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Que Merda, Me Apaixonei
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Que Merda, Me Apaixonei
E-book224 páginas2 horas

Que Merda, Me Apaixonei

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Sobre este e-book

Bruno é um adolescente que depois de passar por uma tragédia se trancou dentro de si. Seu mundo é abalado por um novo amor, Ninguém mais ninguém menos que o novo professor da colégio. Como Bruno vai lidar com isso?
IdiomaPortuguês
Data de lançamento18 de jan. de 2021
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    Pré-visualização do livro

    Que Merda, Me Apaixonei - Bruno Lopes

    Antes de começar

    Oi você que está lendo, tudo bom? Então esse livro é uma espécie de desabafo. Aquele desabafo que a gente faz em diário sabe? Se quiser um conselho não se prenda a escrita, pois parece que escrevo como se estivesse ali naquele tempo presente, às vezes dá à impressão que só estou lembrando. Não será confuso se você se lembra disso.

    Ótimo, então antes de começar de fato quero dizer a você algumas coisas que descobri sobre mim mesmo, sobre a vida, relacionamento e outras coisinhas, mas principalmente sobre mim.

    Sabe uma coisa importante que eu descobri é que eu posso amar. Com o início do meu relacionamento com Lucas eu descobrir isso. Sim, eu posso amar. Eu nunca imaginei que poderia amar de verdade. Antes de Lucas eu estava na bad total, na pior mesmo. Posso dizer que ele me salvou.

    Amor é um sentimento muito forte, poderoso em um nível altíssimo e profundo que até assusta. Mesmo sabendo que todo ser humano tem esse potencial eu não sabia que isso poderia acontecer comigo do jeito que está acontecendo. Eu já me apaixonei antes, foi uma paixão forte e intensamente vivida, mas não chega nem perto do que senti por Lucas no começo e do que sinto por ele agora. Devo confessar a você que isso é um pouco assustador também.

    Muitas coisas passam pela minha cabeça. Coisas como: e se ele não me quiser mais? Como poderei lidar com isso? É claro que sei que isso pode acontecer em qualquer relacionamento e ele nunca me deu motivos para desconfiar que vai me deixar, mas.

    Enfim...

    Mas então você deve estar perguntando: quem é esse maluco que está escrevendo?  Você se fez essa pergunta, não é?  Se fez ótimo, se não fez, eu devo dizer que estou um tanto quanto decepcionado com isso.  

    O que posso dizer é que mudei da época em que conheci Lucas para hoje. Deixei de ser arrogante e um babaca filho da outra, bem, mais ou menos, mas hoje eu sou um cara melhor do que eu era. Mudei pelo Lucas? Claro que não, mudei, pois, descobri que estava infeliz, que estava tudo errado na minha vida e precisava me encontrar no mundo. Era necessário mudar e quer saber de uma coisa? Eu gosto de ser a pessoa que sou hoje.

    E aqui estou, sem nada para fazer, assistindo, ou melhor, ouvindo a Sessão da Tarde na TV. Deprimente? Talvez. Mas está passando Um príncipe em minha vida. Água com açúcar, né? Mas devo confessar que me lembrei da minha história. Minha história com o meu ex-professor que hoje é o meu namorado. Quero contar o início do nosso relacionamento. Eu nunca contei isso para ninguém, aí resolvi compartilhar com você. Sim, você é meu confidente agora, sinta-se honrado, ou eu deveria me sentir assim?

    Você aceita? Vamos a minha história, ao meu conto de fadas.

    Era Uma Vez

    Era uma vez...

    Espera, eu vou mesmo começar a contar minha história com o manjado Era uma vez?

    Sim, você vai, pois esse Era uma vez imortalizou todos os contos de fadas e sua vida nesses últimos tempos não tem sido um conto de fadas? – responde meu cérebro.

    Isso é bobagem cérebro.

    Não é não, senhor.

    Então vamos lá, vamos voltar um pouquinho ao passado e você poderá ver o que aconteceu comigo, a minha mais linda história de amor. O meu Era uma vez.

    Era uma vez eu, Bruno, um adolescente entediado do Ensino Médio, no colégio mais chato do Universo, numa aula absurdamente tediosa de Filosofia. O sol escaldante entrando pela janela já vinha como um aviso de que eu iria enfrentar o pior momento da minha vida escolar: a aula de Educação Física. Eu sempre odiei essa aula, nunca foi agradável para mim e, francamente, era inútil: andar três voltas completas pela quadra; correr três vezes pela quadra; polichinelo; agachamento e por fim algumas flexões e mais agachamentos. Mas então dizem que isso tudo é excelente e que faz bem à saúde e toda essa baboseira, entretanto, o que adianta fazer tudo isso e depois sair da aula em direção à lanchonete e comer coxinha e refrigerante? Sim, todos os alunos fazem isso. Agora você concorda comigo que a aula de Educação Física é inútil?

