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Destino: Planeta Terra
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E-book223 páginas2 horas

Destino: Planeta Terra

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Sobre este e-book

Em uma aventura, que mistura fantasia com conhecimentos históricos e técnicos, o autor busca apresentar uma metáfora da realidade vivida pela humanidade nos dias atuais. Nesta ficção são apresentados os Aons, uma raça extremamente evoluída e uma das civilizações mais antigas da galáxia, que acompanha, ao longo de centenas de milhares de anos, o desenvolvimento científico e tecnológico de muitas das civilizações que florescem na galáxia. Durante uma expedição ao planeta Terra, na década de 1960, seres provenientes de Aon se deparam com uma descoberta inquietante e perturbadora que poderá mudar o curso da evolução do planeta. Esta descoberta fará com que vivam uma eletrizante e perigosa aventura em meio à corrida espacial disputada por americanos e soviéticos.
IdiomaPortuguês
Data de lançamento28 de jan. de 2015
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    Pré-visualização do livro

    Destino - Cláudio Vieira Oliveira

    Os Aons

    Cinco bilhões de anos. Nas infinitas viagens realizadas aos confins da galáxia, nunca encontraram civilização mais antiga. Muito tempo atrás, aquela raça vencera os desafios naturais do seu planeta, a inteligência floresceu, os habitantes se organizaram em grupos e começaram a criar utensílios para facilitar as tarefas diárias. Esses grupos deram origem às cidades e os utensílios, por sua vez, deram lugar a máquinas, cada vez mais sofisticadas e eficientes.

    Como em qualquer outro local do universo, naquele mundo existiram tempos de abundância nos quais impérios cresceram e, depois, tempos de desespero quando os mesmos impérios ruíram, mas a vida se manteve teimosamente, sempre disposta a seguir em frente e construir novos impérios. Com o desenvolvimento moral sempre caminhando ao lado do avanço tecnológico, superaram o momento da evolução em que podiam se autodestruir, seja pelo poder bélico, seja por esgotar os recursos naturais daquele planeta. Três bilhões de anos atrás, chegou o momento de partir rumo às estrelas, expandir-se para outros recantos da galáxia. Apesar de todo o desenvolvimento tecnológico obtido, a grande motivação de se lançar para as estrelas foi o de perpetuar o instinto mais primitivo que está presente em cada ser vivo no universo: a preservação da própria espécie.

    Nas longas e perigosas viagens iniciais, encontraram novos mundos, maravilhosos, desabitados, apenas os aguardando para lançar a semente da vida. A bordo de gigantescas naves espaciais, que vagaram por várias gerações no espaço, os primeiros viajantes foram os colonos desses novos mundos e nunca mais regressaram ao seu planeta natal, Fáilte.

    Localizado em um sistema estelar binário, os Aons logo dominaram o uso da energia solar, inicialmente, na geração de energia para o próprio planeta. Em seguida, na exploração espacial, enormes veleiros solares substituíram as perigosas, caras e limitadas astronaves impulsionadas por propulsores de combustível sólido. Começaram, então, a visitar regularmente planetas próximos e também continuaram a empreender, cada vez mais, longas viagens, sem volta, para a colonização de novos mundos, situados cada vez mais distantes do planeta natal.

    Nos séculos seguintes, o avanço científico permitiu que os Aons construíssem sofisticados reatores solares que possibilitaram armazenar quantidades incalculáveis de energia, obtida a partir dos sóis do seu planeta natal. Nesse momento, conseguiram dominar e canalizar a enorme quantidade de energia necessária para conseguirem dobrar o espaço-tempo, criando os buracos de minhoca que possibilitavam aos Aons viajar em curtos períodos de tempo para praticamente qualquer local da galáxia.

