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Por uma Educação Ambiental que Dança
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Por uma Educação Ambiental que Dança
E-book187 páginas2 horas

Por uma Educação Ambiental que Dança

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Sobre este e-book

Por uma Educação Ambiental que dança é um livro-convite, destinado a qualquer pessoa que tenha desejo em se tornar um educador ambiental dançarino. Por meio de sua linguagem acessível, o texto busca dialogar com poesia sobre alguns fazeres possíveis entre educação ambiental e dança. Não é um livro sobre aprender a dançar. Acredite, você já sabe. É o compilado de um sem fim de experiências, entre alunado e docência, que construíram (e constroem cotidianamente) uma educação ambiental que gosto de chamar de minha. Juntos espero que possamos descobrir qual a forma da educação ambiental que pretendes chamar de tua. Na trama de suas páginas, o livro apresenta de forma simples uma série de proposições para vislumbrar uma educação ambiental em movimento. Constituída por um compilado de vinte cartas afetivas, a obra costura conceitos-chave para compreender a educação ambiental e alguns dos diferentes discursos que a edificam como campo múltiplo do conhecimento. Sem se abster de temas difíceis, discute os efeitos do capitalismo enquanto sistema que estrutura e espelha a vida humana, seus impactos no entendimento sobre natureza, singularidade e subjetividade, convidando o leitor a refletir sobre essas temáticas a partir de sua realidade e experiência. Para além da leitura estática, o texto apresenta diferentes convites, por meio de histórias, imagens e proposições de dança, por meio das quais a personagem-leitor é instigada a bailar ideias, pontos de vista e dinâmicas corporais de entendimento, no (re)conhecimento de um corpo casa. Oikós. Unidade. Eu Corpo. Considerando a ideia de experiência como conceito polissêmico, propõe uma leitura dançarina, que busca compreender a experiência enquanto acúmulo, enquanto experimento e enquanto arrebatamento, em busca da sensação de pertencimento e unidade. Uma obra para reconhecer raízes, encarar o agora, em busca de um vir a ser. Futuro. Que possa ainda ser gentil e envolver mais e mais pessoas. Um convite-ação para que nos reunamos em uma leitura torta, considerando que há pouca poesia na retidão. Que as linhas que colorem o papel e os saberes nele plantados possam te dar pistas sobre (entre) tudo aquilo que pode nos unir e transformar.
IdiomaPortuguês
Data de lançamento29 de mar. de 2023
ISBN9786525037769
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    Por uma Educação Ambiental que Dança - Giovana Consorte

    Sumário

    Carta 01

    Sobre tudo que envolve um convite

    Carta 02

    Vestígios de um Eu Antigo

    Carta 03

    Educação Ambiental como Dança

    Carta 04

    Quando a educação se torna relação

    Carta 05

    Alegoria para uma educação-relação

    Carta 06

    Capitalismo, natureza e fragmentação

    Carta 07

    Integrar para acolher e transformar

    Carta 08

    Descobrindo um mundo novo –a física da totalidade

    Carta 09

    Qual dança?

    Carta 10

    Dentrofora

    Carta 11

    Capitalismo e subjetividade coletiva

    Carta 12

    Um pouco de dança

    Carta 13

    Sobre um semear Terpsícore

    Carta 14

    A dança como experiência

    Carta 15

    O esperançar Garatuja

    Carta 16

    Sobre dançar em coletivo

    Carta 17

    O movimento do Moinho

    Carta 18

    Sobre a experiência de criatividade fluida

    Carta 19

    O Coletivo como Princípio

    Carta 20

    Sobre um presente com desejos de futuro

    Referências

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    Por uma Educação Ambiental

    que dança

    Editora Appris Ltda.

    1.ª Edição - Copyright© 2022 dos autores

    Direitos de Edição Reservados à Editora Appris Ltda.

