Lucas: Do Sonho à Depressão

De Regis Abadio da Silva

Este livro conta a história de um garoto chamado Lucas, que teve seus sonhos e vida tirados pela depressão. Durante seus 18 anos nesse plano terrestre, ele foi um filho amável, confiável, amoroso, dono de um sorriso farto e de atitudes amáveis. Ele foi surpreendido com essa doença invisível e covarde. Seu sonho era ser advogado e depois um delegado, mas infelizmente acabou e deixou uma ferida em nossos corações que não cicatrizou. Com isso, tomei essa decisão de contar algumas coisas sobre a vida de meu filho na intenção de ajudar pais, filhos e quem possa interessar, mostrando o quanto a depressão pode ser devastadora e o quanto estamos sem empatia com a vida do próximo.

• Idioma: Português
• Editora: Viseu
• Data de lançamento: 13 de mar. de 2023
• ISBN: 9786525444130

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Conteúdo © Regis Abadio da Silva

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Editor: Thiago Domingues Regina

Projeto gráfico: BookPro

e-ISBN 978-65-254-4413-0

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Editora Viseu Ltda.

www.editoraviseu.com

Dedicatória

Dedico esta obra às pessoas que perderam um ente querido, seja familiar ou amigo; aos que ficaram após as perdas pela depressão, covid e violências urbanas, sejam por acidentes ou maldade humana; dedico aos que têm um coração voltado a ajudar o próximo, seja ele quem for. Apenas clamo por amor e mais amor.

Agradecimentos

Gostaria de citar muitos amigos e colegas, mas não quero ser ingrato por me esquecer de alguém. Então, a todos que amo e que sempre estiveram comigo, mesmo que distante, meus sinceros agradecimentos. Agradeço ao Criador do universo pelo sopro de vida; à minha mãezinha, que nunca me abandonou e me ensinou tudo que sei, e a todos que se mantiveram ao meu lado, de alguma forma, e fortaleceram-me para chegar aqui.

Capítulo 01

Onde está o garoto?

— Lucas, Lucas!

Dessa forma entoava a gritaria no pequeno quintal chamado de lote. Mãe, pai, irmã mais velha e familiares chamavam sem parar pelo risonho e curioso garotinho. Às vezes, ele tirava as panelas de dentro do armário para se esconder e assim fingíamos que ele estava realmente escondido, então nós o chamávamos da mesma forma, até que ele abria as portas do armário em uma velocidade que nos assustava, brincando.

Por diversas vezes, escondia-se e todas as vezes sorria da mesma forma a nos assustar, um sorriso fácil de gargalhada frouxa e contínua, o que nos fazia acompanhá-lo e esquecermos de suas travessuras.

Naquele dia, ele não estava no armário nem em outro esconderijo idealizado por ele. Estávamos muito preocupados e continuávamos chamando-o sem parar, até que, por um momento, saímos da casa que ficava nos fundos e fomos até a frente do lote. Lá, havia um pedaço de piso queimado, que antes era a sala de um barraco de madeirite que foi demolido, deixando apenas um pequeno cômodo para guardar entulhos. Logo após, tinha uma casinha de cachorro encostada no muro de tijolos vermelhos, sem reboco. Ao olharmos para a casinha, vimos um sorriso traquino no fundo e lá estava o garoto, deitado dentro da casinha com a pitbull Safira o lambendo.

Safira era uma cachorra muito amiga e dócil, ao contrário do que sempre é dito e ensinado sobre essa raça de cães. Ele subia na cachorra e fazia-a de cavalo. A cachorra gostava, pois nunca esboçou nenhum movimento hostil, mesmo assim a mãe de Lucas o repreendeu pela brincadeira. Naquele momento, o sorriso dele desapareceu e as lágrimas encheram seus olhos, como não era de fazer escândalo, foi para o quarto que dividia com sua irmã e chorou um pouco. Um tempo depois, fazendo cara de inocente, perguntou se podia voltar a brincar novamente e, quando se esqueceu da repreensão, lá estava ele brincando mais uma vez com a Safira. Minha irmã do