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Muito Longe Por Muito Tempo
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E-book255 páginas4 horas

Muito Longe Por Muito Tempo

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Sobre este e-book

Sarah é uma médica veterinária recém formada que tem muitas expectativas para o seu futuro. Com um namorado lindo, um currículo invejável e a vida que muitos gostariam de ter, sua vida profissional ainda não estava do jeito que gostaria. Até que surgiu a oportunidade de ser gerente da fazenda do cantor Chad Hadleigh e ela descobriu quanto o emprego e a proximidade com o chefe poderiam mudar a sua vida.
IdiomaPortuguês
Data de lançamento19 de mai. de 2023
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    Muito Longe Por Muito Tempo - Claire Joy

    CAPÍTULO 1

    O ano era 2016, e o sol de verão ardia no Texas. Na cidade de Dal as, a Médica Veterinária recém formada Sarah Duncan procurava um emprego no seu notebook, na esperança de encontrar pelo menos um que tivesse mais a oferecer além de horas a fio sentada em algum consultório monótono. Sarah havia se formado com mérito na Texas A&M University e tinha um currículo impecável. Ela sempre foi uma aluna dedicada, se orgulhava disso e manteve um objetivo em mente: poder escolher o melhor emprego ao invés de ter que se contentar com o primeiro que aparecer, apenas por desespero. Seu esforço não foi em vão, já que agora sua caixa de e-mails estava cheia de respostas positivas para marcar suas entrevistas.

    Depois de responder às propostas e desempacotar parte da sua mudança no novo apartamento, Sarah checou as horas e para a sua surpresa o dia passou rápido demais. Agora ela estava atrasada, coisa que detestava.

    - Merda! Melhor eu me apressar. - falou consigo.

    Sarah tomou um banho e lavou os cabelos com seu shampoo especial de lavanda.

    Gostaria de ter demorado mais no banho, mas como estava atrasada, teve que ser precisa. Seus fios eram castanhos e ondulados, algumas mechas tinham reflexos vermelhos e alcançavam a altura dos cotovelos. Ela sabia que era uma mulher bonita, mas tinha consciência que os anos de faculdade a deixaram mais despreocupada com a imagem do que deveria. Por isso, nessa nova fase estava decidida a se cuidar mais.

    Fez questão de usar o perfume que mais gostava, com aroma doce e floral de jasmim.

    Decidiu por não abusar da maquiagem, apenas realçar os olhos que eram castanhos como os cabelos, e colocar uma cor nos lábios. Na opinião dela, menos sempre era mais. Para a roupa, um vestido de cetim verde escuro ligeiramente acima dos joelhos, com alças finas e que descia as costas até a altura dos cabelos. As sandálias eram douradas e delicadas com saltos de 12 cm. Estava pronta e a tempo do namorado chegar, como sempre, meia hora atrasado.

    Leo Garcia e Sarah eram namorados desde a época de escola. Ele era um homem de 1,80 m, loiro, de olhos cor de mel e muito bonito. Formavam um casal perfeito para uma capa de revista e o tempo foi bondoso com eles. Foram para a mesma universidade e se formaram juntos em cursos diferentes.

    Era uma noite especial porque Leo tinha encontrado um emprego em um dos escritórios de advocacia de Dal as. Não era um dos mais importantes, mas havia possibilidade de crescimento dentro da empresa e Sarah estava aliviada por poderem comemorar juntos essa conquista dele.

    O celular de Sarah acendeu e um SMS de Leo escrito Cheguei aqui embaixo

    apareceu na tela. Sarah desceu as escadas do prédio e bem na porta estava o Honda Civic 2007. Ela entrou no carro e beijou o namorado, sentindo o cheiro do perfume amadeirado tão familiar. Ele, claro, estava lindo e simples: jaqueta de couro, camisa branca e calça jeans azul marinho.

    - Boa noite, meu amor! Animado pra nossa noitada? – perguntou Sarah.

    - Ah, já estava ansioso pra isso! Já era hora de relaxar depois de procurar emprego em quase todos os escritórios de advocacia de Dal as. – respondeu Leo com um entusiasmo fácil de perceber na voz.