    Nessas viagens, mapearam inúmeros sistemas estelares e encontraram muitos planetas desabitados e outros inóspitos para qualquer forma de vida conhecida. Também, em alguns outros planetas, encontraram novas raças que apenas engatinhavam rumo à evolução. Em muitos desses locais, não foram bem compreendidos e acabaram se tornando lendas ou assumiram papéis de deuses ou super-heróis. Temendo influenciar, de maneira negativa, a evolução, eles, sabiamente, se retiraram desses planetas, porém, permaneceram vivos no imaginário popular e nas lendas daquelas jovens civilizações.

    Também foram os professores de muitas civilizações, pois aprenderam a ensinar, mas sem nunca tirar a liberdade e o livre arbítrio das civilizações mais jovens. Dessa forma, assistiram a muitos mundos, tornarem-se prósperos e avançados, assim como observaram muitas civilizações promissoras se aniquilarem. Também ganharam inimigos, ao longo dessa jornada: seres que evoluíram, aproveitando-se dos recursos naturais de outros planetas e, também, escravizando as civilizações que floresciam na galáxia. Nesse momento, os Aons assumiram o papel de protetores desses novos mundos, vigiando-os e intervindo quando uma ameaça externa tentava alterar o curso natural da história. Muitos Aons desempenhavam a função de Vigilantes, sendo destacados para monitorar e, quando necessário, intervir para proteger essas civilizações mais novas de uma ameaça alienígena.

    Além de obterem um desenvolvimento tecnológico sustentável ao longo da sua evolução, os Aons também venceram as doenças e o envelhecimento, desenvolveram tecnologias que permitiam a Consciência de um indivíduo trafegar livremente entre corpos que são biológicos e em corpos biomecânicos, onde, jamais, ocorrerá um fim. Aquela civilização evoluiu por bilhões de anos para se tornar quase eterna.

    Fáilte

    A terra natal dos Aons, Fáilte, assistiu a uma civilização que evoluiu por bilhões de anos. Essa evolução fez com que, atualmente, a grande maioria da população viva em órbita do planeta, em enormes cidades satélites. Também existem algumas cidades na superfície do planeta e também no mar. Como está situado em um sistema binário, a energia solar, em Fáilte, é abundante e, rapidamente, se tornou a única fonte de energia utilizada no planeta, assim como nas cidades satélites e nas naves espaciais.

    O domínio da captação e do uso da energia solar, principalmente após a invenção do reator solar, permitiu um avanço sem igual. Não existiu nunca, na história dessa civilização, uma fonte de energia, tão abundante, poderosa, limpa e de custo ínfimo.

    No solo do planeta, são oito cidades distribuídas ao longo da linha do equador. Cada cidade está organizada através de módulos móveis que podem ser ajustados conforme a necessidade. Dessa forma, a arquitetura do local é dinâmica e está sempre se ajustando para comportar, da melhor maneira possível, os seus habitantes. As estruturas que formam as cidades são dispostas em círculos. Na parte central, estão situadas as instalações para pesquisa, ensino e entretenimento. Nos círculos seguintes, estão organizados os módulos habitacionais. Esses são movidos entre os círculos durante o ano, de modo que, ao final do período, todos os habitantes tenham se situado a uma mesma distância em relação ao centro da cidade.

    Também existem três cidades submarinas, estabelecidas no principal oceano do planeta. Elas estão próximas à orla marítima e podem ser identificadas facilmente, ao horizonte, pelas longas torres vítreas que se destacam do oceano. Essas cidades são enormes construções que se erguem a partir do leito oceânico, até atingir a superfície, nas quais as torres permitem a circulação do oxigênio e também para que as naves de transporte possam entrar e sair da cidade. As paredes externas dessas cidades são todas de uma liga vítrea, totalmente transparente e de alta resistência, proporcionando, aos habitantes, uma vista privilegiada do oceano.