    Inútil para você, preguiçoso – aponta meu cérebro

    Mas eu nem estava ligando muito, estava tão assim... Sei lá. Sabe como é?

    Ok! Você não tem obrigação de me entender. Vou tentar explicar: sabe quando você não está com vontade de fazer nada?  Não quer ficar cercado de pessoas?  Quer ficar só ou sair sem rumo por aí sem hora para voltar? Pois bem, eu estava assim.

    Quando o sinal tocou me despertando de minhas divagações e eu deixei o meu mundinho percebi que Vivian, minha amiga predileta (difícil falar isso, eu sempre andei em um grupo enorme no colégio) estava toda eufórica.

    – Mas que banana você está sentindo? – questionei, quando íamos saindo da sala para sentar no chão do corredor. Teríamos duas aulas vagas, pois a professora titular fora atropelada e a substituta ficou presa na delegacia depois de um assalto ao ônibus em que ela estava.

    Azarentas.

    – Nada não – ela disse, simplesmente – Nada não.

    Dei de ombros. Sinceramente? Tanto faz.

    Sentei no chão do corredor com meu grupo. Como o sol estava muito quente, não poderíamos ir para o pátio e nem para qualquer área de convivência do lado de fora, então ficamos ali mesmo. Eu percebi que as meninas e alguns meninos (gays assumidos) também estavam agitados.

    – Gente o que está acontecendo, hein? Que marmota está acontecendo aqui nesse inferno?

    Então eu descobri que a agitação foi à chegada de Lucas, o novo professor do colégio.

    – Bafo meu filho, o professor novo do colégio é muuuito gato.

    – Pelo amor de Jah, Vivis – revirei os olhos. Vivis é como eu chamo a Vivian – Nada ver. Essa palhaçada toda é por um professor? Que merda, hein? Vocês estão muito carentes.

    – Gato, meu amor – ela riu – Professor gato.

    – Ridícula.

    – Pateta.

    – Vaca.

    – Me deixe e vá tomar no toba.

    Desbocada.

    – Epa, essa frase é minha.

    Poderia continuar com as nossas ofensas meigas. Eu amo esculhambar meus amigos, mas foi nesse momento que passou por nós o boy mais falado do dia.

    O objeto de desejo do momento.

    Alto, magro, mas com certa barriguinha e muito, muito deslocado.

    Ah! Sim, gato, bem gato.

    Vivian parou de escrever no seu diário na mesma hora. Sério, agora eu entendo o motivo da afobação da galera.

    E ele tem uma boca deliciosa... Prontinha para beijar.

    – Ahhhhhhh, se eu te pego – sussurrou Vivis, à altura que o professor passou.

    – Sossegue a piriquita que ele não vai te dar mole.

    Rimos.

    – Ele é gay – afirmou Alex, o mais sem noção dos meus amigos – Ele tem voz de gay.

    – Seu rabo – defendeu Vivian.

    – Vai lá Bruno, você vai ver – disse Alex.

    – Eu mesmo não, tenho nada a ver com isso.

    Deus! Espero que esse dia passe rápido. Eu preciso ir para casa, deitar na minha cama e esquecer o mundo.

    – Vai lá pow, você é entendido disso – disse Alex.

    – Que marmota é essa? – indaguei irritado. Já estava cansado de tudo e ainda ter que suportar Alex de conversinha? Fala sério – Palhaçada, Alex. Vai tomar no toba, ridículo.

    – Todo gay reconhece o outro – apontou dando de ombros.

    – Ahhhhhhh! Então você percebeu que o professor tem voz de gay, mas não tem certeza e quer que eu vá tirar a prova. Está interessado é amigo?

    – Eu não sou gay não – se indignou.

    – Certo! Eu finjo que acredito em você.

    Eu sei que ele não é gay, mas ele ainda faz algumas piadinhas homofóbicas e precisa entender que não tem graça. Eu particularmente não ligo, mas tem outras pessoas que não gostam e estão no direito delas. Preciso dar uma lição nesse bocó, mas não hoje.

    – Está com medinho Bruno? – questionou Diogo, o mais desprezível dos seres humanos e que infelizmente faz parte do grupo também. Como detesto esse cara.

    Tá com medo... Tá com medo... Tá com medo – entoaram Alex e Diogo, rindo e batendo palmas.

    Eu levantei num pulo para cumprir a porra do desafio.

    Então lá fui eu atrás do professor para saber se ele tinha voz de gay. Espero que o meu gaydar esteja funcionando. Se bem que não me importo que ele seja ou não gay. Não é da minha conta, mas por algum motivo sinto curiosidade pelo professor novo.

    Eu sei que é bem patético, mas seja suave. Ser desafiado por esses pirralhos não é mole.

    Aceitei o desafio e fui em direção ao boy professor.