    Ele acelerou o carro e os dois seguiram até o Mirage. Era um bar moderno no centro da cidade, onde havia boa comida, drinks e música de qualidade. Na chegada, uma pequena escada de vidro levava ao salão, dividido entre a área do bar à esquerda e as mesas à direita. No bar havia 3 barmans e atrás deles, uma parede com vários tipos de bebidas alcoólicas de todas as cores e origens possíveis. As mesas eram de aço e tinham apenas 4 lugares, forçando algumas pessoas a ficarem em pé e mantendo o movimento no bar. Não havia muitas pessoas ali naquele momento, afinal eram apenas 21h, o que permitia Leo e Sarah a escolherem a mesa e se sentarem, confortáveis. Ao fundo estava o palco, iluminado com luzes azuis e com a banda pronta para começar a tocar.

    - Boa noite. O que gostariam de pedir? – o garçom perguntou ao casal logo depois que se sentaram.

    - Boa noite. Pra mim uma Budweiser, para a moça uma taça de vinho rosé, por favor. –

    respondeu Leo.

    - Sim, senhor. – assentiu o garçom.

    - Pensei que fosse comemorar com alguma coisa melhor do que cerveja. Alguma coisa mais chique pra brindarmos ao seu sucesso! Você merece. – brincou Sarah após a saída do garçom.

    - Já escolheu qual emprego você vai aceitar? - Leo foi direto ao ponto.

    Em termos de dinheiro e estabilidade, Leo poderia ser bem prático e gostava de resolver essas questões o mais rápido possível.

    - Ainda não. Respondi algumas propostas e semana que vem tenho entrevistas, mas pra ser sincera ainda não encontrei nada que realmente me deixe empolgada.

    - Olha, não tem segredo, Sarah. Escolha uma clínica boa, que te ofereça boas condições de emprego e um salário justo. De preferência alto. – Disse ele piscando o olho para Sarah e deixando sua opinião clara.

    - Acontece, Sr. Garcia, que se eu vou escolher um emprego no qual vou passar a maior parte do meu dia, quero que seja algo que eu realmente goste! Não me vejo sentada em um consultório bajulando mini cachorros peludos de madame. – Sarah respondeu com franqueza.

    O garçom trouxe as bebidas, os dois brindaram e Sarah continuou:

    - Eu tenho algumas opções pra escolher, não estou com pressa. Vou analisar bem.

    Não quero aceitar o primeiro emprego que vier no desespero de ganhar um salário.

    - Uau, tudo bem Senhora graduada-com-mérito-cheia-de-propostas-na-mesa. Não está mais aqui quem falou! – respondeu Leo.

    - Amor, porque a gente não fala disso outra hora? Olha! Katie e Arthur chegaram!

    Katie e Arthur eram os amigos mais próximos de Sarah e Leo e ficaram noivos logo após entrarem na faculdade. Os quatro estudaram juntos no ensino médio e permaneciam amigos mesmo estudando em lugares diferentes. Sempre que podiam

    se encontravam para matar a saudade, principalmente quando voltavam para Waco, sua cidade natal, durante as férias.

    Katie era ruiva com cabelos lisos na altura dos ombros, pele branca como mármore e olhos verdes. Arthur era um pouco mais moreno que Katie, tinha cabelos escuros e olhos verdes como os dela.

    - Ooooi casaaaal! – gritou Katie ao ver Sarah e Leo, fazendo o bar todo se virar para ver.

    - Hahaha, só você K! Que saudade! – respondeu Sarah com entusiasmo enquanto abraçava a amiga.

    - E aí cara?! – Disse Arthur enquanto apertava a mão de Leo e dava um sorriso caloroso para o amigo.

    - Bom te ver, irmão! – respondeu Leo sorrindo de volta.

    Depois de horas de conversa e muita música country, Katie e Sarah se levantaram e foram ao toilette pelo que deveria ser a quinta vez.

    - Amiga, eu acho que b-bebi demais! - disse Katie.

    - Katie, acho que já podemos parar mesmo, porque acho que eu estou alucinando!

    - Como assim? - Katie perguntou confusa.

    - Essa voz que está cantando não se parece muito com o Chad Hadleigh, aquele vocalista?

    Sarah pensou ter ouvido uma voz conhecida no som que saía do palco. Mas não era conhecida apenas por ela, e sim por muita gente. Pensou estar ouvindo errado ou que fosse o efeito da bebida, mas olhou na direção da banda e viu ninguém menos que Chad Hadleigh cantando I'l try de Al an Jackson junto com a banda.

