Encontre milhões de e-books, audiobooks e muito mais com um período de teste gratuito

Apenas $11.99/mês após o término do seu período de teste gratuito. Cancele a qualquer momento.

O Poder das Fake News:  da mentira e do ódio ao sufrágio no Brasil
O Poder das Fake News:  da mentira e do ódio ao sufrágio no Brasil
O Poder das Fake News:  da mentira e do ódio ao sufrágio no Brasil
E-book214 páginas3 horas

O Poder das Fake News: da mentira e do ódio ao sufrágio no Brasil

Nota: 0 de 5 estrelas

()

Ler a amostra

Sobre este e-book

— Ah, meu amor, sabe de uma coisa? Nada nem ninguém é capaz de impedir que o amor entre duas pessoas prospere. Mas, no meu entender, entre duas pessoas o amor tem que ser mútuo, não dá para apenas uma das duas pessoas amar pelas duas. Vou te dizer uma coisa, meu filho: se você realmente amar essa menina do jeito que você demonstra, eu tenho certeza de que você vai conseguir se abrir com ela, mesmo porque, se for realmente amor o que você sente por ela, você vai se sentir tão poderoso, tão forte, que nada vai deter suas palavras, elas vão sair mesmo que você não queira falar.
**********
— Vocês nos deixam muito orgulhosos, e eu também posso falar por todos aqui: nós amamos muito vocês e estaremos sempre ao lado de vocês, sempre — disse Lucas, muito emocionado, sendo apoiado por todos.
Nesse momento, a emoção tomou conta de todos, até mesmo o Chefe, aquele homem durão, não conseguiu segurar uma ou outra lágrima que teimava em escorrer em seu rosto. Todos se abraçaram em um grande e emocionante abraço de urso.
IdiomaPortuguês
Data de lançamento21 de jun. de 2023
ISBN9786553556256
O Poder das Fake News:  da mentira e do ódio ao sufrágio no Brasil

Relacionado a O Poder das Fake News

Ebooks relacionados

Ficção Geral para você

Visualizar mais

Artigos relacionados

Categorias relacionadas

Avaliações de O Poder das Fake News

Nota: 0 de 5 estrelas
0 notas

0 avaliação0 avaliação

O que você achou?

Toque para dar uma nota

A avaliação deve ter pelo menos 10 palavras

    Pré-visualização do livro

    O Poder das Fake News - Manoel Luiz da Silva Filho

    capaExpedienteRostoCréditos

    Era um daqueles dias de junho, estava amanhecendo. Devia ser umas 8 horas da manhã, e Lucas já estava acordado. Fazia bastante frio. O dia estava prometendo ser muito bonito, tinha sol, mas imperava o frio. Era uma daquelas manhãs em que havia pouca gente nas ruas, e as ruas estavam repletas de folhas, parecia um enorme tapete de folhas. Olhando-se de longe, quanto maior a variedade de árvores existentes nas margens das ruas, mais bonito era o tapete de folhas. Maravilhosa era a paisagem formada, digna de uma obra de arte. Sim, uma obra de arte da natureza.

    As poucas pessoas que ousavam sair de casa, em direção aos seus trabalhos ou mesmo para ir até a padaria, estavam bem agasalhadas, e percebia-se nitidamente aquele fumaceiro que saía das bocas delas.

    O professor de Ciências já havia explicado esse tipo de ocorrência. Ele disse que, em dias muito frios, todo o vapor de água que sai da nossa boca se condensa (uma das fases em que ocorre a transformação da matéria, do estado gasoso para o líquido) e forma partículas maiores. Então, quando esse ar é resfriado e começa a condensar, causa esse interessante aspecto de fumaça esbranquiçada e cinzenta.

    Lucas então comentou consigo mesmo: agora sim dá pra entender o que o professor Mario Sérgio, de Ciências, queria dizer, então é isso!. Era o exemplo que estava faltando.

    Lucas estava revisando mentalmente as suas tarefas para o dia e podia ouvir, ao fundo, uma música que quase todos os dias sua mãe, mulher muito doce e amável, porém muito firme e decidida, dona Clara, como gostava de ser chamada, ouvia, numa emissora de rádio bastante conhecida e famosa. Lucas até tentou lembrar o nome da emissora de rádio, mas não conseguiu. A letra da música falava sobre algo aparentemente triste, sobre uma pessoa que saía todos os dias, de madrugada, de casa para trabalhar na roça, levando uma marmita quentinha para almoçar, e que, após trabalhar o dia inteiro, voltava para casa pra encontrar a sua amada e seus filhos.

