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Garimpando Fragmentos
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E-book143 páginas1 hora

Garimpando Fragmentos

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Sobre este e-book

Felícia Lopes é, há muito, íntima amiga das palavras e dos textos que brilham e comovem, convincentes. Dá-lhes vida com singular beleza – poeta, escritora, jornalista e advogada que tem sido, pela vida toda. Intensamente. De Caçapava para o mundo, e ao longo de cinco livros escritos, ensina-nos lições de profundos saberes – a cada página, galhos da mesma árvore da vida e das letras. A multiplicidade temática em que navegamos nestes 36 textos é parte de um mesmo corpo, de um amplo universo. Felícia Lopes, a cada palavra nos chega com o impacto de verdades duradouras: Garimpando Fragmentos. Encontramos a inteireza da riqueza em cada prosa, inclusive de crítica social: “O que está nos envergonhando não é a nação em que vivemos. Mas as atitudes de certos homens que trocaram a ética, a moral e a honestidade por um punhado de dinheiro.” Enfim, em rápida ou demorada conversa com Felícia Lopes, cada palavra nos chega com o impacto das verdades duradouras – como aurífera e perene é cada página sabiamente garimpada. Por isso a convocação: entregue-se imediatamente a esta leitura e deixe-se desvendar por Felícia. Rossyr Berny - editor, jornalista Membro da Academia Rio-Grandense de Letras
IdiomaPortuguês
Data de lançamento15 de mar. de 2023
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    Pré-visualização do livro

    Garimpando Fragmentos - Felícia Lopes

    Apresentação

    Elaborar textos para um livro pode nos parecer um grande desafio, se não tivermos a segurança do que se quer e se deseja falar. Escrever é percorrer uma aventura silenciosa, que chega até a nos surpreender em determinados momentos. O importante é nunca se perder o foco da meta proposta. Para isso, não se deve ter medo. É preciso ter coragem para expressar as ideias com criatividade, atenção e clareza, quando uma determinada situação exigir, primando pela verdade. De maneira que seu conteúdo possa transmitir uma mensagem capaz de provocar o interesse e a curiosidade do leitor.

    Para este livro, não foi planejado apenas um assunto, como acontece em grande parte das publicações. Aborda vários temas, alguns escritos há muito tempo. Outros falam um pouco de minha trajetória. Comentam fatos ocorridos no trânsito pela vida, experiências e lutas.

    Tenho consciência que um livro não pode agradar a todos, cada criatura tem suas preferências, seus pontos de vista, o que é natural. O mesmo deve acontecer com este, que pode ser apreciado ou não. Para mim o que interessa é que seja lido.

    Mas se eu conseguir cativar apenas uma pessoa nessa leitura ficarei satisfeita. Isso me gratifica. Uma vez que sou apenas amadora e aprendiz da arte de escrever, como tenho dito muitas vezes.

    Escrevo por diletantismo. Esta atividade tem um significado importante e fascinante para mim. Capaz até mesmo de esvaziar a minha mente de coisas inesperadas. E esparramar palavras por uma página em branco com dizeres capazes de encantarem a vida. Principalmente quando se trata de poesia. Que não é o caso aqui, neste livro.

    Por isso o leitor não irá encontrar nas minhas narrativas a excelência de uma profissional. Mas a simplicidade e o prazer de contar, de falar, daquilo que passo a expressar com sentimento de gratidão pela vida, tendo o olhar voltado para um mundo melhor, e mais justo.

    Felícia Teresinha Soares Lopes

    Prefácio

    Felícia Lopes é, há muito, íntima amiga das palavras e dos textos que brilham e comovem, convincentes. Dá-lhes vida com singular beleza – poeta, escritora, jornalista e advogada que tem sido, pela vida toda. Intensamente.

    De Caçapava para o mundo, e ao longo de cinco livros escritos, ensina-nos lições de profundos saberes – a cada página, galhos da mesma árvore da vida e das letras.

    A multiplicidade temática em que navegamos nestes 36 textos é parte de um mesmo corpo, de um amplo universo.

    Felícia Lopes, a cada palavra nos chega com o impacto de verdades duradouras: Garimpando fragmentos.

    Encontramos a inteireza da riqueza em cada prosa, inclusive de crítica social: O que está nos envergonhando não é a nação em que vivemos. Mas as atitudes de certos homens que trocaram a ética, a moral e a honestidade por um punhado de dinheiro.

    Enfim, em rápida ou demorada conversa com Felícia Lopes, cada palavra nos chega com o impacto das verdades duradouras – como aurífera e perene é cada página sabiamente garimpada.

    Por isso a convocação: entregue-se imediatamente a esta leitura e deixe-se desvendar por Felícia.

    Rossyr Berny - editor, jornalista

    Membro da Academia Rio-Grandense de Letras

    A Amazônia

    e seus encantos

    Já faz tempo. Quanto tempo mesmo que estive na Amazônia, quase esquecido em minha memória e agora me vem á tona, talvez porque ficou marcado nas lembranças ou devido às notícias que tenho escutado na TV e lido nos jornais sobre os alarmantes índices da destruição da floresta, apresentados pelas pesquisas oficiais.