    As cidades satélites são cerca de seis vezes maiores que as cidades situadas na superfície e dez vezes maiores que as submarinas. Estão situadas no limite da atmosfera do planeta, em que já é possível desfrutar dos efeitos da microgravidade. Nessas estações espaciais, além dos centros de pesquisas, também estão concentradas as atividades fabris e a construção e manutenção das naves estelares. As atividades fabris são executadas, exclusivamente, por androides em módulos não pressurizados, pois, em um ambiente de vácuo, se obtém uma maior eficiência e durabilidade dos equipamentos. Essas cidades se destacam no céu, devido aos enormes painéis solares que realizam toda a captação da energia necessária ao funcionamento da estação. Em torno do planeta, estão situadas doze dessas cidades satélites, sendo que, a grande maioria dos habitantes do planeta, vive nelas.

    A interligação entre as cidades é realizada por meio de veículos de transportes, movidos pelos reatores solares e totalmente automatizados, sendo que qualquer ponto do planeta pode ser atingido em, no máximo, trinta minutos. Uma vasta rede de comunicações é formada por computadores quânticos e satélites, permitindo a transmissão de programas de entretenimento, comunicação pessoal e troca de dados em tempo real. Uma vasta rede de câmeras está conectada à rede de comunicação e monitoram todo o planeta e as suas cidades. Qualquer ocorrência é rapidamente detectada, permitindo uma rápida atuação das equipes responsáveis.

    Aquele planeta que, por muito tempo, ofereceu abrigo e recursos naturais para as pessoas que lá habitaram, recebia de volta a recompensa daquele povo. Sua vegetação e seus mares foram todos restaurados à condição que possuíam quando os Aons surgiram no planeta.

    A consciência que cada habitante daquele mundo desenvolveu fazia com que um indivíduo tomasse para si, apenas o necessário. Por outro lado, a tecnologia garantiu saúde e alimentação suficiente para todos. Dessa forma, os recursos naturais do planeta deixaram de ser necessários à manutenção da vida. Por isso, poder, ganância, crime e violência tornaram-se apenas histórias de um passado primitivo. O passo seguinte da evolução daquele mundo tornou desnecessária qualquer forma de governo e, por último, a economia deixou de existir também.

    Os cidadãos desenvolvem as mais diversas atividades, porém, não existe mais o conceito de remuneração. Todos contam com habitação, alimentação, educação e entretenimento. As principais ocupações estão nas atividades intelectuais, ou seja, nos centros de pesquisa e nas universidades. Existem, também, os artistas que podem se dedicar integralmente à pintura, à música, ao teatro e à literatura. As atividades fabris, assim como os transportes e a manutenção estão delegadas aos androides.

    Há muitos séculos, as crianças, nesse mundo, são geradas através da clonagem e se desenvolvem em centros de reprodução assistida. Depois que nascem, as crianças são encaminhadas para lares-escola onde viverão até atingirem a idade adulta, quando são inseridas na sociedade. Não há o conceito de pai, mãe ou família. Nesses lares-escola, são, constantemente, assistidas e educadas da melhor maneira possível. Todos, sem distinção são considerados filhos do universo, não são atribuídos rótulos a respeito de origem familiar ou em relação ao local em que nasceram ou, mesmo, em relação a sua profissão. A igualdade e o respeito mútuo são os valores preponderantes naquela sociedade. 

    Como fruto do início da exploração espacial, alguns Aons se fixaram em vários planetas localizados em sistemas estelares próximos ao sistema binário no qual Fáilte está situado. Como, nesse período longínquo da história, o contato e a comunicação com o planeta Fáilte era praticamente impossível, cada planeta colonizado seguiu um curso diferente. Alguns formaram sociedades muito parecidas com a existente no planeta natal e, posteriormente, quando a tecnologia permitiu, voltaram a fazer parte da comunidade dos Aons. Ao todo, doze colônias fazem parte da rede de comunicação e transporte e, com o domínio das viagens através de buracos de minhoca, os Aons deixaram de estabelecer novas colônias ao longo da galáxia.