    Para Lucas, a música tinha sim um fundo de tristeza, porque ele imaginava como era duro esse tipo de trabalho na roça, lidando com a terra, plantando ou colhendo, manuseando agrotóxicos, e que, num dia frio como aquele, rapidamente a marmita iria esfriar. E se perguntava será que essa pessoa teria como esquentar a comida para se alimentar durante o almoço? ou ainda teria ela algum momento de descanso? Teria ela uma sobremesa?. Lucas se perguntava se teriam essas pessoas que trabalham na roça uma luva ou pelo menos um chazinho quente para aquecer os pulmões? Se perguntava ainda sobre o que aconteceria se os pulmões de uma pessoa se resfriassem, como as mãos dela, sem luvas, naquele frio?

    Seria uma boa pergunta para fazer ao professor de Ciências, que já havia comentado sobre o perigo de se manusear agrotóxicos e sobre os equipamentos pessoais de proteção.

    Lucas entende que essas pessoas que trabalham na roça são muito importantes, assim como o restante das pessoas que trabalham em outros tipos de serviços, como os motoristas de caminhão, que transportam as mercadorias por todo esse nosso país, por exemplo, ou os professores, que passam o dia inteiro ensinando seus alunos, ou ainda os médicos, que cuidam da saúde de tantas outras pessoas.

    Lucas continuava a conversa consigo mesmo e chegou a lembrar que a professora de Geografia já havia comentado sobre tipos de trabalho, grau de instrução das pessoas e sobre a importância dessas pessoas no desenvolvimento do país.

    Sim, para Lucas, todos são importantes e devem ser bem tratados. Devem ter condições de cuidar de suas famílias e de si próprios. Pois todos os seres, humanos ou não, têm sua importância, seja para si próprios ou para sua família ou ainda para a comunidade onde vivem, e todas as comunidades têm igual importância para o desenvolvimento das cidades, dos estados e do país.

    Mas, por outro lado, o fato de poder trabalhar, gostar de seu trabalho, de voltar para casa, encontrar seus familiares, poder conversar com eles, perguntar como foi o dia de cada um, para um pai de família também deve ser muito prazeroso. Ele estava perdido em seus pensamentos, quando ouviu:

    — Lucas, meu filho — chamou sua mãe, quando ele já se aproximava da porta do quarto dela.

    — Sim, mamãe — respondeu Lucas, abrindo cuidadosamente a porta.

    É um quarto muito simples. Em frente à porta, um pouco mais à esquerda, na parede do fundo, tem uma janela grande, que já estava aberta, com o vidro deixando passar uma pequena corrente de ar e toda aquela claridade maravilhosa, que de maravilha se assemelha ao nome da mãe de Lucas, dona Clara. Bem na frente da janela há uma pequena escrivaninha com um bloco de folhas de papel com pautas, duas canetas e um lápis que já se vê gasto em sua metade. Do lado direito da escrivaninha fica a cama e do lado esquerdo, uma cadeira de balanço, daquelas antigas, onde há, do lado do assento, sobre uma mesinha, uma agulha de crochê e alguns rolos de linha, de várias cores, que dona Clara utiliza para todas as tardes produzir lindas peças de enfeites de casa, que vende aos vizinhos e presenteia os amigos e parentes. Na parede em frente à cama há um relógio grande, antigo, que dona Clara ganhara de uma de suas patroas. As paredes são brancas e o piso é revestido de lajotas, daquelas que imitam tacos de madeira, mas quem vê de relance parecem tacos de madeira mesmo. No teto há um lustre comum, mas muito bonito e que combina com quase tudo ali.

    — Como você está, meu filho, você dormiu bem?

    — Sim, mamãe, acho que, se não fosse aquela coberta que a senhora trouxe para mim ontem à noite, talvez eu fosse passar bastante frio durante a madrugada. Obrigado, mamãe.

    — Não por isso, meu filho, mas não se esqueça do que o seu pai sempre costuma falar e costuma repetir em suas cartas. Que nós temos que tratar nossos semelhantes da forma que queremos ser tratados. Imagine sempre que, se todas as pessoas tratassem bem o seu próximo, sendo ele familiar ou não, como seria bom o resultado geral no final das contas para esse mundo.

    — Sim, mamãe, jamais vou me esquecer disso, muito menos do meu pai, a senhora pode ter certeza.

    Respondeu Lucas beijando-a levemente o rosto.

    — Lembre-se de que hoje você tem que trocar a água das galinhas e pegar os ovos que elas botaram. Ontem à tarde ouvi uma barulheira incrível! Eram várias galinhas avisando que haviam botado. Pois você sabia que, quando as galinhas fazem aquele cacarejar bem forte, como se quisessem que todos soubessem de alguma coisa, é porque elas acabaram de botar? Logo deve haver pelo menos uns dez ovos, e um deles é da Fil. E a Fil, você sabe, ela não falha um dia. Depois você precisa ir até a venda do Sr. Martins e comprar milho, farinha, óleo e arroz, que já estão acabando.

