A Migração
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A Migração - João Claudio Coimbra Pacheco
A migração
UMA ODISSEIA POÉTICA E ECOLóGICA ALÉM DA TERRA
Farsopos são grandes aves tão grande quanto leves
E também aves tão leves quanto fortes
Farsopos voam mais longe e mais alto que qualquer outro pássaro
Voam muito mais longe que qualquer ilha e mais alto que toda montanha
E voa ainda mais acima de qualquer cimo ou mesmo que nuvem que a cubra.
Antigamente os farsopos faziam seus ninhos nas mais longínquas ilhas
Ou então punham seus avos nos mais altos planaltos e até no topo dos montes
Mas seus ovos eram alvo visado por tantos predadores selvagens nos montes
Assim como também por animais domésticos trazidos até as ilhas por navegantes
Por isso cada vez mais ovos de farsopos foram sendo devorados
Com menos ovos protegidos, farsopos se reproduziam e se faziam menos a cada geração.
Na busca duma solução decidiram que deviam migrar para a Lua para lá por seus ovos
Tão só na Lua não há predador para si e seus ovos e lá até a feras eram herbívoras
Mas era um voo sem volta que exigia toda energia dos farsopos
Voo que somente faziam no fim da vida num extremo e último esforço para por seus ovos
Pois era de longe um longo voo de 12 dias, em que não há nenhum tanto de descanso
Logo voo sem pausa ou apoio para um pouso para pastar ou comer até descer na lua
O único alimento no meio era a água e gelo de nuvens de chuva que atravessam em voo
Pois não há montes e postes em que se apoiem mais altos que qualquer monte e nuvem
E Lua é ainda mais longínqua que qualquer ilha da Terra
Contudo muitos farsopos não chegavam a fazer ninhos e por seus ovos na Lua,
Pois de cansaço caiam na terra ou mortos de exaustos na Lua
Os farsopos que chegavam após por ovos não mais tinham forças para voltar até a terra
Pois pouco depois de pôr os ovos e criarem os filhotes, viviam e morriam presos na Lua
E tão só os seus filhotes mais fortes eram fortes para a volta da espécie para a Terra
Na Terra onde refariam seu ciclo voltando para a Lua onde nasceram
E também na lua passaram a ir viver até morrer ao gerar uma nova geração
Geração que nascia e crescia na Lua, para que voltaria e vivia na terra onde melhor viver
E assim ao fim voltavam na Lua onde agora morrem como seus pais.
Havia um dia um jovem ciclista e mecânico de bicicletas
E que também sabia soltar e empinar balões e pipas
Ele era até balonista que queria voar mais alto e ir mais longe que qualquer um da cidade
Na