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Inconstâncias
Inconstâncias
Inconstâncias
E-book137 páginas1 hora

Inconstâncias

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Sobre este e-book

Uma viagem ao íntimo, mais que dos pensamentos, dos sentimentos.

Após sair de Na Loucura da Dúvida, nasce para uma obra amadurecida em que reflete sobre a vida, as emoções e a luta da caminhada pelo tratamento.
Dias bons, de esperança, repletos de energia e relações interpessoais frutíferas, intercalam-se com dias em que as forças se esvaem e deixa-se perder na solidão dos seus pensamentos. Permitindo-se a ser qual tradutora de sentimentos, abstrai-se de si e deixa-se levar para esse mundo onde conduz sensações e ideias, frustrações e comoções, medos, afetos e testemunhos, através de palavras e frases para papel escritas, que gravadas, e assim guardadas, retratam o que experiencia no seu mundo interior. 

Desde amor ao desprendimento à vida, de jubilo à desesperança, de solidão ao ânimo, da sombra à luz, da dor à vontade de sentir mais e mais, … um pouco da sua vida… a vida de todos nós… uma vida de Inconstâncias!
IdiomaPortuguês
Data de lançamento20 de fev. de 2023
ISBN9791222088006
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    Pré-visualização do livro

    Inconstâncias - Eva Monte

    Agradecimentos

    Ao meu marido e aos meus 3 filhos pela alegria e força que me transmitem e por serem a minha âncora à vida.

    À minha família, aos meus amigos e a todos os profissionais que cuidam de mim pelo carinho e pela aceitação de quem sou.

    PRELÚDIO

    UM LIVRO

    O livro tem essa vantagem, suave aragem carregada de coragem.

    Contar uma história prazerosa ou até hilariante, um livro consegue ser verdadeiramente entusiasmante.

    Testemunho de um pensamento que o filósofo afeiçoado não deixou ao vento, uma mente que se abre para ser olhada dentro.

    O livro tem essa vantagem, pôr fim a um enredo ao virar de uma página.

    Transformá-lo numa memória, num momento de glória.

    Fechar um capítulo, que não era bendito, entregá-lo ao papel e atá-lo com um cordel. Bem empacotado, ficar ali acomodado.

    Um livro, uma terapia... e não só para quem o espia.

    Projeto do sonhador introspetivo que dá um testemunho furtivo.

    Uma experiência, uma desistência, uma aventura ou uma desventura, algo que desejou ou que, até mesmo, repudiou.

    Ao papel entregar um pedaço da sua alma, exorcizar um trauma, festejar sem palma.

    Um livro, acalma!

    Um livro tem essa vantagem, emigra para todo o lado!

    Toca o coração alegre ou cansado, traz alento e companhia, reforça um desejo, faz uma magia.

    Inspira o evasivo, orienta o perdido, elucida o afortunado.

    Leva esperança ao desesperado, confiança ao indeciso e um abraço… naquele instante preciso.

    Fala à alma num sussurro e ao coração dá um impulso.

    Acompanha em silêncio num testemunho intenso.

    Agita o pensamento e transporta até… àquele momento.

    Fuga e encontro, deleite a cada ponto.

    Num livro, a partilha do sonho alheio ou de uma dor escondida.

    Desabafo arrojado de uma vida vivida.

    Estrada para o desconhecido.

    Poder, num livro, palmilhar um caminho sem se ter comprometido e, ainda, fazer uma pausa e voltar ao mesmo ponto... sem perder pitada do conto.

    Um livro tem essa vantagem, extraordinário espicaça o imaginário.

    E, no final, sempre uma página em branco… para sonhar um outro tanto!!

    NOTA INTRODUTÓRIA

    Ao tentar evadir-me da Loucura da Dúvida ancoro-me ao que de bom comigo permaneceu e tento, a cada dia, reinventar-me. A escrita passou a fazer parte da minha vida.

    Atrevendo-me a recorrer a uma analogia, tal qual quarto filho, logo ao partir do ninho, Na Loucura da Dúvida abriu em mim um recanto desabitado e gerou saudade. Talvez como forma de preencher aquele vazio ou apenas num florescer de sensações e emoções que vivenciava e de pensamentos e excertos, composições, roteiros e argumentos que faziam a minha mente voar longe, uma mente saudosa e sequiosa de escrita, nasce o Inconstâncias.

    Sentindo-me como que uma tradutora de sentimentos, abstraía-me de mim e deixava-me levar para esse mundo onde me permitia a ser veículo que conduzia sensações e ideias, frustrações e comoções, medos, amor, afetos, testemunhos, bem-querenças… através de palavras e frases para papel escritas, que gravadas e assim guardadas, retratam o que experienciei no meu íntimo.

