Setenta E Tantos Verões
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Setenta E Tantos Verões - Valmir Ap. Sambo
Sumário
Capitulo 1 A primeira curva.......................... 9
Capitulo 2 O circo. ..................................... 15
Capitulo 3 Vida cigana. .............................. 18
Capitulo 4 Um raio de sol. .......................... 24
Capitulo 5 A carta. ...................................... 31
Capitulo 6 De volta em volta. ..................... 38
Capitulo 7 O derradeiro verão. ................... 57
****************************************
Capitulo 1 A primeira curva
A década era de cinquenta, oito seria o ano que a seleção brasileira ganharia o campeonato mundial de futebol e minha cidade estava orgulhosa pois era nosso o seu capitão, eu tinha poucos anos e não entendia muito as festas, mas me alegrava com a alegria do meu pai e meus irmãos.
Nós morávamos num pequeno sitio onde mamãe plantava hortaliças e meu pai trabalhava com madeira, meu pai fez uma grande festa para comemorarem com os amigos, lembro me que mamãe e minha tia Josefina, casada com Heraldo o irmão mais novo de mamãe fizeram um grande almoço, avia muita gente, meu pai e mais alguns homens tocavam e cantavam canções da época, papai tocava acordeom e meu irmão mais velho riscava bem no violão, o cantor era Ernesto irmão do meu pai e todos os outros acompanhavam, embalados a muito vinho cantavam músicas que falava de saudade e amores perdidos, eu gostava muito daquilo, aquelas canções cujos versos já me dominavam e sempre que podia eu rabiscava algumas frases fazendo um poema, isso seria o grande início do meu conhecimento.
**********
No início, eu achava que a vida era o brilho do sol para sempre, as vezes obscurecidos pelo manto da noite, mas não tinha problemas, pois até as noites tinham seu luar.
Quando menino sempre era visto sem camisa correndo ao vento, os moradores mais vehos diziam que era um raio de sol, cabelos compridos revoando, seria um indiozinho não fosse pela pele clara que me davam uma imagem bonita.
Rabiscava pequenos escritos no duro chão de terra, pequenos trechos que no futuro dariam sentidos aos mais belos dos poemas.
Enquanto menino pequeno, ainda na casa dos sete anos, pensava que estava a descobrir o mundo a cada dia que ia um pouco mais longe de casa caminhando pela ferrovia.
Os pés eram descalços e a camisa era um trapo fino, pensava ainda que mãe era eterna e os irmãos todos bobos, sim pois não me levavam a sério, tudo o que sempre diziam é, ele é café com leite.
Eu tinha uma raiva de ser café com leite, embora com a pouca idade eu ainda não sabia o que queria dizer, só mais tarde lá por perto dos doze é que vim a saber que café com leite era neutro, que não conta, se brincávamos de pega pega, valia para todos menos para mim, o café com leite, por isso que eu corria feito um cavalo assustado e ninguém me pegava, achava aquilo o máximo, eu era o bom, depois claro, ao saber foi a maior decepção.
Voltamos aos trilhos do trem, ali acho que foi também as diretrizes do meu destino.
A cada dia que as curvas do terreno me afastavam de casa eu me sentia mais livre, ali ao menos não era chacota para os irmãos mais velhos e nem o abusado por alguns deles, era apenas uma criança sem rumo querendo descobrir o mundo além da próxima curva.
Quando o apito do trem ecoava lá longe, eu me espreitava entre os muitos pés de erva cidreira, margaridas e uma flor que chamávamos de capitão.
Nunca descobri se alguém avia plantado, ou se as sementes caiam do trem e nasciam por si, pois eram abundantes.
Passavam os vagões e minha mente voava junto, se eu pegasse uma carona no último vagão, ele com certeza me levaria a desmembrar o mundo mais rapidamente, às vezes até corria atrás, mas com os pés descalços em meio as pedras, jamais iria conseguir o meu intento.
A gente morava em uma