    Um peixe fora d’água

    Eu encontrei Lucas parado na porta de entrada da sala dos professores ao lado de algumas alunas que conversavam com ele, ou melhor, falavam como matracas, enquanto ele ouvia, ou fingia ouvir. Ele realmente não parecia muito à vontade com aquela situação. Tadinho. As pré-adolescentes do Ensino Fundamental II, muito ouriçadas não deixavam nem o professor falar. Os hormônios dos pré-adolescentes são os mais perigosos.

    E até que ele é bonito. Cabelo castanho e aparentemente macio que deve ser uma delícia de fazer cafuné.

    Oi?

    Fazer cafuné? Que merda é essa?

    Eu não sou um cara que faço cafuné. Eu sou um cara que recebo cafuné.

    Fazer cafuné... Que pensamento mais besta.

    Além de ser mega cafona – responde meu cérebro.

    Você tem toda razão cérebro.

    O professor novato estava de cabeça baixa quando cheguei perto e disse:

    – E ae professor, vai ser professor de que?

    Para tudo: que pergunta retardada é essa que eu fiz?

    E ae professor, vai ser professor de que?

    Eu me considero um cara inteligente, mas não consegui formular uma pergunta descente. Que espécie de pergunta retardada é E ae professor, vai ser professor de que Desde quando uso e ae? Ele com certeza vai pensar que sou um abelhudo inconveniente que não sabe fazer uma pergunta de forma adequada, além de ser mal-educado. Cadê o famoso bom dia ou o olá, professor, tudo bem?, mas não, me sai da porra da boca um maldito E ae professor, vai ser professor de que. Que babaquice. Realmente não estou girando muito bem.

    E meu estômago está agitado por qual motivo se eu não estou com fome?

    Ele levantou os olhos para me encarar.

    Química – disse baixinho.

    Credo, péssima matéria. Graças a Deus que não vai ser meu professor.

    Para que serve Química mesmo?

    Para você não serve para nada mesmo. Você é de humanas! – responde meu cérebro.

    –Você está atrapalhando – me disse uma garota. Aparentava ter uns 11 anos.

    Misericórdia, nessa idade já está flertando com um cara mais velho, pior, com um professor mais velho. Na idade dela eu nem pensava nessas coisas. Era boca virgem, eu acho. Assistia a Dragon Ball Z, Power Rangers e Jack Chan.

    Outros tempos.

    –Você sabe quem eu sou? – perguntei a pirralha.

    Ela balança a cabeça positivamente.

    – Então da próxima vez não ouse se intrometer na conversa, entendeu?

    Eu não quero ser arrogante com a mocinha, mas preciso manter minha fama. Má fama.

    – Certo – me virei para o professor, aliviado, mas nem sei o motivo – Então seja bem-vindo, professor.

    Não reparei o que ele disse já que realmente não me interessava, então me virei e sair.

    De repente sinto pena do professor Lucas. Ele parece estar tão deslocado. Ele é novinho, os outros professores já são bem mais velhos, ele provavelmente deve estar como um peixe fora d’água.

    Putz. Coitado.

    Não é assim que você estava se sentindo? – indagou meu cérebro.

    Estou falando de outra pessoa, cérebro, e não sobre mim mesmo. Pode parar.

    Caminhei pelos corredores em direção a minha sala de aula. Eu sinceramente não quero voltar para lá, e nem quero voltar para junto dos meus amigos, mas sei que é necessário ficar com eles para diminuir a tentação de ir embora antes das aulas terminarem.

    – Ele tem ou não tem voz de gay? – questionou Alex assim que eu cheguei perto dele.

    Ai, caramba!

    Meu Deus, eu juro que não prestei atenção não voz de Lucas, vi somente seus olhos, e através dos seus olhos eu me vi.

    Triste.

    Deslocado.

    Distante.

    Um verdadeiro alienígena.

    Naquele momento, na presença do boy professor, eu me senti muito desconfortável. Um sentimento de piedade imenso se apoderou de mim. Será que essa conexão é que é empatia? Será que ele está mesmo triste ou é por ser é seu primeiro dia aqui e isso faz com que ele se sinta como peixe fora da água?

    Devo estar imaginado coisa.

    – Fala caramba – insistiu Alex, agora irritado – Você foi lá para isso ou não?

    Garoto chato.

    – Não reparei.

    – Que merda. Como assim não reparou, idiota, se você foi lá pra isso, idiota de merda?

    Dei de ombros.

    –Tem um monte de mini-periguetes em cima do cara que nem deu pra falar com ele – menti.

    – Mas...

    – Você está muito interessado em saber se o professor novato é ou não gay – falei acidamente – Até parece que está afim dele, amigo.

    – Vai se fuder, Bruno – gritou – Eu gosto de mulher.

    – Pois não parece. Está falando muito no novato – debochei – E como você mesmo disse eu tenho experiência no assunto.

    – Era só curiosidade.

    – Pois é meu amigo, mas como diz o ditado: a curiosidade matou o gato.

    – Bruno deve está protegendo a amiguinha biba – se meteu o traste do Diogo – É a defesa da classe gay.

    – Não seja babaca, Diogo – repreendeu Vivis.

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