    De textos a poemas (gosto de lhes chamar textos com rimas), fui passando para o meu fiel companheiro, o computador, o que vivi na inconstância de uma vida dividida entre a diligência contra a doença, cada vez mais controlada, e o renascer e encarar de uma vida transformada, na luta constante para que cada vez mais funcional.

    O ano de 2020 foi atípico, julgo que para todos nós, mas para mim foi um ano de viragem, de consolidação do tratamento da doença, com os seus altos e baixos, mas, principalmente, o ano em que percebi a dimensão do poder de ACREDITAR.

    O caminho do tratamento não é um caminho consistentemente ascendente. Dias bons, de esperança, repletos de energia e relações interpessoais frutíferas intercalavam-se com dias em que as forças se esvaíam e me deixava perder na solidão dos meus pensamentos. E uma alma que já tão bem conhece os caminhos sinuosos da doença, tão depressa se lança no abismo e no vazio de um imenso escuro de isolamento e dor como também resgata de toda a sua força, coragem e competências aprendidas para escalar de novo a escarpa que a traz de volta à vida.

    E como que a viver numa montanha-russa de sentimentos, estados de espírito, emoções e confrontos interiores, encarnei em mim esta batalha permanente com a noção de que o tratamento é o bailado harmonioso entre todos os seus intervenientes e que, em momento algum, me é permitido baixar a guarda, tendo, diariamente, de repetir no meu íntimo Desistir não é uma opção!.

    Numa inconstância de sentimentos, numa luta feroz e consistente entre dias a habitar com a doença e a vontade de desistir e dias de uma resistência erigida, fui percorrendo um percurso de conquistas maravilhosas e voltei a praticar a minha profissão. A esperança renovada pelas vitórias vividas ajudou-me a reaver de novo as minhas forças e hoje conceder-me vislumbrar um futuro risonho.

    Neste livro deixo-vos um pouco do que o meu pensamento pensou e a minha vida viveu neste ano particularmente desafiador… um ano de Inconstâncias.

    SE EU TIVESSE UM DIÁRIO!

    À conversa com o computador a 23 de março de 2020.

    "Olá. Estava a pensar… se tivesse um diário, o que lá escreveria hoje??

    Bem, hoje tenho refletido como a vida nos conduz por caminhos tortuosos, imprevisíveis e tão fora do nosso controlo.

    Realmente, desde novembro, tenho vindo a melhorar, gradualmente, da Depressão e da POC. Posso, mesmo, dizer que estou muito bem!!

    Nessa altura, em novembro, e tentando desafiar-me a fazer mais da minha vida e com os mais velhinhos na escola e o pequenino no infantário, fazia tenções de me dedicar a um projeto que me rolava na cabeça. Bem, acabou por não sair daí!!!

    Em meados de novembro, o pequenino trouxe do infantário Mononucleose Infeciosa, esteve 1 semana doente, … correu os meus três filhos… 3 semanas fechada em casa. Quando vislumbrava a liberdade, o pequenino faz uma otite, depois uma bronquiolite, vem o Natal e o Ano novo… metida em casa. Em janeiro, tinha chegado a minha libertação, … passado poucos dias, o pequenino começa a vomitar… 4 semanas todos doentes, em casa, com Gripe A… chegou meio de fevereiro, fragilizados pela virose, o pequenino faz uma adenoidite, depois, o do meio, uma amigdalite e depois, eu, uma Infeção das Vias Respiratórias Superiores.

    Estamos em março, finalmente, a família está saudável!!! É agora!!!!

    Vem o Covid-19 e a quarentena… todos em casa!! Really??!!!!!!!

    Devo estar mesmo muito saudável para aguentar isto… porque digo-vos: adoro ser mãe, mas não dou para estar fechada em casa.

    E cá estamos nós, todos em casa e vêm as rotinas! Trabalhos da escola: Mãe, ajuda-me a explicar os 6 rr’s: reciclar, reutilizar…!!, entretanto, passa o de 21 meses com a vassoura em punho a deitar tudo ao chão e aparece a mais velha: Mãe, ouve o que fiz para filosofia, ao mesmo tempo tento fazer panquecas para não ir comprar pão (até porque a padaria fechou). Entretanto, passa o mais novo com o frasco do gel de banho na boca, ela continua: Mãe, o estúpido não para de cantar enquanto (isto dito sarcasticamente) não estuda!!, ouço o mais pequeno a chorar, está todo molhado dentro do poliban. Mudo-lhe a roupa, mudo fralda… sai da minha beira e cai… chora, coloco gelo… ouço nos quartos: Mãe, ela pensa que manda em mim…!!! vejo-a a passar pelo quarto do irmão: "Estuda,

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