobre o autor e obra

    OS SETE ENFORCADOS

    I - Á uma da tarde. Excelência

    II - Rumo à pena de morte por enforcamento

    III - Não devo ser enforcado

    IV - Nós, de Oriol

    V - Um beijo, e cala-te.

    VI - As horas voam

    VII - A morte não existe

    VIII - A morte existe, e a vida também

    IX - Solidão medonha

    X - Ruem os muros

    XI - Estão sendo conduzidos

    XII - Trazidos ao local

    APRESENTAÇÃO

    Sobre o autor e obra

    Leonid Andreiev foi um dos principais artistas literários do início do século 20 e é amplamente considerado como um dos mais talentosos escritores do período da Idade de Prata da literatura russa.

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    (Leonid Nikolaevich Andreiev; Orel, 1871 - Kuokkala, 1919) foi, como narrador e dramaturgo, um dos escritores russos mais marcantes do final do século XIX e início do século XX. Formado em Direito (1897) em Moscou, mudou-se para o campo literário justamente no momento em que o sucesso de Gorky se desenhava e foi, apesar de sua amizade pessoal, o rival mais qualificado deste último, permanecendo por algum tempo em um estranho equilíbrio entre os dois predominantes correntes, a do realismo, da qual Gorki foi o maior expoente, e a do simbolismo mais complexo e confuso.

    A sua vida é escassa em acontecimentos, salvo, por um lado, as reuniões de adeptos do movimento revolucionário de que participou e organizou na sua própria casa em Petrogrado e, por outro, a sua participação em importantes grupos editoriais de sua época. A atividade literária absorveu-o completamente e, dadas as múltiplas vivências psicológicas e artísticas que apresenta, pode-se dizer que sua vida se concentrou na de seus personagens.

    Em sua prosa, ele refletiu a influência do realismo de A. Chekhov, o fascínio pelos paradoxos psicológicos de  Dostoiévski, e uma obsessão constante pela insignificância da vida e a inevitabilidade da morte, à maneira de L. Tolstoi. Seu interesse mórbido por estados patológicos de consciência se refletiu em obras nas quais tratou de demência, obsessão sexual e suicídio. Essas incursões nas áreas obscuras da sensibilidade da sociedade russa no início do século 20 lhe renderam o desprezo de muitos intelectuais e o favor do público.

    A atenção do público e da crítica começou a se concentrar em seus contos entre 1898 e 1901, quando apareceu o conto Era uma vez, que continua sendo uma de suas melhores obras, embora a preferência do público aparentemente tenha se voltado para suas novas obras O Abismo e Into the Fog, de 1902, em que o problema sexual é confrontado com ousadia (uma das famosas questões malditas da intelligentzia russa), e Os Sete Enforcados, de 1908, em que o problema político é apresentado em sua aspectos sociais e morais.

    Cheia de visões sombrias, sensuais e horríveis, exploração genuína dos aspectos mais sombrios da existência humana, profecia alucinatória de cataclismos iminentes, a obra de Andreiev prefigura a melhor literatura do século 20 e chega até nós brilhante e intacta.

    La obra: Los Siete Ahorcados

    Considerada por muitos a sua obra prima, Os Sete Enforcados escrito em 1909 e dedicado a Tolstói, aponta o horror e a iniquidade da pena capital em quaisquer circunstâncias, mas talvez alcance um feito muito maior: penetrar com maestria e simplicidade em cada uma das tragédias de sete revolucionários condenados à morte, levando o leitor de forma intransigente a uma revelação, um estado de iluminação que só as melhores obras de arte oferecem.

    Os Sete Enforcados conta a história de sete pessoas (cinco homens, duas mulheres) que são condenadas à morte pelo regime czarista.

    Um ministro descobre um plano de assassinato frustrado contra cinco revolucionários de esquerda e o trauma que isso inflige à sua paz de espírito. O romance então se move para os tribunais e prisões para seguir o destino de sete pessoas que foram condenadas à morte: os cinco assassinos fracassados, um fazendeiro estoniano que assassinou seu empregador e um ladrão violento. Esses condenados aguardam sua execução por enforcamento. Na prisão, cada um dos prisioneiros lida com seu destino à sua maneira

    .

    OS SETE ENFORCADOS

    I - Á uma da tarde. Excelência

    Como o Ministro era muito obeso, propenso à apoplexia, foi avisado com todas as precauções, evitando-se provocar uma comoção perigosa, de que preparavam contra ele um atentado dos mais sérios. Ao verem que o ministro recebeu a notícia com calma e até sorridente, comunicaram-lhe também os pormenores: o atentado devia ser levado a efeito no dia seguinte, às treze horas, quando ele saísse para fazer um relatório; alguns terroristas, já denunciados pelo agente policial, os quais se achavam sob constante vigilância por parte dos detetives, deviam reunir-se com bombas e revólveres perto do pórtico à uma da tarde e esperar-lhe a saída. Ali seriam agarrados.

    —Esperem — admirou-se o ministro, — como vieram eles a saber que sairei à uma hora para apresentar um relatório, se só há três dias fiquei sabendo disso?

    O chefe da guarda fez um gesto evasivo com as mãos:

    —Exatamente à uma hora da tarde. Excelência.

    Quer espantado, quer em aprovação da atividade da polícia, que arquitetou as coisas tão bem, o ministro sacudiu a cabeça e esboçou um sorriso sombrio com os lábios grossos e escuros; e submisso, com o mesmo sorriso, não desejando causar maiores incômodos à polícia, aprontou-se rapidamente e foi pernoitar em palácio alheio e hospitaleiro de alguém. Do mesmo modo, foram retirados da casa perigosa, próximo à qual se reuniriam no dia seguinte os lançadores de petardos, a sua esposa e os dois filhos.

    Enquanto estavam acesas as luzes do palácio alheio e amáveis rostos conhecidos inclinavam-se, sorriam e manifestavam indignação, o dignitário experimentava uma sensação de agradável excitação, como se já lhe tivessem dado ou estivessem para lhe dar uma condecoração importante e inesperada. Mas as pessoas partiram, apagaram-se as luzes e através as vidraças de cristal espalhavam-se pelo teto e pelas paredes os rendilhados fantásticos formados pela luz dos globos elétricos; estranha à casa, com os seus quadros, estátuas e o seu silêncio, a claridade vinda da rua, calma e vaga, despertava a ideia inquietante da inanidade das fechaduras, da guarda e das paredes. E então, durante a noite, em meio ao silêncio e à solidão reinantes no dormitório alheio, o dignitário foi presa de um pavor insuportável.

    Seus rins não funcionavam lá muito bem, e a cada abalo forte produziam-se-lhe edemas no rosto, nos pés e nas mãos, que inchavam, e isso tornava-o ainda mais corpulento, mais gordo e mais balofo. E agora, erguendo-se com o monte de carnes intumescidas sobre as molas comprimidas da cama, sentia com a tristeza de um homem doente o seu rosto inchado, que lhe parecia estranho, e pensava incessantemente no destino cruel que os homens lhe preparavam. Recordou, um após outro, todos os recentes casos terríveis em que atiraram bombas em pessoas da sua categoria e até ocupando posições ainda mais

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