    Nenhuma parte desta obra poderá ser utilizada indevidamente, sem estar de acordo com a Lei nº 9.610/98. Se incorreções forem encontradas, serão de exclusiva responsabilidade de seus organizadores. Foi realizado o Depósito Legal na Fundação Biblioteca Nacional, de acordo com as Leis nos 10.994, de 14/12/2004, e 12.192, de 14/01/2010.Catalogação na Fonte

    Elaborado por: Josefina A. S. Guedes

    Bibliotecária CRB 9/870

    Livro de acordo com a normalização técnica da ABNT

    Editora e Livraria Appris Ltda.

    Av. Manoel Ribas, 2265 – Mercês

    Curitiba/PR – CEP: 80810-002

    Tel. (41) 3156 - 4731

    www.editoraappris.com.br

    Printed in Brazil

    Impresso no Brasil

    Giovana Consorte

    Por uma Educação Ambiental

    que dança

    AGRADECIMENTOS

    Aos dançantes com quem partilhei as experiências relatadas nessas cartas, vocês me transformaram para sempre.

    A cada pessoa que atravessou minha caminhada e me ensinou um pouco mais sobre ação e esperança. A cada aprendiz que se fez mestre, a cada versão outra de mim mesma. Agradeço com reverência a todos que se moveram antes para que eu pudesse escrever esse convite.

    Agradeço a cada dança que tive oportunidade de partilhar, como artista, orientadora ou parte de público. Agradeço pela oportunidade de vislumbrar outros universos.

    Sou grata por cada instituição que me permitiu mover de alguma forma, mesmo com todas as limitações e tensionamentos de nossas andanças.

    Ao meu esposo Lucas, por me emprestar seus olhos, ouvidos e coração. Pelo apoio a impulsionar minha escrita e todos os voos que a acompanharam.

    À vida, por me permitir ser. Escrever. Dançar. Esperançar.

    Carta 01

    Sobre tudo que envolve um convite

    Começo essa escrita em uma manhã de domingo, observando o sol e o ruído das crianças e pássaros que insistem em quebrar a melodia distante de uma música qualquer vinda dos vizinhos. Enquanto o cursor pisca na folha quase em branco, me pergunto qual a melhor forma de iniciar um diálogo. Então me arrisco a começar pensando na ideia de convite, e em toda a espécie de não saber que o acompanha.

    Te convido a experienciar comigo uma leitura torta, recortada por memórias, histórias e imagens que estão pensadas para nos levar para além daqui — compreendendo o daqui como esse imediatismo dos olhos que encontra o traço das palavras e se contenta com a segurança de um significado qualquer. Te convido para uma leitura torta porque há pouca poesia na retidão, e o contentamento seguro que não pensa além, sequer sabe a sensação de se perder nas ranhuras das palavras, nos outros sentidos possíveis que ela assume quando se pretende experiência. Te convido a ler com poesia, com ritmo e dança, para revolver tuas memórias e teus sonhos de futuro.

    O não saber de um convite pressupõe abertura, porque de fato nunca se sabe — do aceite, do afeto, do que se pode ser —, quando existe espaço para a escuta e ímpeto para a ação. Dentro de um convite cabe a transformação de um olhar, de uma ideia ou mesmo de um mundo inteiro. Dentro do convite que te faço cabe a minha esperança de caminharmos juntos por um tempo, uma caminhada dança, que pressupõe aproximações e afastamentos. Cabe também um não saber desejoso de que nossa dança te aconteça, que te roube um pouco de tua lida cotidiana, de teus modos de saber e conhecer, te apresentando outros ritmos possíveis.

    Te convido agora, porque alguém me convidou antes. E desde aquele meu primeiro aceite, aprendo um pouco mais sobre as relações que dão forma a esse universo incrível do qual fazemos parte. Entre aprendizados e danças de não saber, tenho construído uma prática docente que ampara as escritas que farei ao largo dessas páginas. É também por força de um convite que as faço, um chamado inesperado que me propôs uma viagem no tempo. Aceitei o chamado da editora como um movimento necessário, depois de quase uma década da defesa de minha dissertação de mestrado em Educação Ambiental, como uma possibilidade de revisitar, com densidade e poesia, conceitos e experiências apresentados naquele tempo, amalgamados à caminhada que tenho feito desde então.