    Chad Hadleigh era o vocalista de uma banda de rock chamada The Hand, e tinha uma voz rouca, marcante e profunda. A banda era bastante famosa, mas tinha parado a turnê repentinamente há 6 meses sem muitas explicações aos fãs sobre o motivo.

    Apenas alegaram dificuldades pessoais, mas que retornariam assim que resolvidas.

    Sarah não podia acreditar que estava presenciando aquilo. E quando Katie apertou a sua mão, correu para o palco e começou a gritar CHAAAAAD ela acreditou que era verdade. O homem era mais bonito pessoalmente do que pela TV. Tinha 30 e poucos anos, alto e magro, mas não chegava a ser esguio. Seu cabelo era loiro escuro cortado curto, olhos azuis, sobrancelhas grossas e barba rente ao rosto. Muito arrumado e limpo.

    Sarah era fã da banda e não criou nenhuma resistência quando Katie a puxou.

    Ficaram ali na frente do palco ouvindo e cantando junto com ele, totalmente encantadas. Quando Chad terminou a canção, agradeceu à banda e ao público, se despediu e foi em direção à porta. No caminho, passou ao lado de Sarah e como num reflexo levantou os olhos, que se encontraram com os dela por não mais que dois segundos. Ele cheirava a pinho e menta, completamente diferente do que ela tinha imaginado. Sarah mal podia acreditar em como ele passou tão perto dela. O cantor então saiu pela porta do bar em meio às palmas e gritos do público e as meninas retornaram para a mesa.

    - Pensei que tínhamos perdido nossos pares! – disse Arthur provocando Katie e Sarah.

    - Vocês correram um sério risco! Hahaha – brincou Katie, beijando Arthur entre sorrisos.

    - Ainda estou sem acreditar que isso aconteceu! Simplesmente Chad Hadleigh cantou no Mirage e a gente estava aqui! – Sarah disse ainda incrédula.

    - O cara realmente canta muito! Ganhou meu respeito hoje. Não que isso conte alguma coisa pra ele! – respondeu Leo.

    - Sarah, você sabia que ele tem uma fazenda aqui em Dal as? Parece que ele cria gado para abater e resgata alguns animais também. Não tenho muita certeza.

    - Que contraditório! Hahaha! Você sabe onde é por aqui? – perguntou Sarah.

    - Porque? Você tá pensando em bater na porteira dele e pedir emprego? – indagou Leo com uma ponta de ciúmes e a voz carregada.

    - Quem sabe? Talvez ele esteja precisando de uma Veterinária por lá! Eu não recusaria. Pelo menos não vou ficar trancada num consultório.

    Leo bufou e revirou os olhos. Sarah já conhecia o comportamento do namorado.

    Quando o álcool fazia o efeito esperado, o humor mudava: Leo já não sabia a diferença entre brincadeira e realidade, além de perder um pouco a paciência com as pessoas. Ela já estava acostumada e podia aguentar esse comportamento dele, já que era raro eles saírem para beber como naquela ocasião.

    Como já eram 2h da manhã, todos decidiram encerrar a noite e ir pra casa. Katie e Arthur pegaram um táxi e Sarah voltou dirigindo. Mesmo depois de beber algumas taças de vinho ela estava em melhor forma do que Leo, que estava tão bêbado que dormiu assim que bateu na cama dela. Sarah então tirou os sapatos do namorado, que permaneceu imóvel, tomou um banho, fez um chá de camomila e então se deitou.

    E naquela noite ela sonhou com os olhos azuis de Chad Hadleigh olhando pra ela quando saía do bar.

    Era terça-terça-feira da semana seguinte e Sarah já estava preparada para a segunda entrevista de emprego do dia. A primeira não foi muito animadora, a clínica era pequena e nova, então Sarah não teria muitos pacientes. Apesar da proprietária parecer ser muito tranquila e o salário não ser ruim, não era o que ela estava procurando.

    A semana seria árdua e Sarah tinha que se dedicar à caça do emprego perfeito.

    Esperava que fosse tarefa fácil, mas estava se provando o contrário. As opções em Dal as eram poucas para o que ela queria, e não era uma opção procurar emprego em outra cidade, porque Leo não sairia dali depois de ter conseguido entrar em um escritório.

    A segunda entrevista seria dentro de uma hora numa clínica maior em um bairro mais bem localizado da cidade. Talvez fosse mais animadora, mas Sarah ainda estava longe e teve que pegar um táxi para chegar a tempo.