    — Sim, mamãe, pode deixar que antes mesmo de ir para a escola eu faço tudo isso. Hoje tem aula de Ciências e eu preciso fazer uma pergunta ao professor, além de entregar um trabalho sobre a metamorfose dos girinos. A senhora sabia que os girinos se transformam em sapos?

    — Sim, eu sei! E você sabia que as borboletas, antes de existirem, também sofrem uma metamorfose completa?

    — Sim, mamãe, o professor fez um comentário na aula passada e pediu que os alunos trouxessem um trabalho relativo a esses dois temas. Metade dos alunos fariam um trabalho explicando a metamorfose dos girinos e a outra metade, sobre a metamorfose ocorrida no caso das borboletas. Mas como a senhora sabia sobre as metamorfoses do girino e da borboleta? A senhora me disse que só estudou até a quinta série, que hoje em dia é mais ou menos o sexto ano!

    — Aí é que está a diferença. Eu aprendi vendo as metamorfoses dia a dia nos riachos, nos jardins e nas paredes das casas. Dá uma olhadinha na parede da sala, do lado de fora. Lá há um casulo, e de lá sairá uma borboleta. Acompanhe o dia a dia daquele casulo, tire fotografias e depois leve para o seu professor mostrar aos seus colegas. Acho que ele vai gostar muito da ideia. Fale com ele a respeito. Ah, ia me esquecendo, não deixe acabar a bateria do seu celular, como fez na semana passada. Lembre-se que um celular não serve para nada se não estiver carregado.

    — Sim, mamãe, não vou esquecer e vou sugerir ao professor de Ciências a respeito das fotos do casulo.

    Lucas admira muito sua mãe. Ela tem muita experiência de vida. Não havia frequentado muito a escola, mas sabe de coisas muito interessantes e faz questão de dizer a ele, desde quando ele era criança, quando se sentava ao lado dele para contar histórias e causos antes de ele dormir.

    Ao chegar no galinheiro, Lucas parou, deu meia-volta e ficou olhando para sua casa. É uma casa bem simples, de duas águas, pintada de branco com um contorno marrom nas portas e janelas. Fica em um nível um pouco acima do nível do quintal, coisa de três degraus. A porta de entrada fica bem no meio da parede e de cada lado tem uma janela bem grande, na cor marrom-claro, e a porta tem a mesma cor das janelas. Ao redor da casa tem mais algumas janelas na mesma cor e em cada janela há uma floreira, muito bonita e bem cuidada por dona Clara. Tem também uma área bem larga, que contorna toda a casa.

    Nesse instante ele disse para si mesmo em voz alta, nunca vou me esquecer desse lugar, acho lindo e aconchegante, a melhor casa do mundo, principalmente se comparada com a casa em que morávamos antes de mudarmos para cá. Mesmo porque lá meus pais pagavam aluguel e sempre diziam que o dinheiro do aluguel seria muito bem-vindo e aproveitado, assim que pudéssemos ter uma casa nossa e deixássemos de pagar aluguel.

    Foi então que ele se arrependeu completamente por ter ficado com raiva de seus pais quando tiveram que se mudar de Ferreirópolis, cidade onde moravam, para a nova cidade, chamada Pardinho, para a nova casa, que seus pais fizeram questão de esconder dele, desde a compra do terreno até a construção da casa nova, para fazer-lhe uma surpresa. Diante da incompreensão por parte de Lucas, algum tempo depois disseram-lhe que fora construída com muito sacrifício, feito por parte dos dois, que deixaram de proporcionar tanto a eles próprios quanto a Lucas muitos momentos de lazer e de diversão para investir na construção da casa nova, mas que não se arrependiam de nada do que tiveram que fazer para conseguir a tão sonhada casa própria.

    Por muito tempo, só se lembrava que teve que se distanciar de seus amigos, principalmente de João Pedro (o JP), de Alice (a ruiva), da escola que estudava, inclusive e principalmente de Anali (a garota X), que conhecia desde os dez anos e por quem nutria um sentimento muito forte e bonito que chegava a doer dentro do seu peito, quando um dos dois, por algum motivo, precisava faltar às aulas um só dia que fosse. Pois ele não conseguia se conter, era incrível como ele precisava vê-la, mesmo que de longe, conversando com as amigas dela, brincando no intervalo ou indo para casa. Quando ela passava no Fiat Idea Adventure – 2010 vermelho de seu pai, que vinha buscá-la todos os dias na saída da escola, passavam por ele e pela Ruiva, no caminho da casa dela, no Bairro dos Gonçalves.

    Ele acompanhava atentamente, com os olhos arregalados, aquele carro, desde quando passava por eles até que desaparecia na estrada que ia para o Bairro das Roseiras, onde ela mora.