    Para além disso, percebi uma boa oportunidade para aprofundar discussões e apresentar práticas outras que reforçam ideias para muito além da perspectiva da escrita original. Outro aspecto que influenciou meu aceite e me trouxe até essas linhas se relaciona com a pouca produção bibliográfica que busca uma aproximação entre dança e práticas de educação ambiental. Exatamente por perceber essa lacuna que acredito ser ainda mais urgente abordar esses temas e algumas de suas tramas possíveis, por meio de uma perspectiva atual e responsável. Pretendo fazer isso te convidando ao diálogo, ao movimento reflexivo que envolva o corpo em sua totalidade. Te convidarei a dançar palavras para que os conceitos que trago nessa escrita te atravessem com o encantamento da experiência. 

    Fotografia 1 – convite ao avesso¹

    Fonte: foto da autora Rafaela Pereira (2019)

    Para seguirmos juntos te esclareço que essas cartas se destinam a qualquer pessoa que tenha desejo de repensar o movimento de estar no mundo, considerando eticamente suas ações, relações e práticas. Não são necessárias habilidades outras senão a própria consciência, disponibilidade e abertura para educar a si mesmo, continuamente. Constituir-se educador ambiental é um processo que não cessa nunca, está sempre em movimento acompanhando as transformações que estão a ocorrer consigo e com a vida como um todo. Mais adiante discutiremos como tudo é movimento, mas, por ora, te digo que é preciso estar disposto à mudança.

    Te convido a prosseguir, compreendendo que esse movimento envolve também um não saber, uma expectativa e um tanto de coragem que nos enlaça e só encontra sentido quando tua leitura se encontra com minha escrita. Escrevo esperançosa de que desse encontro possam advir outros tantos convites e aceites, como danças de reflexão e entendimento que, com ritmo e poesia, nos levam à construção de outros mundos possíveis.

    Que o movimento não cesse.

    Até breve!


    ¹ Registro fotográfico realizado em um dos ensaios do Grupo Corpo Composto do Instituto Federal de Goiás.

    Carta 02

    Vestígios de um Eu Antigo

    Nas linhas que seguem, te contarei um pouco sobre o movimento que me trouxe até aqui, suas danças e andanças que me levaram a ordenar os sentidos como tenho feito. Prometo que direi apenas o indispensável para que te ponhas a dançar comigo, ainda que silenciosamente, ainda que aparentemente inerte. 

    Convido-te então a conhecer o Eu Corpo e as ideias que por aqui dançam e se organizam. Dizendo de outra forma, te apresento a lembrança deste Eu Corpo que agora escreve, acreditando que, para que compreendas as escolhas expressas nessas linhas, é importante que conheças as experiências de outrora. Partilho os trajetos por onde fui construindo minha dança que se confunde — como verás — com o desenho de formação de minha identidade docente.

    Desde muito pequena dancei, pelo gosto que sentia ao me mover. E esse gosto que movimentava minha infância me levaria ao olhar dançante da educação ambiental que construo hoje. Comecei a estudar balé clássico aos nove anos de idade e desde então nunca mais parei de estudar dança. Gosto de recortar que estudei um balé, porque não existe uma entidade balé que exista para além de seus sujeitos. Não creio em uma natureza da dança. Penso que a dança é aquilo que fazemos dela, de modo que a forma como escolhemos construir nossas relações dançantes reflete o modo como percebemos o mundo. Toda a dança é feita das ações que as pessoas realizam quando operam por meio dela.

    Escolho destacar a multiplicidade que cabe em diferentes dançares, e a importância da dimensão da escolha nos modos de agir de seus educadores, para partilhar que a dança que constituiu a base

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