O museu e a escola: memórias e histórias em uma cidade de formação recente – Londrina/PR
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Sobre este e-book
O trabalho remete ainda para o estudo da função comunicadora do museu, bem como estabelece os sinais de compreensão dos professores acerca das concepções fundadoras do museu e as possíveis interações com a produção do conhecimento histórico junto a seus alunos.
A obra teve, como mote principal, um olhar sobre os saberes e práticas dos professores quanto à relação estabelecida por eles, considerando as visitas com seus alunos à exposição de longa duração, entre o universo museológico, coleções, acervo, cultura material e a concepção de história que assumem como postulado para o desenvolvimento de seu trabalho pedagógico.
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Pré-visualização do livro
O museu e a escola - Gilberto Hildebrando
À Cláudia, ao João Bruno e à Isadora,
meu porto seguro.
AGRADECIMENTOS
Este trabalho me possibilitou exercitar uma reflexão sobre o cotidiano dos museus e seus visitantes, desde o momento em que os primeiros passos da pesquisa foram dados. Entre os que me acompanharam nestes momentos, agradeço à minha grande família, ao William Meirelles (in memoriam) e à Angelita Visalli, pela orientação no mestrado e por me permitirem exercitar ações educativa no Museu Histórico de Londrina, etapas decisivas na análise dos diálogos com educadores e educandos.
APRESENTAÇÃO
Esta obra se insere na gama de discussões das funções educativas do museu e das representações do conhecimento histórico por professores da educação fundamental, especificamente da 3ª série da rede pública de Londrina/PR. Aponta para dilemas oriundos da compreensão dos museus históricos como espaços concebidos a partir de uma perspectiva ora como templos de memórias a serem protegidas e conservadas, ora como extensões de um saber escolarizado. Neste sentido, apresenta algumas questões sobre os debates entre história e memória e sua inserção no plano de constituição dos museus históricos. A ideia da espetacularização da memória, em concomitância ao nascimento do Museu Histórico de Londrina é desenvolvida no contexto da passagem da museologia tradicional para a nova museologia.
O trabalho remete ainda para o estudo da função comunicadora do museu, bem como estabelece os sinais de compreensão dos professores acerca das concepções fundadoras do museu e as possíveis interações com a produção do conhecimento histórico junto a seus alunos.
A obra teve como mote principal, um olhar sobre os saberes e práticas dos professores, quanto à relação estabelecida por eles, considerando as visitas com seus alunos à exposição de longa duração, entre o universo museológico, coleções, acervo, cultura material e a concepção de história que eles assumem como postulado para o desenvolvimento de seu trabalho pedagógico.
PALAVRAS-CHAVE: museu histórico – memória – ensino de história – ação educativa
LISTA DE SIGLAS
CTNP – Companhia de Terras Norte do Paraná
FFCLL – Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Londrina
ICOM – International Council of Museums
MEC – Ministério da Educação e Cultura
MHL – Museu Histórico de Londrina Padre Carlos Weiss
PD – Plano Diretor do Museu Histórico de Londrina Padre Carlos Weiss
PML – Prefeitura do Município de Londrina
SME – Secretaria Municipal de Educação do Município de Londrina
UEL – Universidade Estadual de Londrina
PREFÁCIO
Este livro que chega a nós, ainda enquanto dissertação, já sensibilizava interessados pelo tema das implicações sobre memória, história e museu. Lembro de ter recebido sugestões para lê-lo, com a recomendação de que se constituía em importante trabalho para refletir sobre os dilemas dos museus históricos, no tocante à concepção histórica neles existentes e a função educativa e comunicadora - em particular, no Museu Histórico de Londrina. Agora faço a pergunta, zangada comigo mesma: por que não li antes?
Preocupado com as questões que envolvem as funções educativas do museu e as representações do conhecimento histórico por professores, Gilberto Hildebrando escolheu dialogar com professores do 3º ano do ensino fundamental cuja grade curricular propõe o estudo da história local, e analisar a interação deles com a narrativa presente na Exposição de Longa Duração do Museu Histórico. E por meio dessa escolha do autor, muitas reflexões nos são apresentadas.
Problematizar e refletir sobre a constituição de museus históricos e suas funções é para audaciosos. O tema é espinhoso e apresenta muitas controvérsias. Hildebrando, bravamente, embrenhou-se nesse debate e produziu uma obra que esclarece os embates e permite ponderações, sem desacreditar a importância de tais instituições.
