Palavras Em Guardanapos
De Dilelac
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Palavras Em Guardanapos - Dilelac
Palavras em Guardanapos
poesias
diLelac
2017 - 1a. Edição
diLelac - Palavras em Guardanapos - diLelac
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Apresentação
A ideia de escrever esta história começou a germinar há mais de dois anos. Inicialmente era, e ainda é, uma coisa bastante singela. Enfrentamos muitas diversidades até concluirmos este trabalho; a solidão de um ideal é amedrontante. A gratificação por fim chega, quando podemos contemplar a obra pronta. Mas essa é apenas uma das etapas, sabemos que ainda existe muito trabalho pela frente.
Desde a nossa primeira visita ao Nordeste, nós que somos do Sudeste, até a nossa segunda estada, houve um intervalo de um lustro. Para nossa desagradável surpresa, pouca coisa, praticamente nada mudou para melhor. Constatamos um grau de pobreza mais acentuado, contrastando com uma riqueza considerável, mais concentrada nas mãos de bem poucos. O povo brasileiro está por demais sacrificado em seu viver diário. A condição na qual a grande maioria está sobrevivendo não é condizente com as riquezas e o potencial do nosso País. É inconcebível que as distorções sejam tão gritantemente escandalosas e perdurem sem soluções por tantos anos.
É preciso que a população tome mais consciência dos seus direitos e deveres. É necessário que o povo se organize como sociedade e pressione mais, cobre mais da classe política. É imperativo que esqueçamos a cultura paternalista em relação ao Estado e façamos a nossa parte, mas é urgente da mesma forma, que as reivindicações justas deixem de ter o mesmo sentido de súplica. Os favores não resolvem os problemas de um País, é preciso que sejam tomadas decisões políticas corajosas e honestas. É necessário resgatar a dignidade do povo brasileiro. Chega de demagogias politiqueiras e impatrióticas. Os interesses de um País não podem, jamais, estar competindo com interesses particulares.
Não pretendemos que este livro seja uma bússola ou o Norte. Intencionamos isto sim, que seja considerado como um grito de alerta ou um pedido de socorro. Temos a pretensão de que este livro ajude as pessoas a modificar suas maneiras de pensar, que seja um provocador de reflexões.
O autor.
Fevereiro de 2009 - Dezembro de 2016
diLelac - Palavras em Guardanapos - diLelac
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Dedicatória
Dedico este livro à minha mulher, companheira e cúmplice,
Márcia Cunha, com todo o meu amor, carinho e respeito.
A você que atenuou as limitações
das condições em que tudo foi escrito...
A você que diminuiu as dificuldades
de todos os dias durante a gestação e o parto dessa ideia...
A você que somou os seus esforços,
ânimos e sonhos a esse sonhador...
A você que dividiu comigo
os sofrimentos de uma criação...
A você que multiplicou
as esperanças de um ideal...
A você que me encorajou
desde quando tudo era simplesmente uma ideia,
um sonho distante...
Eu deveria escrever coisas bonitas
e fortes para dizer mais do que muito obrigado
.
Intrigantemente as palavras desaparecem
e as que chegam não têm a mesma força
que gostaria que tivessem.
Valeu! Valeu mesmo!
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Crônicas
A estante
A merda que ninguém vê
Araruama. Troféu destruição
Armas tupiniquins
As mudanças de uma geração
A solução está na esquerda dura
A solução está na língua
Bulling social
Caos no formigueiro com a morte de um amendoim
Cupins eletrônico
Curiosice politicária
Discurso da louca
Fazenda do Inhô
Idosos do futuro
O espantalho encantado e o Três Seu
Orgulho de brasileiro
Origem e entropia humana
Quando a sorte é de mais o destino desconfia
Revolução silenciosa
Salário mínimo ecológico
Tapetes mágicos e os puxadores de tapetes
Telhado de vidro
Tempo temporário
Uma pessoa especial
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Biografia
Ficha técnica
diLelac - Palavras em Guardanapos - diLelac
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A estante
Num canto desprezado da marcenaria havia uma montanha pequena de restos de madeiras que sobraram de uma série de móveis que foram produzidos.
As madeiras estavam lá jogadas à espera que algum dia pudessem ser aproveitadas para alguma finalidade, fatalmente não tão nobre.
Certo dia apareceu um homem que não era profissional das madeiras, mas mesmo assim, tinha tomado a decisão de fazer uma prateleira para guardar bagulhos como caixa de ferramentas, serrote, alicate, furadeira e outras tralhas.
Com olhos nada apurados escolheu aleatoriamente uns pedaços de madeira com os quais imaginou que poderia construir essa tal prateleira.
Feita a escolha de acordo com seu projeto imaginário, levou os tais pedaços de madeira para sua casa e começou o desafio de transformar em realidade a tal prateleira para guardar bagulhos.
Meses depois de comparar os pedaços de algumas peças, cortar daqui, lixar dali, prego, martelo, cola, parafuso, a prateleira começou a tomar forma. Inicialmente ninguém se atrevia a dizer que estranha montagem era aquela e, muito menos para que serviria.
Eis que um dia, finalmente, a prateleira estava pronta e recebeu até uma demão de tinta para ficar mais apresentável. Era a glória! O orgulho daquele homem que um dia sonhou em construir uma prateleira para guardar bagulhos.
A prateleira foi instalada numa parede num quartinho dos fundos, próprio para bagunças, guardar bagulhos. Ali a prateleira permaneceu e serviu por algum tempo.
Esse homem que não era profissional das madeiras resolveu abrir um escritório comercial. Não tinha muita disponibilidade