    Para melhor entender a minha preocupação, em 1968 fui convidada para dar um curso de extensão rural na Região Amazônica. Na oportunidade, conheci Manaus e mais algumas cidades do estado do Amazonas. Tanto na ida como na volta sobrevoei a imensidão da floresta, que mais me parecia um tapete verde que se estendia sem fim por aquele universo desconhecido e se perdia pelo infinito, tal a sua grandeza diante do meu olhar.

    Era apenas cortado por filetes da água dos rios que serpenteavam por seus meandros. E me proporcionava uma visão quase sobrenatural de tão maravilhosa, extasiando-me de forma admirável. Essa imagem o tempo não apagou de minha memória. Tanto que as experiências que lá vivi, ainda permanecem na lembrança como se fossem algo do presente momento. Um sonho de um mundo exótico marcado pela beleza e simplicidade.

    Na verdade, o Amazonas é uma região que apaixona pela diversidade natural de tudo, das florestas, das flores, dos pássaros que surgem de toda parte, e especialmente com o fenômeno do encontro das águas no Rio Negro.

    Ao penetrar no interior da floresta, senti uma sensação diferente, de plena alegria. Dava-me a impressão que estava caminhando num lugar místico, quase sagrado. Ouvia em silêncio os sons, os ecos da floresta, e ao mesmo tempo inspirava o forte perfume das folhas em decomposição, e da terra por onde passava, sem a presença da poluição.

    À noite outra aventura para ser lembrada aconteceu quando se percorria o Rio Negro num pequeno barco, pude observar um tipo de vegetação aquática fosforescente que boiava na água parecendo pequeninas estrelas iluminando a imensa escuridão.

    Os primeiros dias que lá estive foram de adaptação aos costumes e ao clima. Logo após se iniciaram os cursos, formados por uma equipe de uns dez técnicos, mais ou menos. Viajamos de barco pelo Rio Negro até chegar aos pequenos povoados próximos às margens, onde eram realizadas as atividades planejadas. Em alguns lugares caminhamos a pé, devido ao difícil acesso.

    Os cursos foram por um período de dois meses. Planejávamos outro projeto semelhante. O qual deveria ter continuação, devido à sua importância aquela população tão carente de recursos e conhecimentos. O que não foi possível.

    A minha contribuição para esse novo projeto visava orientar as donas de casa nas áreas da saúde, higiene, alimentação, habitação, enfim procurando melhorar as atividades caseiras com a filosofia de como aproveitar os recursos naturais de maneira adequada no sentido de promover uma melhor alimentação, e consequentemente a saúde das pessoas. De outro lado os ribeirinhos, assim conhecidos os que viviam próximos aos rios, eram orientados pelos agrônomos que ministraram cursos visando a introdução das melhores técnicas e métodos para desenvolverem uma agricultura mais produtiva, e moderna.

    Nessa oportunidade conheci in loco as dificuldades e o primitivismo da população que vivia às margens do Rio Negro. Alimentava-se em sua maioria de peixes, banana, aipim e frutas silvestres. E as crianças eram criadas com mingau de banana, muitas não conheciam leite, e a mortalidade infantil era grande, nem apareciam nas pesquisas os verdadeiros índices.

    Suas casas eram as mais simples possíveis, construídas sobre palafitas, sem paredes, cobertas de palhas colhidas da região. Observar essas habitações e seus respectivos utensílios, quase nada, apenas redes, panelas de ferro penduradas por um gancho, nos mostrava o tamanho da miséria. O que refletia a impotência de uma vida melhor frente às dificuldades daquela povoação, quase esquecida e abandonada à sorte.

    Mas um fato chamava atenção para qualquer observador, aquelas pessoas, apesar de tudo, nos tratavam com um certo carinho e sempre muito alegres e sorridentes, com esperança talvez de um milagre. Estampando em seus rostos um ar de conformismo e inocência. Isso doía profundamente, e ao mesmo tempo emocionava. A vontade que se sentia era de poder mudar tudo, como num passo de mágica. Mas isso era apenas sonho, não passava de uma utopia.

    Ah, se fosse possível, naquele momento, promover uma revolução educacional para aquelas crianças que viviam ali brincando no rio de pescadores, sem perspectivas de uma vida melhor. Sem condições de desenvolvimento. Pensamos naquele projeto que mencionei anteriormente, que seria uma equipe de barco dando assistência permanente, mas não se concretizou.

    Esse projeto poderia ter sido o começo para que outras pessoas também pensassem em algo semelhante na época, dando assistência a tantas famílias que viviam esquecidas distantes, quase que perdidas nos confins da floresta. Sem condições de realizar esse projeto, voltei para meu estado com a alma frustrada. Mas nunca esqueci a experiência vivida com aquele povo hospitaleiro, e sentimental. Reconheço que já havia muitos programas de assistência espalhados pela região e que vinham auxiliando algumas famílias, mas numa pequena proporção, dada a extensão do problema.

    Fazendo um paralelo daquela época e a atual, quanta coisa já se modificou, ou para pior ou para melhor.

    Voltando ao assunto inicial, o desmatamento da Amazônia. De acordo com as notícias publicadas quase diariamente na TV e jornais, os índices de desmatamento divulgados pelas pesquisas oficiais são alarmantes e preocupantes. A maldita motosserra comandada pelo homem ganancioso não para de fazer barulho em algum lugar, derrubando árvores nativas despreocupadamente, como se fosse a coisa mais natural.

    É

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