    As colônias possuem gestão totalmente autônoma, apresentam estágios diferentes de evolução tecnológica e se desenvolveram conforme as características geográficas e climáticas e, também, em relação aos recursos naturais que o planeta colonizado oferecia. A própria evolução física dos seres em outro planeta, com condições diferentes de pressão atmosférica, gravidade e radiação solar, produziu, ao longo de milhões de anos, uma diferente evolução na própria espécie. Dessa forma, nas colônias, os Aons que lá se desenvolveram, tornaram-se bastante diferentes, fisicamente, daqueles que habitam o planeta natal e, também, em relação às outras colônias estabelecidas em planetas diferentes.

    Atlantis

    Há aproximadamente nove mil e seiscentos anos antes de Cristo, uma das grandes astronaves, lançadas pelos Aons para uma viagem de quase trezentos anos, na qual várias gerações haviam sobrevivido às ameaças contidas no espaço, atingiu o seu destino final: um pequeno planeta azul localizado na periferia da Via Láctea.

    Aquela viagem fora muito dura. A astronave havia sido severamente danificada e algumas decisões difíceis foram tomadas pelos membros que comandavam a nave, decisões essas que ocasionaram a morte de muitos tripulantes. Apesar de já ter se passado mais de uma geração desde aquele incidente, o descontentamento e a desconfiança permaneciam vivos, apenas latentes, esperando um novo estopim que fizesse detonar os antigos ressentimentos.

    Depois de algum tempo em órbita do planeta, eles optaram por pousar a nave em um dos grandes oceanos onde ela ficaria flutuando como uma gigantesca ilha metálica, perdida na imensidão daquele mar e totalmente distante da vista dos seres primitivos que habitavam aquele mundo. A partir do local de pouso, eles iriam enviar expedições, em pequenas naves de transporte, para os continentes e estudar, de forma discreta, a civilização daquele planeta.

    Assim, rumaram várias expedições de pesquisa para o continente europeu e também para o americano, encontraram muitas tribos organizadas, porém, em um estágio bastante baixo de evolução.

    Aproveitando a abundância de recursos naturais que encontraram no planeta, muitos tripulantes permaneceram na astronave realizando reparos e reativando seções seriamente danificadas que haviam sido lacradas, pois, no espaço sideral, não havia os recursos necessários para o reparo. Devido à grande extensão dos danos e à escassez de membros da tripulação, os reparos tomariam ainda vários anos terrestres até a sua conclusão. Os suprimentos necessários à alimentação da tripulação também eram obtidos nos continentes e armazenados na astronave. Depois de mais de um século de sofrimento e privação, parecia que os tripulantes haviam, finalmente, encontrado um planeta que iria permitir a recuperação da astronave e, talvez, um retorno menos sofrido a Fáilte. Por outro lado, parte da tripulação não desejava mais retornar ao espaço, pois consideravam que haviam encontrado um mundo perfeito para iniciarem uma nova vida.

    Ao longo do tempo em que a nave permaneceu sobre o oceano, essa discussão começou, cada vez mais, a se intensificar, e a tripulação, novamente, se encontrava dividida. A situação se tornou insustentável quando os reparos na astronave foram concluídos. Os comandantes ordenaram a partida imediata rumo a Fáilte, porém, vários tripulantes se rebelaram contra a ordem e se negaram a partir. Os comandantes exigiam que todos deveriam retornar, pois, com novas baixas na tripulação a viagem de volta seria praticamente impossível.

    Depois de um tenso período de infrutíferas negociações, teve início, dentro da espaçonave, uma luta entre esses dois grupos. Na medida em que o conflito se estendia, a nave sofreu avarias e a situação foi se agravando cada vez mais. Desesperados pela derrota iminente, o grupo que desejava permanecer no planeta explodiu os propulsores. A nave ficou totalmente comprometida, não poderia mais decolar. Apesar de não planejado, os danos ocasionados pela

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