Entre os impasses pronunciados nos museus históricos, está a problemática que envolve a memória/história e as narrativas privilegiadas nos espaços expositivos. São muitos os dilemas apresentados ao tomarmos os museus históricos como lugar de apreensão dos significados da ação do homem no mundo
, como destaca, logo no início, nosso autor. A dimensão pedagógica e educativa, esquecimentos e lembranças, apresentação do que é comunicado, território de visitantes e pesquisadores...
Como historiadora, sempre achei espinhosa a discussão referente a dicotomia entre história e memória. Gilberto Hildebrando oferece-nos, com maestria, um rico diálogo entre autores de referência nesta temática. Entre vários estudiosos, nos traz o clássico Jacques Le Goff (1994) para mostrar que existem, pelo menos, duas histórias, a da memória coletiva e a dos historiadores
. A primeira não é objetiva, mas é o vivido e apresenta-se permeada pelas imperfeições da lembrança. A outra, objetiva, configura-se em um discurso estruturado, de acordo com o ofício do historiador. Com outro clássico, Pierre Nora (1993), nos faz refletir sobre memória cuja matéria prima é a vida, constituída pelas lembranças, esquecimentos e manipulações e, a história, reconstrução, que problematiza as lembranças por meio da operação intelectual. É também, de Nora, o conceito de lugares de memória
, tão importante para refletir sobre espaços museais. Outros autores, igualmente importantes, foram trazidos para dialogar e dar suporte a questão dos embates entre memória e história. Tais reflexões foram voltadas para a constituição do Museu Histórico de Londrina que surgiu entre o final da década de 1960 e o ano de 1970, no contexto de passagem da Museologia Tradicional, de caráter mais conservador, autoritário e direcionada às coleções e edifícios – ainda marcante no conceito da exposição de Longa Duração do museu -, para a Nova Museologia, mais social, democrática, participativa e reflexiva. Memória, história e concepções de museologia dialogam nessa complexa temática – mas esclarecida escrita - de Hildebrando.
São as funções educativas dos museus que permeiam esse livro generoso. Concepção e narrativa histórica, papel educativo, dimensão pedagógica – ensino-aprendizagem, verve comunicadora... Ao mesmo tempo que museus históricos protegem e conservam acervos, também é palco e espetáculo, como nos diz o autor. Ao mesmo tempo que fazem opção por uma narrativa, outras ficam silenciadas, embora gritando essa ausência. Ao mesmo tempo que a ação de alguns homens – quase nunca das mulheres – destacam-se nas vitrines e cenários, outras vivências ficam ocultadas. Mas os museus, lembra-nos Hildebrando, é espaço múltiplo – cultural, pedagógico, de fruição e lugar de memória
- que interage e comunica de várias formas, e se preocupa com todos os públicos, sejam eles estudantes, pesquisadores ou visitantes.
A obra O museu e a escola: memórias e histórias de uma cidade de formação recente – Londrina/PR, que nos chega em mãos, vem enriquecer as discussões sobre museus históricos. Passando corajosamente por assuntos melindrosos e imprescindíveis da temática, debate conceitos, interpretações e escolhas numa linguagem clara, refinada e absolutamente deliciosa de ser lida.
Edméia Ribeiro
Diretora do Museu Histórico de Londrina
SUMÁRIO
Capa
Folha de Rosto
Créditos
INTRODUÇÃO
HISTÓRIA E MEMÓRIA: PELEJAS NO TERRITÓRIO DO MUSEU
A ESPETACULARIZAÇÃO DA MEMÓRIA
O MUSEU HISTÓRICO DE LONDRINA
A GALERIA HISTÓRICA: EXPOSIÇÃO DE LONGA DURAÇÃO
A ESCOLA NO MUSEU: UM DIÁLOGO COM PROFESSORES DAS SÉRIES INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL
CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ANEXOS
ANEXO A – PROJETO CONHECER LONDRINA – VERSÃO 2008
ANEXO B – FORMULÁRIO DE PESQUISA APLICADO JUNTO AOS PROFESSORES DE 3ª SÉRIE DO ENSINO FUNDAMENTAL, DA REDE PÚBLICA DE LONDRINA – PARANÁ.
Landmarks
Capa
Folha de Rosto
Página de Créditos
Sumário
Bibliografia
INTRODUÇÃO
Eu queria essa arma pra mim
disse o menino, diante da vitrina, no início da visita ao Museu Histórico de Londrina.
O que você faria com ela?
questionou o educador do museu.
Eu ia matar uns índios
.
A menina, próxima dali e um pouco mais velha que o menino, contra-argumentou:
Eu não. Eu ia matar o cara que matou o meu irmão
, encerrando o diálogo, diante do silêncio inútil do educador.
O diálogo descrito não faz parte do campo da ficção. Ocorreu em 2007, durante visita de uma escola de 1ª a 4ª