    No caminho para a clínica o celular tocou: era Katie ligando.

    - Amiga, tenho novidades e são boas! – Katie logo disse assim que Sarah atendeu.

    - Oi pra você também, Katie! Diz pra mim qual a novidade.

    - Nossa! Porque o mau humor?

    - Nada, é porque estou na correria das entrevistas hoje. Saí de uma bem desanimadora e já vou pra mais uma. E mais tarde tenho outra. Mas e aí? O que você queria me contar?

    - Então, você lembra que na sexta-feira o Arthur comentou sobre Chad Hadleigh ter uma fazenda nos arredores de Dal as? – perguntou Katie.

    - Lembro, sim. Quer dizer… vagamente. É verdade?

    - É! E tem mais: você sabe que a chefe do Arthur é editora justamente da parte de fofoca do jornal e conhece um monte de pessoas, né? Ela ficou sabendo que ele estava a procura de alguém pra ser gerente da fazenda!

    Arthur trabalhava como jornalista no Dal as Today, jornal local de Dal as.

    - Katie, se isso for uma brincadeira sua...! – Sarah achou que só podia ser mentira.

    - Claro que não, menina! Eu não tenho estômago pra brincar com uma notícia dessas!

    - Meu Deus! E Arthur sabe como eu consigo me candidatar para essa vaga? A chefe dele tem alguma informação?

    - Arthur falou pra ela que conhecia a pessoa perfeita pro cargo. Então ele entregou o seu e-mail e ela disse que indicaria para o agente dele! – Katie falava tão estridente que praticamente só cães poderiam escutá-la.

    - Como é?! Não, você não pode estar falando sério. Que loucura. – Sarah estava incrédula, literalmente de boca aberta sem acreditar.

    - É claro que eu estou falando sério! Não é o máximo?! Você vai ser gerente da fazenda de Chad Hadleigh!

    - Katie, eu não tenho nem como agradecer, mas não vamos criar expectativas, ok? Ter o contato não significa que realmente vão me procurar. Ele já deve ter a indicação de dezenas de veterinários mais experientes. Além do mais, não sei se eu daria conta de administrar uma fazenda como a dele.

    - Amiga, você daria conta de qualquer coisa! Leo já é desafio suficiente! Hahaha –

    disse Katie com humor.

    - Uhum, muito engraçadinha você! Preciso desligar, já estou chegando na clínica.

    Agradeça ao Arthur por mim!

    - Está bem! Beijos, gerente! – despediu Katie aos risos.

    - Hahaha! Beijos!

    Sarah não estava em situação de poder fantasiar com esse sonho. Apesar de poder escolher um emprego, não era momento de ficar esperando um milagre. Se quisessem falar com ela já tinham seu contato, e infelizmente ela não conhecia o

    agente de Chad para que ela tomasse a iniciativa. Então tinha que aproveitar as oportunidades concretas que apareciam no seu caminho.

    Três entrevistas de emprego durante o dia e duas taças de vinho tinto depois, Sarah estava sentada no sofá de sua sala de TV vendo algum programa musical sem prestar muita atenção. Leo cozinhava o jantar na sua cozinha e pelo cheiro, estava muito bom.

    Ela realmente não queria pensar muito sobre trabalho naquele momento. Só queria aproveitar o restante da noite em casa.

    O apartamento de Sarah era pequeno, tinha uma pequena varanda com janelas duplas que deixavam entrar uma brisa na sala, que era sala de estar, TV e jantar ao mesmo tempo. O quarto e o banheiro ficavam no mezanino em cima da sala e uma escada em espiral era a forma de subir para o quarto.

    Leo estava animado com a primeira semana de trabalho no escritório, e contava a Sarah todos os detalhes sobre os casos que pegou:

    - Ontem o cliente do caso Stevens me procurou para trazer novos documentos. Acho que conseguimos ganhar essa causa. Meu primeiro caso e acho que vou ganhar! Não é ótimo? Sarah, você tá me ouvindo? – ele parou na ilha da cozinha esperando a resposta dela.

    - Han? Ah, me desculpa, amor! Minha cabeça não está muito boa hoje.

    - É por causa do emprego? Te falei que é uma decisão simples pra você. Pode escolher qual você quer. – Leo disse carinhosamente enquanto caminhava em direção a ela. Ele se sentou ao lado dela e passou os braços ao redor de Sarah, acolhendo-a.