    Sim, ele gosta muito dela! Ficava feliz quando ela estava feliz e, quando percebia que ela estava um pouco chateada, fosse no intervalo da escola ou até mesmo quando passava por ele de carro, tinha uma enorme vontade de correr atrás do carro, fazê-lo parar e perguntar a ela se havia algum problema e se ele poderia ajudá-la de alguma forma em alguma coisa.

    Também não tinha coragem de perguntar à Ruiva se ela sabia de alguma coisa, pois ela é colega da garota X, estudam na mesma classe, e Lucas sempre observava que as duas viviam conversando no intervalo. Elas estudavam juntas para as provas e realizavam os trabalhos escolares juntas sempre que se tratava de um trabalho em grupo ou em dupla.

    Lucas e JP têm uma grande amizade, são como irmãos. Também estudavam na mesma classe e tinham uma convivência muito próxima, a ponto de Lucas confidenciar sua admiração por Anali, a garota X. Quando estavam juntos falavam sobre todos os assuntos, aulas, trabalhos escolares, professores, times de futebol... O JP é um garoto fissurado em tabelas e gráficos, tanto relativos a futebol como de qualquer natureza. Sendo gráficos... são o grande objeto de análise dele. JP já confidenciara a Lucas que gostaria de estudar Matemática e que pretende ser professor de Matemática quando chegar o momento. Seu pai é um funcionário da antiga FENASA, é eletricista geral, e o pai de Lucas também trabalha na mesma empresa como mecânico de manutenção.

    Nos finais de semana em que estavam de folga, as duas famílias, que moravam a duas quadras de distância, gostavam de se encontrar para almoçarem juntas e, de vez em quando, também faziam churrasco em um clube da empresa que fica, para alegria total de Lucas, próximo do Bairro das Roseiras, bem perto da casa da garota X.

    Algumas vezes convidavam os pais da Ruiva para participar dos churrascos de família. Os pais da Ruiva são enfermeiros no hospital da cidade e têm mais um filho além dela, o Alan. Ambos são muito conhecidos por todos ali. Portanto, foi muito difícil para Lucas ter que se mudar com seus pais para a cidade de Pardinho, distante uns 10 km de Ferreirópolis.

    Mas Lucas já havia entendido que, para a sua família, a casa nova é muito importante. Além do mais, mesmo distante dos amigos Ruiva e JP, ainda mantém contato com eles por Skype, e-mail ou por WhatsApp. Santa tecnologia, diz Lucas sempre que se comunica com seus amigos.

    Lucas, em suas conversas com JP ou com a Ruiva, já havia comentado sobre sua enorme admiração pela natureza, por animais e aves e, principalmente, pelos seres humanos, e pela forma como funciona internamente o corpo humano. Dissera que provavelmente seria um médico quando crescesse.

    Pois sim!, disse Lucas para si mesmo, me arrependo amargamente de ter ficado com raiva dos meus pais e tenho vergonha de lembrar que um dia tive tal sentimento por eles.

    Lucas foi então ao galinheiro e retirou os ovos. Eram treze. Sua mãe estava certa ao dizer que seriam muitos ovos; esse é o conhecimento acumulado pelos mais velhos. Eles têm um conhecimento de vida muito importante, que não deve ser menosprezado, pensava Lucas durante a retirada dos ovos e a troca da água das galinhas. Em seguida foi até a venda do Sr. Martins. Comprou tudo o que sua mãe havia pedido e voltou para casa, para se preparar para ir à escola.

    Ao abrir a porta, enquanto ia entrando, Lucas ia dizendo a sua mãe que já havia feito tudo o que ela pedira e que iria se preparar para ir estudar.

    — Cheguei, mamãe, tudo feito. Agora vou tomar banho e trocar de roupas para poder ir para a escola.

    — Sim, meu filho, já coloquei a sua roupa no banheiro. Se precisar de mais alguma coisa, me chame. Eu estou aqui na sala e daqui a pouco vou passar roupas na casa da dona Nair. Já ia me esquecendo que combinei com ela de passar as roupas dela hoje. Que cabeça essa a minha. Veja se não demora muito no banho. Saio em cinco minutos para trabalhar. Tchau, meu filho.

    — Tchau, mamãe — respondeu Lucas.

    *****

    Lucas nunca teve problemas para fazer amizades. Sempre foi muito falante e sobretudo observador. Ele tem algo que o faz enxergar, que o faz sentir quando uma pessoa, ou até mesmo qualquer tipo de animal, possa vir a oferecer algum perigo, ou, ao contrário, ele percebe quase que imediatamente se há alguma possibilidade de surgir ali uma boa amizade. É logico que às vezes ele se engana, mas é muito difícil isso acontecer. Ele confia muito nessa percepção e, mais ainda, ele acredita muito nela.

    Embora feliz por ter dito ao seu professor de Ciências a respeito da sugestão de sua

    Está gostando da amostra?
    Página 1 de 1