Gravura em Cerâmica: Em Busca de Novas Formas para a Paisagem
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Gravura em Cerâmica - Zandra Coelho de Miranda
COMITÊ CIENTÍFICO DA COLEÇÃO CIÊNCIAS DA COMUNICAÇÃO
Agradecimentos
Aos parceiros preciosos e amigos queridos: Flávia Fábio, Fabiana Grassano, João André Garboggini, Cláudio Garcia, Joana Mostafa, Priscila Rufnoni, Ana Lúcia Calzavara, Cristina Rocha, Jean Jackes Vidal, Geni Phillips, Fábio de Bittencourt, Carusto Camargo, Ynaiá Barros, Walkyria Pompermayer, Luciana Mourão, Vani Burg, Helena Freddi, Sálua Guimarães e Raquell Catharino.
À Lygia Eluf, pelo comprometimento e pelos valiosos insights.
À Silmara Watari, pela fagulha.
À Dulce Diniz, pelo revezamento.
À minha família, pelo apoio, sempre.
Prefácio
Zandra Miranda é pesquisadora, professora e artista multimídia. A poética da autora-artista transita entre o desenho, a pintura, a gravura e a escultura em cerâmica. O resultado do seu trabalho de pesquisa aqui apresentado parte de uma prática que aproxima linguagens, na qual procedimentos de gravação e entintagem, que têm suas raízes na gravura, são usados sobre os materiais próprios da cerâmica. É um retorno à gravura por intermédio da cerâmica. Assumindo a paisagem como campo de pesquisa, as gravuras em cerâmica partem das formas encontradas na paisagem, de origem mineral, vegetal, animal, e da terra que ela diz ser a própria carne do lugar. Portanto suas obras são totalmente determinadas pela geografia local. Ela argumenta que, sendo assim, é uma decorrência natural assumir a paisagem como campo de pesquisa.
Neste livro, belissimamente ilustrado, a autora descreve em detalhes seu processo criativo por meio de anotações e documentação fotográfica. Por intermédio de textos e memorial descritivo mostra a origem dos objetos moldados e das matrizes originadas a partir de fragmentos vegetais como raízes, sementes, folhas e gravetos. Questionamentos, reflexões e referências pontuam o sentido do seu fazer artístico, ao longo deste caminho visual. Revela o significado e a origem da natureza no desenvolvimento e na reconstrução dos relevos gravados nas suas paisagens, que ela explica como um registro matérico. Zandra considera que a espiritualidade do fazer, em cerâmica, aproxima-se de um ato metafísico.
A poética da pesquisa abordada parte da paisagem registrada em painéis modulares de cerâmica com apropriação direta das formas oferecidas pela natureza, percorrendo duas linhas de pesquisa que ela denominou de Representação da paisagem e Investigações sobre a natureza mais profunda da matéria. A força visual da sua criação plástica evidencia-se na geração de múltiplos e na repetição da forma. São módulos e sistemas modulares que reproduzem um conjunto de gravuras em cerâmica. Segundo Miranda (2020, p. 44), A repetição do módulo gera uma leitura em que a reiteração da imagem torna o conjunto coeso
. A superfície das obras finalizadas, que contém o desenho, formado pelos vários módulos em cerâmica, é versátil e cheia de possibilidades. Nos conjuntos aqui apresentados pela artista, as articulações dos módulos se multiplicam e podem assumir desenhos muito variados. Ela afirma que os pequenos blocos favorecem o exercício de montar e desmontar extremamente lúdico, como em um jogo. Além dos procedimentos técnicos, que estão diretamente relacionados à construção dos conjuntos de gravuras em cerâmica, a abordagem do tema e as escolhas compositivas ajudam a ilustrar e esclarecer os rumos tomados posteriormente pela pesquisa artística.
A autora mostra que sua obra está relacionada aos cultos primitivos, à Deusa-mãe, à valorização da terra, das sementes e de todos os ciclos naturais da vida vegetal. Fica evidente essa tendência na série Impressões da Fertilidade
, na qual ela cria, com as sementes do Jacarandá, mandalas, círculos e espirais em formas cíclicas que se interligam. Busca a vitalidade visceral da paisagem
nas áreas de mananciais, brejos, sementes e fragmentos de espécies nativas, representativas da natureza local. Segue o ritmo vertical de matas e bambuzais e mantém as marcas do tempo nas superfícies. Deixa transparecer a riqueza e a precisão do desenho natural dos seres, seus percursos, seu crescimento, suas cicatrizes. A autora-artista apropria-se da linha e do traço da natureza nas séries Sentinelas do Brejo
, Ciliares
e Manancial Negro
nos seus desenhos, gravuras e esculturas.
O corpo de trabalho apresentado nesta pesquisa é considerado pela autora como um autorretrato do lugar
. Ela procura a melhor forma de capturar os elementos da paisagem e com eles reconstruir a natureza em sua obra. É atraída pelos elementos plásticos recolhidos diretamente da natureza por ser algo que minha mão não seria capaz de recriar
, incluindo a variedade de detalhes e a precisão nas proporções dos objetos. Nesse processo, ela explica que em alguns módulos, para melhor captar seus detalhes, as matrizes foram realizadas diretamente sobre a terra e sobre os objetos escolhidos. Afirma que, a semente, que possui forma provisória e parece morta em seu invólucro lenhoso, é um símbolo poderoso de regeneração e fertilidade que traz latente, e concentrada em seu interior, uma nova vida a espera de vir à luz. Observa-se na série Costus Spiralis
as inflorescências do