    - Sim, eu posso escolher. Só que nenhuma das opções disponíveis é o que eu queria, amor. Mas amanhã vou aceitar a proposta da San Francisco Vet. Entre todas, é a melhor.

    Por mais que Sarah não se sentisse plena na decisão, não poderia ficar esperando um emprego dos sonhos cair do céu. Ela tinha boas propostas e iria aproveitá-las. Além do mais, ela precisava de dinheiro porque as contas iriam começar a chegar já já.

    - Acho que está tomando a decisão certa. É uma clínica renomada, vai te abrir oportunidades, te dar experiência. Quem sabe um dia não abre sua própria clínica, assim como eu quero abrir meu próprio escritório no futuro. – parece que Leo tinha tudo traçado e planejado.

    - É, quem sabe. – Sarah respondeu com um sorriso amarelo e pensamento distante.

    - O jantar está pronto! Vamos comer?! – Leo se levantou do sofá, puxando Sarah pela mão.

    Puxou a cadeira da mesa de jantar, convidando-a a se sentar e assim ela fez com um sorriso no rosto.

    Ambos se amavam muito há muitos anos, eram companheiros um do outro e tinham os mesmos objetivos juntos. Leo era mais organizado, já tinha tudo traçado em cronogramas na mente dele! Sarah era um pouco menos ansiosa, mas pensava como ele e sempre falavam sobre o futuro: casamento, família, casa...

    Não tinham ido morar juntos em Dal as quando se mudaram porque não queriam

    pular etapas na vida. Queriam ser tradicionais: namorar, noivar, casar, comprar uma casa, ter filhos. Então decidiram que cada um teria seu apartamento até que estivessem casados, mesmo um dormindo na casa do outro de vez em quando.

    Segundo Leo, isso era um incentivo para se esforçarem o dobro e se casarem logo em vez de ficarem enrolando.

    Leo tinha um temperamento um pouco chato algumas vezes. Tentava impor suas ideias e pensamentos quando encontrava oportunidade. Mas Sarah já tinha aprendido a lidar com esse defeito dele, e sabia quando ouvir ou não. Afinal, quem não tinha defeitos? Ela mesmo era tão teimosa que era mais fácil uma montanha se mover do que ela mudar de ideia.

    Os dois começaram a comer e Leo continuou falando de trabalho durante o jantar.

    Sarah tentava acompanhar toda a conversa, e se saiu bem. Ele estava tão animado que respondia às próprias perguntas. Então ela só precisava dizer um Uhum ou ah

    de vez em quando.

    A sobremesa foi por conta de um Ben & Jerry’s dividido pelos dois, abraçados no sofá assistindo O diário de uma paixão pela milésima vez.

    CAPÍTULO 2

    A primeira quinzena de trabalho de Sarah foi melhor do que suas expectativas. Ela havia aceitado o emprego na San Francisco Vet, a clínica que avaliou ser a melhor entre as outras. A equipe era excelente, as instalações eram ótimas e o salário nada mal também. Claro que haviam dias de monotonia como ela havia previsto, mas se dependesse dela, conseguiria continuar trabalhando ali facilmente.

    Numa quinta-feira ela deu alta a um paciente, e logo depois que o tutor saiu ela se preparou para almoçar. Tinha sido escalada para o plantão, o que significava que ficaria na clínica até o dia seguinte, por isso já levou almoço e jantar prontos para a maratona. Sarah checava os e-mails no seu notebook enquanto comia e se deparou com uma nova mensagem na caixa de entrada que era datada do dia anterior. O

    remetente era um agente chamado Gary Coleman e o assunto era: Proposta de Emprego em Fazenda de Dal as, TX. No momento em que leu, Sarah congelou por alguns segundos, pensando se realmente seria o que estava pensando. Poderia ser?

    Teria que abrir o e-mail para ter certeza.

    O e-mail continha a seguinte mensagem:

    Bom dia, Dra. Sarah Duncan. Como vai?

    Meu nome é Gary Coleman e o motivo do meu contato é a respeito de uma oferta de emprego. Chegou ao meu conhecimento que a senhorita tem as qualidades necessárias para gerir uma propriedade. A propriedade pertence ao meu cliente Chad Hadleigh e fui requisitado para encontrar um gerente com

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