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A Bolha
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E-book45 páginas41 minutos

A Bolha

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Sobre este e-book

Estive numa cápsula, doravante chamada bolha, onde pude vislumbrar os aspectos mais elementares do que não se pode explicar. Este livro, portanto, é um dizer sobre coisas que mal compreendemos
IdiomaPortuguês
Data de lançamento26 de dez. de 2021
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    A Bolha - Vinicius Macía

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    A Bolha

    Tratado das coisas que existem

    Vinicius Macía

    1. Introdução

    Cabe começar refletindo, e refletindo de maneira a não restarem dúvidas de que este livro é mais do que uma história, mas um verdadeiro tratado sobre coisas que falhamos em nomear. Aqui encontram-se as mais curiosas intervenções nas gavetas que constituem o todo que nos atinge. Estive em um local inóspito e torturante, e ali dentro pude vislumbrar nossas totalidades e divisões da maneira menos complexa possível: observando a mim mesmo.

    Uma superfície branca pode guardar ainda sujeira ou detalhes imensamente relevantes, nos átomos ou quaisquer estruturas microscópicas que nela possam habitar. Uma superfície vazia é o começo de possibilidades interessantes, desde que os detalhes se esqueçam de sua essência de detalhe, e tornem-se mecanismo decisório.

    Que pode ser rechaçado? Não pode ser rechaçado o direito de ser... Este, por sua própria essência, é inviolável. Vivi num mundo de constantes violações, onde não há pleno espaço para ser, um tempo por vezes apelidado de Nova Idade Média, onde as opiniões divergentes são perseguidas, ameaçadas e, por fim, mortas... É perigoso pensar no pior século da história humana... É proibido ser. Vivi no ano mais dramático da história humana, passando por dias em que as vísceras de nossas desumanidades ficaram expostas... Esse ano foi 2020, um ano onde aprendemos que nada nunca melhora.

    2020, um dos primeiros anos da nova idade média que engoliu para si o período pré-apocalíptico, nos fez perceber o quanto ainda estamos longe de ser o passo final da evolução. Afinal, não seria natural que o indivíduo tivesse a capacidade simples de estar só? No entanto, nós não suportamos a solidão, e não apenas isso: o simples agrupamento de pessoas não arranca o aperto na garganta da solidão existencial... em algum momento todos nós nos deitamos, ao fim de um dia difícil, e entendemos que sempre estivemos destinados à solidão, e essa sempre foi nossa maior fraqueza. Será que em algum momento nossas emoções irão evoluir para um estágio pós-humano mais saudável? Assim como alguns animais precisaram desenvolver asas, outros caldas, e outros garras, precisaremos, o quanto antes, desenvolver mecanismos que possibilitem o bloqueio de certos sofrimentos emocionais, que nos levam à morte.

    O século XXI foi o pior da história humana: pensando estarmos em vias de paz, baixamos a guarda, e os monstros do passado ressuscitaram e fizeram do mundo um lugar hostil para qualquer um que ousasse pensar sobre o motivo de ser escravo e não livre. A história foi, aos poucos e sorrateiramente, sendo escrita pelas mãos dos algozes, que ocultavam o sangue e os cadáveres das páginas, mostrando os que lutavam para a restauração do que há de humano como abusadores, rebeldes agitadores, promotores da desordem e da degeneração da raça... a verdade foi sendo ocultada, e em seu lugar foi implantado um conto de fadas, cuja moral era pura e simplesmente aplauda o seu senhor. Aprendemos que não existem esperanças que sobrevivem por muito tempo.

    A cultura do ódio nos involuiu, e é triste notar o quanto essa involução tornou-se efetiva e avançada. Não há como pensar em justiça no mundo onde tudo se fez passional.

    E diante de tudo, não consigo ser eu. Simplesmente posso sucumbir ante a mim mesmo a qualquer momento, impedido de olhar a qualquer lado e enxergar algo que

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